Discussões Abinzantinas
Publicado em 22 de setembro de 2008 por Félix Maier
Félix Maier
Hoje, discute-se até nos botecos do cuspe grosso as funções que deveria ter a
Abin, a Agência Brasileira de Inteligência. O que se observa, no entanto, é que
tudo não passa de discussões "abinzantinas".
Por que são discussões bizantinas? Porque os palpiteiros querem tolher o
essencial que todo serviço secreto de respeito faz no mundo todo: escutas e
gravações. O serviço secreto de um país deve direcionar suas atividades em
benefício do Estado democrático, não de políticos fofoqueiros, como ocorre
sistematicamente no Brasil. Não sejamos hipócritas, nem debilóides: para
defender bem o País, a Abin não precisa somente de maletas de escuta e grampos,
tão criticados ultimamente, mas de toda a tecnologia moderna à disposição dos
agentes secretos dos países mais avançados, como centrais de telecomunicações
móveis (em furgões), gravadores de conversa em ambientes, filmadoras e máquinas
fotográficas digitais com visão noturna operadas à distância, programas de
computador para decifrar e-mails e muitas gazuas. Sim, também a gazua velha de
guerra para abrir todo tipo de fechadura. E tudo o mais que James Bond utiliza.
Essa parafernália, obviamente, deve ficar à disposição do Estado brasileiro,
repito, não nas mãos dos petralhas.
Querer impedir que o serviço secreto faça escutas é o mesmo que pedir que o
Exército não compre mais armas e que o padre reze a missa sem vinho. Será que
os palpiteiros irão exigir também que os agentes da Abin usem bonés com a
inscrição "Serviço Secreto Brasileiro"? E crachás com foto e número
de identidade?
Em meados de 2001, ocorreu ruidoso bafafá quando documentos secretos do
Exército apreendidos em Marabá foram publicados indevidamente na Folha de S.
Paulo devido à ação criminosa de alguns procuradores. Na ocasião, o
ministro do STF Marco Aurélio Mello mostrou-se "perplexo" quando
soube que o Exército fazia acompanhamento do MST, grupo que é considerado pelo
governo petista e grande parte da mídia como "movimento social",
porém é visto pelos militares da Escola de Inteligência Militar do Exército
(EsIMEx) como "força adversa". Depois do narcotráfico, existe por
acaso algo mais adverso no Brasil do que o MST, que atenta diariamente contra a
democracia brasileira, ao pregar abertamente a instalação do comunismo no
Brasil, nos moldes dos antigos kolkhozes soviéticos, as fazendas
coletivas de triste memória, que só trouxeram fome, perseguição e milhões de
mortos na Rússia?
Em 2003, já no governo Lula, discutiu-se a criação de uma "nova
Abin". Para implantar a "espionagem participativa", foram
chamadas todas as representações da "sociedade civil", ou seja, todos
os petistas e suas agremiações satélites, como a CUT, o MST, o PCdoB, a UNE,
além dos bispos da CNBdoB e de alguns capitães de indústria da Fiesp. Não deu em nada. Ou melhor, deu em
alguma coisa: o general Jorge Armando Félix, Chefe do Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência da República, veio a público dizer que a
"espionagem participativa" não faria acompanhamento dos movimentos
sociais. Ou seja, a festa de invasões de terras iria continuar com o total
apoio do governo Lula.
Neste ano de 2008, o sexto glorioso Annus Lulae, a Abin volta a ser tema
acalorado de debates. O problema desta vez começou depois que a revista Veja
publicou uma conversa telefônica havida entre o presidente do STF, Gilmar
Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM), além de citar outros políticos que
também foram grampeados, a exemplo do presidente do Senado, Garibaldi Alves.
Essa discussão bizantina levará mais alguns dias, o tempo suficiente para que a
imprensa se esqueça da Operação Sathiagraha, a que prendeu o banqueiro Daniel
Dantas, dono do Banco Opportunity e antigo sócio da Brasil Telecom. De
concreto, após aquela Operação, as únicas providências feitas até agora pelo
governo Lula foram afastar o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz e
limitar o uso de algemas nos meliantes de colarinho branco. Segundo alguns
analistas, se Dantas abrisse o bico, "abalaria a República". Abalaria
nada, pois Lula está coberto de teflon, nada gruda nele, é inimputável como o
são os índios, os bebês e os loucos, e, a cada denúncia que pesa contra o governo
petista, mais ele sobe nas pesquisas.
Não é na Abin que está o problema, mas na pessoa do presidente da República.
Desde a criação da malfadada Nova República, movimentos que estão a um passo do
terrorismo, como o MST, são considerados legítimos pelos governos de esquerda.
Assim, tanto FHC, quanto Lula, não apenas se omitiram em refrear a subversão no
campo como, pelo contrário, incentivaram a bandidagem, ao conceder vultosa
verba aos cangaceiros vermelhos, via Incra. FHC deu de presente um Paraná
inteiro ao MST, ao custo aproximado de R$ 25 bilhões. Mais de 90% desses
acampados vivem da preguiça e de passeatas, e são salvos da fome pelo
Bolsa-Esmola. O insumo agrícola adquirido por esses desqualificados não são
grãos de milho, feijão ou soja, e adubo, mas pano vermelho, muito pano
vermelho, para confecção de camisas, bandeiras e bonés. Lula continua jogando
dinheiro fora e não se cansa de posar para fotos com o boné do cangaço em pleno Palácio do
Planalto. Assim, se a Abin não pode monitorar as ações terroristas do MST,
assessoradas pelos narcoterroristas das FARC, como já foi denunciado pelos
jornais, para que ela existe?
Não custa lembrar que o próprio Lula é sócio das FARC, na medida em que é
membro do Foro de São Paulo. Conclui-se que o único modelo de serviço secreto
desejado pelos petistas é uma polícia política nos moldes da KGB, com a
proposição de que toda a população brasileira seja alcagüete, controlada pelos
Amigos do Presidente Lula, nos moldes dos CDRs cubanos.
Desta forma, a única Abin possível de ressurgir depois de mais uma rodada de
palpites e palpitações, é a PTPol ou Interpol do PT a que se referiu o então
senador Esperidião Amin durante a "CPI dos Anões", do Congresso
Nacional. Na ocasião, Amin observou que a confecção de inúmeros dossiês de
adversários políticos só poderiam ter sido feitos com a ajuda da alcagüetagem
petista instalada em todas as repartições públicas. Tudo sob o comando do
cubano-brasileiro José "Daniel" Dirceu, antigo integrante do
Movimento de Libertação Popular (Molipo), criado sob inspiração de Manuel
Piñeiro, o "Barbaroxa", chefe do Serviço Secreto Cubano. Vale lembrar
que José Dirceu tem cursos de Informação e Contra-Informação efetuados em Cuba.
Para conhecer a filosofia petista, ouçamos o professor de
economia Ricardo Bergamini, de Florianópolis: "Sou filho de comunista,
tendo aprendido na prática como a coisa funciona: Aos amigos do grupo, tudo:
calar sobre qualquer desvio de conduta de seus membros; arrumar emprego público
(federal, estadual ou municipal) para os aliados em dificuldades; procurar
desvios de conduta em seus adversários, divulgando e propagando aos quatros
ventos, mesmo que seja uma denúncia falsa; bloquear de forma velada entrada de
pessoas contrárias aos seus pensamentos nas organizações públicas (atualmente
90% dominados por seus membros), principalmente universidades".
Se vamos continuar vivendo dos serviços da arapongagem do PTPol, que serve
apenas para desqualificar adversários e criar dossiês contra políticos da
oposição, como o recente dossiê anti-FHC (ou Dossiê Dilma "Estela"
Rousseff), sem que os responsáveis vão parar na cadeia, manter a existência da
Abin para quê?