É hora de aprender a envelhecer.

O processo educativo no Brasil tem avançado etapas significativas. Sem apelar ao anacronismo, terminou o tempo em que ser letrado era coisa para poucos. A universalização ao acesso de aprendizagem se tornou e torna cada vez mais, meta dos governantes e entendida como um dever do Estado.  Nesta atividade da educação, o ser humano, em  eterna  busca,  multiplica exigências que a meu ver, devem passar pelo debate coletivo.  Contribuindo, lanço ao mesmo, este tema, pouco visibilizado, no campo da educação.

 A que nível está a saúde da população idosa brasileira? Em linguagem simples e direta, entre outras, algumas perguntas nos balizarão na reflexão.  Estamos sendo educados para garantir saúde em nossas diferentes etapas da vida? É justo jogar para a margem da sociedade as pessoas que se aproximam da velhice, vendo-as como alguém improdutivo a dar despesas econômica? É justo continuar convictos de que nascemos, crescemos , envelhecemos para adoecer e morrer? Que direito tem a sociedade organizada de criar necessidades que visam consumo e lucro, sem considerar os malefícios indiretos nos diferentes estágios da vida, advindos de sua produção? O apego aos prazeres da vida sem considerar suas conseqüências e futura dependência, devem ser cobrados do consumir (cidadão) ou do Estado? As ineficiências de alguns órgãos reguladores, indiretamente responsáveis com o agravamento de doenças e vida indigna, devem ser cobrados de quem? É claro, outras perguntas você leitor mesmo poderá fazer.

Pois não olhando o envelhecimento apenas sob o enfoque estético, que na atualidade endeusa a aparência “lisa” e descarta  o “enrugamento”, urge mobilizar a população para a discussão do tema, também prevendo o futuro, quando a natureza privar o ser vivo de algumas habilidades. Precisamos discutir a legislação e a cultura popular, para que a mesma viabilize a participação digna da população idoso. Precisamos discutir  e possibilitar o acesso da velhice a Centros de Atenção ao Idoso, a saúde preventiva, a atividades físicas e recreativas, a Centros de Convivência Prazerosos, a atividades culturais e religiosas, ao acesso de aposentadorias justas e sustentáveis, a residencias maduras, a mobilidade e participação integral na sociedade...

Conforme dito acima, as questões levantadas por este ensaio, visam o debate do tema. Esta tarefa cabe também ao campo educacional. Planos pedagógicos, ações educativas, projetos de aprendizagem... devem, por direito e dever abordá-lo.  É hora de aprender a envelhecer.