Quem não se comunica se trumbica já dizia Chacrinha, o velho guerreiro. E, vivendo em plena Era da Informação, comunicar virou questão de vida ou morte. Bom, como o que desejamos é vida para todos os nossos negócios, hoje vamos falar de uma parte da comunicação que literalmente dá muito que falar.

Dia desses conversando com um colega, elogiei a brilhante campanha que estava circulando na mídia, da empresa na qual ele trabalha. Ele fez uma cara de “ué” e me perguntou: "Mas qual campanha??".

Fiquei com isso martelando na cabeça. Afinal, não é o primeiro colega que converso que, quando não trabalha diretamente com a estratégia do negócio, não faz a menor idéia do que está sendo feito da marca, dos produtos, dos serviços da empresa junto ao mercado.

Não que as decisões estratégicas devam ser compartilhadas em todos os níveis... Mas o que vejo são muitas empresas deixando de lado a manutenção de um canal extremamente útil para sustentar suas ações junto ao mercado, alinhando e dando mais corpo a todo discurso marketeiro.

Conquistar clientes evangelizadores, aqueles aliados que vão defender as cores de nossa empresa junto aos seus amigos é bacana e faz muito bem pra saúde de qualquer empresa. Mas que tal pensarmos a respeito da conquista de funcionários evangelizadores?

E pra obter funcionários evangelizadores, não precisa aumentar o salário. Precisa sim aumentar a atenção dispensada a ele, compartilhando informação. Por exemplo, quando a gente envolve o funcionário com as campanhas que circulam lá pra fora, a primeira coisa que acontece é o sentimento de valorização e respeito, por fazer parte de algo "importante". E adoramos fazer parte de algo! Nunca me esqueci da época em que trabalhava no Banco Real e iam mudar a assinatura de "O banco da sua vida" para "Fazendo mais que o possível". Era uma mudança muito importante, vinha de uma determinação de lá da Holanda, coisa grande. O pessoal do marketing chamou os funcionários de todas as áreas, em grupos e apresentou em primeira mão os vídeos que iriam para TV, explicou o plano de mídia, contou o que se esperava com tudo aquilo, abriu para perguntas... Pronto! Quando eu via a propaganda circulando, explicava pra quem estivesse por perto qual era o conceito, porque a mudança era tão importante pro banco e por aí vai. Como eu, muitos fizeram o mesmo: saímos por aí evangelizando.

E não posso deixar de falar do funcionário que tem contato com o cliente. O maior pecado é este pessoal da linha de frente saber, através do cliente, os passos da empresa no mercado. Fica aquela sensação de marido traído, do último a saber... E o cliente, quando nota aquele nosso sorriso amarelo, fica com a nítida sensação de estar tratando com uma empresa de fundo de quintal. Já vi empresas que chegam ao absurdo de pedir para o cliente enviar um fax com a campanha da qual o cliente tem dúvidas ou mesmo beiram à loucura de pedirem para o cliente encaminhar de volta pra empresa o e-mail marketing que a mesma empresa enviou, para que o pessoal do atendimento possa comprovar que o que o cliente está dizendo é o que a própria empresa está dizendo que fará. Ufa! O funcionário fica frustrado, passa uma vergonha danada. Isso abala a auto-estima e a motivação. E o cliente que anda cada dia mais arisco, muda rapidinho de empresa. E cadê o cara de marketing que não contou nada pra ninguém?

Comunicação parece simples e de fato é. Mas quando ela não existe, complica tudo. Conversar com este ser chamado funcionário e fazê-lo sentir-se parte da estratégia do negócio é tão fascinante quanto conversar com o mercado. E quando ele sabe o que acontece, engrossa nossa voz ao falar pro mundo lá fora.

Chacrinha estava certo... Alôôôôôô, Teresinhaaaaa!