COMPETÊNCIAS E PRÁTICAS DOCENTES NO ENSINO DE NÍVEL SUPERIOR EM ENFERMAGEM: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA


Alan Carvalho Leandro¹


Resumo
A temática sobre a docência universitária apresenta-se em um momento importante na transformação do ensino de Enfermagem com as atuais mudanças curriculares e pedagógicas. Este trabalho objetivou refletir sobre as competências e práticas docentes do enfermeiro professor aliado a sua formação para atender as novas demandas educacionais da sociedade. Trata-se de um estudo bibliográfico. A análise da literatura permite afirmar que para os enfermeiros docentes formarem um enfermeiro apto a atuar em todas dimensões do cuidado , como promoção de saúde da população como um todo é necessária a devida competência prática e teórica no desenvolvimento do futuro profissional. Neste contexto, a prática reflexiva é apontada como referencial para o desenvolvimento da formação docente.

Palavras-Chaves: Competências, práticas de ensino , docência , Enfermagem.










¹ Enfermeiro e Tecnólogo em Radiologia. Especialista em Saúde Pública pela UFPI , enfermeiro assistencial no Pronto-Socorro do Anil em São Luís – MA , enfermeiro assistencial no Hospital e Pronto-Socorro de Timon – MA , professor de curso técnico em Enfermagem em Teresina – PI e pós-graduando em Docência Superior pela FAP – PI . e-mail: [email protected].



INTRODUÇÃO



A Enfermagem vem,como prática científica,incorporando elementos da educação. Dessa forma o profissional se configura perante a sociedade como um educador em saúde, seja em comunidades ou escolas, assumindo o status de professor, pois, para isso é necessário ter percepção da prática pedagógica que exercita no cotidiano da sala de aula ou na comunidade.
O processo de profissionalização da Enfermagem na atividade docente vem adquirindo um aprofundamento de novas discussões,a cerca das novas práticas que o profissional enfermeiro deve executar na área educacional que pode ser visto sob duas óticas. A primeira relacionada às práticas de educação continuada, em que consiste na atualização de saberes e práticas, tanto em âmbito hospitalar quanto junto à comunidade em que atua e por último na formação profissional de enfermeiros em diversas instituições de ensino superior no Brasil( privadas ou públicas).
No entanto, para a formação destes profissionais, é necessário que o enfermeiro devido às exigências profissionais, torna-se docente, considerando uma nova dimensão pedagógica no processo de formação. Pois dentro deste processo, observa-se seu desenvolvimento pessoal e profissional.Diante disso, para a construção de uma identidade profissional do enfermeiro enquanto agente social relevante, ele deve contribuir para a emancipação profissional e consolidação de sua profissão, que deve ser autônoma na produção de saberes e valores. Pois, de acordo com Bonfim(2003), que defende a criação da licenciatura na área da Enfermagem, habilitando para o exercício do magistério de nível superior nas discussões pedagógicas que poderiam gerar alianças do saber técnico-científico com as realidades sociais vigentes dentro da prática diária na Enfermagem.
Parte-se do primeiro pressuposto de que a formação do enfermeiro não possui instrumentos didáticos básicos á prática docente e analisando a formação pedagógica de quem ensina na área de Enfermagem. Nosso segundo pressuposto é de que se deve considerar as condições históricas e materiais em que estão inseridas as práticas de formação e os atores nela envolvidos para a formação didática do professor de Enfermagem.
Nossas hipóteses seguem a linha teórica de Perrota(2004), em que o docente enfermeiro que se pretende formar como profissional deve associar uma visão crítica e global da sociedade às competências específicas de sua área de docência no campo da Enfermagem.Essas exigências contextualizam-se na perspectiva do atendimento integral e de qualidade; escolhendo e desenvolvendo formas objetivas de atuação, com responsabilidade e ética, no âmbito das práticas educativas e assistenciais em saúde; e, finalmente que rompe, no espaço escolar, com a divisão do trabalho intelectual e manual, promovendo acesso às dimensões culturais e científicas de modo a evitar a separação entre os que pensam e os que fazem.
A prática pedagógica deve permitir ao docente a transmissão de saberes e práticas científicamente fundamentadas para demonstrar a competência necessária na arte de ensinar. Conforme, Madeira(2006), o fenômeno educacional,neste âmbito, visto e compreendido numa dimensão ampla é definida como a ação do conjunto de processos de formação e de aprendizagem socialmente elaborados e destinados a instruir os membros da sociedade a que se pretende atuar.
O processo de competência do enfermeiro docente, dentro de suas atividades, geralmente é associado à concepção de Ferreira(2001), que a palavra competentia é definida como a qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa, capacidade, habilidade e aptidão. Com isso, Pinhel(2007) afirma, que o entendimento de competência geralmente é associado a sucesso, à autoridade que o indivíduo tem sobre determinado assunto e ainda ao seu status pessoal ou na sociedade em que está inserido. A partir do momento que o enfermeiro docente desenvolve suas competências na educação profissional de nível técnico na área da Saúde, deve definir sua concepção pedagógica quanto ao tratamento dos conteúdos por temas; a teoria como reflexão sobre e para a prática; o respeito a prática e aos conhecimentos adquiridos; uma abordagem crítica e contextualizada dos assuntos tratados, além de buscar estimular o desenvolvimento do aluno para a aprendizagem continuada.
A prática docente é fator determinante nas ações do futuro profissional da Enfermagem, pois influenciará de maneira positiva ou negativas nas ações políticas, éticas e técnicas destes profissionais, pois para Cassi(2004), a formação do enfermeiro requer preparo teórico-prático, clínico e epidemiológico, o que exige campos de atividades práticas, bibliotecas equipadas e renovação da postura pedagógica dos docentes.
O enfermeiro, em seu processo de formação, possui uma proposta curricular que não contempla disciplinas específicas do magistério, sendo um fator complicador na formação desse profissional como educador. Apenas alcançando o grau de docência na maioria das instituições de ensino superior, mediante o grau de mestrado ou doutorado. Às vezes não acompanhada da competência necessária para transmitir ao aluno um determinado tipo de conhecimento.
A partir desta abordagem teórica devemos observar que é necessário preparar profissionais com capacidade crítica e reflexiva para influenciar as decisões políticas e compreender melhor a condição humana. Pois, a formação de enfermeiros em cursos de graduação deve atender as novas especificações do século XXI.

2. REVISÃO DE LITERATURA

PRESSUPOSTOS TEÓRICOS NORTEADORES DA CONSTRUÇÃO DE COMPETÊNCIAS
A seguir são descritos alguns pressupostos e ideiais que norteam a pedagogia das competências, sempre voltados aos princípios construtivistas que apontam caminhos para a construção do saber.

DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS

A discussão sobre o conceito de competências vem sendo definida desde a década de oitenta quando houve grande transformações no ensino , principalmente na mudança de seus paradigmas. Com isso , Perrenoud (2000) , afirma que ,

(...)Competência é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos
Cognitivos (saberes, capacidades, informações e etc) para solucionar
Com pertinência e eficácia uma série de situações(...)
.
Com isso, o estabelecimento das competências devem ser vinculados ao pressuposto prático na atividade de ensino, que passa a ser fator fundamental no processo de aprendizagem do aluno. O professor estabelece suas competências no decorrer de suas atividades , aliando a prática com a teoria.
O significado da educação enquanto processo social extrapola a educação formal, considerada como educação escolar em todos os níveis, pois necessita de sistemamtização para instrumentalizar indivíduos capazes de gerar e realizar mudanças necessárias. Pois Ito (2006) afirma que,

(...)O ensino de Enfermagem está inserido no atual momento
Educacional brasileiro em que as oportunidades para construção
Do conhecimento, devem somar-se à consciência crítica do aluno
Considerando todos os aspectos do ensino, tanto formal quanto o
Aprendizado adquirido e construído no contexto do indivíduo,pesquisa
Ou extensão da aprendizagem(...)

Com isso , o processo de formação destes profssionais deve ser intimamente ligada ao compromisso de fazer com que o discente assimile conteúdos de vital importância dentro de suas atividades acadêmicas ou profissionais em um futuro próximo.
O ensino de Enfermagem no país passou por várias fases de desenvolvimento ao longo dos anos, tendo como reflexo de cada mudança o contexto histórico da Enfermagem e da sociedade brasileira, refletindo na mudança do perfil do enfermeiro em decorrência de transformações no quadro político-econômico e social e da educação no Brasil. Principalmente com o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) como política de saúde pública.
Ito ( 2006) expõe,
(...) que houve a necessidade de mudanças no ensino de Enfermagem
De acordo com as exigências encontradas em cada época, pois essas
Mudanças são necessárias para a construção de um ensino e preparação
De profissionais engajados com a realidade(...)

O campo de formação de professores ao final deste século, revolucionou várias vertentes a cerca deste profissional. Tendo em vista , o reforço de sua prática reflexiva, conhecimentos e competências. Alves(2007),afirma que a dimensão técnica na constituição de um profissional compreende um contexto social amplo e compromissado com mudança social em direção a uma sociedade mais justa.
Diante disto, segundo Vasconcellos(2007), existem dois elementos da condição humana que comumente o homem não dá conta: o processo de inacabamento e a liberdade. Observa-se que dentro desta ótica o homem como um sujeito que nasce sem saber falar, andar , escutar ou ver direito tem sérias limitações , mas ao longo do tempo com as suas capacidades cognitivas, sensitivas ou motoras desenvolvidas o homem passa a apreender e organizar melhor as suas competências.
O processo de formação da competência é definido conforme Vasconcellos(2007),
A competência, enquanto capacidade de mobilizar recursos para desenvolver atividades, está vinculada á propria formação humana. Justamente por ser uma questão relevante, de tempos em tempos surgem disputas a cerca de sua compreensão.

Dentro do processo de formação de competências docentes, o profissional deve se destacar mobilizando tanto os seus aspectos práticos , teóricos e curricular para um maior aprofundamento em sua habilidade didático-pedagógico. Esse processo de formação do professor deve ser realizada em conjunto, pois sem a teoria alinhada a prática não há conssonância com o ensino e a aprendizagem do discente.
A competência profissional, conforme Oliveira e Encarnação(2005) ela é regida por um conjunto de habilidades e atitudes que capacitam um profissional a executar suas funções de forma satisfatória, tomando por base critérios avaliativos de uma dada época ou cultura.
Este tipo de competência está cada vez mais sendo exigida pelo mercado, devido a grande concorrência observada no atual século, pois de acordo com Hanashiro e Nassif (2006), esta visão é particularmente requerida em países da América Latina porque os profissionais deste continente precisam contar com um avanço rápido na aprendizagem de novos conhecimentos para melhorar sua capacidade competitiva.
Dentro deste processo de desenvolvimento de competências segundo Hanashiro e Nassif(2006), que é necessário julgar os seguintes fatores: apoio institucional; habilidade interpessoal; capacidade didático-pedagógico; abertura à inovação; contribuição para o desenvolvimento dos alunos; titulação; uso diferenciado de métodos de avaliação; auto-aprendizado; visão global e capacidade de construção de modelos conceituais; afabilidade e recursos técnicos.
Analisando sob esta ótica, não se pode esquecer que as competências profissionais também são construídas ao longo da trajetória da vida profissional do trabalhador aliada às experiências e o contexto social, econômico e político em que vive. O que põe em questão, por exemplo, os cursos de formação na área de saúde, sobretudo a Enfermagem , cuja preocupação seria ajustar o processo formador dos egressos das instituições de ensino superior para se adequarem a uma nova realidade.
As competências desenvolvidas dentro do processo de ensino-aprendizagem refletem diretamente na qualidade dos cursos superiores de Enfermagem e na própria qualidade dos profissionais em si, pois é possível analisar o aluno na prática o que ele realmente aprendeu. Isto é observado quando há interação teórico-prático de disciplinas , envolvendo diretamente questões como, simulações de primeiros socorros ,seminários , debates , dentre outros.
As Universidades dentro do atual contexto na formação dos acadêmicos de Enfermagem, as competências não devem ser desprezadas, pois não há preocupação por parte destas instituições formar competências, apesar de preferir na formação do saber erudito e teórico.
Conforme Gomes e Casagrande (2002),

(...) A necessidade atual, que se apresenta em relação ao ensino superior,
é a formação de profissionais flexíveis e críticos,aptos para a inserção em
diferentes setores profissionais e para a participação no desenvolvimento
da sociedade brasileira(...).


De maneira análoga às outras profissões o corpo docente dos cursos de Enfermagem é constituído apenas por profissionais de Enfermagem,levados posteriormente, à condição de docentes quando enfrentam situações e realidades pedagógicas, sem que tenham tido quaisquer orientação no desenvolvimento de suas competências na atividade docente. Muitos desses profissionais iniciam a carreira do ensino por falta de vagas no mercado de trabalho que abrange tanto a nível hospitalar quanto às ações de saúde pública.
Segundo Pinhel & Kurcgant (2007),

(...) Os saberes docentes e as competências se articulam de acordo com o
desenvolvimento pessoal e profissional, sendo relevante que esses docentes
apreendam o conceito de competências em sua maior amplitude, com vistas
à melhoria da formação das gerações seguintes de profissionais(...).

Dentro do exercício da docência superior é exigido do professor algumas qualificações, valorizando principalmente as de caráter acadêmico, pesquisas e titulações, em detrimento das qualificações pedagógicas e interpessoais.Assim , no contexto de ampla discussão a cerca da formação do professor universitário deve-se observar as condições pelas quais esse profissional ingressa na vida acadêmica.
Esse contexto revela que as Universidades tem dificultado a entrada no mercado de trabalho jovens graduados ,às vezes dotados de grande referencial teórico, em detrimento de outros profissionais que apresentam muitas titulações mas sem a devida competência pedagógica necessária.
Vasconcelos & Amorim(2004), afirma que

(...) A ausência de formação pedagógica deste professor universitário
vem delegar um peso enorme a esses profissionais frente às interfaces
do”que ensinar” “como ensinar” e “a quem ensinar” aos quais ao transitarem
ao amadorismo profissional e a profissionalização, confrontam com várias
dificuldades que não são previsíveis e passíveis ao exercício da prática
docente(...)

Frente a essas dificuldades, os professores que às vezes adentrarm o ambiente universitário se confirma com o fato de não haver tido quaisquer contato , que seja de forma efêmera, com disciplinas das Ciências Humanas e Sociais. Geralmente relegadas em segundo plano , como se fossem disciplinas “ tampão” para complemento de carga horária.
Outro aspecto importante que cumpre observar é que a realidade universitária é formada a partir da elaboração e transmissão de conteúdos para os futuros profissionais que nem sempre condiz com os campos de trabalho oferecidos pelo mercado de trabalho . Brasil& Mucci (1996) revela que,

(...) As escolas, orientadas por filosofia própria, buscam formar um profissional
Por ela concebida como ideal, com um corpo de conhecimentos científicos,
De habilidades técnicas e atitudes desvinculadas,muitas vezes, das situações
Que ele encontrará nos locais de trabalho(...).

Outro aspecto a ser tratado é que o ensino brasileiro está passando por uma profunda crise, assim como no ensino de Enfermagem que vem sendo criticada nos últimos anos; a insatisfação por parte de professores e alunos é notória, com isso deve-se observar o conteúdo abordado e as práticas de ensino. Atualmente, o docente não tem somente a prática de ensino como atividade além de atividades práticas exercidas em Hospitais , Postos de Saúde ou clínicas.
A sobrecarga diária do professor dos cursos de graduação de Enfermagem traz prejuízos ao processo ensino-aprendizagem do discente, já que a falta de parâmetros adequados para se instaurar um ensino de qualidade acaba por formar profissionais despreparados para assumir competências inerentes a sua prática profissional.
Os docentes em Enfermagem têm diante da sociedade a responsabilidade de formar profissionais críticos, analíticos e com competência para prestar uma assistência de qualidade. Para isso, o processo de atualização deve ser constante para um aprendizado mais concreto.
Na formação do profissional de Enfermagem o ensino teórico tem íntima relação com a prática, revelando assim, uma completa dicotomia na abordagem comportamental do enfermeiro para o planejamento e execução dos cuidados em saúde.
Com isso, o processo de formação desses novos profissionais dependerá de como o docente atua dentro de sua perspectiva metodológica, tendo em vista a complexidade na formação do comportamento crítico do discente.Pois, conforme, Chirelli & Mishima (2003),
(...)Não se trata, portanto, somente da ampliação da criatividade
Da relação do aluno com o conhecimento, enquanto dimensão
Crítica do saber. A questão está centrada em para que e para
Quem será utlizada essa capacidade crítica e de construção
Do conhecimento, sendo que essa capacidade pode e deve
Ser posta a serviço dos interesses maiores da sociedade(...)

Com isso, dentro do processo das práticas docentes o enfermeiro , alem do saber teórico ele vem embutido o saber da experiência que conforme Zibetti & Sousa(2007), é o conjunto de saber atualizado adquiridos e requeridos no âmbito da prática da profissão docente e que não provêm de instituições formadoras ou dos currículos.
Assim,as experiências problematizadoras no ensino da Enfermagem promovem mudanças importantes nas propostas e nas relações pedagógicas. Pois, com essa nova conformação, segundo Brasil ( 2003), a atuação do professor pode provocar discussões, o confronto e a cooperação entre os saberes do conhecimento e os da experiência que estimulem ações de aprendizado frente ao discente.
Em detrimento disto, é observado que dentre as inúmeras profissões que atuam nas universidades, a Enfermagem tem dissociação entre teoria e a prática. Ou seja, o enfermeiro ou se dedica à atividade docente ou a prática assistencial. Pois de certa forma as demais profissões encaram a docência como complemento e não como fonte de renda , que por vezes o docente em Enfermagem é melhor remunerado do que na atividade hospitalar.
A partir do momento em que o enfermeiro adota uma nova postura no processo de ensino-aprendizagem, verifica-se mudanças significativas no aprendizado do aluno. Isto aliado as relações interdisciplinares com outras áreas do conhecimento Assim, conforme Madeira & Lima (2007), o que implica na saída de um sistema cartesiano reforçando a possibilidade de desenvolvimento de uma nova prática educativa em Enfermagem.
O modelo educacional em Enfermagem deve buscar uma reorientação para além da aquisição de conhecimentos e habilidades técnicas, pois é necessário desenvolver habilidades sociais, ação crítica e ética para que possam impulsionar o rompimento dos atuais paradigmas.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na prática docente de Enfermagem, percebemos a necessidade de mudanças, porque o modelo reproduzido em algumas escolas não permite ao aluno ser um cidadão ativo na sociedade. Por isso, o pensamento crítico deve ser incentivado na prática e no ensino de Enfermagem como condição indispensável a formação do profissional enfermeiro. Tal competência se faz necessária para que haja o comprometimento deste profissional com a sua clientela, na tentativa de melhorar a qualidade de saúde da população que deverá ser sempre seu objetivo maior.
Entre as alternativas para a prática docente nos cursos de graduação em Enfermagem e que estejam alinhadas às políticas públicas de saúde , deve-se repensar as práticas, reformulando projetos pedagógicos nas linhas pedagógicas e da postura docente, para estabelecer uma relação horizontal e menos autoritária que possa dar possibilidades de desenvolvimento discente.
Portanto , não será possível formar enfermeiros críticos , reflexivos, e político se a prática docente não seguir esses mesmos princípios. As transformações no ensino de enfermagem serão observadas quando os enfermeiros mudarem a sua visão sobre o processo ensino-aprendizagem e propiciarem um ensino que auxilie o aluno a desenvolver suas competências cognitivas, mas o ensino ainda carece de avanços por meio de abordagens emancipatórias que valorizem os conhecimentos científicos articulados com o contexto social.







ABSTRACT

The theme of the university teaching comes in an important moment in the transformation of nursing education changing with the current curriculum and pedagogy. This study aimed to reflect on the competencies and practices of nurse teachers teacher combined with his training to meet the new educational demands of society. This is a bibliographical study. A review of the literature show that for nurses form a nurse teachers able to work in all dimensions of care, and promotion of health of the population as a whole and necessary due to practical and theoretical competence in the development of future work. In this context, reflective practice and indicated as reference for the development of teacher training.

Key-words: competence, teaching practice, teaching, nursing.






















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