UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÁRIO VELLANO – UNIFENAS0 23/05/2017

DILEMAS E DESAFIOS GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

MARIA DE FÁTIMA BARBOZA*

Maria De Fátima Barboza . Graduada Em Fisioterapia –2005/Universidade Vale Do Rio Verde –Três Corações –Campus Betim Mg. Cursos De Extensão: Como Estruturar Uma Monografia –2005/Universidade Vale Do Rio Verde –Três Corações-Campus Betim Mg. Especialista Em Fisioterapia Hospitalar-2006/Universidade Presidente Antônio Carlos –Centro De Educação Continuada –Unipac –Campus De Belo Horizonte Mg. Aprimoramento Em Fisioterapia Hospitalar Respiratória Com Ênfase Em Oncologia –2006 / Hospital Luxemburgo –Belo Horizonte –Mg. Curso Em Saúde Pública 2007/ Sind-Saúde/Mg/Núcleo Betim. Curso De Homeopatia 2009/ Portal Da Educação–Associação Brasileira De Educação A Distância - E Educação-2009 A 2011/ Universidade José Do Rosário Vellano-Unifenas, Campus De Belo Horizonte. Graduada Em Serviço Social 2008 A 2011 / Centro Universitário Interativo Coc/ Uniseb. [email protected].

 

RESUMO
Estudo de revisão bibliográfica narrativa, de cunho qualitativo, objetivou-se a investigar artigos que abordam a temática gravidez na adolescência. Utilizou literatura publicada período de janeiro de 2002 a julho 2012. O estudo buscou elucidar a causa pela qual se encontra na contemporaneidade grande número de adolescentes grávidas, e os fatores que favorecem o crescimento visível desta população. A busca de dados se deu na biblioteca regional de medicina (BIREME), nas bases de dados literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), no Scientific Electronic Library Online (SciELO), através dos seguintes descritores: ”Adolescentes. Cuidados. Enfermagem. Gravidez”. Dentre a diversidade de estudos encontrados foram selecionados 21 bibliografia para revisão. Como resposta ao questionamento diga-se que a gravidez na adolescência é assinalada pela deficiência de conhecimentos. Questão centrada numa busca pela identidade por parte dos adolescentes. Devido à adolescência ser um momento de mudanças, carregado de alterações físicas e psíquicas. Lares desestruturados onde falta comunicação entre pais e filho, são os fatores que tem contribuindo para tal ocorrência. O profissional de enfermagem deve buscar intervenções que buscam ampliar espaços para a adolescente e os familiares se expressarem os sentimentos relacionados a gravidez precoce.
Descritores: Adolescentes. Cuidados. Enfermagem. Gravidez
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ABSTRACT
Study of narrative literature review, a qualitative, aimed to investigate the articles that address the topic teen pregnancy. We used literature published between January 2002 and July 2012. The study aimed to elucidate the cause for which is nowadays a large number of pregnant teens, and the factors that favor the growth of this population visible. The search data was the regional medical library (BIREME), in databases literature Latin American and Caribbean Health Sciences (LILACS), the Scientific Electronic Library Online (SciELO), using the following descriptors: "Teens . Care. Nursing. Pregnancy. "Among the diversity of studies found 21 were selected bibliography for review. In response to questioning say that teenage pregnancy is marked by lack of knowledge. Questions centered on a search for identity by adolescents. Because adolescence is a time of change, full of physical and psychological changes. Dysfunctional homes where lack communication between parents and son, are the factors that have contributed to such an occurrence. The nurse should seek interventions that seek to expand spaces for adolescent and family to express feelings related to early pregnancy.
Words: "Teens. Care. Nursing. Pregnancy”.

 

1. INTRODUÇÃO

A adolescência é uma fase significante da existência humana, na qual o indivíduo vive uma trajetória em meio à infância e a idade adulta. Caracteriza-se por ser um período em que ocorrem as alterações hormonais, corporais e emocionais, período de agitação e crises, que são consequências das variações bio-psico-sociais. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente,considera-se adolescente aquele entre doze e dezoito anos de idade (SILVA, 2006; BRASIL,2008).
É neste espaço de tempo que a vida do adolescente é marcada pelas descobertas, fantasias, inseguranças, projetos, sonhos e inquietações relacionadas ao corpo físico e a mente Por esse motivo é que a adolescência também é representada por um período de grandes riscos para a saúde do adolescente, como os representados pela violência e pelo uso de drogas lícitas e ilícitas.
Particularmente para esse estudo, o risco que fomenta o problema de pesquisa é a gravidez na adolescência, que apresenta profundas modificações nesta fase da vida, particularmente da mulher. Essa gravidez indesejada; implicará novos dilemas e desafios que a adolescente enfrentará. Ocorrem várias modificações no padrão de comportamento dos adolescentes, e por esse motivo, a prática de sua sexualidade exige atenção cuidadosa por parte dos profissionais de saúde, em especial do enfermeiro, devido a suas repercussões ocorridas devido à gravidez precoce (MELO 2011, SILVA, 2006,).
Um evento que muito tem colaborado para o crescimento dos casos de gestação entre a população adolescente é a “modificação dos padrões de sexualidade, visto que a iniciação sexual ocorre cada vez mais precocemente, em especial nos países em desenvolvimento” (NERY, 2011, p.32). A gravidez na adolescência representa assim um dos graves problemas que abrange as adolescentes brasileiras. A gravidez não é um evento que ocorre desconexo. É uma fase em que a adolescente depara com dificuldades de se ajustar ao meio em que vive.
Nesse sentido, este estudo pretendeu cumprir o objetivo de evidenciar, por meio da revisão de literatura, os fatores que levam as adolescentes a se exporem ao risco da gravidez. Desta forma, o estudo se justifica pelo grande número de ocorrências gestacionais na adolescência em todo território nacional além da necessidade de entender os dilemas vivenciados pelas adolescentes durante a gravidez, período em que vivem em conflitos com elas mesmas, com os familiares e os colegas de escola.

REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A adolescência
O tema adolescente ainda é fato recente na história da humanidade. Os primeiros relatos registrados como tentativas de descrever o período de adolescência traz por data o despertar do século XX. Não obstante em 1890 que este período foi reconhecido como uma fase extremamente significante ao desenvolvimento humano. O tema adolescência só se tornou significativo de interesse para compreensão dos fenômenos ocorridos no desenvolvimento humano e cultural. Momento em que os pesquisadores identificaram a real competência existente no período em que se vive a adolescência. Com outros olhos, atribuíram o período da adolescência, como momento de decisão, mudanças e diversidade sociocultural que são mais visíveis neste curso da vida. Os estudos contemporâneos visam apresentar dados para embasar programas que hoje são direcionados os adolescentes, visto que neste período há tamanho potencial a ser trabalhado como preparo para enfrentamento dos desafios que encontraram até alcançar o universo adulto (SENNA, 2012).

2.2 Gravidez na adolescência

A gravidez precoce pode causar o estado de depressão na gestante, a depressão hoje é considerada como um dos grandes problemas de saúde pública. Segundo a literatura pesquisada, a depressão “atinge cerca de 154 milhões de pessoas no mundo todo, sendo duas vezes mais comum em mulheres do que em homens”. A depressão durante o período gestacional pode acarretar prejuízos a saúde do bebê, levando ao parto prematuro, não contando com os danos a saúde da mãe adolescente. O “o período gravídico-puerperal é a fase de maior prevalência de transtornos mentais na mulher, sendo a depressão o transtorno mais frequente”, (PEREIRA 2010, p.216).
No Brasil, vários são os fatores que elucidam o advento da gravidez precoce. Os estudos realizados admitem que os principais agravantes para ocorrências de inúmeros casos de gestação em adolescentes é a deficiência de informações devido o baixo nível cultural e a deficiente educação quando se trata de saúde produtiva, o que alerta para uma educação sexual inadequada. A prática do sexo sem a devida maturação quando o individuo ainda não está preparado para assumir a responsabilidade pelo ato praticado, deixam evidentes os “resultados na incidência de nosologia, bem como a gravidez não planejada, a monoparentalidade, a precariedade socioeconômica, a interrupção do processo de escolarização e as dificuldades de inserção profissional” (CORREIA, 2011, p. 247).
2.3 Particularidades da gravidez na adolescência

É sabido que a gestação vivida na adolescência ganhou destaque como problema de saúde pública em grande parte do universo, pelo fato de revelar alto risco de “morbi-mortalidade materna e infantil” evento que leva a desestruturação da rotina vivida pelas adolescentes. Problemas durante a gravidez e no momento do parto têm apresentado a causa maior de óbitos em adolescentes em vários países. Sem contar que os filhos de adolescentes têm grande probabilidade de nascer prematuro e com pouco peso, em consequência tem grande chance de evoluir para óbito em relação aos nascidos de mães adultas. Fatores biológicos e fisiológicos provenientes da pouca idade em que se encontram estas mães que ainda não se desenvolveram por completo as estruturas da pelve e uterinas. Além da parte emocional que pode também gerar grande dificuldade em se relacionar efetivamente com o recém-nascido. Momento em que aflora a baixa autoestima devido ao não estar preparada para lidar com tais cuidados que pode crescer ainda mais os agravantes a saúde física e psicológica da mãe e do bebê. Não contando que a gestação neste período da vida pode resultar em dificuldades na vida social (MOCCELLIN, 2010).
Estudos revelam que nas ultimas décadas existe relação significativa em meio a ocorrência de morte fetal, ou nos primeiros anos de vida, de modo que as gestações de adolescentes tem mostrado indicativos que os nascidos das mães mais jovens apresentam maior possibilidade de evoluir para óbito nos primeiros 12 meses de vida, quando comparado aos nascidos de mulheres acima de 20 anos ou mais, (OLIVEIRA, 2010).

METODOLOGIA

Trata-se de estudo de revisão bibliográfica narrativa. De caráter descritivo, que segundo Marconi e Lakatos (2005), visam descrever as características conhecidas ou componentes do fato, fenômeno ou representação.

Esta pesquisa caracteriza-se também como qualitativa, onde estudo bibliográfico objetivou-se a investigar artigos que abordam a temática gravidez na adolescência, a fim de traçar um panorama do que está sendo pesquisado e publicado na área.
Para Lakatos e Marconi (2007) os estudos descritivos, qualitativos destinam-se a descrever as características de determinada situação, os estudos descritivos diferem dos resultados exploratórios no rigor em que são elaborados seus projetos.
Neste sentido Gil (2008) descreve que este molde de estudo busca explanar um problema por meio de teorias já existentes; analisa as características dos eventos e acontecimentos sem que o pesquisador interfira na realidade dos fatos. A pesquisa descritiva, qualitativa em geral, estuda as características de um grupo, sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, estado de saúde física e mental.
A coleta de dados foi realizada na bibliografia eletrônica do site da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), nas bases de dados literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), no Scientific Electronic Library Online (SciELO) publicados entre 2002 a 2012, na língua portuguesa. Para tanto, no momento da busca por literaturas foram utilizados as seguintes “descritores: ”Adolescentes. Cuidados. Enfermagem. Gravidez”. Após a leitura dos resumos, foram selecionados 20 artigos para leitura na íntegra. Decorrente dessa busca científica partiu-se para análise do material, seguindo as etapas: leitura exploratória, procedente da necessidade de conhecer melhor o problema, elaborar hipóteses e aprimorar idéias; leitura seletiva, através da qual foram selecionados os artigos pertinentes aos propósitos da pesquisa; leitura analítica dos textos, momento de apreciação e julgamento das informações, evidenciando-se os principais aspectos abordados sobre o tema. Finalmente, leitura interpretativa que, apoiada na experiência profissional dos pesquisadores, conferiu significado mais amplo aos resultados obtidos com a leitura analítica.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Fatores que contribuem para a prática de sexo imaturo
De acordo com Caputo (2008, p.403) “A sexualidade é influenciada pela interação de fatores biológicos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos, culturais, éticos, legais, históricos, religiosos e espirituais”.
Entre os vários fatores que contribuem para iniciação da prática sexual na adolescência os estudos revisados relatam que a baixa escolaridade configura-se como principal conseqüência da ocorrência de grande número de gestação nesta faixa de idade. Este evento se tornou fator característico que impede ao combate e erradicação da pobreza no Brasil. A exemplo de tudo isso sofrem redução da qualificação e a oportunidade de concorrer as vagas ofertadas no mercado de trabalho. Devido a esse prejuízo é levado a submeter ao trabalho informal e mal remunerado. Ainda que um significante número de adolescentes já tenha abandonado os estudos antes da ocorrência da gravidez, é corriqueiro que a renúncia escolar sobrevenha no período da gestação. Dificilmente as mães adolescentes retornam a escola para dar continuidade aos estudos (CAPUTO, 2008).
Por ser a adolescência um período conturbado, devido às transformações físicas e hormonais vividas pelo adolescente é sabido que a relação com os pais se tornam muito difícil devido aos pensamentos alimentados pelos filhos ainda jovens sobre os valores morais, modo de viver, crença, e sistemas ideológicos etc. Estes eventos na maioria das vezes geram clima de conflito familiar. Os pais quase sempre se tornam apreensivos, inquietos e sem respostas, sem sabedoria para entender e orientar seus filhos. Na idade de procura, investigação e enfrentamento, desestruturado vive em e contendas com os pais, momento em que buscam ajuda com os colegas, dando mais importância aos amigos, e na maioria das vezes se aproxima dos experimentos pelos quais seus colegas estão experimentando. É sabido que nos grupos de amigos adolescentes e sempre muito corriqueiros, o aparecimento de romances e as primeiras relações sexuais. A sexualidade é imperiosa nesta fase, os anseios emocionais são vivenciados com esplêndida magnitude e o adolescente, embora muito precoce não esteja apto a passar por ela. A família é o alicerce, é o modelo inicial, se torna referência, pela qual adolescente se capacita para encarar o mundo que o espera com novos ensaios que ainda estão por vir. De modo que surge a carência de conversação entre pais e filhos para que estes não procurem conhecimentos inconvenientes, ou truncado com colegas ou companheiros que também não detêm conhecimento suficiente, (SANTOS, 2009).
Na contemporaneidade, a prática da vida sexual inicia-se mais precocemente, estimulado pela determinação social, que leva a criança a adolescer mais cedo, de tal modo que leva os adolescentes ligeiramente a entrarem na fase em que chamamos de vida adulta sem estar preparados mesmo não estando preparados psicologicamente. O despertar da sexualidade na adolescência é seguido por tamanha falta de conhecimento. Os progenitores que outrora não receberam instruções adequadas sobre tais eventos que vieram a calhar sobre eles, atualmente não conseguem dialogar com seus filhos sobre o assunto. Pois são desprovidos de tais conhecimentos e/ou até mesmo pelo constrangimento quando o assunto é sexo. De tal modo que, sentem enorme dificuldade para relacionar com seus filhos, e terminam por não cumprir seu papel de pai e educador (MOREIRA, 2008).
Devido ao prejuízo de tais informações as adolescentes iniciam o relacionamento sexual muito cedo levando a ocorrência de aterrorizante número de gestações indesejadas. E consequentemente à disseminação das patologias transmitidas por práticas sexuais sem preventivos, as conhecidas DSTs. Este fator caracteriza a deficiência de informação não passada para os adolescentes sobre o desenvolvimento do aparelho reprodutor e sua função. Eles nada conhecem sobre os métodos contraceptivos, e como agir para efetivação de uma relação sexual segura. São notórios os diferentes estilos de iniciar a prática sexual meio aos adolescentes; as meninas entendem como um sentimento, mas profundo, paixão, o amor e primazia. Em relação aos meninos, é sabido que são os desejos impetuosos, investida sexual, nada relacionada a amor, paixão ou um sentimento mais intenso, (MOREIRA, 2008). Atuação do enfermeiro na orientação a vida sexual precocemente.
A atuação do Enfermeiro junto aos grupos que trabalham com os adolescentes ao grupo tem como objetivo maior o exercício assistencial e as práticas educativas. O trabalho em equipe unido aos vários trabalhadores da área de saúde e educação, profissionais atuantes nas equipes que acompanham o crescimento e desenvolvimento dos adolescentes no controle das DSTs IAIDS anticoncepção de gestação indesejada, entre outras necessidades do grupo. De acordo com o autor o Enfermeiro está preparado para realizar um trabalho de equipe interdisciplinar ou multiprofissional. O mesmo agrupa informações particulares para o acolhimento das demandas da saúde. Deve desempenhar ato educacional com a finalidade de nortear os adolescentes sobre as transformações visíveis que ocorreram em seus corpos, advertindo sobre os meios usados para prevenir e curar certas patologias “as quais estão expostos, neutralizar nos adolescentes os fatores de ordem social e cultural que contribuem nocivamente para o alastramento de doenças, orientando-os acerca de métodos contraceptivos e outros” (COSTA ,2002,p.82). A atuação do Enfermeiro como orientador deve ser unido ao adolescente e os pais, para estabelecer vínculo mais efetivo, com tática pedagógicas adequadas, tendo em vista a integração da família e da sociedade, reduzindo a ansiedade do grupo para que as relações possam fluir mais espontaneamente.
Em estudo realizado no Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) os autores citam que, ao se tratar de atendimento em equipe, em especial a equipe das enfermeiras, os autores relatam que ao analisar a fala das profissionais, perceberam que as mesmas tem um modo especial de entender a gravidez na adolescência, valorizando-a como um tanto importante para o ciclo vital feminino que, não obstante sobrevindo em meio a adversidades. Relatam que esta nova experiência ocasiona as adolescentes uma possibilidade de amadurecimento e coexistência. Os autores ainda relatam que a enfermeira ao estimular as adolescentes grávidas realizar as consultas de fazer pré-natal, valorizam os significados da integralidade como mulheres e mães. Respeitando as gestantes com cautela em ocorrência de aborto; garantia de acesso ao pré-natal e à maternidade protegida por meio de profissionais competentes. Orientando-as sobre o acesso as informações sobre os métodos contraceptivos (MELO E COELHO, 2011).
4.3 Intervenções para redução da gravidez na adolescência
Dentre os trabalhos encontrados, poucos apresentavam algo sobre prevenção da gravidez na adolescência. Entre as experiências relatadas, destacam os que estão incluídos nos temas direcionados para trabalhos ligados as DST e que abordam a metodologia para prevenção da gravidez (MOCCELLIN; 2010).
Entende-se que o ideal seria à equipe de enfermagem realizar encontros e palestras educativas dirigidas aos adolescentes, empregando materiais didáticos para que os mesmos reconheçam a importância do uso dos métodos contraceptivos. Estimular maior interesse em programas assistenciais e ampliar o trabalho coletivo a partir das necessidades assinaladas pelos adolescentes participantes. Segundo o autor é preciso que ampliem a visão e estimulem a participação mais efetiva dos profissionais de saúde, em especial os enfermeiros no cuidado voltado para as adolescentes grávidas (MOREIRA, 2008).
De acordo com relatos dos autores no Brasil ainda existe há uma deficiência de pesquisas que tratam do assunto em tema. Poucos artigos trazem o tema prevenção, isto demonstra que há grande necessidade de novos estudos voltados para o assunto, pesquisas que busquem métodos para ampliar e aperfeiçoar instruções volvidas para a realidade brasileira. Os números recentes evidenciam que os raros programas existentes no Brasil foram efetivos para reduzir os indicadores catalogados com os casos registrados de gravidez na adolescência e limitar os “fatores de risco para o desenvolvimento infantil, permitindo um vislumbre positivo do que pode vir a ser realizado no combate à gravidez precoce” (RIOS,2007,p.10).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A adolescente grávida vive um tempo de medos, anseios e diferenças, adicionado à obtenção de uma nova identidade que ainda não está amadurecida suficientemente para receber e, principalmente para a exigência que a sociedade ocasionará a este novo papel. Entre as várias implicações psicossociais podemos citar como mais preocupante a suspensão da frequência na escola e do prejuízo na formação profissional.
Os estudos revisados revelam o frequente abandono das escolas e que acarretam a redução da formação e capacitação que bloqueia a inclusão no mercado competitivo de trabalho, implicando em cargos de salário desprezível, levando genitoras adolescentes e filhos em condição de risco social. O apoio da família, parceiro e sociedade é fundamental, é importante escutar com calma e dar valor aos sentimentos e ansiedades para conhecer o universo em que vivem as adolescentes gestantes
Ao concluir esta revisão de literatura posso citar que existem alternativas, recursos, meios, para o enfermeiro ampliar a método educacional de cuidados para com grupos de adolescentes que é um tanto típico. Descobri que a minha gênese, com a bagagem de conhecimento voltada para este tema adquiridos em minha formação não será suficiente, não posso negar que se faz necessário a participação em cursos de aperfeiçoamento profissional na área.

REFERÊNCIAS

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