O presente artigo visa desconstruir e baratear todos os comentários, artigos e opiniões que se produziram a favor da maneira como se desenvolveu o sentido pragmático do jargão político "dialogo juvenil", e contribuir para o ciclo de debate sério que se pretende sobre as principais causas do jovem angolano. Quero referir para início de dialogo com os possíveis interlocutores internautas, que foi com bastante gargalhadas que tomei a primeira impressão da expressão "dialogo juvenil", seguindo de uns ralhetes (À jeito de monólogo e animismo semelhante a das criança em estádio operatório) aos bandidos que andam por detrás destes ridículos cenários, achei que foi o cúmulo do politicamente correcto. Quero também abrir um parênteses para salientar que o presente artigo, por estar objectivada na desconstrução de determinadas ideias, integra em muitos momentos a componente interrogativa, uma atitude filosoficamente louvável para quem se propõem comunicar.

 
 
Começo efectivamente por oferecer uma visão conceptual do termo dialogo, palavra usada frequentemente e menos problematizada. O termo dialogo designa uma relação vertical ou horizontal entre objecto-objecto, objecto-sujeito, (objecto-sujeito)-(objecto-sujeito). Por exemplo: A relação entre mouse-teclado, teclado-monitor, processador-impressora, enfim, cada um e todos estes objecto dialogam entre si de modo que um não é nada(sem sentido) sem o outro. A apreciação deste termo torna-se ainda mais complexa ao atribuir-lhe a linfa que lhe é devida no domínio da política, quer dizer, política como relação racional entre sujeitos portadores de diferentes egoísmo.  O dialogo é pois um momento em que duais ou mais pessoas se encontram para construírem um egoísmo colectivo, porém, uma nação tem que se fundar num egoísmo cujas as estirpes partem de todas as sensibilidades sociais, sob pena de ser vulnerável a ataques ou egoísmo externos, mas é óbvio que para se construir um egoísmo colectivo é preciso que as pessoas se libertem de preconceitos e narcisismo, do "coitadismo", a libertação nasce da lasqueira da vida (Boff), a construção de uma causa colectiva não pressupõem que tem se amordaçar a resistência de um e de outro que no quadro de sua liberdade, criatividade, inteligência ouse desconstruir o senso comum, pois o pensamento e/ou egoísmo colectivo não é o mesmo que pensamento único, em geral, a ideia do pensamento único é abominável em sociedades democráticas, as democracias não funcionam só com uma única cabeça, isso é coisa de ditaduras, de totalitarismo, aliás, um amigo com longa experiência já dissera que as democracias precisam de cabeças quando as ditaduras as cortam. 
A realidade política angolana é uma das mais difusa do mundo, com um sistema de governação diabólico e irrepreensível, aliás, em geral quem compete com o diabo é só Deus, e como cristão tranquilizo recitando a profecia segundo o qual "a causa justa do povo triunfará". Portanto, Deus não abandonou Angola, pelo que continua dando força e sabedoria para percebermos que o suposto santo esgotou as suas possibilidades de levar avante o projecto da escolarização qualitativa, dos direitos sociais, da autonomia, da democracia, dos valores e da humanidade, estamos diante de um sistema fechado e  intrinsecamente arrogante e com a obsessão de que é a única referencia político-partidária com capacidade de conduzir os destinos do país. 
Nos perguntemos: - Será possível dialogar com quem se auto-referencia!?

Por acaso têm uma agenda de governação flexível aos pontos provenientes desse dialogo? Será!?

Não creio! O regime já não detém virtualidade internas para conseguir sair do caos, da corrupção, do extremismo, da intolerância, do fundamentalismo, a crise é na verdade agônica e em meu entender completou o seu ciclo histórico com as suas horríveis acções  o que dá-nos o direito aos três R como dizia Domingos na Cruz numa publicação interessante. 
Uma outra interrogação é possível: 
- Será que alguns jovens votarão no opressor mesmo quando este não tenha se apresentado às eleições passadas com proposta de governação dirigida à juventude e que agora está com a cabeça fria para dialogar!?