GRACIELLE ROCHA RODA

DIVERSIDADE PARA EDUCAR

Vivendo na Diversidade

Artigo apresentado ao Curso de Pedagogia da UNOPAR – Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas de Sociedade e Diversidade no Contexto Educacional; Processo Educativo no Contexto Histórico Filosófico; Comunicação e linguagem; Seminário 1. Profs.: OkçanaBattini, Bernadete Strang, Fábio luiz da Silva, Lilian Salete A.M. Lima e Marcia Bastos.

Tutora eletrônica: Anamariabasoli da Silva.

Tutora de sala: Rosicléia Marques

 

 Alto Araguaia

2013

 

INTRODUÇÃO

Por muito tempo a pedagogia focou o processo de ensino no professor, supondo que, como decorrência, estaria valorizando o conhecimento. O ensino, então ganhou autonomia em relação à aprendizagem, criou seus próprios métodos e o processo de aprendizagem ficou religado a segundo plano. Hoje sabe se que é necessário resinificar a unidade entre aprendizagem e ensino, uma vez que, em ultima instancia sem aprendizagem o ensino não se realiza.                                                                                                                                               

 Um dos objetivos da educação é que os alunos aprendam a assumir a palavra enunciada e a conviver em grupo de maneira produtiva e cooperativa.  A escola desta forma deve possibilitar formas de emancipação ampliando campo de percepção para que se fortaleça o processo de formação dos diversos níveis de realidade, levando o estudante a pensar e refletir sobre as origens das diversas descriminações presentes na sociedade.

A diversidade diz respeito às relações estabelecidas entre os grupos humanose por isso mesmo abrange valores que regulam essas relações, nos tempos e espaços da escola, sociedade e na família que habitam possibilidades de colaboração para transformação social.

 Este trabalho cujo tema é diversidade para educar trata-se de assuntos relacionados à diversidade cultural e diversidade racial e discriminação, tendo como objetivo a importância da escola para a formação do individuo e para a sociedade em geral, e sua função social como instrumento de desenvolvimento humano.

DIVERSIDADE NO PROCESSO EDUCACIONAL

 

Entendemos que a igualdade é inventada quando se constrói um jeito de caminhar e se impõe a todas as pessoas da sociedade ou a todos os presentes do sistema educacional. Passa-se então a viver e alimentar uma ilusão: o caminho igual para todos. E mais, a falácia torna-se uma determinação, os que não percorrem esse caminho são incapazes de aprender. Daí a exclusão, tem alunos que consegue e tem aluno que não consegue aprender. Especialmente quando se refere à inclusão das diversidades, somos desafiados a construir caminhos acessíveis, rompendo barreiras já existentes na sociedade.

  1. Diversidade: A educação escolar deve considerar a diversidade dos alunos como elemento essencial a ser tratado para a melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem. Atender necessidades singulares de determinados alunos é estar atento à diversidade: são atribuições do professor considerar especificidade do indivíduo, analisar suas possiblidades de aprendizagem e avaliar a eficácia das medidas adotadas. A atenção à diversidade deve-se concretizar em medidas que levem em conta não só as capacidades intelectuais e os conhecimentos de que o aluno dispõe, mas também seus interesses e motivações. Esse conjunto constitui a capacidade geral do aluno para aprendizagem em um determinado momento. A escola ao considerar a diversidade, tem como valor máximo o respeito às diferenças não o elogio à desigualdade. As diferenças não são obstáculos para o cumprimento da ação educativa, podem e devem, portanto, ser fator de enriquecimento. A atenção à diversidade é um princípio comprometido com a equidade, ou seja, com o direito de todos os alunos realizarem as aprendizagens fundamentais para seu desenvolvimento e socialização.
  1. Diversidade Cultural: Todos nascem e já fazem parte de uma cultura que é a forma de organização social de um grupo, com valores, crenças e costumes específicos. O que somos como seres humanos é o resultado da interação dialeticamente estabelecida entre os processos intrapessoais e interpessoais que se constituem e se transformam numa determinada cultura. Pode-se perceber diferenças nos costumes das pessoas e como eles podem causar estranhamento. Em alguns casos, achamos divertido essas diferenças, mas em outros, podemos reagir até com preconceito. A diversidade cultural presente no nosso dia-a-dia convida-nos a conviver com diferenças em todas as ordens, exigindo de todos e cada um a tolerância e o respeito ao diferente. Mas não é fácil conviver e respeitar a diversidade humana.Diversidade cultural tem como função unir todas as diferenças culturais em uma única, bem como a forma que se organizam e suas concepções religiosas e morais, utilizando a linguagem, as danças, a maneira de se vestir e suas tradições, o termo diz respeito à variedade de ideias. Caracterizando os diferentes elementos da convivência e de determinados assuntos, referindo se também a crenças e a padrões de tempo e espaço, de diferentes ângulos de visões e abordagem, a diversidade cultural é indicada para pessoas que são ligadas ao conceito de pluralidade, e podem encontrar uma comunhãona tolerância mutua.Na figura a seguir podemos perceber nos dias de hoje que a diversidade cultural é o caminho que abrange boa parte das pessoas, dando a todos o direito de expressão, proporcionando as muitas sociedades que surgiram separadas e sentindo diferenças culturais o direito de se expressarem através de suas culturas, essas diferenças culturais que existem entre os povos, também faz com que existam variações na forma de como as sociedades se organizam, e a maneira que interagem no seu ambiente mudando suas concepções, lembrando que se olharmos para o passado, percebe-se que a sociedade obteve um grande progresso, mas que não se chegou ainda ao ideal de acolher o diferente, de alcançar os objetivos e superar barreiras imposta pela própria sociedade.

Importante dizer que a diversidade cultural preserva a sobrevivência.

 

 

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  1. Preconceito Racial e Discriminação:Ao compreender que as diferenças são construções culturais e rígidas historicamente nos relacionamentos dos indivíduos entre si e dos grupos sociais, que, ao serem construídas, vão estabelecendo os regulamentos que regem essas relações, cabe ao educador e à educadora compreender como os diferentes povos, ao longo da história, classificaram a si mesmos e aos outros, como certas classificações foram hierarquizadas no contexto do racismo e como este fenômeno interfere na construção da autoestima e impede a construção de uma escola democrática. (Gomes.2003, p 77).

Assim, conhecer como as relações raciais são discutidas na escola significa conhecer o trabalho que ela desenvolve com o objetivo de construir a educação para uma sociedade mais democrática sem preconceitos, racismos e máscaras.Para isso é possível aproveitar-se:

Das situações flagrantes de discriminação no espaço escolar e na sala de aula como momento pedagógico privilegiado para se discutir a diversidade e conscientizar seus alunos sobre a importância e a riqueza que ela traz à nossa cultura e à nossa identidade nacional, (Munanga,2005 p 15). O nosso País é rico em diversidade cultural, como mostra a figura abaixo.

 

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O Brasil, por apresentar uma grande dimensão territorial, possui uma vasta diversidade cultural. Os colonizadores europeus, a população indígena e os escravos africanos foram os primeiros responsáveis pela disseminação cultural no Brasil. Em seguida, os imigrantes italianos, japoneses, alemães, árabes, entre outros, contribuíram para a diversidade cultural do Brasil. Aspectos como a culinária, danças, religião, são elementos que integram a cultura de um povo.

 

A escola da forma como se encontra organizada, reflexo do modelo de organização social, está permeada por uma complexa relação entre os sujeitos e grupos étnicos e sociais que lhe dão forma e visibilidade.Se a escola reflete o modelo de sociedade em que se encontra inserida, refletem também as múltiplas práticas sociais, culturais e econômicas que determinam as relações sociais e as desigualdades a que os grupos denominados diferentes estão submetidos, considerando os conflitos, os silêncios, as contradições sociais dos sujeitos que tecem as teias de relacionamentos presentes no seu cotidiano.

A escola não pode ser responsabilizada sozinha pela solução de todos os problemas, mas, como um espaço de construção de significados, é um espaço, sim, privilegiado para a discussão e ressignificação desses significados, pois, como vimos, a escola reflete a organização social e deve contribuir para que seu reflexo na organização social seja o de desconstruir significados responsáveis pela inferiorizarão do outro. [...] Precisamos desde o inicio envolver a criança, adolescente, o jovem, oferecendo-lhe condições para que eles amadureçam conscientes de sua identidade e sabem questionar e reivindicar seus direitos de cidadãos brasileiros, em que todos devem ser iguais perante a lei independente da cor da pele. [...] o papel da escola assume grandes proporções na tentativa de solução dessa problemática, torna-se premente no processo de desconstrução da discriminação e do preconceito, por meio de praticas pedagógicas que representem a superação dessa situação, pois o espaço escolar não pode desvincular-se da realidade, precisa ter junto da sociedade, um profundo comprometimento das causas sociais e principalmente reconhecer a diversidade como fonte de enriquecimento das relações sociais, por tanto é fundamental par ao crescimento da sociedade. As relações do preconceito com o fenômeno social, no entanto, o coloca na esfera dos fenômenos psicológico porque ele considera que o preconceito está baseado de julgamento de pessoas sobre outras pessoas, ou seja, encontra-se da esfera de consciência do individuo, pois, ninguém é obrigado a gostar de alguém, mas é obrigado a respeitar os seus direitos.

O preconceituoso nem sempre fere os direitos, de fato, do outro, mesmo que não alimente grandes simpatias por esse outro. O preconceito é, portanto, uma opinião preestabelecida, que é imposta pelo meio, época e educação. Ele regula as relações de uma pessoa com a sociedade.Apesar do preconceituoso nem sempre ferir os direitos do outro, isso não quer dizer que tal tipo de sentimento não possa vir a se tornar prejudicial, pois, o preconceito é o primeiro passo para uma atitude discriminatória e discriminar significa separar, distinguir, estabelecer diferenças.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que: O termo diversidade diz respeito à variedade e convivência de ideais, características ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto, diz respeito a uma variedade de práticas conscientes que reconhecem e aceitam a diferença. A diversidade cultural são diferenças culturais que existem entre o ser humano, a escola deve entender a diversidade cultural (diferentes origens, classes sociais, valores) não como algo que deve ser atenuado, fazendo com que todos pareçam iguais quando não são, mas como algo enriquecedor para um currículo autónomo, e por isso com objetivos específicos, mostrando as diferenças, valorizando-as, fazendo do espaço escola um lugar para o exercício de uma educação mais feliz para todos, onde valores e culturas coabitem respeitando-se e entendendo-se.A educação escolar deve ajudar professor e alunos a compreenderem que a diferença entre pessoas, povos e nações é saudável e enriquecedora; que é preciso valorizá-las para garantir a democracia que, entre outros, significa respeito pelas pessoas e nações tais como são com suas características próprias e individualizadas; que buscar soluções e fazê-las vigorar é uma questão de direitos humanos e cidadania. Nos tempos e espaços da escola habitam possibilidades de colaborarmos para a transformação social: é tarefa nossa fugir da miséria, do descaso e do abandono e atuarmos na busca de crescimento, respeito e aceitação. É tarefa nossa assumir como condição educativa a inclusão da diversidade, como a sabedoria de articular saberes da ciência e das experiências oriundas das maneiras distintas de percepção e discriminação do real que são diferentes e singulares em cada ser humano.  Portanto, a escola é o lugar onde a criança e o adolescente aprende a pensar, onde é formado o caráter, e onde é acrescentado algo a consciência do aluno sobre vida, sociedade, ética e interação. A cada dia os alunos tem acesso a uma gama de informações, que passam a associar mais e mais a sua capacidade intelectual, por outro lado, apesar dessa quantidade enorme de informações, eles têm cada vez mais uma menor capacidade de reflexão, pois temos também a carência de uma formação ética, de valores, e de homens capazes de pensar e examinar os valores maiores de suas vidas. O termo diversidade diz respeito à variedade e convivência de idéias, características ou elementos diferentes entre si, em determ

REFERENCIAS

LOPES, Vera Neusa. Racismo, Preconceito e Discriminação. In:

LOPES, Vera Neusa. Racismo, Preconceito e Discriminação. In: MUNANGA, Kabengele (org.). Superando o racismo na escola. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Fundamental, 2001

SANTOS, Isabel Aparecida. A responsabilidade da escola na eliminação do preconceito racial: alguns caminhos.  In: CAVALLEIRO, Eliane (org.) Racismo e anti-racismo na educação – repensando nossa escola. São Paulo: Summus, 2001.

racismo na escola. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Funamental, 2001

NilmaGOMES, Nilma Lino. Educação e diversidade cultural: refletindo sobre as diferenças presentes na escola. 1999. Artigo publicado no site: www.mulheresnegras.org/nilma Acessado em: 28/08/2008.  Lino. Educação e diversidade cultural: refletindo sobre as diferenças presentes na escola. BEAUCLAIR, João. Ensinar é acreditar. Coleção ensinates do presente volume I. editora WAK, Rio de Janeiro, 2008