RESUMO

Este estudo focaliza a interferência dos distúrbios articulatório na aprendizagem da leitura e da escrita, a partir de estudo de caso realizado com crianças de primeira série. Distúrbios articulatório são alterações que afetam os padrões de pronúncia ou de produção dos sons da língua. Consiste na má articulação das palavras, omitindo, acrescentando, trocando ou ainda distorcendo os fonemas. A metodologia utilizada foi a descritiva exploratória de caráter qualitativo. Dois eixos teóricos guiam a pesquisa: a teoria sócio-interacionista de Vygotsky e Piaget, que abordam o desenvolvimento intelectual e lingüístico das crianças e diversas discussões sobre o desenvolvimento da fala e sua influência na aprendizagem da leitura e da escrita em crianças a partir de estudos como os de Maisonny e Launay, Berberian, Casanova, dentre outros.
Palavras-chave: Distúrbios articulatórios, aprendizagem da leitura e escrita, distúrbios de aprendizagem.

1 INTRODUÇÃO

As dificuldades do aprendizado escolar vêm sendo estudadas desde a década de 30 no exato momento em que foi percebido o fato de crianças inteligentes não conseguirem aprender a ler e a escrever. Antes dessa época, aquelas que não logravam êxito com a alfabetização eram tidas como incompetentes para cursar o estudo acadêmico e eram tachadas de preguiçosas ou com “pouca inteligência”. (OLIVEIRA, 2010, p. 81). Muitas dessas dificuldades correspondiam a distúrbios articulatórios os quais podem ser definidos como às alterações que afetam os padrões de pronúncia ou de produção dos sons da língua, e que estão ligados, principalmente, às fases de programação e/ou execução neuromotora.

A partir do histórico acima apresentado, defini-se como objeto de trabalho distúrbios articulatório versus aprendizagem da leitura e da escrita. Daí então convergiu a pesquisa conforme o seguinte problema: até que ponto os distúrbios articulatório existentes nas crianças podem afetar o seu desenvolvimento linguístico? Com o objetivo de compreender a respeito da interferência de tais distúrbios no processo de aprendizagem da leitura e da escrita, questiona-se se a intervenção do professor pode propiciar condições necessárias para o aprimoramento no desempenho escolar da criança e consequentemente permitirá o desenvolvimento de sua oralidade; se a criança com distúrbio articulatório em contato com um fonoaudiólogo pode obter estímulo para o desenvolvimento do seu aprendizado; e por fim, até que ponto os distúrbios articulatório existentes em crianças podem afetar o desenvolvimento da aprendizagem da leitura e da escrita.
Crianças portadoras de distúrbios articulatório podem ser seriamente comprometidas tanto emocionalmente, quanto no aprendizado da leitura e da escrita. Muitas vezes a aprendizagem é prejudicada por causa da baixa auto-estima, provocada pelo distúrbio, o que nos remete a uma relação de interdependência entre a auto-estima e a aprendizagem. Contudo, se a criança tiver ajuda de um professor que compreende o que com ela se passa e se um profissional habilitado lhe acompanha, é certo que sua oralidade será bem desenvolvida e as questões emocionais ligadas a tais fatores serão sanadas.
Dois eixos teóricos guiam a pesquisa: a teoria sócio-interacionista de Lev Vygotsky e Piaget que desenvolveram estudos que abordam o desenvolvimento intelectual e lingüístico da criança e diversas discussões sobre o desenvolvimento da fala e sua influência na aprendizagem da leitura e da escrita através de estudos como os de Maisonny e Launay, Berberian, Casanova, dentre outros.