DIA DO PROFESSOR:

O QUE TEMOS PARA COMEMORAR?

 

Idanir Ecco[1]

Um mero professor apenas aponta o caminho das estrelas; um professor de verdade ajuda a alcançá-las.

(Lídia Vasconcellos).

 

            Comemorar significa festejar um acontecimento, celebrá-lo, louvá-lo. Inúmeros são os eventos, as datas, os acontecimentos e/ou os feitos históricos em que, ordinariamente e culturalmente, pessoas unem-se para trazê-los à memória e lhes render homenagens. Neste particular, convocamo-nos a distinguir, a brindar o ratificado Dia do Professor.

            Os calendários escolares dignamente exibem com evidência a referida data comemorativa, anunciando que os fazeres rotineiros do cotidiano das escolas serão alterados: feriado, homenagens, mensagens, afagos, presentes... descanso(?)!

            Enquanto professores o que temos a festejar? Enquanto profissionais da educação, quais os elementos que podemos “colocar à mesa” para o ato de celebração? Na condição ontológica de seres humanos que, em tese, cuidamos da aprendizagem, da formação e do aperfeiçoamento de outros humanos, qual a melodia para entoarmos nossos cânticos de louvor? E considerando a dimensão social/política, isto é, pertencentes à sociedade, a mesma que ora afirma ser o professor imprescindível e ora desconsidera-o como referência para definição de prioridades, que eventos são apropriados para serem rememorados?

            Indubitavelmente, enquanto professores, apesar dos “pesares”, temos muito a festejar. São, também, infindáveis os elementos celebrativos para esta data, assim como, as melodias para entoar louvores e os eventos rememoráveis, relacionados a essa profissão, são expressivos, significativos, porque históricos, porque os “resultados” do trabalho docente contribuíram e contribuem para e na construção da sociedade como um todo.

            Lucidamente (?) ninguém nega a importância, o valor, a necessidade do professor, haja vista ser da incumbência docente, além de cuidar para que o aluno aprenda, o cuidado antropológico, para que o humano, no homem e na mulher, possa manifestar-se. No entanto, o reconhecimento social (material e imaterial) do seu trabalho está aquém do teor remissivo contido nas homenagens, nas mensagens... comumente efetivadas, ofertadas na data que lhe faz referência.

            Mais que render homenagens, há que se reconhecer no professor um construtor de humanidades, com a real possibilidade de despertar a sabedoria a partir do conhecimento; de encaminhar seus pupilos para a aventura da vida; de ensinar a pensar e despertar para a realidade; de recuperar a autoestima, principalmente naqueles em que a humanidade fora-lhes roubada desde pequeninos; de apontar caminhos e construir itinerários da esperança...

            Verdadeiramente, o professor jamais extinguir-se-á, pois “Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais”, como afirmara Rubem Alves na obra A Alegria de Ensinar.

            Parabéns por ser professor(a) e que a ousadia esteja-lhe sempre em sua companhia!



[1] Mestre em Educação UPF/RS e Professor da URI Erechim/RS. [email protected]