Discutindo Educação

Enquanto educadores discutem as dificuldades vivenciadas durante as aulas, eu me lembro de do que vivi quando ainda menina comecei a lecionar: nos dias que estava mais agitada era inevitável como a turma percebia e se agitava também. Impressionante como os alunos tem antenas e captam as coisas. Eles sabem quando o professor está inseguro. Percebem quando a aula não foi programada e acreditem, criticam com frequência àqueles que os deixa a vontade, sem limites ou regras. E alteram ao se sentir ofendidos, questionam procurando prolongar os prazos de entregas dos trabalhos para o máximo possível...

Os alunos são sim uma versão de nós professores. Acredito que quem escolhe esta profissão sabe boa parte das estratégias utilizadas por alunos porque em algum momento da vida fez uso dela. Neste momento a percepção de que somos muito parecidos acontece. Os alunos podem ser comparados a nossa versão do ontem. Os barulhos, os argumentos, a zombaria. O tênis Al Star e os Jeans.

  Acredito que para mudar a educação precisamos mudar a nós professores. E esta transformação pode acontecer sempre, no decorrer dos dias, nas dificuldades, nos momentos que precisamos nos vencer e nos superar. Na prática, há muitas ameaças, o diz que vai fazer, tirar o recreio por muito tempo,  as falas que no íntimo não são possíveis de acontecer e pouca prática que atenda aos objetivos de alcançar a disciplina autônoma. A verdade é que esta  uma dificuldade humana e que exige uma perspectiva de mudança ..Eis a metáfora da ostra, que a partir da dor provocada pelo grão de areia consegue elaborar a mais bela pérola...

Transformar nosso grão de areia é transformar nossas atitudes nas pequenas ações pautadas na ética, na coerência. Chega um momento oportuno de advertir um aluno com firmeza amorosa da serena energia da razão que simplesmente não entra na onda da alteração vocal ou do bate boca, mas faz no cumprimento de sua própria palavra.  Sem muitas palavras explicativas, mas apenas as necessárias. E diante da classe fica o respeito pelo outro, para o outro e com o outro. Se nossas atitudes foram pautadas nestes princípios, boa parte de nossas dificuldades serão transformadas em bons resultados educacionais e, portanto pérolas para vida.