DILEMAS DO TRABALHO NO CAPITALISMO CONTEPORÂNEO

 

Adriana Coimbra

            De acordo com Karl Marx o trabalho como fator central na vida das pessoas vai torná-la um ser social, porém, ao mesmo tempo em que o capitalismo é fonte de humanização e é fundador do ser social, se torna degradante sob a lógica do capitalista tendo em vista que o produto do trabalho aparece como algo alheio ou estranho ao trabalhador, como um objeto que não lhe pertence. Diante desse trecho as autoras afirmam que o significado de trabalho tem um caráter variado e com conhecimento multidisciplinar de cada individuo; e que o mesmo tem papel importante dentro da sociedade visto que esta centralizada na vida das pessoas e se tornou uma fonte de experiência de vida social e que não é apenas um meio de satisfação para os trabalhadores e apesar de todas as transformações no que tange as formas de trabalho atuais o homem na sociedade ainda depende dele para ser considerado cidadão.

            Com o surgimento do sistema capitalista contemporâneo veio o sofrimento da classe trabalhadora, com muitas percas financeira e desgaste da saúde física, pois a centralidade do trabalho acontece nas esferas econômicas e psíquicas. A flexibilização trazida pela reestruturação produtiva exige trabalhadores ágeis, abertos às mudanças em curto prazo, que assumam riscos continuamente e que dependam cada vez menos de leis e procedimentos formais, não exige apenas sobrecarga de trabalho. Os que sobrevivem às perdas econômicas trazem consigo grandes transformações, pois, se sentem pressionados, acarretando problemas na vida pessoal e familiar de todos. Pesquisas evidenciaram que o trabalho tem contribuído bastante para o aumento de doenças físicas, mentais e até mesmo a morte.

Ao longo de toda essa trajetória do capitalismo ate os dias atuais houve a perda do processo produtivo por parte do trabalhador. Isso teve inicio com as formas de intensificação do trabalho com os conceitos adotados pelo Fordismo, Taylorismo e Toyotismo.

Com o desenvolvimento do processo de trabalho no capitalismo, há uma perda progressiva do controle do trabalhador sobre o processo produtivo e conseqüentemente a perda do controle sobre seu próprio trabalho. O trabalho e as formas de produção nas indústrias no mundo capitalista sofreram uma grande evolução desde o começo da Revolução industrial até o fim do século XX, tendo como destaque a enorme evolução das máquinas e equipamentos e o avanço tecnológico, com o advento do Taylorismo, Fordismo e Toyotismo, e a própria conquista dos direitos sociais dos trabalhadores (férias remuneradas folga insalubridade, carga horária reduzida, etc.). Porém, no que tange às conquistas dos trabalhadores e melhores condições de trabalho, isso é ameaçado por competição do mercado de trabalho e desemprego, pois se existe mais oferta de mão de obra do que de emprego, as pessoas acabam se sujeitando a qualquer coisa para arranjar um emprego.

O processo desenvolvimento tecnológico até os dias atuais não houve nenhuma mudança para acabar com o meio capitalista de produção e com seu complexo plano ideológico de uso da subjetividade para facilitar a manutenção de seu projeto hegemônico. O que se pode observar é que, só evoluiu a forma de dominação dos capitalistas, a exploração do trabalho não teve nenhum avanço, houve mudanças nos métodos de dominação do capital. Os direitos sociais diretamente conquistados pelos trabalhadores estão sendo substituídos ou subtraídos. O desemprego força as pessoas a enfrentarem filas vultosas para tentar uma vaga no mercado do emprego formal, mesmo que este seja alienado e estranhado. A luta dos trabalhadores deveria ser por melhores condições de salários e de vida saindo dessa condição de escravo do trabalho e ser um colaborador na construção de uma sociedade mais digna e igualitária.