E SE BEBEREM ALGUMA COISA MORTÍFERA...

Conheci no Pará um pastor muito abençoado, o Pr. Lourenço, alegre, animado, gordão. Meus dois filhos gaiatos colocaram logo um apelido no amado: Pastor 117. Por quê? Porque era este o peso do servo do Senhor.

Trabalhamos juntos algum tempo, em viagens e campanhas. Certa noite ele contou a mim, à minha família e a alguns irmãos, um episódio incomum que aconteceu no território onde ele passou um tempo evangelizando ? no Jacarécapá.

Ele foi um dia evangelizar numa tribo de índios ainda meio incivilizados. Estes índios não gostavam muito dos brancos (embora o pastor não o fosse). Ele passou o dia indo pelas malocas, falando de Cristo e, quando chegou a noite, resolveu fazer uma reunião de culto. Trouxe dois irmãos consigo com instrumentos musicais e esperou fazer uma boa colheita naquela noite.

Os índios prepararam uma lauta refeição para os irmãos, com peixe de coco e outras iguarias. Acontece que dentro de cada petisco eles colocaram uma boa quantidade de timbó. O timbó é um cipó quase sem sabor que é usado para intoxicar os peixes para ficar mais fácil de apanhar. Para o ser humano ele é terrivelmente letal. É claro que os índios queriam que eles ficassem terrivelmente intoxicados e viesse a morrer dentro de um ou dois dias.

O pastor Lourenço arrematou:

Olha, gente, quando mais eu comia o timbó, mas animado ia ficando. Quando fui pregar naquela noite, preguei tão animado, tão ungido, como nunca. Os índios ficavam olhando prá gente esperando que caíssemos por terra, mas todos ficamos bem dispostos. Na hora de fazer o apelo, vários índios, vendo o milagre de Deus, aceitaram a Jesus como Salvador.