DESIGN GRÁFICO : SUA EVOLUÇÃO EA COMUNICAÇÃO NO MUNDO DIGITAL

 

Paulo Batista de Almeida

Aluno do Curso de História – EAD – Universidade Estácio de Sá RJ.

Rio de Janeiro, 03 de julho de 2015.

Resumo

Design gráfico é uma área de atuação onde o profissional neste artífice convence as pessoas através da imagem a comprar uma idéia, pensamento ou opinião do material o qual preparou para exibição. No exercício desta profissão se pode usar como recurso elementos textuais e não-textuais ao fazer a comunicação por meio do objeto reproduzido. O design gráfico é usado na atualidade como embelezador dos produtos reciclados, onde sua nova forma, passa por este meio de  comunicação, que estimula o individuo, a possuí-la, esquecendo por vezes, que é um objeto de reaproveitamento. No século 21, a participação do design gráfico expandiu para os meios digitais, sendo utilizado na criação de sites, portais eletrônicos, softwares e diversas outras áreas relacionadas ao Design Digital.

Palavra-chave: Design,  comunicação, mundo digital.

 

Abstract

Graphic design, is an area of activity where professional architect in this convinces people through the image to buy an idea, thought or opinion material which prepared for display. In exercising this profession can be used as a resource textual and non-textual to make the communication through the reproduced object. Graphic design is used today as beautifying of recycled products where its new form, goes through this medium, which stimulates the individual, to possess it, forgetting sometimes that is a reuse object. In the 21st century, the participation of graphic design expanded to digital media and is used in creating websites, web addresses, software and many other areas related to Digital Design.

Keyword: Design, communication, digital world.

Introdução

Historicamente o Design gráfico teve suas primeiras representações nas figuras falhadas nas rochas das cavernas através da qual o homem representava suas lendas, historias e conquistas. No entanto atualmente os Designers são utilizados como forma de comunicação: impressas, visuais por sistemas de sinais ou eletrônicos, trabalhos didáticos ou empresariais, propaganda, publicações diversas e até em websites, o recurso tecnológico destas habilidades tipográficas, que usa o sistema de cores e imagem, podendo ser associados a sons, cria soluções visuais nivelando a comunicação, suprindo muitas vezes, a necessidade da pré- intelectualidade. O século XXI, assim, evidenciou a expansão do design gráfico para os meios digitais, sendo utilizado não só para a criação de sites, mais também, nos portais eletrônicos, softwares e diversas outras áreas relacionadas à ciência digital.

Design Gráfico

Portanto, o Design gráfico, trata-se de uma área de conhecimento e prática profissionais específicas relativas ao ordenamento estético-formal de elementos textuais e não textuais, o trabalhador que lida com esta ferramenta, ou seja, exerce a função de um designer gráfico, tem por habilidade induzir o usuário a ter uma visão positiva de um objeto ou modo de pensar, sendo assim, ao utilizar os recursos certos, de cor e imagem e som, pode vir a mudar o estilo (modo de vestir) de uma pessoa e até conceitos formadores de sua identidade, este tipo de comunicação persuasiva, para alguns indivíduos, pode alterar suas atitudes frente a um objeto ou a uma situação. Portanto, esta matéria por se tratar de modificadora de opinião, tornou-se relevante nos estudos das ciências como: Sociais, Psicologicas, dentre outras.

No entanto, o design gráfico possui um conhecimento próprio que se desenvolveu através da sua história.

 

Formas de Design Gráfico

Artesanato

  • Sistema familiar (Princípio da Idade Média)
  1. Associação entre a arte e a técnica
  2. Não há divisão entre criação e produção
  3. Tradição – herança familiar
  4. Produtos para consumo
  • Sistema doméstico (Meados da Id. Média )
  1. Não há divisão entre criação e produção
  2. Proprietários da matéria prima e das ferramentas
  3. Hierarquia: Mestre - Oficiais - Aprendizes
  4. Vendiam o produto, não o trabalho
  • Sistema de corporações (SÉC. XVI A XVII)
  1. Estrutura do sistema do Corporações
  2. Propriedade das ferramentas
  3. Matéria prima fornecida pelo Empreendedor
  4. Vendiam o trabalho e o produto - Assalariados

Manufatura

  1. Separação entre o fazer e o criar
  2. Repetição de tarefas – linhas de produção
  3. Surge o Empresário – Capitalista
  4. Nova linguagem – projeto

No século XVI com o aumento da produção e para que a mesma fosse de boa qualidade houve a necessidade de contratação de acadêmicos, denominado artistas e “Mestre da Forma” antepassado do designer, o qual tinha a incumbência de criar e dar forma aos projetos. Numa linguagem que permitisse a integração entre a atividade intelectual (livros, folhetins, cartazes) e a atividade reprodutiva adequando o valor de mercadoria. Atingindo através das fotos todas as classes sociais os letrados e os não letrados por isso a imagem tinha que retratar o que o texto queria dizer.

Industrial

Divisão do trabalho

  • Aumento de ofertas de emprego
  • Redução da qualificação
  • Separação entre empresários e empregados
  • Aumento da produtividade
  • Redução de preços dos produtos

A critica Marxista deste processo se deve a que os homens não precisavam mais de preocupar em resolver problemas surgidos durante o processo produtivo. Eles agora eram como engrenagens de máquinas.

A Tecnologia do Design Gráfico: texto, imagem, fotografia

  • Gutenberg e(1398 -1468) suas inovações tecnológicas;
  • Produção mecânica e Seriada

Sendo o primeiro trabalho reproduzido - A Bíblia de Gutenberg 1450 – 1455;

  • Divisão do trabalho
  • Técnicas de impressão;
  • Impressão - tipos móveis
  • Capitulares e Cores – manufaturadas
  • Mão de Obra – mulheres e crianças
  • Impressão gráfica no Brasil

Pós-Industrial

Transformações políticas e sócio-culturais – séc. XIX

  • População urbana
  • Desenvolvimento dos transportes coletivos
  • Socialização – convivência com estranhos
  • Indústria de entretenimento
  • Sinalização urbana e mapas
  • Acesso aos bens de consumo – industrialização
  •  

A Linguagem Visual e as Técnicas de Impressão

Xilogravura - Madeira Gravada

 Nesta técnica a madeira é entalhada, com ajuda de instrumento cortante, com a figura ou forma (matriz) que se pretende imprimir.

Em seguida usa-se um rolo de borracha embebida em tinta, tocando só as partes elevadas do entalhe. O final do processo é a impressão em alto relevo em papel ou pano especial, que fica impregnado com a tinta, revelando a figura.

Exemplo: Albrech Dürer (1471 – 1528) – obra - “Melancolia” 1514

Exemplo ( Rio de Janeiro): Oswaldo Goeldi  (1895 -1961),Gravador, desenhista, ilustrador, professor. 

Litogravura

Essa técnica de gravura envolve a criação de desenhos sobre uma matriz (pedra calcária) com um lápis gorduroso. A base dessa técnica é o princípio da repulsão entre água e óleo.

Esta técnica de impressão com grande sucesso equiparando-se a qualidade dos países a muito industrializados.

Exemplo: Escher  ( 1898 – 1972),Artista, gráfico e Gravurista

A fotografia

 Está é a única técnica dispensa a mão de obra do artista na elaboração dos desenhos.

Raízes do design

Ao estudar o desenvolvimento do estilo moderno do Design, podemos relacionar alguns movimentos artísticos que contribuíram para a sua formação:

  • Art Nouveau

O Art Nouveau foi o prelúdio ou, como querem alguns, o alarme falso do movimento moderno.
Além da ênfase que em geral atribuía à decoração superficial, ao mero ornamento, este movimento exerceu certa influência sobre o Design e se utilizou de novos materiais industriais.

Marcou o início dos posters como forma de expressão artística, com os trabalhos de Bonnard, Toulouse-Lautrec e Mucha, entre outros.

  • Cubismo

Nenhum acontecimento artístico verificado no século XX foi mais revolucionário nem produziu efeitos mais duradouros no desenvolvimento visual da comunicação do que o Cubismo.

O Cubismo influenciou o Design com a utilização da Colagem e da Montagem; com o livre uso das letras como elemento plástico; e principalmente com o rompimento das regras tradicionais de representação e de forma.

Exemplo: obra de  Braque, 1911 - “O Português Emigrante”.

  • Futurismo

A estreita ponte entre os movimentos cubista e futurista foi estabelecida por Marcel Duchamp, com o seu hoje clássico “Nu descendo uma Escada” e o “Moinho de Café”, ambos executados em 1911.

O primeiro aplica formas cubistas ao
movimento e o segundo introduz os
meios mecânicos, a máquina,
como elementos de design.

Na preocupação dos futuristas com o movimento da máquina reside sua contribuição mais expressiva para o Design Gráfico.

Exemplo: McKnight Kauffer (1890-1954).

  • Dadaísmo

Inspirado pela irreverência e pela  imaginação sem limites de Marcel Duchamp,

o movimento dadaísta expandiu-se por todo o mundo artístico. Sua constante atitude de negação e de desafio em relação aos monstros sagrados da arte teve dois principais resultados em relação ao moderno design:

  1. O valor do humor e do chocante como forma de despertar a atenção do observador e anular sua apatia;
  2. Depois, com as desenfreadas experiências do Dadaísmo na  comunicação os designers aprenderam a  reavaliar suas próprias fórmulas tipográficas.
  • Surrealismo

Com a crescente influência das idéias de Sigmund Freud, muitos dos primeiros artistas do Dadaísmo evoluíram, na década de 20, para a nova expressão da arte de ilustração, inspirada no inconsciente.
Esta mudança estabeleceu uma nova concepção das imagens gráficas, dos desenhos como ilustração e da fotografia, fornecendo uma inesgotável fonte de idéias para a comunicação visual.

Art Déco

Art Déco (abreviatura de arte decorative), mistura elementos de outros movimentos dos anos 20:
futurismo, construtivismo, Bauhaus e cubismo.
Altamente formalista e rígido, é baseado em linhas planejadas e concisas. Também é considerado o movimento mais estiloso (e fresco!) do modernismo, tendo como fontes as culturas africana, egípcia e asteca.

Artista - Charles Rennie Mackintosh  (1868-1928) 

  • De Stijl

Movimento estético - social - filosófico, oriundo da Holanda, que teve alguma influência sobre o design e artes plásticas.
Entre seus colaboradores estavam Doesburg, Piet Mondrian, Gerrit Rietvield, Um dos mais idealistas movimentos do século XX, o De Stijl
(ou Neoplasticismo) foi um marco da arte moderna,
o «mais puro dos movimentos abstratos».

Neste momento, torna-se relevante mencionar que a profissão de designer gráfico foi reconhecido no Brasil através do projeto lei - PLC 24/2013, e são representados pela Associação dos Designs Gráficos - ADG.

Assim, este profissional estende a sua área de ação aos diversos meios impressos de comunicação, sendo mais ativo: Identidade corporativa (Branding); Design de embalagem (ou Packaging Design); Design editorial; Sinalética (ou Sinalização); Tipografia; contudo para sua melhor atuação torna-se necessário que o designer gráfico, tenha noções do contexto social e cultural no qual o individuo ou receptor da mensagem esta inserido.

Conclusão

O design é a transformação, de um objeto em sua aparência, de forma bela e atraente para o consumo, combinando arte, produtividade e utilidade. Esta revolução cultural ocorreu na renascença com o impulsionamento das artes e das letras. Sendo os quatros pilares do design, o projeto, funcionalidade ergonomia, reprodução, estética semiótica.

As peças feitas pelos artesões na antiguidade, em exposição nos museus, mostram não só a beleza da mesma mais a utilidade que tinham na época.

As técnicas artísticas utilizadas, pelos artesões, podem ser utilizadas hoje no embelezamento e reprodução de peças, enriquecendo sua beleza e valor.

Assim, embora o design seja usado nas campanhas de consumo, pode ser utilizado também num conceito ambiental de sustentabilidade ao utilizar ou restaurar a utilidade de objetos já usados, tornando os reaproveitáveis.

Finalizando o design, teve uma grande responsabilidade ao transmitir através de suas peças e escritas, os conceitos e valores, usados numa determinada época, cultural, social e econômica, dando base para vários pesquisadores como os historiadores, sociólogos e outros, ao retratar a riqueza  humana de cada período.

Referencia Bibliográfica:

Historia do design gráfico

https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_design_gr%C3%A1fico acessado em 28-06-2015.

https://historiadesign.wordpress.com/2008/11/24/o-design-grafico acessado em 28-06-2015.

http://www.designbrasil.org.br/tag/regulamentacao/ acessado em 28-06-2015.

FUENTES, R.(2009). Prática do design gráfico, A: uma metodologia criativa. São Paulo: Rosar.

LUPTON, E.; PHILIPS, J.C.; BORGES, C. (2008). Novos fundamentos do Design.  São Paulo: Cosac e Naify.

MORAES, D.(1997). Limites do Design.  Studio Nobel LTDA.

SOUZA, P. L. P.(2001). Notas para uma história do Design.  Rio de janeiro: 2AB.

PODLASEK,C.L.O.(2004). Uso da semiótica no processo do design para o desenvolvimento de produtos sustentáveis. Mestrado em Tecnologia da UFTPR.

SILVA,J.F.L.(2010).Esquema gráfico para informar: um estudo sobre a linguagem gráfica esquemática na produção e utilização de livros didáticos infantis na cidade de Recife.Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Design. Universidade Federal Pernambuco. p.1-254.