Thayse Mendes Sabadini 

RESUMO 

Dentro do contexto do que a população brasileira mais tem identificado atualmente afirma-se que os casos têm aumentado os casos onde ocorre disfunção de articulação temporomandibular. O tratamento para este tipo de situação requer o conhecimento específico de um profissional da área, que neste caso é o cirurgião bucomaxilo. Dependendo do tipo de agravamento da situação destaca-se que o cirurgião bucomaxilo pode optar por uma cirurgia menos invasiva, nestes casos tratamentos voltados à terapia adotando métodos com o mínimo possível de invasão ao paciente, como por exemplo o uso de moldes dentários de silicone feitas para o paciente dormir. A discopexia realizada através da artroscopia oferece uma grande invasão ao paciente, portanto, é de suma importância que o profissional somente opte por este procedimento quando for realmente aumentada todas as chantes de êxito do tratamento mediante a métodos não invasivos. A metodologia utilizada para a realização deste artigo foi à pesquisa bibliográfica que foi muito útil para a compreensão e justificativa desta obra. Esta pesquisa objetiva de forma geral destacar o procedimento de discopexia por artroscopia da articulação temporomandibular. 

Palavras-chave: Astroscopia. Temporomandibular. Discopexia. 

ABSTRACT 

Within the context of what the Brazilian population has more recently identified it is affirmed that the cases have increased the cases where temporomandibular joint dysfunction occurs. The treatment for this type of situation requires the specific knowledge of a professional of the area, which in this case is the bucomaxil surgeon. Depending on the type of worsening of the situation, it is worth noting that the bucomaxil surgeon may opt for less invasive surgery, in these cases treatments aimed at therapy adopting methods with the least possible invasion to the patient, such as the use of silicone dental molds made for the patient to sleep. The ruptured disc through arthroscopy offers a great invasion to the patient, therefore, it is of the utmost importance that the professional only opts for this procedure when all measures of treatment success are actually increased by non-invasive methods. The methodology used for the accomplishment of this article was to the bibliographical research that was very useful for the understanding and justification of this work. This research aims to emphasize the procedure of discopexy by arthroscopy of the temporomandibular joint.

Keywords: Astroscopy. Temporomandibular. Discopexy.
 

1.    INTRODUÇÃO 

A artroscopia da articulação temporomandibular também chamada de ATM é cada vez mais comum nas pessoas atualmente. O bruxismo é apontado como uma das causas mais frequentes de ATM onde o paciente sofre constantes dores e desconfortos que atrapalham muito a sua qualidade de vida. Devido à grande incidência desta disfunção na articulação temporomandibular estudos tem realizado aperfeiçoamento nos métodos de tratamento e com isso a cirurgia artroscópica atualmente pode ser realizada com microinstrumentos que facilitam a visualização e proporcionam uma cirurgia minimamente invasiva.

Existem muitos casos de disfunção da ATM no Brasil e alguns autores atribuem esta situação à fatores que dizem respeito a muito mais do que somente aspectos físicos, pois leva-se em consideração também fatores psicológicos, pois o cidadão brasileiro devido à rotina de seu dia que normalmente é corrido tem passado por muito estresse, este por sua vez não deixa a pessoa dormir bem fazendo também com que esta fique ansiosa e traga uma série de situações que induzem à disfunção de ATM.

Dentro desta perspectiva, é fato que foi preciso que profissionais da área, no caso cirurgiões bucomaxilo procurassem meios de se proporcionar ao paciente uma melhor forma possível de se alcançar o êxito no tratamento. Desta forma, a artroscopia da articulação temporomandibular pode atualmente ser realizada com o mínimo de invasão possível ao paciente, o que proporciona uma melhoria na qualidade e tempo de recuperação.

Esta pesquisa objetiva de forma geral destacar o procedimento de discopexia por artroscopia da articulação temporomandibular. Porém, para tanto será necessário primeiramente abordar as características da artroscopia da articulação temporomandibular e posteriormente enfatizar a respeito da discopexia por artroscopia da articulação.

A metodologia utilizada para a realização deste artigo foi à pesquisa bibliográfica que foi muito útil para a compreensão e justificativa desta obra. Através desta pesquisa foi possível encontrar uma série de autores que deram colaboração ilustre na elaboração da fundamentação teórica.

 

 

2.    ARTROSCOPIA DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR

 

 

Sobre os motivos pelo qual a artroscopia da articulação temporomandibular se faz necessária pode-se citar o ranger dos dentes causados pelo estresse onde se forma o desgaste dos músculos mastigatórios comprometendo a articulação, isso é chamado de síndrome de ATM, disfunção craniomandibular, e provoca algia intensa na região mandibular. Storz (2016, p. 3) destaca que: “A articulação temporomandibular (ATM) pode ser sede de diversas patologias, sejam comuns às demais articulações sinoviais do corpo, sejam as próprias desta complexa juntura craniofacial”.

Vale ressaltar que tais disfunções temporomandibulares podem causar sérios prejuízos a qualidade de vida do paciente, provocando fortes dores e o impedindo de exercer funções laborais, como por exemplo, se comunicar. O tratamento realizado neste tipo de situação pode ser cirúrgico ou não cirúrgico, em caso de tratamento não cirúrgico são realizados procedimentos de fisioterapia, placas oclusais, psicoterapia, apoio farmacológico.

De acordo com as afirmações de Storz (2016, p. 3) é importante ressaltar que:

 

O ranger de dentes condicionado por estresse pode causar danos aos dentes, sobrecarregar os músculos mastigatórios e a articulação. Tal mal funcionamento, a chamada síndrome de ATM (disfunção craniomandibular), pode ser a causa de fortes dores e inflamações na área da articulação temporomandibular. Geralmente, como epifenômeno se manifesta um estalar da articulação, atribuído a um deslocamento do disco articular. Em casos extremos, isso resulta no bloqueio da cavidade bucal ou em trismo.

Através de uma inflamação crônica da articulação temporomandibular não tratada pode se desenvolver inclusive uma artrose. As principais disfunções são restrições da mastigação e da fala.

 

Na modalidade de tratamento onde se utilizada a cirurgia é realizado a artroscopia, procedimento minimamente invasivo com um número de êxito considerável (CARDOSO, 2012). Saber a descrição da articulação temporomandibular é de extrema importância para que o profissional saiba delinear melhor as funções de cada uma destas estruturas (KARAM, 2015).

A artroscopia é feita em ambiente hospitalar e sob anestesia geral, a articulação temporomandibular é uma articulação localizada a frente do ouvido e envolve um espaço muito pequeno. A artroscopia por ser uma cirurgia minimamente invasiva (fechada), porém existe um grau de inchaço e um pós-operatório a ser considerado, mas estes é bem menor do que a cirurgia aberta da articulação (CARDOSO, 2012).

A cirurgia artroscópica é feita sob a orientação de orifícios, baseados em orientações anatômicas, estes orifícios feitos à frente da cabeça da mandíbula e na parte posterior inicialmente, eles são feitos para lavagem e remoção de líquidos doentes nos tecidos. A partir daí pode-se observar toda a articulação através de uma câmera que transmite os resultados dentro da articulação (TOREZAN, 2013).

A partir da remoção do liquido doente que banha a articulação pode-se ter um liquido mais claro a base de soro fisiológico onde se pode observar via câmera as doenças existentes na articulação. Pode ser feito um terceiro orifício acima da articulação onde existe a possibilidade de se instrumentar esta articulação com microinstrumentos havendo a remoção da aderência aplicando laser dentro das áreas doentes. Isso facilita a cura e reparação da articulação temporomandibular (TOREZAN, 2013).

A articulação temporomandibular é considerada sinovial, isto é, está sujeita a doenças que afetam esse tipo de articulação do corpo humano. Todo tipo de desarranjo interno interfere diretamente nos movimentos da articulação que são considerados suaves, resultando em sintomas que nem sempre são solucionados pelos procedimentos clínicos conservadores como placas, ajustes oclusais e fisioterapia o que levava o tratamento a uma situação onde eram utilizadas técnicas cirúrgicas invasivas, como a artrotomias com reparações discais, discectomias, condilectomias e osteotomias subcondilianas. Sob o aspecto de tal necessidade surgiu a técnicas alternativa da artroscopia da ATM e desde então tem sido muito utilizada, o que a transformou no método de tratamento efetivo para este tipo de patologia (CARDOSO, 2012).

Sobre a indicação da cirurgia de artroscopia da ATM, destaca-se que a mesma é indicada previamente na cirurgia aberta da articulação. O paciente que tem a necessidade de fazer uma cirurgia via aberta da articulação pode resolver todos os problemas de degeneração interna na articulação, mas se caso o cirurgião observar a necessidade de uma cirurgia menos invasiva ele poderá indicar a artroscopia da ATM. Vale ressaltar que antigamente este tipo de cirurgia era indicada somente para diagnóstico, porém atualmente com o desenvolvimento de microinstrumentos pode ser abordada toda a parte interna da articulação através da câmera (TOREZAN, 2013).

Sobre isso, ressalta Storz (2016) que: “Em primeiro lugar, a terapia da dor na articulação temporomandibular é iniciada com métodos de tratamento conservadores. Caso nenhum desses métodos mostrem resultado, a dor pode ser controlada com métodos cirúrgicos minimamente invasivos”.

A recuperação pós-operatória da cirurgia da artroscopia da ATM deve ser acompanhada do tratamento do fator etiológico que muitas vezes é responsável por todas as queixas do paciente pode ser originado de bruxismo ou outros hábitos para-funcionais, placas ou dispositivos interoclusais, tratamentos fisioterápicos e uso de relaxantes musculares facilitam a recuperação da articulação temporomandibular (MORAIS, 2016).

É normal que ocorra o processo de remodelação ósseo articular e este processo faz com que toda a adaptação necessária para o bom funcionamento da articulação ocorra. Com relação ao tempo que o paciente apresentará algia cirúrgica é importante ressaltar que isso depende de cada paciente (LEITE, 2015).

Sobre a disfunção de ATM afirma-se que o paciente deve procurar um profissional e então são realizadas várias radiografias, como por exemplo, radiografias dentárias, de pesquisa de cáries, da articulação, entre outros exames de imagens como a ressonância magnética onde será visto como está funcionando o disco articular com a finalidade de e chegar ao diagnóstico (MORAIS, 2016).

É possível verificar que 80% das pessoas tem uma alteração de origem muscular, podendo estas ser de origem emocional, postural (quando senta, dorme, etc.), dor dentária, entre outros que influenciam na função mastigatória. Os exames de sangue podem ser solicitados para saber se o paciente tem algum processo inflamatório ou reumático, também é feita uma avaliação fisioterápica caso o cirurgião ache necessário (LEITE, 2015).

Somente depois desta avaliação o paciente retorna para fazer a revisão dos exames realizados. Existem recomendações que são de extrema importância para que a cirurgia ofereça resultados positivos, bem como também deve ser feito todo o tipo de tratamento odontológico necessário antes do tratamento da disfunção mandibular (MORAIS, 2016).

A sequência de tratamento de disfunção de ATM é realizada em três etapas, onde a primeira é o diagnóstico e de autocuidados onde o paciente mesmo realiza em casa, após esta etapa o paciente retorna para a fase de revisão e quando necessário, em casos onde não houve melhora, passa-se para a segunda fase que é um de tratamento onde a princípio dura seis meses, onde o paciente receberá acompanhamento no que se refere a oclusão e fisioterapia bucomaxilo-facial. A terceira etapa consiste no processo cirúrgico onde o cirurgião bucomaxilar terá já obtido todas as informações necessárias para a realização deste procedimento (MORAIS, 2017).

Sobre a composição da articulação temporomandibular Cardoso (2012, p. 14) destaca que “A articulação Temporomandibular (ATM) é uma articulação composta, constituída por três componentes: a cabeça da mandíbula, o disco articular e o osso temporal, o qual inclui a fossa glenóide e a eminência articular”.

Segundo Alila (2016, p. 2: “A ATM é considerada a articulação mais utilizada do corpo e é essencialmente a articulação entre o côndilo da mandíbula e a fossa mandibular, uma depressão no osso temporal”. A característica única da ATM é o disco articular, uma cartilagem flexiva e elástica que serve como amortecedor entre as superfícies dos dois ossos. O disco é insensível a dor devido a este não ter terminação nervosa nem vasos sanguíneos.

Afirma ainda Cardoso (2012, p. 15) que:

 

A ATM pode ser classificada como uma articulação diartroidal, ou seja, uma articulação descontínua entre dois ossos, que permite liberdade de movimento, que é ditado pelos músculos associados e limitada pelos ligamentos. Funcionalmente pode ser classificada como mista, sendo composta por quatro superfícies articulares: as faces articulares do osso temporal e da cabeça da mandíbula e das faces superior e inferior do disco articular, que divide a articulação em dois compartimentos, o Compartimento Superior (CS) e o Compartimento Inferior (CI).

 

A articulação que une o musculo temporal e o musculo da mandíbula e por isso é chamado de ATM (Articulação TemporoMandibular). O disco bem posicionado acompanha a articulação e volta pro lugar, porém, quando isso não ocorre é que o paciente tem dor, estalo e desconforto na mastigação atrapalhando as suas funções normais. O processo cirúrgico redireciona o disco para o lugar correto prendendo-o no lugar e é neste contexto que entra a cirurgia por vídeo (MARZANO, 2013).

Os movimentos da mandíbula que não são de abertura e fechamento apenas são movimento que poderão fazer ciclos de mastigação levam a uma alteração em cadeia, podendo alterar até mesmo o posicionamento dental. O tratamento não é somente cirúrgico, mas também clínico com placas que visam o reposicionamento dos dentes, o controle do estresse, fisioterapia, entre outros. Dores de cabeça e pescoço também podem ser associadas a este tipo de problema (ALILA, 2016).

Para diferenciar bruxismo de disfunção da ATM afirma-se que muitas vezes o paciente não percebe o que está acontecendo com ele ao ponto de reconhecer os sinais. Na verdade, não se diferencia o bruxismo da disfunção da ATM, pois um leva ao outro, por isso ao sentir os sintomas é importante procurar um profissional para realizar um diagnóstico, pois cada caso é um caso diferente (CARDOSO, 2012). Normalmente os sintomas do bruxismo são dor nos músculos da face, dor de cabeça, dor dos dentes. O maior problema para o diagnóstico é os pacientes que tem o bruxismo, porém, não sente dor. Nesta situação normalmente é o cônjuge que descobre os sinais de bruxismo (MARZANO, 2013).

Ao contrário do que muitas pessoas apontam o bruxismo não acontece somente anoite, porém, anoite a prevalência é maior devido ao ruído ser mais notável pela falta de barulho no local. Porém, é importante ressaltar que o bruxismo não é o único fator da disfunção de ATM. Um dos sinais mais evidentes da disfunção de ATM é o estalo, quando há alteração do disco articular quando o paciente tem o disco fora de posição. A dor nos músculos da face também é um dos sintomas, bem como a dor de cabeça ao acordar, zumbido, dor ao bocejar (ALILA, 2016).

Cardoso (2012, p. 11) destaca a respeito dos resultados obtidos através da artroscopia temporomandibular:

 

No entanto, com avanço no entendimento da fisiologia da ATM e desenvolvimento de novos métodos diagnósticos como a Tomografia Computadorizada (TC), Ressonância Magnética (RM) e a Artroscopia, a consciência de que outros fatores etiológicos poderiam estar envolvidos na patogênese das disfunções temporomandibulares (DTM) foi sendo criada. Por ser uma articulação sinovial, a articulação temporomandibular está sujeita a doenças que afetam esse tipo de articulação do corpo humano.

 

Sobre a discopexia Lage (2012, p. 87) destaca que: “O que acontece na discopexia é que após a remoção de irregularidades estruturais no disco, o mesmo é ancorado ao côndilo ou à fossa articular garantindo uma função articular uniforme”. Ressalta-se também que a discopexia infelizmente tem mostrado resultados limitados no contexto da literatura, em casos de paciente que relatam alguma melhora o mesmo pode sentir dor e ruído articular mesmo após o processo de cirurgia.

 

 

3.    DISCOPEXIA NO PROCESSO DE ARTROSCOPIA

 

 

A discopexia no processo de artroscopia nada mais é do que a fixação do disco no local adequado para que o paciente possa se recuperar de uma situação em que a sua qualidade de vida é colocada em risco devido a fortes dores provocadas pela disfunção da articulação temporomandibular.

A articulação temporomandibular é responsavel pela mastigação e por se pronunciar as palavras. A mandíbula possui um côndilo, sendo assim, a ATM é composta pelo côndilo mandibular, do disco articular, de ligamentos e de liquidos articulares. Vale ressaltar que ATM não é um nome que se aplica à pacientes com disfunção temporomandibular, é muito comum ouvir pacientes queixando-se de ATM, quando na verdade o termo correto é dizer DTM (Disfunção TemporoMandibular).

Normalmente esta disfunção tem como consequência a sefaléia, dores musculares, dores na região da nuca (principalmente ao acordar), irritabildiade e insônia. O estresse é apontado como uma das causas mais comuns e frequentes da DTM isso se dá devido á rotina estressante em que a populacao tem vivido atualmente, porém somente a consulta com um profissional da área poderá ser suficiente para o diagnóstico (KARAM, 2015).

Em termos de tratamento, afirma-se que as modalidades de tratamento são normalmente dois tipos de modalidades, uma mais envasiva, onde se aplica em casos mais graves onde se exige uma tomografia para averiguação do caso clínico e necessidade de uma cirurgia de correção, ou um caso considerado mais brando que é a placa de relaxamento que o paciente utilzia anoite antes de dormir, este tipo de tratamento proporciona ao paciente uma opçao menos invasiva (MARZANO, 2013).

Alguns pacientes desenvolvem algumas alterações de posicionamento do disco articular, onde este por algum motivo se desloca anteriormente, com a abertura de boca máxima ele se desloca de forma tão anterior que ultrapassa a eminência articular não conseguindo voltar a posição original deixando a boca aberta e travada proporcionando muita dor ao paciente (VERÍSSIMO, 2013).

Em se tratando de casos de redução de luxação de ATM Giovanella (2015) destaca que é preciso fazer uma medicação endovenosa para o relaxamento muscular (Diazepam). Sendo assim, com o paciente relaxado o mesmo precisa apoiar a cabeça contra a parede e o profissional deve colocar o polegar na região dos molares inferiores e aplicar toda a força para baixo e para traz. Esta manobra precisa ser rápida e forte para que não haja pânico do paciente.

Alguns autores predefinem a discopexia como ancoragem do disco, como destaca Grossmann & Grossmann (2012, p. 155): “É outra técnica cirúrgica, onde se realiza uma perfuração na porção póstero-lateral da cabeça da mandíbula, fixando nessa uma âncora, que servirá de apoio para que se realize a fixação do disco à mesma”. O mesmo afirma que podem ser empregados no lugar da âncora, parafusos reabsorvíveis que possuem o mesmo proposito e é mais eficiente.

Destaca-se que este procedimento é indicado em caso de deslocamento do disco sem a redução, visto que terapias conservadoras não tenham obtido sucesso, bem como também em casos onde há o deslocamento da cabeça da mandíbula. Os casos de osteoartrite primária ou secundária também são considerados indicativos para discopexia, este procedimento possui algumas características não favoráveis, como por exemplo a aplicabilidade do disco, pois este pode estar muito alterado na forma dimensional, fraturado ou perfurado, bem como também pode acontecer desgarre do disco da cabeça da mandíbula (GIOVANELLA, 2015).

O disco ATM em relação a seu reposicionamento indica-se em casos onde há uma leve interferência mecânica de toda a função articular. Embora, se este disco se encontra sem alterações em sua posição deve este ser reposicionado através de sutura, onde não há tensão tomando o profissional o cuidado preciso para remover o excesso do tecido juntamente com a porção posterior do mesmo (GROSSMANN & GROSSMANN, 2012).

 

 

4.    CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

 

Percebe-se que boa parte da população brasileira enfrenta problemas relacionados a articulação temporomandibular e uma das causas mais frequentes é o bruxismo. Devido a esta incidência ser numerosa profissionais da área da odontologia promoveram estudos e pesquisa que buscam a melhoria do tratamento para este tipo de patologia. Com isso, foi criada a cirurgia de artroscopia com a utilização de microinstrumentos que fazem com esta seja realizada de forma minimamente invasiva.

Destaca-se que é muito improvável que as técnicas utilizadas para tratamento de deformidades de articulações temporomandibular podem se resumir em uma somente, considerando que existem vários tipos de deformidades de ATM. Sendo assim, é de extrema importância que os estudos estejam sempre avançando no contexto do tratamento proporcionando aos profissionais melhores resultados em seus casos clínicos e também melhoria na qualidade de vida dos pacientes.

Mesmo tendo a grande necessidade de se aprimorar os estudos e estes tendo avanços no âmbito dos tipos mais eficientes de tratamento destaca-se que estes estudos ainda não são considerados suficientes. Cada cirurgia é realizada mediante uma especificação de cada paciente e isso proporciona ao profissional bucomaxilo a possibilidade de se realizar um vasto estudo em cada caso clínico.

Em se tratando de discopexia afirma-se que esta no processo de artroscopia nada mais é do que a fixação do disco no local adequado. Por este motivo é considerado um procedimento de grande importância pois é responsável por redirecionar o disco articular no seu lugar de origem proporcionando o sessar da dor do paciente. Porém, vale destacar que, mesmo que a discopexia seja um processo em muitos casos indispensável, esta não possui resultados positivos consideráveis no tratamento de disfunção de ATM.

Outro aspecto relevante a ser mencionado a respeito do procedimento da discopexia é que esta somente poderá ser realizada quando o profissional bucomaxilo não evidenciar êxito em nenhum tipo de tratamento menos invasivo, como por exemplo as terapias invasoras de menos complexidade que outros procedimentos cirúrgicos mais invasivos.

Estudos recentes apontam uma nova técnica de se realizar o reposicionamento do disco articular de forma menos invasiva. Neste método, que considera o avanço tecnológico como ferramenta indispensável para seu êxito, a cirurgia acontece de forma menos invasiva possível e esta é acompanhada por microinstrumentos capazes de resultar em um acompanhamento de imagem em tempo real.

 

 

REFERÊNCIAS

  

ALILA, Medical. M. Articulação temporomandibular e deslocamento de disco. 2016.

CARDOSO, Marcelo Ferreira Pinto. Artroscopia da articulação temporomandibular: revisão de literatura e relato de caso clínico. 2012. Universidade Federal De Minas Gerais Faculdade De Odontologia.

GROSSMANN, Eduardo; GROSSMANN, Thiago Kreutz. Cirurgia da articulação temporomandibular. Rev. Dor. São Paulo, 2012 abr-jun;12(2):152-9.

LAGE, Carla Souza. Cirurgia da articulação temporomandibular e sua associação com cirurgia ortognática dos maxilares em um mesmo tempo cirúrgico :  uma revisão de literatura. 2010. Universidade Federal De Minas Gerais Faculdade de Odontologia.

LEITE, Pablo. Recuperação pós intervenção da cirurgia artroscópica. ATM. 2015.

MARZANO, Rafael. Dor e estalos na boca podem ser sinal de disfunção na articulação – BRUXISMO. 2013.

MORAIS, Luciano Engelmann. Como acontece o tratamento de disfunção de ATM. 2016.

STORZ, Karl. Artroscopia. Artroscopia da articulação temporomandibular – soluções para tratamento minimamente invasivo da articulação da mandíbula. 2016. Disponível em: < https://www.karlstorz.com/cps/rde/xbcr/karlstorz_assets/ASSETS/3423179.pdf>. Acesso em 12/09/2017.

TOREZAN, José Flávio. Artroscopia: passo a passo. Cirurgião bucomaxilo facial. Marcia Stival Acessoria 2013.

VERÍSSIMO, Lourdes. Disfunção ATM. 2013.