Drogas na adolescência
Publicado em 02 de dezembro de 2011 por Tammy Miguez
DROGAS NA ADOLESCÊNCIA
Egle Sateles Mendonça
Luciana dos Santos Batista Vale
Luísa Oliveira Figueiredo
Tammy dos Santos Cruz Miguez
INTRODUÇÃO
A utilização de drogas constitui-se em um fenômeno historicamente antigo na evolução humana e representa um grave problema de saúde pública, resultando em várias conseqüências pessoais e sociais ao futuro dos adolescentes e de toda sociedade (MARQUES; CRUZ, 2000).
Demanda atenção especial tendo-se em vista que, na maioria das vezes é na adolescência ou juventude que ocorre o primeiro contato com as drogas e o estabelecimento de um padrão de uso problemático. “Nessa fase, o indivíduo passa por bruscas mudanças biológicas, psíquicas e de inserção social, sendo uma etapa de grande vulnerabilidade no desenvolvimento humano”. (CALDEIRA, 1999).
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso de drogas é considerado um problema de saúde publica, pois cerca de 10% das populações dos centros urbanos fazem uso das mesmas. Este fato tem implicações sociais, psicológicas, econômicas e políticas, visto estar associados à criminalidade e práticas anti-sociais, acidentes de transito, além de ser considerado responsável por maior parte de todas as mortes no mundo, sendo que cerca de 25% dos casos de AIDS estão ligados diretamente ao uso de drogas injetáveis. (FRELLO et al, 2006).
O presente estudo refere-se acerca do uso de drogas na adolescência, seus impactos no âmbito familiar, o papel da família e do profissional de saúde no processo de tratamento do adolescente.
Ressaltamos aqui a importância dos enfermeiros como agentes-chave no processo de transformação social, participando no desenho e na implantação de programas e projetos de promoção de saúde, prevenção do uso e abuso de álcool e outras drogas e interação social (GONÇALVES, 2007).
REFERENCIAL TEÓRICO
De acordo com Gonçalves, droga é toda substância que, ao ser introduzida, inalada, ingerida ou injetada, provoca alterações no funcionamento do organismo, modificando suas funções. Há um grupo de drogas que possui a capacidade de atuar no psiquismo, as denominadas psicotrópicas, que provocam alterações do humor, percepção, sensações de prazer e euforia, alívio, medo, dor etc.(Gonçalves, 1998).
A maioria das drogas para as quais as pessoas jovens se voltam induz alterações na percepção, desencadeando uma sensação de bem-estar ou uma sensação de solidão. Assim o individuo pode experimentar uma droga apenas uma vez, e consumir de modo ocasional ou pode transformá-la em parte integrante de um estilo de vida centrado nas drogas. (WHALEY e WONG, 1999).
Segundo WHALEY e WONG (1999) as drogas causam para algumas pessoas um pleno estado de consciência alterada “sonhadora” e uma infinita sensação de poder, excitação, exacerbação da percepção ou confiança, embora outras procurem experiências alucinatórias visuais e sensação sexual.
De acordo com o Ministério da Saúde (2007), o uso e o abuso de álcool e outras drogas são as principais causas de situações de vulnerabilidade na adolescência, a exemplo onde ocorre o maior índice de acidentes, suicídios, violência, gravidez não planejada e a transmissão de doenças por via sexual e endovenosa, nos casos das drogas injetáveis.
O consumo de álcool em excesso pelo adolescente traz várias conseqüências graves para sua saúde, podendo ser observando que esta droga que são socialmente aceitas, é a principal porta de entrada para o consumo e o vício em outras drogas, afirmada, ilícitas. Porém, estudos demonstram que o consumo de álcool entre adolescentes acontece, em média, aos 11 anos de idade, e que o primeiro contato ocorre na presença da família, o que traz responsabilidades para este, como a orientação e educação para a saúde de seus filhos. (CARVALHO, 2006).
Em relação a comportamentos sexuais de risco, no que se refere ao uso de preservativos, parece que quanto maior o número de substâncias psicoativas consumidas, menor a freqüência de uso deste.
O consumo de álcool entre adolescentes é, naturalmente, um tema controverso em meio à social. Ao mesmo tempo em que a lei brasileira impõe como proibida a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos, o número se torna cada vez mais crescente entre a prática do consumo de álcool pelos jovens - seja no domicílio, em festividades, ou mesmo em ambientes públicos. (CASTRO, 2002).
Pechansky e Scivoletto (2004) discorrem que o uso de álcool por adolescentes está associado também a outros comportamentos de risco, como o dirigir alcoolizado, o envolvimento em brigas e situações violentas.
O uso e o abuso de álcool e outras drogas constituem as principais causas desencadeadoras de situações de vulnerabilidade na adolescência, a exemplo dos acidentes, suicídios, violência, gravidez não planejada e a transmissão de doenças por via sexual e endovenosa, nos casos das drogas injetáveis (BRASIL, 2007).
REFERÊNCIAS
MARQUES, A.C.P.R; CRUZ, M.S. O adolescente e o uso de drogas. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 22, n. supl 2, , p. 32-35, 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-4446200000060 0009&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 17 setembro 2010.
Castro MG, Abramovay M. Drogas nas escolas. São Paulo (SP): UNESCO-DST/AIDS-MS-CNPQ; 2002. Disponível em: http://www.eean.ufrj.br/revista_enf/20083/artigo%2022.pdf. Acesso em 17 setembro 2010.
Gonçalves EC. Alguns conceitos referentes à toxicomania. In: Bucher
R. As drogas e a vida: uma abordagem psicossocial. São Paulo (SP):
EPU, 1998. Disponível em: http://www.eean.ufrj.br/revista_enf/20083/artigo%2022.pdf .Acesso em : 15 setembro 2010.
Ministério da Saúde (BR) Secretaria de Atenção à Saúde. Área de Saúde do Adolescente e do Jovem. Marco legal: saúde, um direito de adolescentes. 1ªed. Brasília (DF); 2007.
WHALEY e WONG. Enfermagem Pediatrica. 5ª Ed.Ed GUANABARA. P 458 á 459.
CALDEIRA, Z F. Drogas, indivíduo e família: um estudo de relações singulares. 1999. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 1999.
Pechansky F, Szobot CM, Scivoletto S. Uso de álcool entre adolescentes: conceitos, características epidemiológicas e fatores etiopatogênicos. Revista Brasileira de Psiquiatria. 2004;26(Supl 1):Sl14-7.
Gonçalves SSPM, Tavares CMM. Atuação do enfermeiro na atenção ao usuário de álcool e outras drogas nos serviços extra-hospitalares. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2007 dez; 11(4): 586-92.
ZEFERINO, M.T, SANTOS, V.E.P, RADÜNZ, V, CARRARO, T.E.; FRELLO, A.T. Enfermeiros e uso abusivo de drogas: comprometendo o cuidado de si e do outro. Revista de enfermagem. UERJ v.14 n.4 Rio de Janeiro, dez. 2006.