De acordo com o texto produzido por Martha Abreu e Hebe Mattos sobre a Lei nº 10.639/2003 que determina a implantação das “diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana”, podemos ver a importância da difusão do tema no ambiente escolar. Vemos também a necessidade de fazer da escola um lugar no qual todos possam viver em harmonia sem sofrer qualquer forma de discriminação.

            Em primeiro momento é discutido o problema de transformar a o ambiente escolar “preconceituoso”, em um onde a convivência pacifica entre pessoas de raças, cultos e culturas diferentes possa predominar. Mas como fazer com que isso seja possível se nós fomos formados num berço cultural que não permitia essa interação? Ainda somos reflexo desse passado? De fato a discriminação assola não só a comunidade escolar, como toda a sociedade brasileira. Mas nos dias atuais o avanço contra ela vem crescendo. É possível ver o relacionamento de pessoas, que por motivos hierárquicos, não aconteciam em tempos de outrora. O negro vem assumindo seu lugar no mercado de trabalho, em cargos públicos e governamentais, mostrando assim seu valor e sua competência. Na escola isso é ainda mais visível. Crianças e adolescentes convivem em harmonia como se a cor ou culto não interferissem em suas amizades. A mente do jovem está mais aberta para discernir melhor o que é certo ou errado, e isso facilita a interação entre eles. Ou seja, apesar de sermos influenciados pelos erros passados, há uma quebra de paradigmas em relação ao tema “discriminação”.

            A pergunta feita pelas autoras Martha e Hebe, “como romper com a noção de um Brasil mestiço sem retificar grupos culturais igualmente homogêneos, fechados ou semifechados num padrão multicultural bastante difundido a partir da experiência norte-americana, mas certamente artificial em relação as realidades brasileiras?” é retorica.  Não podemos simplesmente romper com a nossa formação. Esse rompimento deve ocorrer como vem acontecendo, com o passar dos tempos. Aos poucos a sociedade vai começando a se acostumar e a se integrar formando uma nova totalmente homogênea, onde todos compartilham os mesmos desejos e valores. Nossa sociedade é variada e por mais que exista a interação entre raças, cada pessoa ainda vive em seu mundo, com seus próprios conceitos.

            O texto também expõe a importância de discutir as relações étnico-raciais no âmbito escolar. É necessário que os estudantes tenham conhecimento de suas verdadeiras raízes, e que aprendam como se deu a formação de sua cultura e aprendam a serem críticos em relação a isso.  As escolas dão pouco valor a esse assunto, pois é como se a formação da humanidade se deu onde tempos mais tarde tornar-se-iam potências mundiais. Nossos descendentes africanos deixaram em nossa cultura diversas contribuições que serviram para a nossa formação social. O mesmo pode-se dizer sobre a população indígena, que durante muito tempo servira como empregados no Brasil colônia, e no Brasil atual foram discriminados.

            A Lei nº10.639/2003 vem estreitar esse distanciamento, favorecendo o abrir de novos horizontes para os educandos do nosso país.