Por Amanda Vasconcellos[1]             Brasília 5 de fevereiro de 2016

NOTA INTRODUTÓRIA

Os TEXTOS DRAMÁTICOS de Airton Rodrigues[2], isto é, aqueles em que evidenciou aspectos sui generis dos Ambientes Relacionais Virtuais, excetuada a peça de teatro: As Lavadeiras(2000); escrita de adminículo com os atores: Helio Sales Jr e André Garcia, bacharéis em Artes Cênicas na Universidade de Brasília (UnB) em 2003, que trata de uma comédia composta de 30 atos e seis personagens, e abrange uma sátira político-social ao regionalismo nordestino brasileiro. Costuma-se ordená-los, virtualmente, em duas trilogias: a primeira contendo as três consagradas dialéticas entre as pseudo-irmãs-personagens: Amanda Vasconcellos, Francine Vasconcellos e Karinne Vasconcellos, sendo controvertida a autoria única de Airton Rodrigues , citando-se as atrizes: Themis Lobato e Moema Umman, também bacharéis da UnB, devido à cessão de logins e senhas de acesso, às mesmas, por Airton. A segunda salienta os reinados de Polainna Vasconcellos, Úrsula Vasconcellos e Bárbara Vasconcellos, a qual reinicia um ciclo ordenado em letras iniciais de nomes com o alfabeto brasileiro, em uma progressão aritmética de razão seis. As duas outras personagens, postas no ínterim do vasto afresco-vivencial-cibernético, foram lançadas, a primeira: Verônica Vasconcellos, mais ou menos entre as duas trilogias, e a segunda: o vulto: Allan Vasconcellos, tido como o “bendito fruto entre as mulheres”, já no fim da carreira on-line de Airton.

Embora, de acordo com a cronologia experimental dos espectros das personagens, a primeira trilogia devesse ter sido escrita após a segunda, o fato é que seu autor foi registrando a sintaxe das suas protagonistas à medida que o interesse do público e elementos ambientais do momento o estimulavam a fazê-lo. Essa atenção ou curiosidade do espectador pelos acontecimentos anfêmeros da notável Família Vasconcellos tinha sido suscitada pelos próprios “amigos internautas” de Airton Rodrigues. Era uma maneira de manter vivo o eu-lírico feminino e a publicidade pífia dos seus sublimes textos. Airton fugiu à moda e pôs-se a servir ao público aquilo que mais era de seu gosto. Foi precisamente com seus textos fundamentados no Teatro do Absurdo de Martin Eslin, onde a retratação fora da realidade comum de temas e fatos inesperados do cotidiano da Família Vasconcellos, que o autor iniciou sua carreira melodramática na escrita.

Carapina teatral que vai sensivelmente se aprimorando e o recreativo da parada passa a dar lugar ao zelo dos caracteres e culturas Kafkinianas. É verdade que o aparato vivencial, acadêmico e familiar pesa, por vezes, demasiadamente embaraçando a livre movimentação e cansando o leitor. Mas sempre que se desenvencilha de tal entrave, a energia do descobridor genial marca profundamente a atmosfera existencial e a linguagem do personagem. É certo, para os amantes de tal família, como Rosalia Olivieri e Rafael Parente, que o autor conseguiu alforriar-se dessas peias literárias, para realçar o conflito entre o real e o virtual e revivificar absurdamente o personagem. Não que falsificasse propriamente a história da vida real.

Desse vasto mural das comunidades e ambientes virtuais, que são os textos de Airton, destacam-se, entre outras, pela sua veemência e pelo seu colorido, as figuras: da francesa (e poetisa favorita) Sylvia Gouveia e do irlandês Samuel Beckett, o qual, em 1953, escreveu a peça teatral: Esperando Godot, que constitui a grande inspiração da vasta galeria dos tipos vasconcellianos e a primeira figurinha, em 2009, tornou-se noiva do autor. 
O gênio de Airton gravara na imaginação e na insanidade empática de seus e espectadores, en passant pelo mundo pitoresco e fortemente colorido da taverna cibernética decadente. E das Vasconcellos se deduz uma série de ensinamentos que ele viabilizava a seu público: a necessidade da ordem, a hediondez da subversão contra a autoridade constituída em salas de “bate-papo” e a importância de uma família soberana forte e positiva. 

Devotando-se na excêntrica e bizarra manipulação das intrigas e, mais do que tudo, no estudo cibernético dos caracteres, pôde ele, mais tarde, dar vida, alegria, tristeza, eternidade e morte às grandes figuras acaçapadas da sociedade brasileira atual, torturadas pelas paixões, pela inveja e pelos remorsos, que passam, provocadoras de horror e dignas de condolências, pelas cenas de suas grandes tragédias e pseudo felicidades.

REFERÊNCIAS

https://www.facebook.com/amanda.vasconcellos.31508/posts/492527200945362

Nota Introdutória do Livro: “Celulose”, de Airton Rodrigues (ainda em processo de síntese).



[1] Pseudo perfil (eu lírico feminino) criado por Airton Rodrigues para dialética em redes sociais cibernéticas.

[2] Airton Rodrigues Pereira: Pedagogo – UnB: Universidade de Brasília