Visando esclarecer algumas respostas sobre o porquê dos eleitores, na maioria das vezes, não conseguirem eleger o seu melhor político, este trabalho procura traçar algumas causas que mostram mais de perto a angústia popular da hora do voto; quando o eleitor fica entre a sua realidade: dívidas acumuladas, falta de emprego, etc. E o seu ideal: melhoria na Educação; Saúde; Segurança Pública; emprego, etc. Assim, de Agosto a outubro de 08, mais de 100 eleitores de diversos níveis culturais foram questionados a respeito da função do Prefeito de uma cidade, bem como dos Vereadores; e por que eles estariam votando ou se empenhando na campanha de seu candidato. As respostas vão das mais evidentes – quando observado o nível intelectual do entrevistado – às mais surpreendentes – quando vindas da ótica de um formador de opiniões: o Professor. Não serão citados os nomes dos entrevistados para fazer jus à ética.

Visto que a Política tem sido um dos meios através dos quais é "possível" estabelecer as mudanças de que a sociedade precisa, analisam-se neste trabalho as causas pelas quais pouca ênfase tem sido dada a sua aplicabilidade de maneira coerente pela sociedade de uma forma geral. Através de palestras e questionamentos ao eleitor no período de campanha 2008. Foi traçado um perfil do poder de voto do eleitor a fim de serem propostas melhorias na conduta, não só do eleitor, mas também, das autoridades competentes pelo desempenho de uma política mais justa em todos os contextos da sociedade.

As Eleições de 2008, como todas as outras, deixaram claro mais uma vez a fragilidade na decisão do povo, na hora de eleger o seu candidato. As causas são as mesmas, com apenas algumas alterações no cenário: imagens diversas; fotos: as mais coloridas e diversificadas; alguns até com aparências mais para artistas que para políticos – apesar de fazer parte do currículo – os discursos: sem muita novidade, na maioria dos casos, continuavam apostando na antiga técnica da promessa vazia; sem nada palpável em que, como Tomé, nesse caso, fosse possível acreditar – quem sabe um pré-projeto pelo menos...

O que é surpreendente é que no meio dos "grandes" políticos encontravam-se alguns, até muito bem intencionados, de boa reputação; históricos positivos na comunidade em que moram, que procuraram fazer uma campanha conforme os trâmites eletivos legais: sem compra de votos, ou sem fazer a tão comentada boca de urna no dia das eleições; os quais conseguiram conquistar muitos adeptos aos seus discursos( com certeza jamais o suficiente para serem eleitos) sem muita necessidade dos antigos petiscos e aperitivos, aos quais o povo já, por praxe, encontrava-se acostumado a prestigiar com sua atenção, no período de campanha política.

No olhar futuro do povo era possível ver o já esperado desejo de mudança e conquista dos seus ideais, todavia um pisar de realidade momentânea conseguia frustrar o esperançoso olhar ao porvir: melhoria salarial; condição de uma habitação digna e própria; uma educação de qualidade aos filhos – o que mudaria toda sua história – por isso um olhar pouco apreciado pelos "grandes"; tudo era trocado, muitas vezes, pela eliminação dos débitos acumulado da conta de luz, que esperara quatro anos para que pudesse ter a energia elétrica religada.

É evidente que essa problemática social não será resolvida de um dia para o outro, visto que são muitas as causas pelas quais o povo tenha perdido o seu direito de escolha política. Aos serem questionados durante a palestra sobre seus objetivos naquele ano político, e a importância de alguns subsídios que, muitas vezes, funcionaria como objeto de troca na hora da sua escolha, alguns pontos eram francamente citados. Falarei de alguns para não citar todos:

1.1Alimentação: a feira básica tem sido o avião da cruz vermelha, aterrissando a cada quatro anos em lugares estratégicos – se não um grande vilão, um anjo salvador da fome em curto prazo passageiro.

1.2Habitação: os sacos de cimento conseguem desviar o foco primordial do voto, que seria o êxito futuro – mas quem arriscaria mais quatro anos com aquelas rachaduras sobre sua cabeça?

1.3As receitas médicas: já se tornam até, por parte de alguns eleitores, meios de sobrevivência em período eleitoral – por que não dizer período "eleitoreiro". Mas quem deixaria de comprar seu cigarrinho por causa de uma mentirinha? Afinal, "ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão": nesse período esse jargão é comum.

E ao serem questionados a respeito das causas da escolha dos candidatos da eleição anterior, alguns eleitores surpreenderam com respostas tais como (Algumas selecionadas para não citar todas):

1.Estava sem candidato (Nível educacional: Ensino Fundamental);

2.Votei pela amizade (Professor);

3Fazer meu barraco (Nível educacional: Fundamental incompleto).
   
Sob esses aspectos é possível obter respostas para algumas perguntas, ao observarmos que quem deveria estar formando opiniões concisas, estaria, neste caso, votando pela amizade; ou seja, é necessário rever princípios e conceitos e repensar, cada um, o seu verdadeiro papel na sociedade.

É, não é tão fácil quanto se imagina, pois é uma questão de capacitação em todos os seguimentos da sociedade; envolve sobrevivência humana; é a lei do mais forte e, em razão de o mais forte (O povo), não se encontrar em uma posição privilegiada, há que se submeter aos "poderosos da vez".

O que fazer então para acabar com esse modelo político que já vem há mais de quatrocentos anos atropelando os objetivos populares? Ou é a política isso mesmo? Não. Política é ter liberdade de escolha; de expressão; não deve está vinculada as questões econômicas [Hannah Arendit (1906-1975)]. E é possível esperar num amanhã de filosofias e práticas inovadoras a esse respeito; todavia, alguns pontos devem ser levados em consideração para que se possa pensar num futuro melhor sob a ótica de uma política coerente. Apenas alguns entre os mais importantes:

1.Noção de ciências políticas em sala - de - aula: conforme "RODRIGUES (2003) aconselha seja a Política parte do cotidiano escolar"

2.Rigidez na aquisição das fichas educacionais (18/19): visto que há casos em que pessoas incompetentes, que mal sabem escrever, têm tido facilidade de adquiri-las, burlando as vias legais; só para se candidatarem (é o que se ouvem falar... – onde há fumaça, há fogo – É bom Investigar) – essas coisas rimam, por isso ainda subsistem;

3.Avaliação escrita e entrevista, no ingresso à candidatura política;

4.Pré-Projeto;

5.Nada consta legal – que já existe, porém precisa ser mais bem avaliado.

Desta forma, é preciso levar em consideração que precisamos mudar e, não há outro caminho para a transformação, senão através de uma Educação de qualidade; não uma Educação da conveniência a alguns, mas uma Educação conveniente aos ideais comuns de uma nação; a fim de que o cidadão possa, de fato, exercer com autonomia o único poder que já quase não lhe resta mais, o de atuar e até de alterar as decisões sobre o seu povo através do voto.