"A vida só pode ser compreendida, olhando-se para trás; mas só pode ser vivida, olhando-se para frente". (Soren Kierkergaard).

"A fraternidade é a porta da justiça aberta para a vida". ( São Clemente Romano).

Os recentes acontecimentos envolvendo membros da Igreja Católica com pedofilia e relações sexuais que acabaram por gerar filhos cujo reconhecimento somente foi aceito após escândalo divulgado pela mídia local e internacional, acabaram por desaguar em um processo crítico de quais são os caminhos que a Igreja deverá seguir nos próximos anos para permanecer, primeiramente, ligada aos povos e, de forma secundária, conseguir sobreviver mesmo após tantas notícias desalentadoras e onda de ceticismo que invadem as mentes e os corações da humanidade.

Uma primeira passada de olhos sobre os recentes acontecimentos em que a Igreja de Pedro foi envolvida demonstra um inequívoco questionamento acerca dos verdadeiros votos de seus membros. E não estamos falando dos votos de castidade ou pobreza, mas sim dos votos de dedicação ao exercício sacerdotal. Ao que parece calçar as sandálias do pescador não tem sido uma tarefa extremamente árdua.

Vamos considerar alguns aspectos relevantes, iniciando-se pelo seguinte excerto extraído do sítio eletrônico "mistérios antigos" [1]:

"Imprudência"

"A Igreja sempre soube que os mosteiros e seminários atraem os homossexuais. Antes, era muito atenta, barrava e vigiava a formação", afirmou o escritor católico Vittorio Messori – co-autor de livros com os papas João Paulo 2º e Bento 16 –, em entrevista ao jornal La Stampa.

"Quem demonstrava tendências gays tinha de sair. Depois, em nome da não discriminação, permitiu o ingresso dos homossexuais e hoje a Igreja paga pela imprudência", disse Messori. Segundo o autor, um dos mais traduzidos escritores católicos em todo o mundo, não bastaria a Igreja Católica abolir o celibato para dar fim aos escândalos sexuais, porque, de acordo com ele, 80% dos casos envolvem gays.

Na avaliação do especialista em Vaticano Andrea Tornielli, a Santa Sé tomou uma posição correta em vetar o ingresso nos seminários de quem tem tendências homossexuais "profundamente enraizadas". Ele diz, no entanto, que muito padres gays vivem com equilíbrio e castidade.

Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano, não confirmou que esses padres estariam sendo investigados pela Santa Sé. Disse apenas esperar que a verdade seja esclarecida.

Ao que nos parece o referido comentário demonstra inequivocamente que a Igreja manteve, inicialmente, uma pretensão de evitar o ordenamento sacerdotal de indivíduos com tendências homossexuais com a justificativa de que estas pessoas possuiriam tendências "profundamente enraizadas", deixando de lado os seus próprios ensinamentos de igualdade e amor fraterno que não conhece qualquer espécie de fronteira.

Muito bem, tal assertiva, além de pobre de conteúdo e não emitida por uma autoridade da própria Igreja, denota um posicionamento no sentido de que a Igreja deve manter uma postura reacionária e conservadora, sem se preocupar com o cerne do problema, ou seja, trazer para as suas hostes pessoas – independentemente de suas preferências sexuais – que sejam capazes, dedicadas e vocacionadas para levarem a palavra do Criador aos seus fiéis, estender uma mão amiga e ainda colocar-se ao lado daquelas pessoas que se sintam perdidas, sem destino, desorientadas à busca de uma palavra de consolo.

Ora, é cristalino que tais atitudes independem de preferências sexuais ou comportamentos diferenciados, na exata medida em que se deduz que o pretendente à ordenação sacerdotal seja, antes de tudo, alguém comprometido com uma missão, missão esta que envolve relacionar-se com pessoas, ler suas mentes de forma aberta e abrir-se para o seu espírito mostrando que sempre há luz no final do túnel – por mais escuro que este seja.

Ousamos afirmar que se trata de um verdadeiro disparate qualquer consideração em torno do homossexualismo como forma de ocultar a verdade: a evidência dolorosa e desagradável de que o sacerdócio deve ser encarado como algo sublime, acima do bem e do mal das palavras e ações humanas, guindado ao status de "vestir" uma postura pela qual este indivíduo seja um porto seguro no qual almas desesperadas e sem rumo encontrem a iluminação para suas existências.

De qualquer forma, este é o primeiro ataque detectado por nossa análise, demonstrando que a concepção do Criador que nossos ancestrais históricos nos ofereceram como herança tem sido alvo de ataques oriundos de todas as direções.

O INIMIGO DE DEUS ESTÁ EM TODO O LUGAR.

De outro lado, ensejamos destacar a seguinte notícia obtida em sítio eletrônico de informações:

Em meio a escândalos crescentes, igreja grega suspende bispo 04/02/2005 - 15h41

Publicidade da Folha Online.

A Igreja Ortodoxa da Grécia suspendeu nesta sexta-feira um bispo, na luta para combater escândalos crescentes que vêm causando profundo embaraço à instituição.

O bispo metropolitano Panteleimon de Attica foi suspenso por seis meses pela igreja suspeito de apropriação de fundos da paróquia e comportamento não-ético.

Além disso, o Santo Sínodo, órgão que governa a Igreja Ortodoxa, também suspendeu nesta quinta-feira um sacerdote acusado de contrabando de antigüidade. O sacerdote superior Loakovos Giosakis, foi preso na manhã desta sexta-feira após um promotor público dizer que ele poderia fugir.

Justiça

Treze juízes e membros da Justiça foram intimados a testemunhar numa investigação da Suprema Corte acusados de manipular o julgamento. Todos estão ameaçados de demissão.

As acusações contra juizes e religiosos têm sido alvo de reportagens na TV diariamente, devido a supostos grampos de conversas telefônicas contendo detalhes de transações financeiras e escândalos sexuais. Panteleimon disse que as gravações atribuídas a ele são falsas.

"A igreja está diante de um crise sem precedente, com divulgações cotidianas implicando seus membros em todos os tipos de escândalo", segundo o jornal "Ta Nea", de Atenas.

O governo nacional diz apoiar uma proposta feita pela Igreja Ortodoxa de mudar a antiga legislação, simplificando o processo de levar religiosos a juízo.

"Estamos aguardando os detalhes dessa proposta... O governo apóia os esforços de correção que estão sendo iniciados dentro da igreja", disse Evangelos Antonaros, porta-voz do governo.

A Igreja Ortodoxa exerce forte influência na Grécia, e cerca de 97% dos 11 milhões de habitantes são batizados na religião estatal.

O bispo suspenso, cuja autoridade espiritual abrange uma área ao redor de Atenas, deve ser temporariamente substituído pelo Chistodoulos, líder da Igreja Grega.

Mais uma vez a credibilidade de uma instituição religiosa foi posta à prova e, lamentavelmente, fracassou diante das expectativas, fazendo com que o fiel se coloque ombro a ombro com o cidadão que também se encontra insatisfeito com seus representantes junto ao Governo. Parece algo insólito se analisarmos que a fé de um indivíduo, via de regra, ultrapassa o material expandindo-se para o imaterial – esfera cujo nível de credibilidade não se sujeita a dúvidas ou incertezas – a postura de clérigos que, pela sua posição dentro da estrutura, ou pelo grau de prestígio do qual usufruí no meio em que convive com seu rebanho, disto se utiliza apenas e tão somente em benefício próprio e materialmente quantificável, redunda em uma postura antes de inadequada para os padrões aceitáveis, a um comportamento que atinge em cheio a ética que permeia o credo professado desaguando na plenitude do descrédito de ordem geral.

Veja-se bem que não se trata de um questionamento de apenas de ordem moral,mas também ético e social. De onde vem tantas inconsistências no seio daqueles que são os responsáveis pela guarda da credibilidade religiosa. Indivíduos – apenas humanos – tomam para si a incumbência de preservar e valorizar sentimentos de fé, de crença e de fraternidade de ordem universais.

Apenas seres humanos, ora, apenas pessoas comuns que, em algum momento de suas existência sentem-se tocados por algo superior, algo que lhes transcendem corpo, alma e espírito, conduzindo seus comportamentos na direção de pleitear o anseio de responderem por este sentimento em face dos demais indivíduos. É um comportamento ético reiterado por sentimentos de fé e plena credibilidade – pelo menos no início.

Ademais, no mesmo sentido desta pequena análise temos o seguinte excerto abaixo transcrito:

Desta forma, as ações éticas acontecem quando os valores no conteúdo e no exercício do ato são valores humanos e humanizadores, em que a igualdade, a justiça, a dignidade da pessoa, a democracia, a solidariedade, o desenvolvimento integral de cada um e de todos é respeitado e garantido de forma plena e eficaz para a formação de uma sociedade mais equilibrada e justa. [2]

Tanto "ethos" (caráter) como "mos" (costume) indicam um tipo de comportamento propriamente humano que não é natural, o homem não nasce com ele como se fosse um instinto, mas que é "adquirido ou conquistado por hábito" (VÁZQUEZ). Portanto, ética e moral, pela própria etimologia, diz respeito a uma realidade humana que é construída histórica e socialmente a partir das relações coletivas dos seres humanos nas sociedades onde nascem e vivem. [3]

Todavia toda esta carga ética e moral acabam sendo suplantadas por anseios, digamos, menores, mais individualistas, mais voltadas para o material que para o transcendental.

Considerações relevantes a partir do filme "Por Trás da Fé".

Ao assistir-se este filme, percebe-se, com uma incomparável nitidez, que fazer da fé um movimento exige compromisso e responsabilidade, na exata medida em que se almeja um congraçamento mútuo, cuja reciprocidade deva funcionar como um vírus de amor fraternal, capaz de inundar corpos e almas de tal forma enlevando-os para um nível superior onde suas atitudes, comportamentos serão orientados em direção à fraternidade e igualdade universais.

No filme em comento os escândalos envolvendo a Igreja Católica Norte Americana e o seu Sistema Jurisdicional dão o tom da imperiosidade de exigir-se de pastores,padres, preletores e demais sujeitos que, de alguma forma, professam e difundem a fé sob a forma de manifestação religiosa uma postura ética a frente do exercício de seu mister.

E o ritmo desta ética encontra-se estabelecido por dois princípios: compromisso e responsabilidade. O primeiro – compromisso – diz respeito ao elo que deve ser estabelecido entre aqueles cujos interesses de ordem espiritual encontrem-se coesos e convergentes para a mesma direção. Apenas com um firme compromisso (elo que liga não apenas no plano físico, mas também e principalmente,no plano do espírito) é que pode-se atribuir à esta relação a necessária solidez que ela carece para dar aos que estão à sua volta credibilidade – a mesma credibilidade que estabelecera-se anteriormente no interior da interação entre fiéis e seu pastor- emanando fluidos positivos que serão sentidos por todos.

No que se refere à responsabilidade temos a principal característica do ser humano, seu comprometimento com todo o grupo social, não enquanto grupo, mas considerando cada um de forma individual e ao mesmo tempo coletiva, transformando sua sensibilidade em um enorme sentimento de fraternidade universal, desejando de forma única e constante o bem de todos e não apenas seu próprio benefício.

O filme em questão não é apenas um alerta contra eventuais desvios de comportamento de membros da Igreja (diga-se ela católica ou qualquer outra), mas sim dos efetivos desencontros desta Igreja com seu rebanho – aliás, palavra extremamente adequada para definir aqueles que seguem cegamente aquilo em que acreditam – o mesmo rebanho que passa a adquirir as feições de mera massa de manobra com a qual justificam-se erros e atestam-se anormalidades que anos a fio passam despercebidas de todos (ou mesmo ignoradas por todos).

E ao que parece alertas como estes são extremamente incômodos tanto para aqueles que neles de identificam, como para aqueles que tem absoluta certeza de que se trata de mera ficção baseada em fatos reais. Crianças que se tornam adultos desajustados, e que, por via de conseqüência, tornam-se criminosos, recalcados e incapazes de discernimento entre a verdade e a mentira. Indivíduos que somente interesses à vontade escusa de uns poucos que se valem não apenas da inocência, mas também da fé de todos.

Vejamos agora esta notícia veiculada em sítios eletrônicos noticiosos:

A Igreja Universal do Reino de Deus foi fundada em 1977, quando Edir Macedo, com o apoio de Romildo Soares, decidiu criar sua própria igreja. Após a criação da igreja, Soares desligou-se da IURD e fundou a Igreja Internacional da Graça de Deus. A origem de ambas seria, a Igreja Pentecostal de Nova Vida. A separação das três teria ocorrido pela diferença do foco de seus três dirigentes, como afirma o livro O Bispo - A história Revelada de Edir Macedo.

O crescimento da IURD está ligado à expansão dos chamados "movimentos neo-pentecostais" a partir anos 70, quando também foram criadas outras igrejas, tais como Igreja Internacional da Graça de Deus, Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra e a Igreja Renascer em Cristo.

Em oito anos de existência, a IURD já dispunha de 195 templos em 14 estados brasileiros e no Distrito Federal, número que quase dobrou dois anos depois. As últimas estimativas apontam para um contingente superior a 10 milhões de fiéis, dados mais recentes apontam 15 milhões, com presença em todos os estados do Brasil.

A IURD tem sido alvo de diversas polêmicas e também tem entrado em atritos com outros grupos religiosos, bem como com outros setores sociais. Contribui também para o surgimento de polêmicas em torno da IURD o fato de ser ela detentora de veículos de mídia em todo o Brasil e utilizar tais meios para falar abertamente daquilo em que crê e daquilo que faz, incluindo atacar outras religiões (principalmente as de origem afro) misturando-as em uma só, denominadas como "espiritismo". Dentre as acusações que se lhe fazem, há um leque que vai desde questões de hermenêutica até acusações de crimes graves, como charlatanismo e extorsão, alguns já julgados procedentes pela Justiça.

Dízimo e ofertas

A alegação de que a IURD "exige" de seus membros contribuição financeira descabidamente elevada é uma das acusações mais comuns dirigidas a esta. Os críticos da IURD fazem acusação de que o percentual mínimo de 10% é muito alto e alegam que tal dízimo seria exigido, contudo seus defensores afirmam ser um pagamento voluntário.

A forma como a IURD pede dinheiro costuma chocar aqueles que não são seus membros. Mesmo entre estes há quem concorde com a afirmação de que ela possivelmente provoque em algumas pessoas um constrangimento que induza a contribuição. Entretanto, não há formalmente exigência ou cobrança de valores por parte da igreja, nem há concordância de que membros que supostamente contribuam com menos do que a igreja espere sejam preteridos na congregação ou excomungados.

Os críticos da IURD também costumam questionar a motivação para a contribuição. É comum que a IURD, tanto em seus templos quanto em programas de difusão aberta por rádio e televisão, associe o dízimo e ofertas voluntárias adicionais a retribuições e graças materiais da parte de Deus para com aquele que contribuiu. Para os críticos, em especial os religiosos, as passagens bíblicas que garantem que Deus abençoa aqueles que voluntariamente contribuem não especificam a natureza material ou imaterial de tais bênçãos.

Críticas ao dízimo, no entanto, são subjetivas. Para a Igreja Universal, a fidelidade nos dízimos e nas ofertas traria bênção material (com base em Malaquias 3.6-12 e Gênesis 13.2). Segundo eles, o dízimo pode ser um ato de culto (Mateus 23.23). E mesmo a posição de que a promessa de retribuição de Deus à contribuição não seria necessariamente material dá espaço à possibilidade de ser material, porque haveria passagens bíblicas que assim o afirmariam (Provérbios 3.9,10).

A IURD considera o "sacrifício financeiro" como algo sagrado. Costuma usar o livro de Atos capítulo 5 para fundamentar sua postura.

O chute na santa

A maior polêmica envolvendo a IURD o episódio que ficou conhecido como o chute na santa. Nele, o bispo da IURD Sérgio von Helde, em 1995, que apresentava um programa evangelístico noturno no dia 12 de outrubro, dia da Nossa Senhora Aparecida. Pelo significado religioso da data para os católicos, o tema da transmissão era justamente o que o bispo pensava desta data. Seu principal argumento era que "era um erro do povo brasileiro depositar suas esperanças em santos, ídolos ou imagens pois, segundo a Bíblia, tais ídolos não têm poder algum" - mesmo os clérigos e leigos católicos dizerem diversas vezes que não adoram imagens, sendo estas meras representações de quem as orações são direcionadas.[1]. O bispo deu repetidos golpes com os pés em uma imagem, referindo-se a ela como "um bicho tão feio, tão horrível, tão desgraçado". Segundo o argumento do bispo, a estátua, por ser feita de barro, não poderia "ver, escutar ou reagir".

Apesar da transmissão ter se passado de madrugada, e na ocasião a emissora não apresentar uma audiência significativa naquele horário, houve no mesmo dia uma comoção no país. A imprensa (notadamente a Rede Globo) deu ampla cobertura a este acontecimento, já no dia seguinte, apresentando o fato como um ultraje deliberado à fé católica e à padroeira do Brasil, e uma demonstração de intolerância religiosa por parte da IURD.

O episódio acendeu a revolta dos católicos no Brasil, além de seguidores de outras religiões (inclusive evangélicas). A própria Igreja Universal do Reino de Deus, através de seu líder Edir Macedo, veio a público pedir desculpas. O bispo von Helde, após ser fortemente criticado, apresentou seu próprio pedido público de desculpas, isentando a direção da IURD. Mesmo assim ele eventualmente retirou-se para a África do Sul, trabalhando para a Igreja Universal naquele país.

A comoção do incidente encontrou apoio do poder público. Queixas na polícia e na justiça contra o bispo von Helde e contra a Igreja Universal foram movidas em vários foros, tanto por pessoas comuns quanto pelos próprios delegados e promotores de justiça, sob alegação de crimes como vilipêndio e desrespeito ao direito constitucional de liberdade de culto. Durante vários dias, as cenas dos chutes e os desdobramentos judiciais do caso ficaram nos noticiários. Foram registrados vários ataques aos templos da Igreja Universal, armados com paus, pedras e até mesmo armas de fogo.

Apesar do escândalo, alguns clérigos católicos argumentam que teologicamente a discussão seria irrelevante, pois a imagem não foi consagrada por um religioso católico (o próprio von Helde alegou ter comprado ele mesmo a imagem).

Maletas contendo dez milhões de reais

Em 2005 o deputado João Batista (PFL de São Paulo), que respondia como presidente da igreja, e mais seis pessoas foram detidas pela Polícia Federal com dez milhões de reais em dinheiro transportado em sete malas. O deputado disse que "o dinheiro é resultado de doações dos fiéis" e a IURD manteve a posição de que o dinheiro é fruto de doações.

A IURD esclareceu que não é crime transportar altas somas de dinheiro nacional, o dinheiro foi devolvido após requerimento judicial. Porém, em acordos internacionais como na lei brasileira levar quantidades altas de dinheiro pode ser uma indicação a lavagem de dinheiro; para meios comuns uma transferência bancária seria mais confortável e seguro. A justificativa para o transporte em espécie, em nota aberta, a Igreja Universal afirmou que centraliza o pagamento de despesas (impostos, aluguéis, empregados e contas de consumo) de todos os seus templos em sua sede nacional, no bairro paulista de Santo Amaro.

A matriz também centralizaria os controles contábeis e financeiros da igreja.

O dinheiro foi devolvido por ação judicial a IURD e nenhuma das acusações contra a IURD foram confirmadas.

Reportagem da Rede Globo

Em 1995, a Rede Globo apresentou críticas e filmagens que mostram o que Edir Macedo e outros líderes da Igreja Universal do Reino de Deus. Nessas filmagens o bispo Edir Macedo, depois de um momento de lazer, ensina uma forma de pedir arrecadações numa conversação informal com um de seus pastores, com o argumento de que a Bíblia diria que quem dá recebe, e que, para cada fiel que não quiser dar-lhes dinheiro, Deus vai mandar um outro pra dar.

Rede Record

A Rede Record, do Brasil, pertencente à Edir Macedo, líder da IURD, sendo conhecida e acusada de ter preconceito contra católicos, exibindo notícias difamatórias e acusações sob instituições católicas como a Opus Dei, mesma que oficialmente tais acusações não tenham sido provadas, além de não levar em conta os argumentos de defesa desta instituição[2] [3]. Também é acusada de exibir conteúdo que ofende as religiões de origem africana, principalmente o candomblé e a umbanda.

Em Moçambique

A Igreja Universal do Reino de Deus em Moçambique, foi fundada no dia 27 de novembro de 1992, no Cine África e hoje tem sua sede no bairro do Alto-Maé, na capital Maputo.

A IURD neste país conta com programas diários de rádio e televisão, na Rede Miramar, um portal de internet, o Arca Moçambique e o jornal impresso semanário Folha Universal Moçambique, com tiragem facial de 14.000 exemplares, é distribuído para todo o país. Os veículos de comunicação ajudam no trabalho intenso de evangelização por todo o país.

O excerto em destaque demonstra de forma inequívoca tratar-se mais de uma guerra de interesses que algo diretamente relacionado com a verdade. O compromisso com a verdade é apenas uma cobertura a mais que justifique o ataque indiscriminado a eventos que deveriam muito mais importantes para averiguação policial do que estampa jornalística denunciativa.

Em que pese o fato notório de que as assim chamadas "igrejas pentecostais" tem sua existência baseada na credibilidade alheia, pura e sem distinções, retirar-lhes dinheiro sem qualquer pudor com a justificativa (tênue) de que estariam comprando "o reino dos céus" é, no mínimo, algo doentio – além de criminoso – que não encontra razão de ser entre seres auto denominados de civilizados.

Que civilização é esta que permite tal barbárie acobertada por entidades governamentais e autoridades ligadas a todos os meios formadores de opinião? Esta permissão só pode encontrar ressonância em uma sociedade corroída e destituída de valores mínimos cuja razão de existir apenas se justifica pelo fato de ser ela uma razão em si mesma.

Nós sabemos que sociedades que existiram por si próprias e cujos valores foram sendo diluídos tiveram um final desastroso não para elas próprias, mas sim para seus integrantes que ficando sem qualquer identidade dissociam-se de si próprios e se perdem em divagações inúteis.

PROSPERIDADE DESENFREADA.

IGREJA MODERNA EM CRISE!

Temos assistido ao que a revista Veja classificou como "crescimento vertiginoso das igrejas evangélicas". Ao mesmo tempo em que muitos comemoram, percebemos o crescimento assustador da violência. Que leitura devemos fazer destes números conflitantes?

Tal "crescimento vertiginoso das igrejas evangélicas" deve-se em parte à teologia da prosperidade, que oferece uma esperança mais imediata do que escatológica, mais egocêntrica do que comunitária, mais fluida do que consistente, mais temporal do que eterna, mais mental do que espiritual. Porque certos grupos crescem mais do que outros, os grupos menores copiam suas estratégias sem qualquer aprofundamento. Instala-se então a concorrência e esta funciona por causa da natureza humana. Até a Igreja Católica entra na jogada para não perder fiéis. A badalada paixão pelas almas de alguns anos atrás cedeu lugar à paixão pelo crescimento numérico. Então, a pregação do pecado, do arrependimento, da conversão, do negar-se a si mesmo, da porta estreita, da solidariedade humana, torna-se impopular e rara. Por incrível que pareça, a denúncia de Santo Agostinho, pronunciada há mais de 16 séculos, é oportuna hoje: "Muitos clamam a Deus com o intuito de adquirir riquezas e evitar prejuízos, pela felicidade temporal e coisas semelhantes. Raramente alguém clama pelo próprio Deus. Assim, é fácil ao homem desejar alguma coisa de Deus e não desejar o próprio Deus, como se o que ele dá pudesse ser mais gratificante do que ele mesmo". A recente crítica do cineasta católico italiano Antonio Monda, autor de Deus e Eu combina com tudo isso: a "new age" é "a religião em que se aproveita apenas aquilo de que se gosta".

De tal modo que episódios de mau testemunho de igrejas noticiados pela mídia repercutem no meio evangélico como uma verdadeira dinamite!Esse tipo de notícia tem levado a "membresia",sendo ou tornando-se ainda menos comprometida com os valores do evangelho Embora a reação varia de pessoa para pessoa. Alguns trocam de denominação na esperança nem sempre bem-sucedida de ver menos escândalos. É muito comum abandonar a igreja por algum tempo (aconteceu com Phillip Yancey) ou para sempre (alguém já disse que a quantidade de ex-crentes é maior do que o rol de membros de todas as igrejas reunidas). Outros negam os escândalos e dizem que é perseguição da mídia ou mentira do Diabo. Há também aqueles que não se perturbam, não se incomodam e até se sentem bem, para não ficarem sozinhos em seus escândalos. Há ainda aqueles que se alegram com os escândalos alheios para ganhar alguma vantagem (novos admiradores e novos contribuintes). Precisamos lembrar que os escândalos religiosos são os maiores fábricas de ateus da história. O número de descrentes, céticos e agnósticos é enorme entre os historiadores. Todavia, ainda há, graças a Deus, os que choram amargamente os escândalos dos outros como se fossem seus e levam a sério a exortação de Paulo em 1 Co 10.12: "Aquele que pensa que está de pé é melhor ter cuidado para não cair".

Em um documento que trata do "Ministério Diaconal das Igrejas Luteranas", o autor diz que "a credibilidade da igreja já não pode ser presumida como fato".

Lamentavelmente devemos admitir que a igreja está desacreditada. Basta ler O Escândalo do Comportamento Evangélico, de Ronald J. Sider, recentemente publicado no Brasil. Embora o autor se refira aos maus testemunhos dos evangélicos americanos, o problema é universal. Segundo ele, "nos Estados Unidos, o divórcio é mais comum entre os cristãos 'nascidos de novo' que entre a população em geral". Sider cita Michael Horton: "Os cristãos evangélicos estão aderindo a estilos de vida hedonistas, materialistas, egoístas e sexualmente imorais com a mesma proporção que o mundo". De fato, em março de 2004, pesquisadores das Universidades de Columbia e Yale constataram que as taxas de doenças sexualmente transmissíveis foram quase idênticas entre os adolescentes evangélicos que fizeram o compromisso de esperar o casamento para se iniciarem sexualmente a os que não o fizeram. Sider cita também John G. Stackhouse: "Muitos evangélicos mentem, enganam e pecam contra os outros com 'uma alegria de quem já está perdoado', com uma atitude do tipo 'estou numa boa' porque Jesus me ama e não lhe devo nada". Se já não somos o sal da terra, a luz do mundo e o bom perfume de Cristo, não servimos para mais nada, exceto para sermos jogados fora e pisados pelos homens, de acordo com Jesus. Preciso citar mais uma vez Ronald Sider: "A ótima qualidade das vidas dos cristãos primitivos atraía as pessoas a Cristo. Hoje, nossa hipocrisia sempre as afasta dele". Não temos defesa: estamos desacreditados diante do governo (também desacreditado), diante dos críticos, diante dos antigos simpatizantes, diante dos opositores, diante da mídia (caçadora de escândalo) e diante do povo. É uma triste realidade. Mas isso não quer dizer que não haja exceções. Em toda história do povo de Deus sempre houve um remanescente fiel.

A Bíblia relata que em Corinto os crentes eram repreendidos pelo fato de permanecerem no estágio de bebês por tempo demais. Isso acontece com as igrejas brasileiras parece ser esta uma das razões de seus maus testemunhos.

O exemplo de Corinto é desanimador. Antes e na ocasião em que a Primeira Carta aos Coríntios foi escrita, os crentes já eram e continuavam a ser "crianças em Cristo". Por ocasião da Segunda Carta, escrita um ano depois, Paulo confessa estar morrendo de medo de reencontrá-los do mesmo modo, em "brigas e ciumeiras, ódio e egoísmo, insultos, falatório, orgulho e desordens" (2 Co 12.20). Se, à semelhança dos cristãos coríntios, brigamos uns com os outros, formamos grupinhos antagônicos ("Eu sou de Paulo"; "Eu sou de Apolo"; "Eu sou de Pedro"; "Eu sou de Cristo"), temos inveja e ciúmes mútuos, trabalhamos na base de competição, então entendo que somos carnais e não espirituais, andamos segundo a cultura mundana e não segundo o exemplo do Senhor. Nesse caso, nós também somos "criancinhas em Cristo" e não damos bom testemunho.

E quanto a líderes-bebês? A imaturidade de grande parte da membresia teria relação direta com a imaturidade da liderança? O que poderíamos dizer sobre isso?

Se dissermos de forma categórica que, se não houvesse líderes-bebês, também não haveria "crianças em Cristo" em nossas igrejas, estaríamos cometendo uma grande injustiça contra Paulo, Pedro e Apolo, e também contra uma quantidade razoável de pastores verdadeiramente abnegados e íntegros do presente e do passado recente ou remoto. Atingiríamos também aquele profeta que desabafou: "Durante vinte e três anos a palavra do Senhor tem vindo a mim [...] e eu [começando de madrugada] a tenho anunciado, dia após dia, mas vocês não me deram ouvidos" (Jr 25.3). Por um período de tempo quase duas vezes maior, Moisés carregou nos braços o povo de Israel, do Egito a Canaã, "como uma ama carrega um recém-nascido", mas os israelitas nunca deixaram de ser bebês no deserto e cometeram muitas loucuras, tais como idolatria e imoralidade sexual. Ao mesmo tempo, é impossível negar a estreita relação entre os pastores-bebês e os rebanhos-bebês.

Trata-se na verdade de um tenebroso despreparo teológico sendo que oproblema não é só o despreparo teológico. Existem outros despreparos mais graves — o despreparo vocacional, o despreparo ético, o despreparo na comunicação da Palavra, o despreparo na verdadeira motivação, o despreparo quanto ao conhecimento da riqueza toda que há na pessoa de Jesus, o despreparo devocional, o despreparo da paixão, para não mencionar outros. O problema é muito complexo porque crentes-bebês se sentem muito melhores sob a direção de líderes-bebês e estes precisam de crentes-bebês para continuar no "ministério". Esse acordo mútuo é muito antigo. Um grupo se alimenta do outro. O rei Acabe só consultava os profetas que profetizavam o que ele queria ouvir, como relatado em 1 Rs 22.1-28.

Outro dia estava lendo 2 Coríntios 11 e me veio a idéia de um artigo e palestra, que teria o título O sonho de uma virgem intacta. Tenho a forte impressão de que se todos nós ou a maioria dos líderes abraçássemos solenemente o sonho de Paulo, as coisas começariam a mudar e a mudança seria enorme. O sonho do apóstolo está no segundo versículo: "Eu os prometi a um único marido, Cristo, querendo apresentá-los a ele como uma virgem pura". Troquei propositadamente a palavra "pura" por "intacta", usada na versão da Bíblia do Peregrino, por julgá-la mais enfática. Todos nós precisamos assumir o compromisso e o sonho de Paulo de modo que não entreguemos ao Noivo, no dia das bodas do Cordeiro, uma falsa virgem, não pura e muito menos intacta. É um sonho muito alto e difícil por causa do pecado residente, da cultura secular e das potestades do ar. Difícil, porém, não impossível. O bispo metodista John Fletcher, contemporâneo de John Wesley, dizia: "Minha esposa é bem melhor para mim do que a Igreja é para Cristo". Precisamos acabar com essa tremenda injustiça!

Alguns pais evangélicos têm passado pela experiência de ver seus filhos na prática do crime e da violência, como ocorreu com o pai de dois bandidos envolvidos na morte do menino João Hélio no Rio de Janeiro. Que relação devemos fazer entre fatos assim e o testemunho da igreja?

Podemos imaginar a surpresa e a dor daquele casal evangélico de Madureira, no Rio de Janeiro, RJ, que, de repente, ficou sabendo que seu filho de 19 anos era um dos responsáveis pela morte de João Hélio (Veja, 21/02/07, p. 46). Podemos imaginar a surpresa e a dor de Adão e Eva quando ficaram sabendo que o filho desaparecido havia sido morto pelo próprio irmão. Posso imaginar a surpresa e a dor de Jacó quando ficou sabendo que foram seus próprios filhos que tinham vendido o então caçulinha para os mercadores ismaelitas. Podemos imaginar a surpresa e a dor de Davi quando ficou sabendo do estupro da filha Tamar, cometido pelo irmão dela, e do assassinato deste por outro filho. Podemos imaginar a surpresa e a dor de Maria quando percebeu que seus quatro filhos com José não criam na divindade do irmão mais velho e diziam que ele era um megalomaníaco. Alguns desses casos são difíceis de explicar. Mas não há dúvida de que o mau exemplo dos pais e o mau testemunho da igreja têm muito a ver com o afastamento dos nossos filhos do evangelho. Não temos dado muita importância a uma informação contida na história de Jó. Além de íntegro e justo, além de ser o homem mais rico do Oriente, além de ter suportado o sofrimento todo sem perder a fé, Jó tinha um especial cuidado com os filhos, no que diz respeito ao seu relacionamento com Deus. Como os sete filhos costumavam promover freqüentes banquetes, o homem da terra de Uz, quando terminava uma rodada de banquetes, mandava chamá-los e fazia com que eles se purificassem e ainda oferecia um holocausto em favor de cada um deles. "Jó sempre fazia isso porque pensava que um deles poderia ter pecado, oferecendo a Deus em pensamento" (Jó 1.4-5). [4]

A meu ver a natureza humana parece gritar contra a infâmia que se pratica em nome do Criador. Mesmo as vozes mais veladas e mais contidas são incapazes de conter seu bom senso e seu discernimento quando o assunto gira em torno de fé e de credibilidade.

Não somos detentores de todo o conhecimento, de toda a verdade e de toda a obra do Criador. Porém utilizar-se dela com fins exclusivamente egoístas extraindo da pureza das pessoas um benefício de ordem material que lhe sirva de modo a escravizar almas em favor de alguma moedas de prata ou ouro é algo revestido de tanta torpeza e de tanta falta de senso de justiça que pessoas como essas não mereceriam estar entre nós, convivendo no meio de pessoas respeitáveis e respeitadas.

A fé não é um produto, não é um instrumento de consumo que pode ser negociado, trocado ou cedido para a satisfação dos prazeres mundanos de alguns, cujos rostos e feições não encontram-se escondidas em vielas escuras de favelas, ou ainda protegidas por meios de comunicação cuja circulação atinge milhares de crédulos ao longo do mundo.

Não senhoras e senhores, a fé não pode nem deve ser usada e abusada como um instrumento de manipulação, fazendo com que a tênue linha que separa o bom senso da falta de honestidade acabe por ser rompido de forma definitiva.

Vale aqui destacar as palavras de Ramon Silva quando afirma que ter Fé é acreditar firmemente em algo ou alguém, acreditar que esse algo ou alguém possa satisfazer as suas necessidades. Temos fé em nosso potencial de trabalho, temos fé em nossos pais, em amigos, etc. Sem a fé não teríamos em quê nos firmar, não teríamos em quem acreditar, confiar e expor as nossas necessidades. A fé é o fundamento da nossa vida. Todos têm fé, nem que seja em si próprio. E se essa fé não faz sentido, ela desaba.

E acrescenta o comentarista que a fé das pessoas já não estava alicerçada em um Deus parcial, cruel e devorador, mas sobre um Deus brando, humilde, caridoso e justo. Foi um despertar de consciência que veio como água fresca numa seca mortífera - a seca espiritual. [5]

Assim ao nos expormos diante de todos e principalmente daqueles em quem depositamos nossa confiança e nossa fé, depositamos mais que confiança, depositamos nossas próprias vidas, curvando-nos na direção do pastor e de suas sábias palavras e orientações e, portanto, não podemos admitir que nossa fé e nossa credibilidade sejam utilizadas como instrumento de satisfação de oportunistas de plantão.

"Deus é conhecido sob diversos nomes: Jeová, Alá, Brahma, etc... A mesma água que o hindu chama "jal", o maometano chama "pani". Os ignorantes brigam pelo nome e pela forma, o sábio percebe a realidade. A suprema inteligência aparece em todas as formas, e não possui forma própria." –Ramakrishna



[1] http://misteriosantigos.com/artigos/modules/smartsection/item.php?itemid=69

[2] Fonte: Webartigos.com | Textos e artigos gratuitos, conteúdo livre para reprodução. Por Alex Souto Arruda

Publicado 25/04/2008Filosofia

[3] http://pt.wikipedia.org

[4] Fonte: Webartigos.com | Textos e artigos gratuitos, conteúdo livre para reprodução.

[5] A Fé e a Razão – Por Ramon Silva in http://www.pensamentoshumanistas.com/2007/08/f-e-razo.html