Servir a Deus ou a Mamon?

Mt 8.28-34

Mamon era o deus da prosperidade filistéia. A Cidade de Gadara ficava na região da Palestina (nome de origem filistéia), mas precisamente no local onde hoje é a Jordânia.  A economia local era baseada na criação de porcos por ficar for da Judéia e ter uma população na maioria não judia.  Gadara era uma cidade da decápolis (10 cidades romanas).

Quando Jesus adentra a província dos gadarenos, os endemoninhados que colocavam medo na população saíram ao encontro de Jesus e lhe perguntam o que veio fazer. Os demônios pedem para entrar nos porcos que eram comuns ali, pois a base da economia dos gadarenos eram os porcos. Jesus permite e os demônios deixam livres os homens e matam os porcos.

Os porqueiros contaram na cidade o que ocorreu com os endemoninhados e a cidade inteira veio ao encontro de Jesus e rogaram que se retirasse do seu território. Os moradores de Gadara serviam a Mamon. Os seus valores não eram humanos, não estava no ser, mas no dinheiro, no ter.

Irmãos, o dinheiro é algo espiritual. A bíblia fala 215 vezes de fé, 218 de salvação, mas fala 10 vezes mais em dinheiro, o equivalente a 2084 vezes. Por que Deus falou tanto em dinheiro? Primeiro porque dinheiro tem vida!  Mas será que Deus está interessado no meu dinheiro? Por que o dízimo? Qual a razão de ser da oferta? Dizimar e ofertar estão intimamente ligado a Deus. A questão principal é quem governa a nossa vida. Deus ou Mamon? Não é possível servir a Deus e ao dinheiro (Mt 6.24).

Dinheiro não é Mamon, mas ele pode ser transformado em Mamon quando colocamos ele no lugar de Deus (Mt 6.33). Mamon exige e oferece o que só Deus pode dar.  Mamon oferece segurança e exige adoração. As pessoas que tem dinheiro se sentem seguras. As pessoas que tem Deus também se sentem seguras. Mamon exige dedicação. Deus exige dedicação. Mamon exige o melhor. Deus exige o melhor. Mamon determina o valor das pessoas.

Como as pessoas se sentem quando estão sem dinheiro? A autoestima é proporcional ao dinheiro que possuímos, não é assim? As pessoas com muito dinheiro sentem que Deus está com elas? E as pessoas de Deus quando não tem dinheiro, sentem que Deus as abandonou? Quem ensinou isso? No relacionamento com Deus sempre queremos ter lucro? Sempre temos que ser beneficiados? E o reino de Deus?

Mamon é um espírito. Se você diz não se prostrar diante de ídolos, o espírito de Mamon faz você se prostrar diante do dinheiro para adorá-lo.

Mamon é um deus imundo. O dinheiro que vêm às nossas mãos possui um histórico. Ele pode ter sido usado para pagar uma relação sexual ilícita. Pode ter sido usado para comprar química de algum tipo para sustentar o vício, o tráfico e o crime. Ele pode ter sido usado para matar alguém. Pode ter sido usado como produto de roubo, de latrocínio, de extorsão, de trabalho desumano. Mesmo o dinheiro dito bom e limpo, possui sangue, desgaste da vida, das forças do ser humano, sendo produto de envelhecimento, dos dias e horas entregues para conquistá-lo.

Nosso dinheiro precisa ser santificado. Como santificar nosso dinheiro? Buscando primeiro o  reino de Deus (Mt 6.33); entregando as primícias a Deus (Rm 11.16); consagrando o dízimo a Deus (Ml 3.10-12).

Vamos testar se servimos a Deus ou a Mamon? O domínio do pensamento por Mamon faz com que deitemos e levantemos pensando em dinheiro. Quantos de nós pensamos em Jesus ao acordar? Quantos pensamos no cônjuge, nos filhos, nos pais? Buscamos dinheiro para “dar o melhor para nossos filhos”. Será que o melhor para nossos filhos é o que damos? (Lc 12.22-34).

Mamon faz com que gastemos mais que ganhamos e assim vivemos uma falta constante de provisão. A incapacidade de resistir a compras com um dinheiro que não temos e de coisas que não precisamos é domínio de Mamon.

O espírito de avareza é Mamon. Quantas pessoas não sabem usufruir dos bens que possui. Quando você tem e não sabe desfrutar do que Deus te deu é Mamon que domina. O avarento deixa o plástico no banco pra não gastar, senta desconfortavelmente e quando vende o outro dono do carro retira o plástico e se senta macio.  O avarento não usa as porcelanas, as pratarias e o enxoval, quando morre o outro cônjuge chega e usa tudo.

O espírito de Mamon causa descontentamento. Nada nunca está bom. Não há problemas em querer mais, o erro está na ingratidão com o que possui.

Mamon escraviza nas dívidas. Quando está acabando o carnê o viciado em dívidas tem que fazer novas dívidas, simplesmente porque ele não sabe viver sem dívidas. “Mamon é seu senhor e dívidas nunca lhe faltará”.

Vamos fazer 3 coisas importantes hoje. A primeira é nossa declaração de liberdade em Deus. Livres de Mamon. Vamos servir a Deus, buscar Seu reino em primeiro lugar e receber a provisão das demais coisas em Deus.

Segunda coisa que vamos fazer é pegar o envelope de dízimo e oferta fazer um voto com Deus de ser fiel a Ele. Você vai declarar que Deus é o único Senhor de sua vida.

Terceira coisa é consagrar a Deus o dízimo e a oferta que é d’Ele. Nunca mais vamos colocar as mãos no que é de Deus. A primícia, o dízimo e a oferta pertencem a Deus.

Deus disse a Adão: “Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17). Deus disse que aquela árvore era dele, não tinha nada de errado com aquela árvore, apenas ela era d’Ele. Somente Deus tinha conhecimento do bem e do mal, o homem era inocente. Quando ele comeu da árvore Deus disse: “Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal [...]” (Gn 3.22).

Belsazar era rei da Babilônia, domínio que saqueou o povo de Deus e levou os judeus para trabalharem como escravos. Um dia ele decidiu dar uma festa com bebidas e orgias – o bacanal.  Faltaram utensílios e ele decidiu mandar pegar os vasos que fora tirados do templo por Nabucodonosor e usá-los para beber com os príncipes, as mulheres e concubinas.  Deus escreveu na parede e Daniel deu a interpretação de que Deus tomou o reino de Belsazar porque ele usou os utensílios de Deus em sua festa (Dn 5.1-31).

Quem dá riquezas e poder para todos os homens é Deus (Dn 5.18-23; Ec 8.8; Jo 19.11; 1 Tm 6.16).

A única diferença que existe nos filhos de Deus é que eles rendem graças a Deus e reconhecem Deus como dono de tudo (Sl 24.1; Sl 62.11; Jó 42.2; Rm 11.36; 1 Pe 4.11).

Pastor Valdiney