INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

BAIANO Campus-Santa Inês.

Curso: Geografia                         Turma: 2011.2

Professora: Maria Aparecida Brito

Disciplina: Agroecologia

Discentes: Joélia Souza Andrade, Rodrigo Almeida de Souza, Vanessa Teixeira de Matos e Valmir Braga de Oliveira Filho. 

HESPANHOL Antonio Nivaldo. Desafios da geração de renda em pequenas propriedades e a questão dodesenvolvimento rural sustentável no Brasil. In: ALVES A F, CARRIJO B R, CANDIOTTO L Z P (org). Desenvolvimento territorial e agroecologia. Editora Expressão Popular Ltda. São Paulo. 

Segundo o autor, o processo de modernização da agricultura que ocorrera no Brasil deflagrou-se a partir da década de 1960,momento em que as políticas públicas estavam voltadas à concessão de crédito para o meio rural, incluindo médios e grandes produtores rurais. Com o intuito de incorporar novas tecnologias na agricultura do país, para que tão logo esses produtores se transformassem em significativos consumidores de produtos industriais  bem como grandes fornecedores de matérias-primas para as agroindústrias,o que iria favorecer ainda mais a construção de modernos complexos agroindustriais no Brasil.

Contudo, na década de 1980 o modelo de financiamento para a  agricultura se exauriu por causa da crise fiscal  que o país enfrentava. Os principais agentes econômicos foram em busca de novas opções para obter o financiamento de sua produção. Aqueles agricultores que tinham uma inclusão no mercado passaram a constituir sociedades com o setor industrial de máquinas e insumos, além dos distribuidores de matérias-primas derivadas da agricultura. Porém, nesse momento para melhor solucionar a questão de mercado, a escolha que se tinha era antecipar a venda das safras através das bolsas de valores.  Já na década de 1990, a agricultura familiar começou ser colocada de forma diferenciada pela política pública, com acriação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) no ano de 1996. Pois, com a falência da econômica dos anos 1980, seguido pelo (des)freamento dos incentivos a modernização e a criação do PRONAF, a fim de diminuir os investimentos voltados a produtividade e concorrencial pautado na agricultura de exportação.

Toda via, mesmo com os avanços constituídosatravés dessa política pública, a atuação do programa se reduz, apenas, à oferecer crédito rural em momentos oportunos, não sendo o bastante para gerar o desenvolvimento do meio rural. As dificuldades enfrentadas pela população rural continua alta, o que mostra que não é a criação de políticas públicas que promovam a produção que ira sanar o problema da miséria rural. É preciso incluir nessas ações formas de inserção e de uma boa distribuição dos bens de consumo, para que toda população tenha acesso independente de sua condição, se favorável ou não.Dessa forma, há de se pensar em um desenvolvimento rural mais sustentável com um olhar ecológico sem exploração dos recursos naturais, mas para isso precisa-se de políticas públicas que consigam suprir os desafios sustentados por ideologias voltadas ao agronegócio.

Pois falar de desenvolvimento sustentável é dialogar com o sentimento de pertencimento, é agregar valores na produção e garantir a sobrevivência digna dos trabalhadores rurais, buscando assim uma efetivação desses sujeitos a terra, para tanto, criou-se a linha de crédito para garantir a produção. Contudo, existe a necessidade de criação de politicas de cunho distributivo que propiciem o pleno acesso da população aos serviços públicos e aos bens de consumo básico. Enfim, a implementação dessas politicas públicas só inicia na década de 90, uma vez que já existia o financiamento de crédito rural para comercializar e custear as safras com o aval do governo desde os anos 50, possibilitando uma expansão espacial baseado na implantação de indústrias de bens de produção e de insumos básico para a agricultura de exportação, sendo esse os primeiros sinais de modernização no país.

Desta forma, observa-se que o paísse organizouespelhado em uma política de desenvolvimento territorial eurocêntrica, que corroborou na formação discursos oficiais engessados, nas vivencias internacionais, dificultando o crescimento e o fortalecimento dos agricultores familiares. Algumas propriedades que estiverem em uma situação geográfica mais favorável, mais ameno, porém, a maioria dos pequenos produtores rurais ainda vão precisar de tais políticas públicas que lhes ofereçam o acesso à renda para suprir as suas necessidades habituais. Competindo ao Estado não apenas oferecer as condições financeiras aos produtores rurais, mas sim, conscientizaressa população quanto ao cuidado com o meio que vivem, por meio de uma provável troca entre o acesso a essas políticas, eem contrapartida o produtores terão que lançar mão de cuidados e o cumprimento das leis ambientais.