DETERMINISMO

E

LIBERDADE

 

Alguns entendem que o animal, por vezes, se apresenta superior ao Homem enlameado de tantos crimes, tantos atos de selvageria e barbaridade; e consideram o plano dos animais como sendo até mesmo superior ao plano das humanidades.

 

O que não expressa a mais autêntica realidade!

 

Ora, comparativamente, o animal ainda adormece em seu determinismo e apenas vive em sua emotividade e tão irrisória capacidade racional ou consciencial; o Homem, diferentemente, está dotado de livre arbítrio e desperto como Ser emotivo de tão ampla capacidade, agregando em sua Razão, e Inteligência, os Valores Conscienciais e Morais. O Homem, pois, está dotado de uma Estrutura Mental muito superior, que o animal, por sua vez, simplesmente desconhece.

 

Entretanto, dito animal, por força da evolução, está a desenvolver tais capacidades, necessitando, pois, da nossa ajuda, desprendimento e amor para com seu crescimento e despertamento espiritual.

 

Com efeito, sabe-se que o Universo físico e astronômico só se dera, ou, se materializara, em função do que se convencionou chamar de Queda Espiritual; tal Universo de matéria, pois, representa um emborcamento da Obra do Criador, Obra de um Deus que É um Estado de Perfeição. Ora, como imaginar-se um Deus que, sendo Tudo quanto É, possa criar algo imperfeito e impuro do qual somos nós, os Espíritos humanos: a própria imagem da impureza e da imperfeição?

 

Se somos o que somos, não somos, por isso mesmo, uma criação original de Deus, mas sim, o que se compreenderia como uma segunda criação, que, novamente, retorno ao tema para elucidar mais e mostrar nossa superioridade evolutiva em relação aos animais.

 

A primeira criação, a criação original, se dera no Sistema Perfeito em Deus, na criação de Espíritos Puros e Conscientes (EPCs). E, como os princípios fundamentais da referida criação incorporam o Amor e a Liberdade, o Ser criado teria de equilibrar-se em perfeita sintonia com o Amor Divino, em benefício de sua Liberdade, que, portanto, o filho não deveria ultrapassar certos limites do Sistema Perfeito que, de sua parte, não acataria dissonâncias para com a Ordem da Justa e Primorosa Lei.

 

E fora pela não correspondência do Amor de Deus-Pai, e pela não observação dos limites estabelecidos, que se dera a perda de sintonia para com a Ordem da Lei, verificando-se, daí, a Queda Consciencial do Espírito (EPC) numa espécie de segunda criação, não original, de Seres que, por insurreição, se transformaram em Espíritos Simples e Ignorantes (ESIs), gerando os planos físicos e astronômicos do Universo material.

 

E, do Sistema Espiritual Perfeito em Deus, surge o Anti-Sistema, o Universo físico e astronômico que, em verdade, trata-se de uma obra emborcada, que, em verdade, trata-se de nova morada do Espírito transgressor, compondo sua nova morada: os Mundos materiais. E, assim, da Involução, surge a Evolução, como cura do Espírito rebelde pela dor e pelas adversidades imensas da subida evolucional.

 

Subida, pois, representativa do nosso retorno às liberdades desprezadas anteriormente, às quais estaremos de volta quando conformados às Normas da Lei, à Plena e Justa Ordem junto ao Deus Pai e Amoroso Criador.

 

Assim, pois, somos prisioneiros de um grosseiro corpo material; prisioneiros da gravidade que nos empurra para baixo; prisioneiros da atmosfera terrena da qual dependemos nossas vidas; prisioneiros do estômago, das proteínas, vitaminas e demais componentes que nos conforma o Espírito encarcerado; e, portanto, prisioneiros por nossa própria culpa, que hoje clama por liberdade no paradoxo de sua felicidade tristonha, pois que repleta de trabalhos, de suores, de doenças, de angústia existencial.

 

Filosoficamente, o esquema é extremamente perfeito. Matematicamente, ele funciona de forma lógica e precisa pelas seguintes e tão simples equações, sendo a primeira verificada na Perfeição do Sistema Espiritual; e a segunda, como conseqüência da Insurreição nele mesma instalada que resultara na subida evolucional do Espírito transgressor:

 

 [(Rebeldia) = (Involução)]

 

E, consequentemente:

 

   [(Dor) = (Evolução)

 

Onde o primeiro fenômeno, por conexão conversiva (=cc=), se transforma no segundo da ordem cíclica dos Mundos materiais:

 

   [(Involução) (=cc=) (Evolução)]

 

Ou então:

 

   [(Rebeldia) (=cc=) (Dor)]

 

E, portanto, o animal de nossa convivência no Mundo das formas, é também - como tudo contido ao âmbito do processo evolucional - um transgressor da Lei; ele vive um determinismo fechado, de consciência que se desperta lentamente e não lhe permite a manifestação de tudo quanto é: rebelde e transgressor. Seu psiquismo se fecha num aprisionamento do qual ele só se liberta por Vontade da Lei, curando-o, paulatinamente, de suas mazelas e imperfeições.

 

Entretanto, se o animal, ainda assim se manifesta no condicionamento psíquico de sua prisão mental, dir-se-ia que não há, para ele, determinismo absoluto, e sim relativo às linhas de força que o retraíram involutivamente, e, aos seus contrapostos que o impelem evolutivamente, quando, no processo cíclico da palingenesia, estas vencem aquelas, fazendo o retorno do (ESI) aos planos de sua originalidade como (EPC), agora concordante com a Lei Justa e Sábia do Amoroso Criador.

 

De tudo quanto dito, conclui-se que: do determinismo e da liberdade do Ser, não há, para um e para outro, estados absolutos. Noutros termos: em todos os reinos da natureza, do mineral ao Homem, verifica-se, a partir do determinismo mais ferrenho das coisas, graus crescentes de liberdade, não sendo eles, absolutos em seus extremos; isto é, não existirá determinismo absoluto no mineral e não haverá, como vimos, liberdade absoluta no Homem, e tampouco no Arcanjo espiritual que expressa plena harmonia com a Divindade, que, por sua vez, repito, não traduzirá liberdade absoluta em Deus-Pai, pois que tudo, no Universo, e no Sistema Espiritual em Deus, se enclausura num esquema de leis divinas e imutáveis, porém amorosas e sábias.

 

Em suma, o animal não é, em tempo algum, superior ao Homem. O que se poderia admitir como verdade é que: somos substancialmente (ss=) iguais:

 

   [(Animal) (ss=) (Homem)]

 

Mas também: somos evolutivamente (se=/=) diferentes:

 

   [(Animal) (se=/=) (Homem)]

 

Ora, o animal tem muito que evoluir espiritualmente, terá de criar, na ordem da natureza, os órgãos da fala, da razão, da criatividade, da estética e do pensamento contínuo, combinando equilíbrio de forças espirituais e morais, os quais já usufruem os elementos do plano que lhe transcende, o plano das humanidades onde, todavia, prevalece o determinismo da mesma Lei dos tempos primordiais, a de Causalidade, onde se deverá responder pelos seus pensamentos e atos, sobretudo os de práticas contrárias à Lei de Amor e da Caridade.

 

Já fora dito, em mensagem mui confiável, que a distância evolutiva (de) entre o Animal (A) e o Homem (H) é equivalente à distância existente entre o Homem (H) e Deus (D):

 

{ [A(de)H] = [H(de)D] }

 

Expressando, pois, a necessidade de nos damos as mãos, pois que Deus não se esquecera de suas criaturas amadas, mas está com elas no cadinho da dor, da subida evolutiva que nos reescreve a espiritualidade falida dos tempos primordiais.

 

UM GRANDE ABRAÇO A TODOS:

 

Fernando Rosemberg Patrocinio

 

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