Professora-orientadora: Luciene Lemes
E-MAIL: [email protected]
Aluno: Jonatas Vilella Gonçalves 8 ° ADM
E-MAIL: [email protected]
ARTIGO-TCC

INTRODUÇÃO

Parte dos problemas dos relacionamentos familiares dá-se através da má administração do dinheiro ? na falta ou até por incrível que pareça no excesso dele. As barreiras decorrentes dessa falha administração geram conflitos no lar , que nem sempre são visualizados como problema financeiro.
Todavia, o dinheiro dificilmente é tido como o vilão da história. Se não há dinheiro para um passeio no fim de semana entre pais e filhos, o foco do problema não recai sobre a falta deste, mas sim na falta de carinho, afeto, comprometimento.
Por outro lado, quando há sobra de dinheiro, o conflito muitas vezes, se inicia pelas prioridades que ele deve suprir. Um acha que a reforma da casa é primordial, outro entende que uma viagem naquele momento é mais importante para a família. Como se vê, nem na tranqüilidade financeira os problemas são resolvidos, quando não se faz um planejamento financeiro com metas e objetivos claros a serem cumpridos.
Apesar, de parecer que um bom planejamento seja a base para uma vida próspera financeiramente, isso também não é tudo. Para conseguir esse tão almejado patamar de administração financeira é necessário, algo além de papel, caneta, calculadora e uma boa memória para lembrar de todos os gastos e compromissos. É preciso, estar disposto e abrir exceções para uma inteligente conversa, a base de toda conquista e reconciliação.


Os obstáculos de planejar (PROBLEMÁTICA)

As dificuldades financeiras nas famílias se originam por decisões e escolhas ruins. Não se pode culpar os juros elevados dos bancos, a manutenção do carro que quebra constantemente ou até mesmo o lazer nos finais de semana, como as causas de uma situação indesejável. O que realmente compromete a saúde financeira, é um padrão de vida elevado demais para a renda familiar. Os gastos mesmo não sendo elevados, mas desordenados são verdadeiras armadilhas. E para sair delas, um pesadelo é vivido durante meses ou anos.
É bem verdade, que a maioria das famílias tem dificuldade para planejar. Então, por um instante é de se pensar que orçamento, planejamento financeiro e controle de gastos é algo muito complexo, que só vale a pena fazer se a renda familiar é elevada. Entretanto, já é sabído de muitos que independentemente da renda familiar, nunca se descarta um planejamento. Seja para uma renda de dois salários mínimos ou para uma renda de dez, vinte salários, o orçamento é de igual importância. A diferença está na profundidade da crise que a família poderá entrar. De relance, parece que a crise é proporcional a renda, e de fato em muitos casos são. No entanto, quanto maior a renda muitíssimo maior é o crédito, o que dá mais chance para o aprofundamento da crise. Os juros não param e o padrão de vida não quer cair! Por outro lado, quando a renda é menor, muitas vezes a crise nem evolui exorbitantemente, mas torna-se impagável. O orçamento é tão apertado que não sobra nada, nem mesmo para saldar o débito mensalmente. Sendo assim, percebe-se que dizer que a renda é pequena e que não requer planejamento ou dizer que a renda é alta, suficientemente para cobrir gastos desenfreados são na verdade pequenas desculpas que se transformam em grandes laços para o aprisionamento. Às vezes, as pessoas se escondem atrás de algo que não é um problema, mas que afirmam ser!
Senão bastasse, mesmo sabendo as dificuldades enfrentadas, as famílias em geral tem dificuldades em aceitarem essas questões e quando sentem que realmente algo precisa ser feito, a barreira passa a ser quem tomará a iniciativa. Além disso, quando as questões anteriores são identificadas e sanadas, outras etapas surgem, como por exemplo, a disposição e tolerância que as pessoas envolvidas nesse processo terão que assumir. Nesta fase, insegurança e comodismo podem agravar a crise. Pessoas podem não estar prontas ou interessadas em assumir o papel de líder da família que são tarefas onde requer muita maturidade, dinamismo e muita paciência e perseverança.
Contudo, o grande vilão que dificulta a construção de um plano de recuperação ou independência financeira, é a sedução do dinheiro. É possível aprender meios de se relacionar com o dinheiro; o difícil é resistir às tentações que ele oferece. Se os objetivos de vida não forem claramente estabelecidos, será muito difícil abrir mão da possibilidade de adquirir um item de consumo, como roupas de grifes, carro do ano, eletroeletrônicos, entre outros. Isso se agrava quando não há necessidade do pagamento de entrada. Assim, torna-se nítido que problemas financeiros são difíceis e dolorosos de serem resolvidos.



Dando os primeiros passos

A sábia decisão de dar os primeiros passos para uma recuperação financeira é identificar o problema. Ao notar que algo está errado com a conta bancária que há tempos ronda e às vezes utiliza o cheque especial ou perceber que o lazer com a família está diminuindo sensivelmente, faça uma análise superficial das receitas e despesas. Se o saldo for negativo, aprofunde-se na análise, pois, realmente algo está errado! Pode ser gastos eventuais que propiciaram essa situação. Pode parecer óbvio que este é o primeiro passo, mas não é! Muitos, para se esquivarem de problemas que propriamente criaram, transferem a responsabilidade para o patrão que não dá aumento de salário, para o reajuste do aluguel, aumento do combustível e, assim por diante. Não querem nem pensar na possibilidade de terem que abrir mão de algum produto ou serviço, como por exemplo, mensalidade da academia, TV a Cabo, mesmo não estando utilizando-os. Entretanto, essa análise minuciosa tem que ser feita, e logo!
Dado o primeiro e importante passo, certamente algumas avaliações já podem ser feitas. Possivelmente, se encontrará uma ou mais "válvulas de escape", que dentre tantas coisas, pode ser até o número elevado de animais domésticos na casa ou a forma "super" digna de tratá-los. Apesar, de serem adorados por muitas famílias, cães, gatos, coelhos e até mesmo galinhas, devem ser tratados como tais. Se possível fosse, os cães diriam que gostariam de comer picanha todo dia e o dia todo, mas eles certamente ficam muito felizes com o pão adormecido molhado no leite e um pouco de carinho na orelha. Assim, essas válvulas devem ser afuniladas ou extintas.
Porém, antes de iniciar esse processo que poderá "prejudicar" alguém da família, uma importante atitude para enfrentar problema financeiro, deverá ser tomada. Uma reunião com todos os membros da família deve ser realizada e todos os gastos devem ser elencados. Serão tratados todos os compromissos e todos os participantes devem saber que alguns deles devem ser cortados ou na melhor das hipóteses, atenuados. Não será uma reunião amistosa e muitos entraves deverão ocorrer, mas para o bem de todos, esse obstáculo deverá ser transposto. Não será surpresa se um ou outro irritar-se, ou até mesmo abandonar a reunião. Prossiga, isto deve ser feito, não há tempos a perder. Mas cuidado, a justiça é indispensável. Galgado esse primeiro degrau, deve-se levar em consideração que a burocrática rotina de fazer planejamento e controlar gastos não é tão prazerosa quanto comer, dormir, exercitar-se e fazer sexo. Todavia, o que a princípio pode ser uma medida obrigatória indesejável, tende a tornar-se uma prática excitante, sobretudo quando os projetos traçados têm como meta grandes conquistas.

Da teoria à prática ( OBJETIVO GERAL)

Visualizando por esse ângulo parece ser fácil realizar um planejamento financeiro. Na verdade, é muito fácil! Difícil é ter a disciplina para controlá-lo. No entanto, as primeiras anotações são um pouco mais complicadas, já que a prática leva a disciplina. Para começar esse trabalho, de imediato é necessário apenas um lápis e papel. Anote todos os gastos mensais, separando-os em fixos e variáveis. Veja o exemplo hipotético.
GASTOS MENSAIS FIXOS
Aluguel/Prestação da casa Faculdade
Plano de Saúde Internet
Água Energia Elétrica
Academia de Ginástica Iptu
Ipva Plano de Previdência

GASTOS MENSAIS VARIÁVEIS
Mercado Combustível Farmácia
Restaurante Padaria Recarga Telefone
Cinema Presentes Vestuário
Gorjetas Jornal Diversão/Lazer


Como se pode analisar, os gastos fixos, como o próprio nome já diz, são aqueles pagamentos que são efetuados praticamente todos os meses, podendo ser isentos um mês ou outro, como é o caso do IPTU/IPVA, que geralmente se iniciam no mês de março/abril. Todavia, há alguns compromissos que apesar de serem fixos apresentam valores variáveis, como é o caso da água e energia elétrica. Daí, a importância de anotar os valores previstos para pagamento e os valores realizados. Por outro lado, os gastos mensais variáveis, como o próprio nome já diz, são oscilantes mês a mês. Estes, porém, apresentam itens que podem ser agrupados, como é o caso do mercado, combustível e lazer. Esses gastos apesar de serem variáveis, eles podem ser controlados. Fazendo uma média nos últimos meses de quanto se gasta com cada um deles, dá para ter noção o quanto vão representar no orçamento do mês seguinte. E em se tratando se recuperação financeira eles devem ser controlados mesmo! É óbvio, que não dá para ser preciso, mas não pode fugir muito do previsível. Nesse caso, como é o início das anotações, não haverá um histórico desses gastos específicos. As previsões serão mais precisas após três ou quatro meses. Enfim, no mês posterior ao inicio das anotações já é possível prever o valor com uma menor margem de erro.
Feita todas as anotações, desde o pagamento da faculdade até a moeda perdida no ônibus, é hora de controlá-lo. Todos os responsáveis pelos gastos precisam discutir o que está em excesso e cortá-los. Se, aparentemente, não há o que cortar, estabeleçam metas para a redução de gastos. Alguns, não podem ser cortados, mas certamente há "gordurinhas" nos gastos com supermercados, energia ou água. Imponham limites a cada categoria de gastos e sigam esses limites com precisão. As despesas com as economias não serão grandes, mas a soma delas, podem ajudar a concretizar o plano de recuperação financeira.

Onde economizar? ( OBJETIVO ESPECÍFICO)

Não é difícil encontrar fontes de orientação sobre como gastar menos. Pela internet, jornais e revistas sempre há publicações específicas para finanças familiares. Órgãos de defesa do consumidor também sempre publicam cartilhas contendo esses materiais. Apesar de muitas dicas serem bastante óbvias, como apagar as luzes ao deixar determinado local, poucos as seguem. Eis aqui algumas dicas para economizar no orçamento doméstico :

Telefone: para redução de gastos, é normal as famílias adquirirem planos de uma mesma operadora para obterem descontos ou até mesmo isenções nas ligações entre eles. Parece um bom negócio, e na verdade é, até a realização de uma ligação para outra operadora. Toda a economia feita, é perdida em poucos minutos. Senão bastasse, esses planos são direcionados para falar mais e não para economizar. Nessa situação, o que verdadeiramente é preciso: falar mais ou economizar? Não caia na ilusão! Não comprometa-se e com estes tipos de planos, procure aqueles que apesar de não isentar de ligações tarifadas, também não cobram valores injustos para cada uma delas.

Compras em supermercado: esta é a categoria onde mais se pode economizar e também a que se pode mais gastar. Fique atento! Primeiro. Os supermercados não são bonzinhos para vender produtos bons a preços baixíssimos. Em geral, os produtos apresentam preços proporcionais à qualidade! Quando há exceções, e produtos bons aparecem com preços ótimos, não perca tempo, corra e compre. Mas cuidado! Na tentativa de aproveitar todas as promoções dos supermercados, gasta-se mais combustível se precisar utilizar o veículo para deslocar, além de tornar-se mais vulnerável a comprar produtos que não são realmente necessários. É muito difícil ir até o supermercado para comprar somente o necessário e o promocional, e não levar nenhum chocolatinho. Quanto menos ir ao mercado, mais se economiza!
Todavia as promoções ocorrem geralmente entre os dias 1 e 10 de cada mês e também por volta do dia 20. São as datas de pagamento da maioria dos trabalhadores. Assim, a economia feita em um produto ou outro, pode ser consumida na aquisição de outros bens, que na maioria das vezes apresentam preços maiores nessas datas. Desta forma, se quiser aproveitar as ofertas, aproveite somente as ofertas.
Por outro lado, uma boa opção para compras em supermercados é entre os dias 13 e 18 de cada mês e também entre os dias 25 e 28. São períodos entre pagamentos da maioria dos trabalhadores. Pode ser que haja grandes promoções, mas os preços dos produtos em geral são mais acessíveis. Na verdade, são boas oportunidades para fazer as compras que suprem o mês, pois além dos preços menores, há poucos consumidores nas lojas, o que facilita a escolha e a comparação de produtos e preços.
Há também outro fato a ser analisado. Supermercado não é lugar de criança! A não ser, é claro, que elas mostrem saber comportar-se em lugar de tantas tentações. A técnica de fazer compras com listas vai por água abaixo, se a criança pede algo para os pais, os quais não conseguem convencê-la de que aquele não é o momento para isso! Por conta disso, se o superflúo não tem lugar no orçamento, o melhor há fazer é deixar a criança com alguém.

Liquidações e ofertas maliciosas: o comércio em geral está repleto de armadilhas que o senso comum não é capaz de perceber. Desconfiar de preços muito abaixo da média do mercado, em muitos casos é livrar-se de alimentos próximos da data de vencimento, móveis e objetos danificados, equipamentos ruins ou recondicionados. Existem também freqüentes casos em que preços baixos significam mercadorias roubadas ou falsificadas. Esse tipo de economia pode custar muito caro.
No entanto, é preciso considerar que há produtos bons, baratos e legais ( conforme à lei ) que realmente são verdadeiras promoções. Apesar, de serem ótimos negócios, deve se considerar a real necessidade de adquirí-los naquele momento. Nem sempre as melhores ofertas, são as melhores oportunidades! Considerando uma recuperação financeira, um bom negócio não se traduz em economia, mas sim, independência financeira adiada.

Filhos: é preciso ter em mente que os gastos com os filhos tendem a aumentar ano a ano até sua emancipação. Nos primeiros anos, os gastos se resumem à roupas, alimentação e eventuais despesas com saúde. Posteriormente, surgem outras despesas, como educação e socialização, que são atividades de lazer paralelas à escola.
Os gastos são inevitáveis, mas grande parte deles é motivada mais pelos pais que pelos filhos. O importante é investir nos filhos de forma racional e organizada, princípios que eles também conheçam e entendam. Eis algumas:
_Jamais apresente gulodices do mundo aos filhos: o momento para eles descobrirem e pedirem essas coisas vai chegar. Não se precipite! Despertar o paladar para alimentos e hábitos caros, além de reconhecidos como poucos saudáveis, não é uma boa educação alimentar. É comum pais levarem bebês de colo em lanchonetes, e parabéns aos que fazem isso, mas oferecer-lhes refrigerantes e batatinhas, não é aconselhável. Quando, porém, eles descobrirem essas coisas não os proíba, pois se não consumirem em suas casas, consumirão em casas de amigos e escolas. Entretanto, permita-os que consumam eventualmente nos finais de semana e datas festivas. Alimentação inadequada sem nenhuma regra é um estímulo a um consumismo doentio, desnecessário e caro, fruto do comodismo dos pais.
_Compras não são presentes: como já foi dito anteriormente, se as crianças são difíceis de serem controladas, não leve-as à supermercados, pois estes são lugares de fazer compras e não comprar presentes. Além disso, compras não servem para trazer presentes para casa. Presentes são ganhos em datas festivas; é importante que a criança tenha noção disso, pois aprenderá a escolher melhor os presentes que deseja e valorizá-los muito mais. Se for preciso negociar, que seja um sorvete, e não um brinquedo.
_Não abuse das novidades tecnológicas: dar presentes caros quando a criança não os espera, terá um como único efeito o estímulo da vontade de receber presentes mais caros ainda na próxima oportunidade. Para uma criança de 3 anos de idade, ganhar um carrinho com controle remoto pode ser tão bom quanto ganhar uma bola ou uma bicicleta. Não é nenhum pecado dar ao filho um carrinho de plástico comprado na feira se esse é o presente que o faz feliz.

A Importância de um planejamento financeiro (HIPÓTESE E JUSTIFICATIVA)

Realizar um planejamento financeiro é com certeza muito mais do que um grande passo para sair de uma crise. Muitas pessoas na verdade superam crises financeiras, sem ao menos saber que há estratégias para isso. No entanto, elas geralmente demoram mais para acertar suas contas e se expõe a um maior desgaste emocional. Por conta disso, além do planejamento financeiro resgatar pessoas do abismo, ainda dá suporte para uma vida abundante e ajuda a construir uma situação que garantirá uma aposentadoria completa, ou seja, sem a necessidade de trabalhar depois de aposentado.
Como já foi dito, o mais difícil do planejamento financeiro é o começo. Deixar a acomodação de lado, montar um orçamento, fazer e refazer os cálculos, tudo isso toma tempo, e para muitos, não são atividades interessantes. Logo após, vem uma fase quase tão difícil quanto à primeira: conseguir motivação para continuar o plano. Nessa fase, quando se começa a pagar contas sem receber nada em troca, o problema parece estar apenas começando. Os produtos e serviços adquiridos, os quais ajudaram a aprofundar a crise, muitas vezes já não apresentam o mesmo valor monetário e emocional, ou quando não, remetem as lembranças poucas prazerosas, pois aquelas aquisições que pareciam ser realizações de sonhos, foram na verdade conquistas de muitas dívidas.