DROGAS NA ADOLESCÊNCIA

 

Egle Sateles Mendonça

Luciana dos Santos Batista Vale

Luísa Oliveira Figueiredo

Tammy dos Santos Cruz Miguez

 

INTRODUÇÃO

 

A utilização de drogas constitui-se em um fenômeno historicamente antigo na evolução humana e representa um grave problema de saúde pública, resultando em várias conseqüências pessoais e sociais ao futuro dos adolescentes e de toda sociedade (MARQUES; CRUZ, 2000).

Demanda atenção especial tendo-se em vista que, na maioria das vezes é na adolescência ou juventude que ocorre o primeiro contato com as drogas e o estabelecimento de um padrão de uso problemático. “Nessa fase, o indivíduo passa por bruscas mudanças biológicas, psíquicas e de inserção social, sendo uma etapa de grande vulnerabilidade no desenvolvimento humano”. (CALDEIRA, 1999).

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso de drogas é considerado um problema de saúde publica, pois cerca de 10% das populações dos centros urbanos fazem uso das mesmas. Este fato tem implicações sociais, psicológicas, econômicas e políticas, visto estar associados à criminalidade e práticas anti-sociais, acidentes de transito, além de ser considerado responsável por maior parte de todas as mortes no mundo, sendo que cerca de 25% dos casos de AIDS estão ligados diretamente ao uso de drogas injetáveis. (FRELLO et al, 2006).

O presente estudo refere-se acerca do uso de drogas na adolescência, seus impactos no âmbito familiar, o papel da família e do profissional de saúde no processo de tratamento do adolescente.

Ressaltamos aqui a importância dos enfermeiros como agentes-chave no processo de transformação social, participando no desenho e na implantação de programas e projetos de promoção de saúde, prevenção do uso e abuso de álcool e outras drogas e interação social (GONÇALVES, 2007).

 

REFERENCIAL TEÓRICO

            De acordo com Gonçalves, droga é toda substância que, ao ser introduzida, inalada, ingerida ou injetada, provoca alterações no funcionamento do organismo, modificando suas funções. Há um grupo de drogas que possui a capacidade de atuar no psiquismo, as denominadas psicotrópicas, que provocam alterações do humor, percepção, sensações de prazer e euforia, alívio, medo, dor etc.(Gonçalves, 1998).

            A maioria das drogas para as quais as pessoas jovens se voltam induz alterações na percepção, desencadeando uma sensação de bem-estar ou uma sensação de solidão.  Assim o individuo pode experimentar uma droga apenas uma vez, e consumir de modo ocasional ou pode transformá-la em parte integrante de um estilo de vida centrado nas drogas. (WHALEY e WONG, 1999).

Segundo WHALEY e WONG (1999) as drogas causam para algumas pessoas um pleno estado de consciência alterada “sonhadora” e uma infinita sensação de poder, excitação, exacerbação da percepção ou confiança, embora outras procurem experiências alucinatórias visuais e sensação sexual.

De acordo com o Ministério da Saúde (2007), o uso e o abuso de álcool e outras drogas são as principais causas de situações de vulnerabilidade na adolescência, a exemplo onde ocorre o maior índice de acidentes, suicídios, violência, gravidez não planejada e a transmissão de doenças por via sexual e endovenosa, nos casos das drogas injetáveis.

O consumo de álcool em excesso pelo adolescente traz várias conseqüências graves para sua saúde, podendo ser observando que esta droga que são socialmente aceitas, é a principal porta de entrada para o consumo e o vício em outras drogas, afirmada, ilícitas. Porém, estudos demonstram que o consumo de álcool entre adolescentes acontece, em média, aos 11 anos de idade, e que o primeiro contato ocorre na presença da família, o que traz responsabilidades para este, como a orientação e educação para a saúde de seus filhos. (CARVALHO, 2006).

Em relação a comportamentos sexuais de risco, no que se refere ao uso de preservativos, parece que quanto maior o número de substâncias psicoativas consumidas, menor a freqüência de uso deste.

O consumo de álcool entre adolescentes é, naturalmente, um tema controverso em meio à social. Ao mesmo tempo em que a lei brasileira impõe como proibida a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos, o número se torna cada vez mais crescente entre a prática do consumo de álcool pelos jovens - seja no domicílio, em festividades, ou mesmo em ambientes públicos. (CASTRO, 2002).

Pechansky e Scivoletto (2004) discorrem que o uso de álcool por adolescentes está associado também a outros comportamentos de risco, como o dirigir alcoolizado, o envolvimento em brigas e situações violentas.

O uso e o abuso de álcool e outras drogas constituem as principais causas desencadeadoras de situações de vulnerabilidade na adolescência, a exemplo dos acidentes, suicídios, violência, gravidez não planejada e a transmissão de doenças por via sexual e endovenosa, nos casos das drogas injetáveis (BRASIL, 2007).

 

 

REFERÊNCIAS

 

MARQUES, A.C.P.R; CRUZ, M.S. O adolescente e o uso de drogas. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 22, n. supl 2, , p. 32-35, 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-4446200000060 0009&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 17 setembro 2010.

 

Castro MG, Abramovay M. Drogas nas escolas. São Paulo (SP): UNESCO-DST/AIDS-MS-CNPQ; 2002. Disponível em: http://www.eean.ufrj.br/revista_enf/20083/artigo%2022.pdf. Acesso em 17 setembro 2010.

 

Gonçalves EC. Alguns conceitos referentes à toxicomania. In: Bucher

R. As drogas e a vida: uma abordagem psicossocial. São Paulo (SP):

EPU, 1998. Disponível em: http://www.eean.ufrj.br/revista_enf/20083/artigo%2022.pdf .Acesso em : 15 setembro 2010.

 

Ministério da Saúde (BR) Secretaria de Atenção à Saúde. Área de Saúde do Adolescente e do Jovem. Marco legal: saúde, um direito de adolescentes. 1ªed. Brasília (DF); 2007.

 

 

WHALEY e WONG. Enfermagem Pediatrica. 5ª Ed.Ed GUANABARA. P 458 á 459.

 

CALDEIRA, Z F. Drogas, indivíduo e família: um estudo de relações singulares. 1999. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 1999.

 

Pechansky F, Szobot CM, Scivoletto S. Uso de álcool entre adolescentes: conceitos, características epidemiológicas e fatores etiopatogênicos. Revista Brasileira de Psiquiatria. 2004;26(Supl 1):Sl14-7.

 

Gonçalves SSPM, Tavares CMM. Atuação do enfermeiro na atenção ao usuário de álcool e outras drogas nos serviços extra-hospitalares. Escola Anna Nery Revista de  Enfermagem 2007 dez; 11(4): 586-92.

 


ZEFERINO, M.T, SANTOS, V.E.P, RADÜNZ, V, CARRARO, T.E.; FRELLO, A.T. Enfermeiros e uso abusivo de drogas: comprometendo o cuidado de si e do outro. Revista de enfermagem. UERJ v.14 n.4 Rio de Janeiro, dez. 2006.