RESUMO: O presente artigo teve como objetivo um breve estudo em relação às diabetes, especificamente sobre o Diabetes Mellitus através de pesquisas. O estudo foca-se em descrever e analisar o que é o diabetes, sua breve história, seus tipos e, principalmente, seu processo de adesão ao tratamento, que envolve uma equipe multidisciplinar, a família, medicamentos, reeducação alimentar e a prática de atividades físicas.

PALAVRAS CHAVE: Diabetes Mellitus, adesão, tratamento.

 

ABSTRACT: This article has a goal make a brief account of the diabetes, specifically the Diabetes Mellitus through research. The study focuses on describing and analyzing what is diabetes, its brief history, its types, and especially its adherence process to the treatment involving a multidisciplinary team, family, drugs, dietary re-education and physical activity.

KEY WORDS: Diabetes Mellitus, adherence, treatment.

APRESENTAÇÃO

O tema a ser abordado foi escolhido pelos autores devido ao fato de que a Diabetes Mellitus é uma doença que pode acometer a todos, independente da idade; existe forte presença na atualidade; envolve no seu processo uma equipe múltipla de profissionais; e que despertou a curiosidade em saber qual o papel do psicólogo diante de uma doença (o seu desenvolvimento/agravamento) e seu tratamento, que depende muito do próprio indivíduo.

 

DIABETES

O diabetes é uma doença que vem crescendo cada vez mais no Brasil e no mundo, muitos países sofrem e iram sofrer cada vez mais com os impactos da doença ao logo dos anos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o número de pessoas com diabetes no Brasil deverá sofrer um aumento de 148,3% em 30 anos, passarão de 4,6 milhões em 2000 para 11,3 milhões de pessoas com a doença em 2030. Em termos mundiais os casos de diabetes são responsáveis pelo índice de morte de 3,2 milhões de pessoas por ano, o que quer dizer que morre cerca de seis pessoas por minuto no mundo por causa do diabetes (Benchimol & Seixas, 2006). O sedentarismo e a má alimentação são fatores que contribuem para a obesidade e por sua vez, são responsáveis pelo aumento dos casos de diabetes em todo o mundo. Com o apoio da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o Ministério da Saúde identifica que a prevalência de casos da doença no Brasil é de 7,6% na população entre 30-69 anos, porém, o número de jovens diabéticos tem aumentado.

 O diabetes é uma doença crônica que consiste em uma deficiência na produção de insulina ou incapacidade da mesma exercer sua função no organismo. O diabetes mellitus (DM) é uma das doenças crônicas mais frequentes, a sua alta prevalência torna-se um dos principais problemas de saúde pública no Brasil, causando um impacto social e aumento da mortalidade da população (Assunção & Ursine, 2008). Existem dois tipos mais comuns de DM, o Tipo 1 é quando o pâncreas para de produzir (ou produz pouca) insulina, o que impede que a glicose entre nas células e seja utilizada como energia no organismo. Segundo a SBD pessoas com DM1 possuem uma grande quantidade de auto-anticorpos que são anticorpos que atacam os tecidos do corpo por não reconhecer as proteínas do pâncreas como próprias, neste caso, o portador necessita de injeções diárias de insulina para regularizar o metabolismo da glicose; O Tipo 2 , é o caso mais comum, ocorre com mais frequência em adultos, porém houve um aumento de jovens com esse tipo de diabetes. De acordo com a SBD, estima-se que de 60% a 90% dos obesos são portadores dessa doença. O pâncreas não produz insulina suficiente para manter normais os níveis de glicose no sangue, pois a glicose não é metabolizada pelas células musculares e adiposas. Esta anomalia é chamada de “resistência insulínica”.

O açúcar não é o agente causador do diabetes. A sua presença em excesso no sague caracteriza a doença e é a partir disso que se faz essa associação, normalmente através do senso comum, porém essa relação é incorreta. A obesidade, os maus hábitos e o estresse acompanhados de componentes genéticos são fatores de risco para o surgimento do diabetes do tipo 2. Mas, uma pessoa ter genes relacionados com o diabetes não quer dizer necessariamente que ela irá desenvolver a doença (Benchimol & Seixas, 2006).

Adesão e tratamento

  O tratamento básico e o controle do diabetes, com base nos artigos estudados, consistem na adoção de uma dieta específica baseada na restrição de alimentos ricos em carboidratos, gorduras e proteínas, atividade física regular e no uso adequado da medicação. Valendo ressaltar que, geralmente, os medicamentos só são utilizados diante da incapacidade, do doente, de controlar os níveis, de glicemia, pela prática da dieta e de exercícios físicos. A adesão ao tratamento exige comportamentos que devem ser inseridos no dia a dia do portador da diabete, que é sequenciado em três estágios: 1) concordância, no qual o indivíduo concorda com o tratamento, seguindo as recomendações dadas pelos profissionais de saúde. Nesta existe uma boa supervisão do profissional, assim como um bom rendimento do tratamento; 2) adesão, fase de transição entre a supervisão dada pelos profissionais de saúde e o autocuidado, nesta o individuo tem uma grande participação e controle sobre o seu tratamento; 3) manutenção, quando, já sem vigilância, o doente incorpora o tratamento no seu estilo de vida, possuindo um autocontrole sobre os seus novos comportamentos.

No contexto da diabete é necessário considerar também o cotidiano das pessoas, já que há uma discrepância muito grande em relação aos indivíduos, levando em consideração, fatores como: condições socioeconômicas, estruturas familiares e grau de conhecimento. Esses fatores vão influenciar diretamente a relação entre o indivíduo, o exercício físico e a saúde. A relação do fator financeiro com uma dieta, por exemplo, pôde ser observada no estudo feito por Pace et al.26 em que se verificou que sujeitos que possuíam uma melhor renda aderiam a uma determinada dieta mais facilmente, devido a maior facilidade na aquisição de alimentos, do que indivíduos que possuíam uma pior renda.

Há um fator de extrema importância no tratamento do portador da diabete, levando em consideração a questão psicológica, que é a sua participação em grupos de apoio social, onde ele pode colocar seus problemas em debate, recebendo respostas e as utilizando na vida no momento adequado, além de poder ouvir outras pessoas com problemas semelhantes ou mesmo diferentes e tirar inúmeras conclusões e experiências de vida, o que torna o tratamento mais dinâmico e completo.

Sabe-se que o tratamento, a base de medicamentos, recomendado para o diabetes mellitus é de certa forma segura, não apresentando usualmente maiores efeitos colaterais (Foster, 1998). Mesmo assim é de grande importância se ter uma alimentação saudável, assim como fazer regularmente atividades físicas, para ajudar a melhorar os níveis de glicose, pressão e colesterol no sangue do individuo. É preciso que os diabéticos busquem ter uma vida tranquila e feliz, visando evitar o estresse (Benchimol & Seixas, 2006). Já foi provado que o estresse psíquico é também um fator que contribui nas alterações dos níveis de glicose no organismo. Pacientes que estão expostos ao estresse crônico chegam a um quadro de hipoglicemia devido ao aumento de hormônios produzidos diante de eventos estressores (Santos 2003). O estresse crônico aumenta a quantidade Cortisona e Adrenalina no cérebro, e a quantidade excessiva desses hormônios interfere no equilíbrio do corpo (Benchimol & Seixas, 2006).

 

O que aumenta ou diminui a adesão ao tratamento

A adesão dos portadores de diabetes ao tratamento se dá por inúmeros caminhos. As vertentes de adesão e/ou não adesão ao tratamento da doença possuem uma natureza ampla, que incluem nível de escolaridade, situação financeira, auto ou baixa-estima, entre outros. De acordo com artigos, o estresse causado pela doença pode promover a adesão dos pacientes ao tratamento do diabetes. Pacientes que possuem amplo apoio familiar e de amigos tendem a aderir ao tratamento com maior facilidade e promover a melhor aplicabilidade do mesmo.

O apoio familiar pode contribuir significativamente para a adesão e manutenção do paciente ao tratamento, uma vez que, a família pode auxiliar o portador da doença no uso adequado dos medicamentos, na realização de atividades físicas e na manutenção de bons hábitos alimentares. Os grupos de apoio a portadores do diabetes, igualmente ao apoio familiar, possuem relevante responsabilidade, pois são úteis no que diz respeito à aceitação da doença pelo próprio paciente e pela pelas pessoas de seu convívio. A promoção de palestras interativas, distribuição de folders e apoio psicológico são alguns dos possíveis meios de auxilio aos portadores do diabetes que possuem o propósito de aumentar a adesão ao tratamento. Em contrapartida, a não adesão dos pacientes ao tratamento do diabetes apresenta-se por inúmeros fatores. Pacientes que possuem baixa escolaridade ou que não a possuem são mais propensos a negar ou não procurar o tratamento da doença, uma vez que, podem não possuir suporte para realização do mesmo. Um estudo feito pela Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada da análise de ‘‘Barbosa & Lima (2006) ressaltam que é difícil detectar a não adesão e ainda mais difícil quantificá-la. Dados desses autores mostram que entre 40 e 60% dos pacientes em tratamento não fazem uso dos medicamentos prescritos.’’, isso mostra que os pacientes com diabetes não conservam o tratamento por muito tempo, uma vez que, interrompem o uso dos medicamentos ou pela falta dos remédios ou pela negligência com os horários, fazem uso de álcool e cigarro e não realizam atividades físicas.

Para que haja uma maior adesão e manutenção dos portadores da doença ao tratamento faz-se necessário que o profissional da saúde saiba dialogar com o paciente e com a família do mesmo, apontando as necessidades de estar ligado ao tratamento e promovendo sua aceitação da doença.

 

Relação médico-paciente

Ainda é bastante difícil estabelecer uma boa relação entre o medico e o paciente apesar da classe medica enfocar os aspectos emocionais e mentais como de extrema importância para o desencadeamento de varias doenças. O corpo humano já não é mais visto apenas nos aspectos anatômicos e fisiológicos. O individuo deve ser informado, motivado e animado a participar como um todo para que o processo do tratamento possa levar a cura.

Obviamente, não há como criar esquemas prontos para que se possa envolver os pacientes de forma participativa no processo terapêutico, porque cada indivíduo tem suas características próprias. E preciso construir uma relação entre o medico e o paciente, onde haja paciência, confiança, respeito, demonstrar interesse para dar segurança, pois certamente essas qualidades envolverão o paciente de forma receptiva para o que lhe foi informado e proposto. Essas necessidades fundamentais podem ser resumidas no anseio do individuo pelo afeto.

E importante que o medico expresse compaixão e saiba aceitar as expressões de reconhecimento que seus pacientes manifestam agradecendo pela atenção e o acolhimento que lhe foi dado. As expectativas do paciente em relação ao medico, a si mesmo e a doença, saber avaliar o grau de entendimento do paciente em relação à doença e de suma importância. Assim como avaliar o temperamento do paciente, tem pacientes que são determinados, dominadores, outros são sensíveis, melancólicos, emotivos, outros tranquilos, observadores. E importante que o medico identifique a predominância desse temperamento para saber conduzir a orientação adequada.

Relação paciente-família

 

O contexto nuclear que é a família influencia os hábitos de vida, as ações e os comportamentos de seus integrantes. Com isso, o estado de saúde de cada sujeito é influenciado pelo núcleo familiar que, por sua vez, representa ao acometido uma unidade de cuidado. É com base na cultura inserida, significados e valores compartilhados, pelas condições educacionais e socioeconômicas e pelo sistema de crenças ela vai tomar as decisões referentes ao processo saúde-doença.

 O suporte da família para o paciente diabético é fundamental, pois ele é um coligado na obtenção das orientações adequadas e do processo de enfrentamento da doença. Tal suporte está relacionado diretamente aos comportamentos do autocuidado no diabetes, sejam eles a dieta, o exercício ou a adesão ao tratamento medicamentoso. A família precisa compreender as modificações e ajustes necessários relacionados à doença, no intuito de garantir esse apoio facilitando a adesão ao tratamento, recuperação e/ou melhora de sua saúde.

A unidade familiar é fonte de apoio emocional nos momentos em que o diabético se sente impotente diante dos desafios advindos da doença e o ajuda a manejar sua doença e alcançar as metas do seu tratamento.

Segundo a Teoria dos Sistemas de Wright e Leahey, a família é conceituada como “um complexo sistema de elementos em constante interação, no qual o cliente identifica os membros que ele considera como família, de acordo com o significado que eles têm para seu existir.” (ZANETTI, 2007, P. 188). Baseado nesse sistema teórico é necessário apontar que este é o primeiro passo da equipe multiprofissional, principalmente do psicólogo. Deve-se saber qual a importância de cada membro da família para aquele acometido para que, só assim, os profissionais possam tomar a direção correta do tratamento.

 

Enfrentamento

 

As doenças crônicas, principalmente o Diabetes, interferem não somente na vida do seu portador, mas de familiares e pessoas próximas, assim como de toda a sociedade. Os portadores do diabetes, sobretudo crianças e adolescentes, necessitam do auxílio de um familiar para realizar seus controles e tratamento. O relacionamento estabelecido entre familiares e crianças e/ou adolescentes diabéticos é de fundamental importância, visto ser este marcado por momentos alternados de cuidado, carinho, segurança e também crises, conflitos e desentendimentos. Alguns autores apontam que o diabetes pode ter efeito profundo na dinâmica familiar, situação observada, principalmente, quando os pais assumem a administração de injeções de insulina. Apesar de isso ser um fardo para muito dos familiares, é salutar que eles compreendam a importância de sua participação no controle e tratamento. É importante lembrar que o envolvimento de familiares influencia o controle e prevenção da doença, sendo de forma positiva ou negativa.

Os jovens tendem a ser muito mais descuidados com relação à sua saúde que os adultos e idosos e, por conta disso, sua primeira experiência quase sempre vem acompanhada de hospitalização devido à manifestação dos sintomas da doença. Muitos desses jovens passam por grandes dificuldades por conta do diabetes. Dentre estes problemas, os mais frequentes estão relacionados com o futuro (medo e incerteza com relação ao curso da doença), dificuldades na reeducação alimentar e dificuldades de adequar-se a uma nova rotina.

Uma boa parcela dos jovens com problemas de diabetes se sentem bastante incomodados com a doença apesar de alegarem não se sentir mal por não poder fazer as mesmas coisas feitas pelos amigos, reclamam bastante do tratamento principalmente das agulhadas da insulina e do controle da alimentação. Uns afirmam que adquiriram diabetes por herança genética, outros por traumas como morte de entes queridos, há relatos também do abuso de doces e da relação parental entre os pais.

Apesar de todas essas complicações, os adolescentes portadores de diabetes afirmam que o fato de serem portadores desta doença crônica não afeta o seu dia-a-dia e que seus familiares e amigos sempre os apoiam e os incentivam a continuar com seus tratamentos e sua rotina para que possam aproveitar a vida da melhor forma possível.

Nos adultos e idosos, a forma de aceitação não é tão diferente da dos jovens, muitos ficam revoltados, uns deprimidos, uns aliviados por ser uma doença controlável e uns não se importam muito com a doença. Dentre os adultos e idosos que apresentam emoções negativas prevalecem a raiva e a tristeza que podem ocasionar reações de contestação e até depressão. Os que não dão importância demasiada à doença preferem manter-se na ignorância não conhecendo a fundo a doença e suas graves consequências.

O ponto crucial no que diz respeito à aceitação dos jovens e dos adultos e idosos está na forma de encarar a problemática da situação. Os adultos e idosos possuem uma visão diferente da vida por isso facilita a aceitação do diabetes mais facilmente que o jovem, mesmo sua primeira reação sendo de raiva ou tristeza.

Papel do psicólogo

 

Através dos artigos estudados observa-se que um tratamento bem cuidado e disciplinado permite prevenir e retardar as complicações apresentadas aos portadores do diabetes, tornando assim imprescindível a educação no tratamento desses indivíduos, associado ao controlo metabólico adequado, à prática regular de exercício físico e a uma dieta alimentar equilibrada. Com isso busca-se um envolvimento harmonioso entre usuários, família e profissionais de saúde na procura de atingir o equilíbrio biológico, psíquico e social,  a partir do importante papel do psicólogo na compreensão das consequências psicológicas da diabetes e dos fatores envolvidos no cuidado efetivo da doença.

A psicologia da saúde têm vindo a desenvolver vários modelos teóricos quem buscam explicar os comportamentos relacionados a saúde mostrando o qual complexa e diversa algumas doenças podem vir a se tornar diante de vários atributos psicológicos como, estilos de confronto com o estresse através de avaliações e reavaliações cognitivas empreendidas pelo indivíduo frente ao fator estressor bem como contribuindo para a manutenção de fontes internas de estresse, estratégias de coping que consistem em esforços cognitivos e comportamentais desenvolvidos pelo sujeito para lidar com situações estressoras através de um processo dinâmico, crenças e saúde e estados emocionais. No caso da diabetes mellitus, a abordagem psicológica torna-se necessária, uma vez que a integridade biopsicossocial do usuário é condição decisiva para favorecer os cuidados com a doença, resultando em níveis maiores de qualidade de vida, apontando assim para a necessidade de considerar a influência dos fatores psicossociais na evolução da diabetes, tanto na abordagem individual como na grupal. As abordagens educativas com ênfase apenas nos processos cognitivos revelam-se insuficiente para atingir a totalidade dos problemas, uma vez que os fatores emocionais desempenham grande influência na adesão ao tratamento, essa intervenção psicológica se dará ao nível da prevenção primária visando a promoção de um estilo de vida mais saudável, mas sobretudo ao nível da prevenção secundaria intervindo assim na prevenção e gestão dos efeitos da diabetes, o onde se representa uma área de grande desafio para os psicólogos que trabalham nos centros de saúde e em unidades hospitalares. Na área de atuação da prevenção primária, o psicólogo deve participar e executar atividades de educação terapêutica inter setoriais, levando em consideração os determinantes psicológicos dos comportamentos de risco para a diabetes nas escolas e na comunidade em geral. Na prestação de cuidados, deve realizar atividades que permitam o confronto e a adaptação dos indivíduos para com a diabetes, o aumento do controle sobre a doença e a vigilância periódica, a adesão do sujeito diabético a programas de autocuidados. Estas tarefas implicam que o psicólogo conheça bem as necessidades psicológicas do doente e reconheça que cada indivíduo é sempre único e apresenta diferentes necessidades em relação ao seu bem estar mental.

   Outra forma de intervenção contra os problemas causados por essa doença se encontra no trabalho das equipes de saúde multidisciplinares para a  educação de pacientes diabético, onde tem promovido o desenvolvimento de inúmeros projetos de intervenção psicológica e programas educativos, individuais ou em grupo. As intervenções em grupo trazem benefícios ao nível da saúde física e mental, do desenvolvimento pessoal, da promoção de aptidões e de praticas que promovem uma maior adesão ao tratamento, uma vez que os psicólogos presentes nesses grupos de apoio a intervenção educativa, através de uma integração com o mesmo buscam atender esses indivíduos em suas necessidades fundamentais do tratamento (alimentação, medicação e exercícios físicos), porém, sem descartar a subjetividade de cada um. Em suma, na abordagem multidisciplinar ao doente diabético no contexto dos cuidados da saúde primária, a participação do psicólogo terá como finalidade a promoção de uma maior aceitação pelo paciente da doença e do tratamento, a modificação de hábitos e estilos de vida, a promoção do vínculo relacional com a equipe de cuidadores, o aumento da adesão aos autocuidados e auxilio dos recursos pessoais para haver um maior enfrentamento dessa doença.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Diante do que foi abordado com base na literatura estudada, é imprescindível destacar que a população mundial está cada vez mais se descuidando da saúde, o que ocasiona um aumento da obesidade e com isso eleva-se o número de diabéticos. É importante que o acometido controle o nível glicêmico no organismo para que dessa forma se evite as consequências da doença, mantendo sua qualidade de vida.

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, o tratamento básico dessa doença consiste no uso de medicamentos, no acompanhamento nutricional (dieta com redução da ingestão de alimentos ricos em carboidratos, gorduras e proteínas) e na prática de atividades físicas. A aderência ao tratamento varia de acordo com o conhecimento prévio referente à doença, com as questões culturais, crenças e situação socioeconômica do paciente e de sua família, a qual deve estar em sintonia com o doente ao longo do processo de mudanças de hábitos. O núcleo familiar, juntamente com os profissionais da saúde, tem papel importantíssimo no incentivo desse tratamento.

­ A aceitação, tanto por parte dos jovens, adultos e idosos do diabetes é bastante complicado pelo fato de ao se diagnosticar a doença o portador entra em estado de fúria, indignação ou tristeza que pode levar o indivíduo à depressão. O papel dos familiares, cuidadores e amigos apoiando e incentivando o portador da doença é fundamental no periodo inicial, na descoberta da doença, principalmente para os jovens que ainda não tem certa maturidade para aceitar certos desafios da vida.

No trabalho psicológico, individual ou em grupo, o objetivo principal é a elaboração e aceitação da doença para conseguir uma melhor qualidade de vida, para muitos diabéticos é fundamental sentir que existe um espaço em que podem conversar com outros que se encontram situação semelhante, que partilham os mesmos medos, preocupações, problemas, ansiedades e dificuldades para que possam aprender estratégias para lidar com as situações difíceis com que se confrontam no seu cotidiano.

 

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