Introdução

Os fatos históricos são compostos por um montante de elementos que o construíram, sendo, as estruturas econômicas, políticas, sociais e religiosas. Cada elemento dentro de sua função, determina causas e atitudes que se representarão na construção do fato histórico.
Dentro do processo de construção e crise da Primeira República no Brasil, foram diversos os aspectos que contribuíram para tal feito; como se refere Boris Fausto (2007) “Os vários grupos que disputavam o poder tinham interesses diversos e divergiam em suas concepções de como organizar a República”.
Com esse pensamento, a estrutura de construção de cada grupo prevalecia o seu interesse, sendo fatores responsáveis pelos fatos que vão se defrontar dentro da crise dos anos vinte, isto é, o movimento de interesses e necessidade de cada grupo se apresenta causando as crises internas no Brasil, mas não esquecendo as influências externas, no caso o que está acontecendo no mundo no período da década de vinte.
Para melhor esclarecer, três autores se apresentam com olhares diferentes para melhor elucidar as causas da “crise das oligarquias”, Luiz Roberto Lopez (2003), dando ênfase para questões militares, transformações de um ‘poder civil’ regido por uma ordem conservadora, tornando-se, o poder mutável.
Sônia Regina Mendonça (1990), em “A Crise dos Anos 20” percebe em seu olhar, uma crise sócio-econômica e política que perpassa como elemento funcional no processo de crise no Brasil, onde os vários setores da sociedade se manifestam em busca de soluções e perspectivas futuras.
A outra autora é Sandra Pesavento (1994), em “A Sociedade se Agita”, tem o seu olhar direcionado para uma desestruturação do capitalismo brasileiro, percebe que repercute dentro do quadro social, político e econômico, pois o capitalismo brasileiro devido a sua nova necessidade e posição das oligarquias cafeeiras buscam manter no poder.
Com esses autores e seus olhares ao processo de crise dos anos vinte, vou tentar mesclar as informações e rever alguns itens relevantes na composição da crise que a solou a década de vinte na República velha.

A Crise das Oligarquias

Com o retorno aos quartéis os militares jacobinos e florianistas, determinaram uma nova perspectiva de transformação que o Brasil sofreria, a partir de 1910, com eleições onde os militares se apresentaram unidos as oligarquias dos Estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, onde seu representante Hermes da Fonseca propôs uma plataforma de governo conservador, em busca de um equilíbrio orçamentário, manter a Constituição e autonomia estadual.
Rui Barbosa representava os setores progressistas urbanos, trouxe em sua proposta a implantação da federação controlada, mês não ganhando a eleição, manifestou o descontentamento dos setores ligados à burguesia emergente das cidades.
A tentativa de Hermes da Fonseca com a intervenção militar, não deu frutos econômicos, pelo contrário, ficou localizada e não teve grandes repercussões no meio político, pois não afetou a estrutura vigente; mas foi um movimento que marcou sua presença dentro do processo de mudança que estava se estabelecendo no Brasil.
Segundo Lopez:

[...], na década de 1910, que a sociedade brasileira logo entraria num período de mudanças esteve diretamente relacionado com a conjuntura mundial: entre 1914 e 1918, a Europa viveu os anos dramáticos da I Guerra é isto favoreceu a industrialização no país e gerou a ampliação das camadas operárias urbanas (LOPEZ, 2003, p. 49).

As mudanças se manifestam a partir da I Guerra, pois agitou todo o mundo, e no Brasil não foi diferente, movimentou um desenvolvimento industrial e um crescimento de trabalhadores, e consequentemente mudanças na estrutura social, pois ativou um aumento de salários.
Com a industrialização se desenvolvendo dentro do Brasil, e tendo ainda um único produto de exportação, as safras de café aumentaram e causaram um endividamento para os estados que faziam empréstimos estrangeiros para manter o preço do café dentro do Brasil, visto que, a produção ultrapassava o mercado consumidor.
Dentro dessa perspectiva, Pesavento destaca:

A superprodução cafeeira tendeu a aumentar cada vez mais, amparada por uma política de “salvação” que realizava a contração artificial da oferta por meio da compra dos estoques. Entretanto, os mecanismos criados pela dinâmica do sistema – a intermediação comercial e financeira externa, as renovadas emissões – consumiam o excedente econômico produzido (PESAVENTO, 1994, p. 35).

Se o Brasil não conseguisse investir dentro do país, não conseguira manter-se por muito tempo, visto que, as safras aumentavam de acordo com as novas técnicas empregadas nas plantações de café. A industrialização no interior do Estado de São Paulo despontava cada vez mais, aumentando e necessitando de investimentos internos para comportar sua demanda.
Dentro desse contexto, com uma visão política, as idéias anarquaitas estavam intrínsecas nas regiões industriais, pois com a entrada de imigrantes essas idéias vieram juntos, pois em sua origem eram trabalhadores assalariados, e poderiam reivindicar melhores salários.
As influencias da Revolução Russa em 1917, deram um impacto a inúmeras greves, que em sua base queriam um aumento de salário e uma carga de 8 horas trabalhadas. A manifestação operaria, fizeram com que as oligarquias ficassem em alerta sobre as aspirações sociais.
Os fatos acima começam a dar forma de uma insatisfação por parte da sociedade, visto que, a burguesia coesa, mas com pouca ação exige uma abertura de novos mercados mesmo que ainda seja dependente de todo complexo cafeeiro em São Paulo.
Mendonça destaca:

[...] é importante apontar que a concentração das atividades econômicas do país em áreas geograficamente definidas propiciou a formação de uma estrutura “regional” de classe, na qual as oposições de área geográfica a área geográfica, no seio da própria classe dominante, eram privilegiadas em detrimento das divisões setoriais entre burguesia agrária, comercial, financeira, industrial (MENDONÇA, 1990, p. 233).

A insatisfação que se apresenta a nova estrutura social na República Velha, já não comporta mais as antigas regras das oligarquias cafeeiras, visto que, as mesmas estavam com seus dias contados, pois o capitalismo industrial estava em busca de sua própria manutenção como mecanismo de controle econômico do setor.
A classe dominante com frações em seu meio, onde se define em setores ou em diversos seguimentos exportadores; os interesses do Estado em proteger simultaneamente o café e a indústria, pois eram à base da economia. Para Mendonça (1990), “Assim sendo, os industriais constituíram ao longo da Primeira República, uma fração de classe com interesses específicos, porem limitados, aceitando a posição de “parceiros menores” do núcleo agrário hegemônico”.
“A diferenciação setorial” talvez seja aqui o começo que desencadeou o processo de crise sócio-econômico, pois como Lopez (2003), se refere sobre a proposta de Rui Barbosa, onde em seu plano de governo defendia os setores progressistas urbanos em 1910, podemos perceber já nesse momento a necessidade de uma política mais direcionada as mudanças que o Brasil já vinha sofrendo.
Com os aspectos até aqui apresentados, podemos começar a definir: em primeiro, a questão do militarismo e seu surgimento novamente no contexto de governo, foi um elemento que ressurgiu na cena política do Brasil a partir de 1910. Em segundo, a questão da I Guerra, abala as estruturas econômicas mundiais, mas provoca uma industrialização dentro do Brasil, favorecendo com isso um aumento de produção no setor cafeeiro, fazendo os governos oligárquicos dos Estados adquirirem empréstimos estrangeiros para comprar as safras do café, causando assim uma crise no processo capitalista brasileiro.
Em terceiro, os investimentos que possível mente poderiam ser aplicados com o lucro do café, não eram revertido em uma política econômica à sociedade, onde com o aumento da industrialização cresceu também o número de trabalhadores e os movimentos sociais, como greves, reivindicação de horário de trabalho, e manutenção dos setores comerciais urbanos.
“[...] a participação dos setores médios urbanos e do operariado neste processo” Mendonça (1990). A autora demonstra que as origens desses grupos médios, são de famílias decadentes, e estão emergindo contra a política governamental oligárquica, sedo assim, sua ascensão é por profissão liberal ou ligada a atividades estatais, serviço e comércio.
Mendonça ainda desta:

[...], se podemos constatar nos representantes dos setores médios criticas efetivas ao regime político – sobre tudo ao longo da década de 20 – também é verdade que seu conteúdo inscrevia-se nos estritos limites do universo liberal de que partilham, pugnando, no máximo, pela purificação de seus princípios, sem que isso equivalesse, necessariamente, nem a plena realização da democracia, nem à possibilidade de alianças com os demais setores subalternos (MENDONÇA, 1990, p. 234).

Esse distanciamento entre governo e classe media urbano e operariado, cria uma lacuna que será preenchida posteriormente pelo Movimento Tenentista, onde dará outra visão social e um possível enfrenta mento as oligarquias governamentais.
Luiz Roberto Lopez defende que, as oligarquias cederam e prometeram para a classe trabalhadora uma mudança na política social-econômica, mas na verdade foi somente um mecanismo de proteção, visto que as idéias anarquistas estavam diretamente ligadas às classes trabalhadoras. Em 1922, surge o Partido Comunista como destaca Lopez:

Em 1922, em substituição ao anarquismo, que se mostrara inconseqüente na condução do movimento operário, surgiu o Partido Comunista. Ao contrário dos anarquistas, os comunistas trariam uma proposta mais conseqüente de ação para a classe operária, isso sem falar na visão de mundo (LOPEZ, 2003, p. 50).

Com o surgimento do comunismo, as transformações na sociedade já estão sendo apresentadas, dando crédito mais adiante, como Mendonça (1990) coloca; que o tenentismo é o único seguimento passivo que se aproximou do setor médio da sociedade brasileira. Assim vai se constituindo a crise dos anos vinte dentro dessa perspectiva.
No governo de Washington Luís, foi o ponto mais alto da crise do capitalismo brasileiro, o mesmo determinará uma política deflacionária e uma estabilização cambial, mas o governo federal não aceitou essa política e causando uma super-safra em 1929. Não esquecendo que no mesmo ano o capitalismo internacional passava sua pior crise.
Todo o descontentamento da oligarquia cafeicultora com Washington Luís, somou-se as oligarquias não-exportadoras. A burguesia agrária do Estado de São Paulo que se voltava ao abastecimento interno, manifestava-se contra apolítica empregada em favorecer com exclusividade os cafeicultores, visto que, não era empregado internamente os lucros desse produto, sendo assim, a partir da terceira valorização do café, esse antagonismo se manifestou mais claro como destaca Sandra Pesavento:

Para as demais categorias sociais os efeitos acumulativos de uma política inflacionária apareciam aos das camadas médias urbanas como risco de proletarizaçao. Para o proletariado fabril urbano a década de vinte foi marcada pelo incremento da repressão policial ao movimento operário, notadamente após 1922, quando o surgimento de um partido político comunista veio insinuar novas ameaças ao sistema. Para as classes dominantes o movimento operário devia ser reprimido, e a palavras de Washington Luís de que a questão social era um ‘caso de polícia’ demonstrava bem esta forma de percepção (PESAVENTO, 1994, p. 36).

Com as pressões sociais e debates que ocorreram durante o período de guerra e na década de vinte, com leis a favor da sociedade e com intenção de mudanças em sua concepção de modernismo, não foi bem aceito entre a burguesia industrial, pois não vinha conciliar as práticas de exploração da massa trabalhadora.
Dentro desse contexto de crise do capitalismo, crise social-econômica, e uma política acirrada em favor da classe dominante, surge o Movimento dos Tenentes, que mesmo sendo um movimento corporativista, repercutiu entre as camadas sociais dando uma possibilidade de mudanças na política da velha República.
Com a ação dos tenentes pode se perceber uma tentativa de formar uma unidade em torno do poder centralizado, essa se manifestava em busca de uma igualdade de poder, onde os autos escalões do exército não estavam apoiando tais manifestações. Os movimentos operários estavam dentro de um poço, onde o poder circulava em seu redor, não deixando manifestar-se em grandes proporções dentro das cidades em processo de industrialização.
Com as idéias anarquistas não sendo aplicadas, mas favoreceu ao surgimento do Partido Comunista, os republicanos, vendo a ação dos tenentes, onde se manifestavam contra apolítica café-com-leite, os questionamentos surgem dentro da corporação militar e repercute fora na sociedade, pois surgia o primeiro afronte ao poder oligárquico governamental.
A importância do tenentismo marca o inicio de uma manifestação contra as medidas do governo, e o crescimento da ordem democrática, onde em conformidade e questionamentos enfrentou o poder centralizado.
Mendonça desta:

As rebeliões tenentistas da década foram o mais cabal exemplo de eclosão simultânea de questionamentos ‘de dentro’ e ‘ de fora’ no pacto político, alastrando-se a rebeldia deste setor intermediário da oficialidade militar justamente quando, em 1922, as oligarquias do Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro uniram-se contra a candidatura do eixo Minas/São Paulo formando a Reação Republicana (MENDONÇA, 1990, p. 235).

Com a definição do Partido Comunista, em certa conformidade com o anarquismo, a unidade social reprimida, torna-se junto com o tenentismo uma esperança político ideológico.
A influência da semana da Arte Moderna demonstrou os elementos de mudanças, em um novo processo social, também, uma nova era política, visto que, as mudanças já estavam acontecendo dentro da República no Brasil. Tanto que, o exército se manifestou com os tenentes, que queriam fazer-se presentes na política brasileira.
Para Lopez (2003), o modernismo veio com uma concepção cultural e seus dogmas, o tenentismo, combatia as concepções das estruturas que mantinha o arcadismo cultural.

As Origens do Tenentismo

Entre 1919 e 1922, o Brasil viveu um governo de transição para os tempos difíceis que marcariam o final da chamada República Velha. [...] No governo de Epitácio Pessoa, as cisões entre o setor civil e o setor militar novamente se aprofundaram devido a diversos fatores, tal como nos tempos do ‘civilismo’ o de Hermes da Fonseca. Desta vez, entretanto, tais cisões não ficariam como episodio de um contexto que não chegara a ser ameaçado em sua continuidade mas, pelo contrario, viriam a se constituir no estopim de uma série de acontecimentos que foram se desdobrando no correr dos anos e minando irremediavelmente a estabilidade e sobretudo a credibilidade do regime imposto em 1889 (LOPEZ, 2003, p. 52).

A Reação Republicana, formada pelos Estados do Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro; lançaram à candidatura de Nilo Peçanha a presidência, como forma de rompimento com as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais. Esse movimento de oposição não deu em nada, visto que, Arthur Bernardes ganhou e a oposição se ajustou ao novo governo como era de costume.
As idéias liberais que chegaram as escolas militares formaram a base da ideologia dos tenentes, onde acharam que trocando os homens no poder conseguiriam a sua subsistência no poder, mas não conseguiram atingir seu objetivo, sabiam que poderiam fazer o levante e a opção seria um golpe armado, poderiam os tenentes ser vir à sociedade ou não, visto que seu antagonismo era puramente corporativista.
A ideologia apresentada pelos tenentes, onde se imaginavam como ‘onipotentes’ e com o crédito de se opor ao governo, tudo como elemento básico a vontade de se rebelar, com o apoio ou não do povo, fez surgir a longo prazo uma descrença, onde somente queriam efetivar o poder da corporação militar e fazer-se cúmplice do poder centralizado, ao qual não estava incerido.
Outro movimento que repercutiu no mesmo período, foi a Coluna Prestes, liderada por Luiz Carlos Prestes, que foi um líder revolucionário muito ativo no Brasil. Os tenentes de São Paulo uniram-se e continuaram a pregar as idéias revolucionarias, onde buscou formar uma unidade no interior do Brasil, e também por que Carlos Prestes seria mais adiante um ícone do comunismo brasileiro.
A chama da revolução após as manifestações dos tenentes, foi à coluna prestes. Tendo como elemento funcional a prática de guerrilha, mas que se projetou em um movimento de cunho e proporções como mais um elemento que contribuiu para a Revolução de trinta; pois manteve a posição que surgiu com os tenentes contra o governo e o poder centralizado nas oligarquias.
Tanto a coluna prestes e o tenentismo, demonstraram os domínios da “causa da revolução”, onde a necessidade de mudança se apresentava em uma República desgastada e ultrapassada.
O tenentismo e sua particularidade em seu programa de governo, de uma luta em favor da moralidade política nacional, também dentro dessa visão, a favor das aspirações de uma classe média emergente dentro do quadro industrial, onde buscava uma concepção maior do latifúndio e progressivamente as idéias liberais de igualdade para a sociedade e sua realidade.
Como destaca Sonia Regina Mendonça quando coloque que os tenentes deram à classe média baixa, uma possibilidade de formar uma unidade contra as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais, não queriam salvas o Brasil, mas fortificar o exército.
Como diz Mendonça:

Portadores de um ideário altamente elitista – voltado ao mesmo tempo para a purificação das Forças Armadas e da sociedade como um todo – os tenentes apresentavam um programa de traços autoritários e nacionalistas, defendendo a maior centralização do Estado, a uniformização legislativa e o ataque à oligarquia paulista, o que poderia, em principio, parecer bastante sedutor também para segmentos das oligarquias estaduais dissidentes. Já quanto as camadas populares urbanas, se por um lado o tenentismo torna-se um catalisador das esperanças de alteração da ordem vigente, por outro, ao auto-identificarem-se como agente da ‘salvação nacional’ em nome e no lugar do ‘povo inerme’, deixava claras as razões de sua precária vinculação com tais setores (MENDONÇA, 1990, p. 2360).

A crise da sociedade se deu com perspectiva na eleição de 1910, como primeiro movimento social de manifestação, com o apoio dos setores progressistas, em 1922 surge o movimento tenentista, onde foi capaz de perceber, que uma união através dos movimentos sociais, tanto de trabalhadores quanto de grupos querendo chegar ao poder federal, na verdade, as mudanças na estrutura social, com a industrialização, possibilitaram o crescimento e necessidade de manifestações em busca de uma política social adequada para toda a sociedade brasileira.
As questões econômicas também se expressam de forma constante dentro do processo de desmonte da Velha República, as coisas ficam piores depois de 1229, com uma economia em constante endividamento, e uma inflação alta, as oligarquias governamentais já sem um sopro de ar, para modificar a situação, não conseguem manter-se no poder, e partidos políticos vão se formando das bases dissidentes das oligarquias decadentes, como diz Sandra Pesavento.

Ao findar a década de vinte, as tensões se avolumavam e a proposta política que se apresentava para a sucessão de Washington Luís e que pretendesse enfrentar o candidato oficial deveria ser suficientemente abrangente e moderna para abarcar o conjunto dos dissidentes do regime. Em São Paulo, parte da elite descontente lançara o Partido Democrático, com o apelo do voto secreto (PESAVENTO, 1994, p. 36).

Nesse momento político que o Brasil esta passando, a Aliança Liberal, com apoio dos dissidentes das oligarquias regionais e classe média, se apresenta com uma plataforma de governo que englobava uma economia diversificada nos estados e uma exportação coletiva de produtos, não dando exclusividade a penas ao café.
Buscava colocar o Estado como o representante direto do povo nas questões sociais, sendo de sua responsabilidade uma sociedade justa e com igualdade para todos; uma união dos estados com distribuição igual de renda, não privilegiando a penas os mais industrializados. Também abordava a condição de voto direto pra eleições fazendo-se assim, eliminar as fraudes eleitoreiras.
Como diz Pesavento (1994) “Em síntese, defendia-se a idéia de que a nação brasileira era o conjunto de todos os estados e as forças sociais e que os diversos interesses não poderiam ser sacrificados em função de um só que se impunha, mediante o controle do Estado”.

Conclusão

Todo o possesso da crise dos anos vinte foi importante na composição da Nova República, que surgeria a partir de trinta. Os olhares dos autores em buscar elementos que fizeram parte de todo o contexto, onde as posições dos elementos se apresentam interligados, mas com características diferentes, é o momento de refletir sobre cada um.
O tenentismo como representante militar buscou formar um exército com poder sobre a nação, mas se aproximou mais das classes emergentes que sua proposta, serviu de inicio para um embate direto com o poder centralizado, fazendo assim as massas a creditarem que era possível enfrentar as oligarquias cafeeiras.
Os movimentos sociais fizeram dentro do possível, sua manifestação de descontentamento com as políticas aplicadas na sociedade. A industrialização promoveu um aumento de trabalhadores assalariados e um desenvolvimento nos meios urbanos, onde as políticas públicas não atingiam suas necessidades.
O capitalismo em crise formava uma inflação dentro do Brasil, a custa de um acirramento político de proteção ao produto exportado, o café. As tentativas de uma política econômica voltada para o desenvolvimento, não era aceita dentro do procedimento das oligarquias cafeeiras, pois somente viam o lucro como entoador de desenvolvimento.
Todos esses aspectos levantados formaram uma única bandeira contra a República Velha, prevaleceu o modernismo e industrialização das idéias liberais e uma unidade foi formada com a subida de Getúlio Vargas ao poder.

Bibliografia

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 12ª ed. São Paulo: Edusp, 2007.
LOPEZ, Luiz Roberto. História do Brasil Contemporâneo. Porto Alegre: Mercado Aberto, 2003.
MENDONÇA, Sônia Regina. História Geral do Brasil: da colaboração portuguesa à modernização autoritária. Rio de Janeiro: Campus, 1990.
PESAVENTO, Sandra. O Brasil Contemporâneo. Porto Alegre: Editora Ufrgs. 1994.