Contam-nos muitos dos livros e romances espíritas (situação aplicável a
grande maioria de nós), que faz parte do processo de início do planejamento reencarnatório, "batamos à porta" do Departamento de Reencarnação da Colônia Espiritual que estamos "frequentando" e manifestarmos a nossa intenção, pedirmos autorização para tal. Esta solicitação dá origem a todo um planejamento reencarnatório, minuciosa e detalhadamente preparado, abordando diversos aspectos que vão desde a escolha do melhor momento do reencarne, pais biológicos, sexo (muita vezes vinculado àquele mais aplicável às provas, expiações e missões desta nova existência), reencarnação de outras pessoas a nós de alguma forma ligadas (seja por laços de amor, seja por necessidades de reajuste), estrutura biológica do nosso corpo abordando entre outros, como exemplo, a propensão a doenças (em razão das nossas necessidades de aprimoramento moral), enfim uma infinidade de itens que não seria possível aqui descrevem em sua totalidade, mas que devem harmonizar-se em seu conjunto para que o milagre da "vida" novamente se faça.

Do ponto de vista físico, a partir do momento da concepção, vamos
"emprestamos temporariamente" um útero materno que nos fornece abrigo,
proteção e as condições de desenvolvimento até o momento do nascimento.

Chegado esse momento somos obrigados a abandonar todo esse conforto e proteção caso queiramos, como dizem os nossos bons amigos baianos "estrear".

Pois bem, nosso espírito novamente ligado a um corpo passa a denominar-se alma e a ele estará ligado até o momento do próximo desencarne. Sim, pois já encarnamos e desencarnamos milhares de vezes!

Na qualidade de bebês, ganhamos amor dos nossos pais, familiares e afins, ganhamos um protetor espiritual, ganhamos casa, comida, roupas, enfim condições de sub-existência mínimas necessárias à manutenção da vida no corpo físico.

Crescemos, estudamos, aprendemos, trabalhamos, auxiliamos, enfim vivemos e ao longo desta nova existência começamos a agir como se estivéssemos aqui, neste planeta Terra de tantas provas e expiações, para todo o sempre, muitas vezes esquecendo o real sentido e objetivo da existência atual que é o nosso aprimoramento moral e intelectual.

Ao longo de uma parte significativa da vida vamos "juntando coisas" que
acreditamos piamente serem nossas. Começando pelas materiais,compramos roupas, relógios, jóias, sapatos, carros, casas, terrenos, guardamos dinheiro no banco e por ai afora. Tudo isso nos "pertence". Acreditamos também que somos donos de certas pessoas. Infelizmente é assim que pensamos..... Que elas são de nossa propriedade e que têm que estar sempre conosco. Em essência é a forma egoísta de amar que possuímos, compatível com o nosso estágio evolutivo atual. É a minha mãe, o meu pai, a minha esposa ou marido, são os meus filhos, a minha família, os meus amigos etc etc etc.

Existe o tempo em que a vida tudo "dá".....

Mas, existe também o tempo em que a vida "toma" ou "pega de volta".

E é exatamente nesses momentos que nos deparamos com a dor e o sofrimento.

São as perdas materiais que levam tantas pessoas a cometerem as mais
desesperadoras atitudes. São as perdas afetivas, de entes queridos, aqueles
mais próximo principalmente, que nos levam até mesmo a duvidar da
existência de Deus.

Mas o que se perde realmente? A matéria? Essa sempre pertenceu e continuará pertencendo a esse planeta. Até mesmo o nosso corpo físico "a terra retornará".

E as perdas afetivas? Mas pensemos bem, se somos seres imortais, ninguém perde ninguém, apenas separamo-nos momentaneamente, pois temos então a certeza de que reencontraremos nossos entes queridos num futuro próximo, em alguma colônia espiritual desse "mundão afora". Afinal há muitas moradas na casa do Pai. Enquanto esperamos esse reencontro, embora parte significativa de nós não possa ver e até mesmo nem sentir, eles estão muitas vezes ao nosso lado, nos intuindo, nos auxiliando e nos doando muito amor e incentivo para continuarmos em nossa jornada evolutiva, sempre alinhados ao bem.

Racionalmente pensando, porque então tanto desespero nos momentos de
dificuldades?

Ou será que definitivamente não cremos que o Pai Maior nos ama e só quer o nosso bem?

Quando vamos aprender definitivamente a enxergar o bem aonde só conseguimos ver o mal e a desgraça.

E Deus já nos mostrou o quão hábil é nisso, transformar o mal em
oportunidades de aprendizado, de evolução e de transformação para o bem.

Ou será que por traz das ações de Deus, que tudo sabe e a tudo vê, não há
efetivamente uma causa e uma razão inteligente?

Amemo-nos, instruamo-nos e pratiquemos a caridade. Entreguemos ao Pai de amor as nossas vidas, com a certeza de que uma folha não cai de uma árvore sem que Deus assim não o queira. Desprendamo-nos definitivamente dos laços que nos prendem e que nos trazem tanta infelicidade.

Desenvolvamos a nossa fé racional, com a certeza de que encontraremos a
felicidade na vida futura, desprendendo-nos de todo sentimento de posse e
de todo e qualquer apego material e emocional, afinal esse é o processo:
Nascer, Morrer e Renascer em busca do constante aperfeiçoamento moral,
aprendizado e da felicidade plena ao lado do Pai Maior.

Reflitamos.