E quando é a Escola quem promove a exclusão?

 A sociedade pós-moderna caracteriza-se pela garantia de direitos, por parte dos órgãos públicos e pela prática do diálogo como única maneira pacífica de resolução de conflitos. Neste cenário as instituições escolares, portadoras do saber sistematizado, Têm o dever de, a partir de suas práticas pedagógicas, apontarem aos seus educandos e familiares, os melhores caminhos para a resolução de conflitos, para a busca por uma melhor qualidade de vida, pela integração social, respeito as diversidade, entre outras. E a formação para o exercício da cidadania, fica apenas no discurso?

Mas o que se nota infelizmente, é que as instituições educacionais têm se exaurido de tais atribuições por corresponderem a projetos eleitoreiros de alguns grupos políticos mal intencionados ou por tabus e\ou preconceitos religiosos.

O problema é tão grave que escancaradamente estas instituições deixar de formar sistematicamente os seus educandos para o convívio pacífico com a pluralidade, usando a desculpa, muitas vezes, de que eles são muito novos para discutir tais problemas, que ainda que se dedicarem tempo para o aprofundamento sobre determinadas questões, sobrará pouco tempo para a oferta dos conteúdos inerentes a cada disciplina. Não poderiam tratar de todos os problemas transdisciplinarmente?

É triste essa constatação, mas o que se nota é um exaurimento das reais responsabilidades, na tentativa de se manter a aparência de boazinha ou de acolhedora. E por detrás dessa cortina falso-moralista, práticas que incitem ao bullyng, à discriminação religiosa, à homofobia, ao machismo e a tantas outras desgraças que assolam a humanidade se solidificam. Ganham forma e cor. Tornam-se tão evidentes que transpassam os muros escolares, gerando na sociedade situações conflituosas de difícil resolução. E a Escola? Tranquila. Intocável. Imexível. Inerte. 

 Ivanildo Severino da Silva – Maio de 2010