Dia Internacional da Mulher! 

   Uma data é apenas uma data; mais um dia do calendário que grupos, entidades, governos ou instituições revolveram escolher para reconhecer, comemorar ou dedicar a alguma coisa, fato ou a alguém. Mas isto só vai alcançar seus objetivos se houver divulgação, conscientização, empenho em mostrar a importância ou a necessidade de se  valorizar, cultuar ou preservar o objeto tomado àquela data.

  Particularmente devemos agradecer a todas as mulheres que lutaram e w  a a algumas que até morreram para que este dia – 8 de março- entrasse para o calendário internacional e tivesse expressão na mídia mundial. Agradecer às que trabalharam, às que se organizaram, às que protestaram, às que lutaram, às que construíram, às que amaram , e até às que, às vezes, odiaram e destruíram, mas que, com sua participação, trouxeram visibilidade a coisas, hábitos, tradições, leis – ou falta delas- e costumes que deixavam um ser humano relegado às mais adversas situações e condições, simplesmente por causa de diferenças biológicas e anatômicas; o que, aliás, às torna a coisa mais maravilhosa jamais imaginada pelo homem. E é graças a este ser diferente que o homem, que se acha dono de tudo, consegue perpetuar. Infelizmente também às vezes em suas sandices, mas faz  parte!       

   A luta das mulheres por reconhecimentos foi dura neste último século e meio. E ainda não logrou pleno sucesso, apesar dos avanços. Autonomia, Cidadania, Direitos Trabalhistas, Diretos Sociais, Direitos Políticos, Direitos à Individualidade Biológica e Social, Liberdade de Expressão e Pensamento. Mas ainda estamos longe do ideal. A mulher ainda é discriminada,  violentada e segregada em muitos países, sociedades, civilizações, meios sociais e comunidades. A prova disto é que temos o Dia Internacional da Mulher e não o Dia Universal da Mulher. Isto também porque algumas instituições hegemônicas sempre mantiveram a mulher à sombra do homem, reservando a elas sempre papéis menores. E nossa Cultura Ocidental se formou com estes ranços.

  Particularmente fico preocupado e até envergonhado pela forma como muitas mulheres são tratadas, ou se deixam tratar, principalmente perante à mídia, na esperança de conquistar um espaço   fugaz, mas que julgam importante, ou  do qual  foram convencidas da importância. Mas isso também faz parte!

   Mas o fato é que o papel da mulher é muito maior e muito mais importante do que servir como objeto de prazer ou de ostentação para o homem, ser a parte que  ele procura para constituir uma família, procriar, garantir sua descendência; é maior que cuidar da casa, ter, criar e ser protagonista na educação dos filhos, contemporizar as situações familiares e domésticas, entre outra tarefas corriqueiras que lhes são entregues. A ela, mais que antes, devem ser reconhecidas a capacidades e habilidades em administração financeira, visão e sensibilidade ante situações delicadas, a atuação nos bastidores de grandes eventos políticos, sociais, culturais por todo o mundo. A capacidade de liderança, o exercício da inteligência sem arrogância ou alarde e a grande capacidade de perdoar de forma racional e inteligente, cobrando as mudanças que se fazem necessárias; e não simplesmente perdoar.

   Penso, como homem, que a mulher é um parceiro que deve ser conquistado, valorizado e respeitado. Que dar-lhe ouvido, procurar atender a seus anseios e explicar quando não se consegue fazê-lo é um ato de sabedoria por parte do homem. Porque, um vez conquistado tão valoroso parceiro, nossa vida fica muito mais fácil e agradável.

  Infelizmente ainda resta espaço  conquistar, ante a intransigência de alguns, que precisam desarmar seus  espíritos e admitir que só estão neste mundo, nesta vida, por um ato de amor de uma mulher. Caso tenham eles se tornado grandes homens, parte do mérito, talvez a maior, seja dela;; a mulher por trás da cortina

   Não basta, portanto, ser cortês ou politicamente correto e fazer alusão ao Dia Internacional da Mulher, no trabalho, na escola, em casa, no tribunal , no clube ou no Congresso. É preciso ter em mente que esta data é apenas uma pequena referência; uma homenagem muito humilde ao grandioso papel que ela vem desempenhando ao longo da nossa História, principalmente nos últimos cem anos.

  Gostaria de poder inventar uma palavra para traduzir tudo o que sinto e penso a respeito desta data. Na falta de capacidade para tal, fico apenas com os velhos “parabéns” e “muito obrigado por tudo”.    

  Nivaldo Fernandes        S. P. Aldeia- 07/03/13