Resumo

Este artigo apresenta uma análise histórica do “Liceu de Artes e Ofícios  Mestre “Raimundo Cardoso”  com ênfase na compreensão das influências das oficinas de cerâmica Marajoara e Tapajônica no desenvolvimento local  e na valorização da identidade cultural na comunidade do Distrito de Icoaraci-Pará. Para tanto, identificou-se os tipos de oficinas ministradas para instrumentalização dos educandos; investigou-se as tecnologias utilizadas na produção da cerâmica marajoara e tapajônica e registrou-se o  trabalho da preservação do meio - ambiente para formação de uma consciência ambiental, tendo em vista a valorização da cultura local.  Adotou-se nesse estudo uma pesquisa bibliográfica, histórica e documental no qual  utilizou-se a técnica de observação assistemática e análise dos registros iconográficos visando o desvelamento das contribuições  que esta instituição vem proporcionando à comunidade. As fontes consultadas, para efetivação deste estudo se constituíram de registros documentais como: projeto político-pedagógico, decretos, leis, relatórios e dissertações.Como resultado do estudo realizado nas fontes pesquisadas, constatou-se no tocante a implantação das oficinas que estas se constituem instrumentos  que propiciam ao alunado competências e habilidades nos diversos saberes e  fazeres sobre a cerâmica. Portanto, conclui-se que essas atividades educacionais e culturais oferecem à comunidade uma possibilidade para consolidar a formação integral do educando e sua qualificação  para o trabalho e o desenvolvimento local.

Palavras-Chave : Desenvolvimento, Cultura, Identidade, Meio-ambiente

Abstract

Local Development with cultural identity value: The Liceu-School Case in the Icoaraci Community

 

                                                          Maria Augusta Lima dasNeves¹

                                             Francisco Cristovão Lourenço de Melo²

This paper presents a historic analysis of the Liceu – Arts and Trades School “Mestre Raimundo Cardoso” emphasizing the influences of the Marajoara and Tapajônica ceramic teaching to the local development and to value the cultural identity of the ceramista in the community Paracuri, Icoaraci District in Pará. To take the information it was identified the teaching forms in the workshops to capacitating the students, investigating the technologies used to produce Marajoara and Tapajônica ceramics and registered the environmental preservation politic to form an environmental conscience valuing the local culture. It was used a bibliographic, historic and documental research aiming to analyze the contribution of these facts to the community. The information were obtained by bibliographic research and by documents like the politic-pedagogic project, laws, decrees, reports and papers. Agreeing to the obtained information it was contacted that the workshops give abilities and competences in different forms of ceramic to the students. So it´s concluded that these teaching and cultural activities offer to the Icoaraci Community the possibility to integral student´s formation qualifying them to the job and to the local development.

Key-words: Development. Culture. Identity. Environmental.

INTRODUÇÃO

                O estudo vinculou-se a investigação das atividades desenvolvidas no Liceu de Artes e Ofícios Mestre “Raimundo Cardoso” tendo como objeto da pesquisa a compreensão das influências das oficinas de cerâmica Marajoara e Tapajônica no desenvolvimento local e na valorização da identidade cultural na comunidade do Distrito de Icoaraci-Pará.

                Evidenciaram-se também as diversas formas e estilos que estão sendo trabalhado na arte do fazer cerâmica marajoara e tapajônica desvelando esses fazeres e saberes que visam assegurar o desenvolvimento e preservação da cultura local, uma vez que esta se traduz como referencia histórica de uma cultura milenar.

                Percebeu-se com isso a necessidade do desenvolvimento de um estudo bibliográfico, histórico e documental sobre identidades e cotidiano dos artesãos de Icoaraci, cujo trabalho está sendo operacionalizado nas olarias do Paracuri, procurando pontuar a dinâmica das relações sociais e os diversos espaços de produção dessa cerâmica.

Assim a relevância sócio-educacional deste estudo consiste na importância de registrar as atividades efetivadas nesses espaços como forma de contribuir para o acervo antropológico local, nacional e internacional. Uma vez que a investigação incidiu-se por delinear as alternativas para o desenvolvimento sustentável, que em se tratando de um panorama mundial é um problema que envolve a todos.

                 O espaço denominado Paracuri, desse modo, surge como perspectiva de desenvolvimento tanto no campo educacional, econômico, social e cultural, quanto na geração de emprego e renda para a comunidade em seu entorno. Constituindo-se nas palavras de Souza (2002) em um espaço de estudo, pesquisa e extensão para as diferentes áreas do saber como, a antropologia, sociologia, ciência política, ciência econômica, arquitetura, engenharia química, educação artística e outros.

                 Nessa perspectiva tornou-se imprescindível o reconhecimento pela sociedade do espaço do Paracuri como um ambiente, que necessita ser preservado, para que a sustentabilidade possa garantir os direitos fundamentais do homem.

A formação de uma consciência ambiental a partir dos níveis básicos da educação formal pode contribuir para a construção de posturas éticas em relação ao meio ambiente. Entretanto, esses valores não têm sido estimulados continuamente pelos profissionais formadores. Isso tem refletido nas atitudes demonstradas de forma incorreta quanto ao uso equilibrado dos recursos naturais.

   Diante da ausência de equidade social não bastam atitudes “corretas” como, por exemplo, a coleta seletiva do lixo visando sua reciclagem ou a tentativa de alterar os valores consumistas, pois nas sociedades modernas, para que a população em geral possa gozar de direitos plenos de cidadãos, devem-se trabalhar os problemas de base implementando-se a educação ambiental no ensino Fundamental e Médio.

A proposta pedagógica do Liceu-Escola traz na sua estrutura curricular a educação ambiental como alternativa não só de aprendizado de novas formas de conviver com a natureza, mas também o aprendizado e a reflexão sobre o próprio homem e o seu papel na sociedade. O que leva a uma consciência de atitudes de todos os atores sociais em relação ao meio ambiente, esses comportamentos podem ser evidenciados nas diversas práticas sociais, sejam elas: familiares, educativas, afetivas comportamentais, entretanto Miytyz (1996, p.38) enfatiza que a “educação ambiental objetiva melhorar as relações do homem com o meio ambiente e a sua qualidade de vida como em tudo”.

Desse modo, nessa proposta de educação para o desenvolvimento sustentável buscou-se encontrar para Icoaraci e, especialmente, para o Paracuri, o que Sacks (1993), chamou do “novo equilíbrio” pois este precisa ser encontrado entre as formas de capital-humano, natural, físico e financeiro, incluindo os recursos institucionais e culturais. Portanto, seu planejamento deverá levar em conta, simultaneamente, “as cinco dimensões do eco-desenvolvimento” ou da “sustentabilidade”:

A primeira denominada de “Dimensão Social” que enfatiza  a construção de uma sociedade com maior eqüidade na distribuição de renda e bens, diminuindo o abismo entre os padrões das grandes indústrias ou dos comerciantes e pequenos produtores; a segunda de “Dimensão Econômica” tornada possível por meio de alocação e gerenciamento mais eficiente dos recursos e de um fluxo constante de investimentos públicos e privados; a  terceira de  “Dimensão Ecológica” intensifica o uso do potencial de recursos dos diversos ecossistemas, com um menor número de danos aos sistemas de sustentação da vida; a quarta de “Dimensão Espacial” evidencia uma distribuição territorial dos assentamentos humanos e das atividades econômicas, mediante a exploração dos potenciais produtivos acoplada à nova geração de tecnologias e a quinta e última dimensão a “Cultural” que busca processos de mudanças dentro da continuidade cultural e que traduzam o conceito normativo de eco-desenvolvimento em um conjunto de soluções específicas para o local. 

                    Essas dimensões são fundamentais na legitimidade de todo projeto de educação e sustentabilidade visando o atendimento dos novos paradigmas da educação contemporânea em relação com a educação ambiental no sentido de atender ao desenvolvimento da cultura, e assim minimizar os problemas de ordem ambiental, social e cultural.

O artigo está organizado em quatro tópicos, sendo que o primeiro descreve as principais definições estruturais do projeto, objetivos, relevância do estudo, delimitação do tema introduzindo o leitor ao objeto da pesquisa que se refere às influências das oficinas de cerâmica Marajoara e Tapajônica no desenvolvimento local com valorização da identidade cultural na comunidade do Distrito de Icoaraci-Pará; o segundo trata da revisão da literatura no qual introduz os conceitos das várias discussões a cerca da temática em foco; o terceiro faz referencia a metodologia utilizada para o desenvolvimento do estudo; o quarto tópico analisou-se os resultados obtidos por meio dos registros históricos, documentais e iconográficos da comunidade objeto de estudo e no quinto a conclusão, quando se pontua os aspectos gerais do estudo, considerando sua importância para a pesquisa e as contribuições para o meio acadêmico. 

 REVISÃO DA LITERATURA

 

      Este tópico evidencia as discussões das teorias dos autores que fundamentaram a pesquisa. Nessa discussão faz-se a confluência de idéias sobre o tema em estudo iniciando pela análise da caracterização do local da pesquisa dando ênfase no resgate histórico, social e cultural do Distrito de Icoaraci, em seguida aborda-se  a trajetória da cerâmica utilitária,  artística e a criação em 1996 do Liceu Escola de Artes e Ofícios Mestre “Raimundo Cardoso” como um espaço  possível de formação e qualificação da mão de obra, aliando o saber ao fazer.

Outro ponto de análise é o processo de confecção da cerâmica, no qual descreve-se as várias etapas da produção.A seguir  focaliza-se a importância da cultura dos rituais, das lendas e das religiões que contribuem para o desenvolvimento local e finalmente discute-se os impactos ambientais da bacia hidrográfica do igarapé do Paracuri, Belém-Pá.

Resgates Históricos, Sociais e Culturais do Distrito de Icoaraci

Icoaraci possui aproximadamente 320.000 habitantes. Sua localização privilegiada às margens do Rio Pará, com a Bacia do Marajó lhe confere características especiais. O Distrito de Icoaraci situa-se a 18 km do centro de Belém, é exemplo de um modo de vida regional, representado por uma diversidade de paisagens, de atividades, de hábitos e costumes peculiares.

Nas últimas décadas, foi desenvolvida a cultura da cerâmica icoraciense, réplicas das primitivas peças marajoaras e tapajônicas e outras. Pela facilidade de aquisição de argila e pela grande aceitação do produto no mundo inteiro, a produção do artesanato acabou se tornando uma importante atividade social e financeira, passando a ser fonte de renda para muitas famílias, contribuindo assim para o desenvolvimento do Distrito.

 Pensando assim Figueiredo e Tavares (2006, p.27) ressaltam:

Se o autor consegue traduzir todo o deslumbramento provocado pelo contato com a cerâmica produzida na Ilha de Marajó no século XIX, é mister citá-lo na história de Icoaraci, pois segundo Mestre Cabeludo, em entrevista realizada em 1996, foi no livro “Planícies Amazônicas” de Raimundo Moraes, que encontrou a referência de um exemplar de uma urna indígena, mudando a partir daí os caminhos da produção de cerâmica em Icoaraci.

Sendo assim, observa-se que ao longo de sua trajetória histórica a cerâmica que inicialmente tinha um caráter meramente utilitário, com o avanço tecnológico esta produção passou a atender novas demandas sociais, de caráter cultural, como mercado interno e externo.

Outro ponto que merece destaque nessa caracterização é o crescimento populacional de acordo com as informações obtidas por meio do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) entre os anos de 1998 e 2000 como demonstra a Tabela ( 1) , tal crescimento também vem contribuindo para a ampliação das áreas de ocupação de forma desordenada.

 

TABELA 1- POPULAÇÃO E DENSIDADE DEMOGRÁFICA

MICRO

REGIÃO/BAIRRO

DENSIDADE DEMOGRÁFICA

POPULAÇÃO

IBGE 1998

POPULAÇÃO IBGE 2000

ÁREA (km²)

 

H

M

TOTAL

AGULHA

13.953

8 870

13 917

22.787

1.223.83

PARACURI

        5.839

4 416

4 351

   8.767

2.763.32

PONTA GROSSA

      11.991

5 941

6 501

  12.442

1.298.17

TOTAL MICRO I

       31.783

 

 

43.991

5.285.32

CAMPINA DE ICOARACI

27.018

13 165

13 917

  27.082

2.439.71

CRUZEIRO

        9.997

5 529

5 840

  11.369

1.595.62

TOTAL MICRO II

      37.015

 

 

37.451

4.035.33

PARQUE GUAJARA

        2.849

11 423

11 650

  23.073

5.053.94

TENONÉ

        7.789

7 772

8 122

  15.894

6.571.52

TOTAL MICRO III

       10.638

 

 

38.967

11.625.46

ÁGUAS NEGRAS

         7.026

3 271

3 284

    6.555

5.207.02

MARACACUERA

         7.655

4 878

4 941

    9.819

7.040.08

TOTAL MICRO IV

        14.681

 

 

16.374

   12.247.10

 

        94.117

 

 

136.783

 

FONTE IBGE (2000)

Tabela nº 1- População e Densidade Demográfica

 

 

-

A Micro Região I, formada pelos bairros da Agulha, Paracuri e Ponta Grossa, teve um aumento entre os anos de 1998 e 2000 de 12.208 habitantes. A densidade demográfica corresponde a 8.32% habitantes por km².

A Micro Região II é constituída pelos bairros da Campina de Icoaraci e Cruzeiro apresentou menor crescimento populacional, 436ha. Sua densidade demográfica é de 9.2% habitantes por km².  

A Micro III composta pelos bairros Parque Guajará e Tenoné apresentou aumento significativo na sua população, 28.329 habitantes apresentando uma densidade demográfica de 3.35%habitantes por km².  

A Micro IV composta pelos bairros Águas Negras e Maracacuera apresentaram um aumento de 1.693ha na população e densidade demográfica de 1.33% de habitantes por km². 

A partir da análise desses dados, observa-se que a Micro Região I, onde está localizado o bairro do Paracuri, apresentou um crescimento populacional bastante significativo, onde a maior concentração está situada as margens os rios Livramento e Paracuri.

No Distrito Administrativo de Icoaraci - DAICO residem aproximadamente 136.783 habitantes, 10,40% da população total do município, distribuídos em 31. 522 domicílios pelos bairros que o compõem, conforme demonstra a Tabela( 2).

TABELA 2- POPULAÇÃO POR BAIRRO, SEGUNDO SEXO, NO DAICO

 

 

POPULAÇÃO

TOTAL

HOMENS

MULHERES

Águas Negras

  6 555

 3 271

  3 284

Agulha

18 149

 8 870

  9 279

Campina de Icoaraci

27 082

13 165

13 917

  5 840

Cruzeiro

11 369

  5 529

Maracacuera

   9 819

  4 878

  4 941

Paracuri

8 767

  4 416

  4 351

Parque Guajará

23 073

11 423

11 650

Ponta Grossa

12 442

5 941

  6 501

Tenoné

15 894

7 772

   8 122

Fonte: Censo 2000/IBGE

Tabela Nº 2 - População por Bairro, segundo Sexo, no DAICO

 

Como se pode observar na tabela acima os bairros mais populosos o Distrito de Icoaraci são: o bairro da Campina de Icoaraci, seguido do Parque Guajará, Agulha e Tenoné, uma outra constatação é que o número de mulheres é superior ao número de homens.

Icoaraci tem peculiaridades que o fazem destacar-se em seus aspectos sociais e culturais entre outros. Qualquer estudo dessa realidade perpassa pela análise desse contexto no qual a cerâmica marajoara e tapajônica ocupam lugar de destaque.

 A Cerâmica Utilitária e Artística

A arte da cerâmica segundo Costa (2002) é um capítulo a parte na história de Icoaraci, é um aspecto cultural de suma importância, por retratar o eixo da cultura paraense, herança de seus antepassados que em mãos talentosas foram se transformando em verdadeiras obras de arte.

A tradição indígena e a herança dos colonizadores europeus, especialmente os portugueses, são fortes e marcantes nas peças produzidas pelos ceramistas locais.

Antes do Distrito de Icoaraci tornar-se localidade produtora de cerâmica Marajoara, já se produzia um tipo de cerâmica destinada ao consumo local, conhecida como: bilhas, potes, pratos, panelas Essa não tinha um valor artístico, e sim valor utilitário. Esse tipo de cerâmica era produzida em olarias. Xavier (2000, p.35) em sua pesquisa acadêmica mostra como surgiram às primeiras olarias com suas respectivas finalidades.   

Nos idos de 1710, os Carmelitas Calçados montaram uma olaria para fabricar telhas e tijolos a serem usados nas obras do Convento e até para a comercialização. Quando do seu estabelecimento local, os Carmelitas reuniram os oleiros da época e garantiram  que o esforço deles teria um preço de mercado, dava-se início à cerâmica comercial.

Em 1909, o espanhol João Croelhas trouxe para a Vila de Pinheiro a produção da cerâmica lisa utilitária. Essa família está na 5ª geração de artesãos. Muitas outras famílias sitiadas à margem do Igarapé do Livramento se dedicavam a esse tipo de cerâmica. Esta cerâmica vai predominar até o início da década de 60 quando se inicia uma nova fase de produção cerâmica, já no estilo Marajoara.

Para Dalglish (1996), verificou-se que essa nova fase da cerâmica em Icoaraci, só ganha verdadeira representatividade com os trabalhos de “Mestre Cardoso”, no início da década de 70 quanto este passa a reproduzir os originais das peças marajoaras que faziam parte do acervo do Museu Emílio Goeldi.

      É importante a formação de valores quanto à produção de uma cerâmica de qualidade que retrate o compromisso do artesão não somente com a comercialização, mas, também com a preservação da imagem da cultura expressa nas peças produzidas.

Essa miscigenação de traços culturais dá origem a uma cerâmica tipicamente icoaraciense altamente consumida pela população local, não se trata de réplicas, pois, agregam os traços indígenas milenares, os motivos florais estampados em vasos modelados com as formas tradicionais da cerâmica amazônica. Seus desenhos retratam o sol, a lua, as montanhas, rios e outros elementos.

Esse marco da cerâmica marajora e tapajônica em Icoaraci segundo Xavier (2000) e Dalglish (1996) contou com a participação de duas figuras ilustre no mundo dessa arte, o “Mestre Cabeludo” e “Mestre Cardoso”, os dois já falecidos, cada um dentro de seu estilo, foram considerados os “renascentistas” da cerâmica marajoara no Distrito de Icoaraci.

A cerâmica Marajoara e Tapajônica são consideradas uma arte milenar. A civilização marajoara não deixou para posteridade cidades e obras arquitetônicas, porém legou uma cerâmica pela qual pode ser reconstruída toda a sua história. O desenvolvimento da cerâmica, com o passar dos anos, apresentou uma evolução estética, técnica e econômica que na contemporaneidade ampliou as fronteiras da confecção ceramista marajoara.

Para traduzir essa trajetória em Icoaraci, Souza (2002, p.41), ressalta:

“o artesanato de cerâmica marajoara com novos traços, surgiu quando Antônio Farias Vieira, pintor de letras, mais conhecido como Cabeludo vindo da Cidade da Vigia para Icoaraci um dia folheando o livro intitulado” Na Planície Amazônica”, de autoria de Raymundo Moraes, deparou-se com fotografias de peças de cerâmica indígena marajoara. Que mesmo não sabendo moldar peças em torno resolveu  reproduzir, e com isso inicia uma nova fase da cerâmica em Icoaraci”.

As peças antes utilitárias, lisas e sem pintura passaram a ceder espaço a cerâmica artística com gravações e desenhos, as mudanças ocorridas na produção desta nova era no saber fazer cerâmica, onde surgem novos traços e um colorido ainda desconhecido nas peças tradicionais pelos ceramistas.

São poucos os artesãos que dominam o saber-fazer destas peças, pois as réplicas exigem um conhecimento mais aprimorado em cada uma das etapas de produção, bem como há toda uma seletividade nas técnicas de pintura envelhecida, atenção aos detalhes como o tamanho e espessura das bordas, alças e outras observações, estas peças são as mais valorizadas tanto no aspecto econômico como no social.

Para adentrar por esse mundo de traçados e formas se faz necessário o conhecimento minucioso do local em que se desenvolve essa atividade artesanal - o bairro do Paracuri em Icoaraci. Este é entrecortado pelos igarapés do Uxi, Paracuri e Livramento, rios que cortam a região e são considerados de suma importância para a comunidade barreirense denominação atribuída às pessoas responsáveis pela extração, beneficiamento e comercialização da argila, atividade de onde vêm à sua sobrevivência.

Atualmente a produção de cerâmica do Paracuri se diversificou e ampliou, o que antes era produção de peças utilitária, lisa e tradicional, hoje se produzem peças estilizadas, de estilo vereda. Este estilo migrou do sudeste brasileiro, no final da década de 80, caracterizando-se pela pintura com diferentes tonalidades, formando uma paisagem indefinida aplicada à superfície das peças lisas.

O artista, por sua vez, embora trabalhe com suas mãos, não opera para criar algo utilitário, segue um impulso da imaginação, que o leva a produzir algo distinto do que habitualmente é feito, colocando a originalidade entre suas características.

Observa-se no comentário da autora a distinção que há entre o fazer do artesão e do artista este último desenvolve a criatividade na produção de suas peças sem a preocupação do seu caráter utilitário.

Nessa diferença entre as atividades operacionais do artesão e do artista fica evidente o trabalho manual do primeiro e a preocupação estética do segundo. 

Vives (1983) conceitua o artesão tradicional como aquele que emprega e transmite, em seu trabalho, valores técnicos e signos amadurecidos e aceitos no sistema cultural a que pertence.

Neste contexto a autora reconhece a importância do artesão tradicional para a sociedade, uma vez que se torna o interprete das técnicas herdada dos seus antecessores.

Outro ponto a discorrer nesse estudo se refere às fases percorridas pelo artesão na confecção das peças.

O Processo de Confecção da Cerâmica

O processo de confecção da cerâmica percorre diversas fases a começar pela retirada da argila das falésias as quais têm uma variedade de cores, estando localizadas na ilha do Outeiro, próximo de Icoaraci. Na margem dos rios encontram-se as jazidas de argila matéria-prima para a confecção das peças de cerâmica.

A primeira fase desse processo refere-se ao transporte da argila pelos barreirenses - pessoas responsáveis pela extração, beneficiamento e comercialização da argila, atividades da qual obtêm a sua sobrevivência.

Ainda hoje, os barreirenses enfrentam dificuldades de acesso ao barreiro, que está situado em área de igapó, cortada pelos rios e igarapés. Eles necessitam de força física para extrair o barro e deslocá-lo para a canoa e desta para os furos de descarregamento. Nela há três furos de descarregamento: destes furos o barro é transportado para o beneficiamento. As pesadas “barras”, ganham forma após o corte feito com uma pá chamada “bastilha”. A retirada, o corte e o transporte das “barras” se constituem apenas na primeira etapa do processo produtivo que resultará em peças de cerâmica. Esse transporte é feito por embarcações do tipo batelão nas várzeas que margeiam os igarapés.

A segunda fase a argila passa por um processo de limpeza e purificação, quando é observado a qualidade e o ponto de secagem dessa argila. Tem início o processo de purificação, quando a argila passa por uma máquina de trituração e pela seleção em peneiras, extraindo as impurezas como raízes, bolhas de ar que prejudicam o acabamento das peças.

Nessa fase a limpeza e a purificação da argila são submetidas também à massagem manual para verificação do ponto de liga ideal. Na olaria, a argila passa por mais esse processo de purificação visando à retirada de resíduos e bolhas de ar para que a mesma seja transformada em pequenas bolas para então passar para etapa da confecção das peças.

A terceira fase é destinada ao levantamento da peça a qual é feita em várias etapas. Inicialmente se faz a definição do volume de argila a ser utilizado para a mesma, aplicando-se a escala que determinará a altura da peça; em seguida a argila é aprumada no torno em rotação lenta. Esse levantamento é feito em várias seções, obedece à sensibilidade e harmonia com a rotação do torno.

A quarta fase, após a peça ter passado por um período de secagem ao ar livre, inicia-se esse processo denominado de agregação, que consiste em agregar vários valores as peças.

Como o próprio nome sugere se caracteriza pelo uso de motivos folclóricos do imaginário paraense e de estudos históricos dos achados arqueológico, neste momento são inseridos os acessórios que completam a peça como alças, tampas e outros.

O processo de gravura é outra etapa quando a peça ainda úmida recebe das mãos do desenhista os traços. É o trabalho que consiste na composição harmoniosa da peça, considerando a largura e a profundidade de traço adequado para o conjunto. São usados estiletes, compassos, transferidor, prumo, escala flexível para preparar a peça antes da queima.

É o trabalho de limpeza da superfície da peça para a queima, utilizando caroço de inajá, tela plástica, lixa, querosene e escova para retirar as asperezas.

Esta etapa é importante para que a peça possa posteriormente receber o engobamento que co9nsiste no processo em que a peça passa  antes da queima ,  é envolvida por um líquido de argila branca ou vermelha  Só após o engobamento é feita a seleção das peças para o enfornamento.

Após a seleção das peças, estas são organizadas no forno que é coberto com cacos de telhas, o qual deve estar com a temperatura entre 750ºC a 1000ºC e o tempo de queima, varia entre oito a doze horas  as peças são assadas em fornos de forma primitiva.

Terminada a queima há a necessidade de que o resfriamento das peças se dê paulatinamente durante, pelo menos, o mesmo tempo de sua duração. Só após a temperatura baixar até cerca de 200o C é que se poderá entreabrir a porta do forno. Só após este processo as peças estarão prontas para receber a pintura.

A quinta fase destinada à pintura final das peças é feita de acordo com o estabelecido na qualificação inicial, objetivando posteriormente a comercialização. Sem alterar as características da imagem original da cerâmica Marajoara e Tapajônica, o artesão a estiliza dentro da nova visão contemporânea icoaraciense.

Esse detalhamento das fases no processo de produção das peças é fundamental para que se compreenda a arte de fazer cerâmica segundo a visão de pesquisadores e oleiros.   

A produção de réplicas ou peças com detalhes do grafismo da cerâmica tapajônica ou marajoara cumprem um papel singular de divulgação dessas culturas milenares que desapareceram, deixando sua identidade impingida na cerâmica.   Dentre as fases classificadas pelos arqueólogos destacam-se:

 Fase Marajoara: fase que teve duração aproximadamente entre 400 a 1350 d.c. na qual os povos  marajoaras tornaram-se conhecidos pela produção de uma  cerâmica altamente elaborada. Esses povos criaram e desenvolveram a técnica de excisão (relevo), empregada na produção de peças de cerâmica, tanto para o uso doméstico como ritualístico. Entre suas peças, nas quais aplicavam desenhos altamente elaborados e sofisticados, sobressaem às tangas, urnas funerárias, vasos e estatuetas. Esse povo desapareceu por volta de 1530 d.c., deixando um legado inestimável de sua arte.

Fase Aruã: que vai de 1350 a 1820 d.c,  coincide com a chegada dos portugueses ao Brasil. O colonizador encontrou na ilha de Marajó uma cerâmica pobre, sem qualquer resquício da beleza que caracterizava as peças da fase Marajoara. Os aruãs produziram uma cerâmica simples, quase sempre utilitária desprovida de formas ou características próprias. Foram encontrados vasos aruã associados a pequenas contas de vidros de origem européia, o que veio confirmar o contato daquele povo com os portugueses.

Segundo Mestre Cardoso (1996), a cerâmica Marajoara foi e ainda é altamente disputada pelos pesquisadores e colecionadores de todo mundo, pois os melhores exemplares estão hoje em museus internacionais, levados por arqueólogos estrangeiros quando em visita ao Museu Emilio Geldi, o que configura-se na aceitação dessas obras.

Explica-se, portanto a milenar tradição da cerâmica nessa área, devido à facilidade de acesso à matéria - prima para confecção de peças de alta qualidade na região.

 A seguir faz-se o desvelamento desse patrimônio natural que exerce grande influência na manutenção da cultura, rituais, lendas e religiões no desenvolvimento local.

 Cultura- rituais- lendas e religiões: contribuindo para o desenvolvimento local

A pluralidade sócio-cultural está presente no contexto de Icoaraci, a presença do caboclo amazônico, dos portugueses, dos negros e índios é muito forte trazendo para essa população uma diversidade que ao longo dos anos foi sendo agregada a cultura local podendo-se dizer que ali foi gerado um hibridismo cultural, que impera no cotidiano.

 Atualmente o mundo vive um processo acelerado e devastador, preservar o passado é fundamental, principalmente num país como o Brasil onde a cultura é tão diversificada. Afinal resgatar a história cultural de um país é fundamental para que as novas gerações tomem conhecimento de sua identidade.

O povo brasileiro possui uma cultura popular rica e diversificada. Sua identidade tem origem em várias raízes, é dessa pluralidade que surgiram manifestações culturais que refletem nossas origens. Em todo país existem as mais diferentes culturas, entretanto muito já se perdeu, pela ausência de registros históricos, mas permanecem vivas na memória do povo.

 Segundo Guimarães (1996) “Vila Sorriso” é um espaço em que muitas manifestações da arte popular se mantêm e se enriquecem, numa sucessão incessante de artistas e produtores de cultura, que vão além da arte de fazer cerâmica à dança do carimbo, passando pelas festas de santos, dos cordões de pássaros, bois-bumbás, de todas as formas do imaginário da Amazônia.

Explica-se, portanto a necessidade de criar-se mecanismos para tratar essa cultura como um patrimônio.  E acima de tudo faz-se necessário realizar pesquisas sobre essas obras.

Portanto entende-se que todas as manifestações culturais do distrito de Icoaraci, são fundamentais para o desenvolvimento local e conseqüentemente regional uma vez que estas contribuem para geração de emprego e renda bem como para a preservação da cultura.

Impactos Ambientais da Bacia Hidrográfica do Igarapé do Paracuri, Belém-PA

A degradação do meio ambiente tem sido motivo de constante preocupação por parte da comunidade, das autoridades dos órgãos responsáveis pelas políticas públicas ambientais, bem como os meios de comunicação que denunciam práticas devastadoras nocivas no planeta.

A bacia do igarapé do Paracurí está situada no Distrito de Icoaraci, o qual faz parte da Região Metropolitana de Belém, este é um exemplo da degradação de suas áreas alagáveis e dos problemas sócio-ambientais, onde os moradores das circunvizinhanças sofrem com as mudanças ambientais como também são responsáveis pela mesma.

As áreas de várzea desta bacia apresentam-se como um dos aspectos ambientais mais explorados e degradados, conseqüência do aumento populacional desordenado concentrando-se as margens dos rios e de seu entorno, contribuindo para a deteriorização da área. Os aterros feitos com caroços de açaí, lixo e extração de argila nas margens dos afluentes do Paracuri, são fatores que contribuíram para o acelerado processo erosivo nas áreas alagáveis da bacia.

Embora não exista uma grande concentração de indústrias e empresas nas margens do Paracuri, os esgotos domésticos são os grandes vilões responsáveis pela poluição da área são conseqüências da falta da rede de esgotos de saneamento básico e coleta de lixo no local, observa-se que grande parte da população que reside nas margens dos igarapés constroem sanitários sobre o leito do rio, corroborando a concepção de que o rio é um depósito de lixo a céu aberto..

Os diversos usos que a população faz da água do Igarapé, quer seja para o uso doméstico, quer seja para outras atividades, resulta na produção de resíduos líquidos, os quais voltam novamente ao ambiente por meio do ciclo hidrológico, causando poluição tanto das águas superficiais quanto das águas subterrâneas.

A forma como a população vem ocupando as áreas de várzea do Pacaracurí, acabaram conduzindo para o triste cenário insalubre que se encontra atualmente, comprometendo não só o meio físico, mas a saúde da população que habita o local devido ao grande déficit de água encanada, principalmente nas áreas de ocupação mais recentes, vem obrigando grande parte da população a utilizar o sistema de poço escavado.

MÉTODO

No tocante a organização deste estudo, a pesquisa bibliográfica fez uma retrospectiva histórica do Liceu Escola do Paracurí e seus aspectos educacionais e estruturais. Ela se reporta ao estudo dos vários tipos de cerâmica e mais especificamente no processo de produção da cerâmica tapajônica e a marajoara. 

A pesquisa documental possibilitou o levantamento de documentos como Leis Ambientais, Anuário Estatístico, Projeto Pedagógico documentos estes fundamentais para a análise do contexto pesquisado.

 A pesquisa exploratória propiciou o conhecimento de todas as etapas do processo de produção das peças de cerâmica produzida pelos oleiros do Paracurí.

 Para investigação dessa realidade utilizou-se a técnica de observação assistemática por não exigir do pesquisador instrumentos previamente estruturados e registros iconográficos possibilitando maior liberdade na exploração e documentação da realidade investigada

RESULTADOS DA PESQUISA

 Discutindo os Resultados da Pesquisa

 Tratando-se de uma pesquisa histórica – documental se fez necessário à utilização de registros documentais dos arquivos das instituições públicas consultadas, nas quais foi constatada por meio de observação a carência de fontes documentais sobre o tema em foco.

Isso de certa forma comprometeu os resultados deste estudo, quando tentou-se retratar na sua totalidade o contexto da realidade investigada, entretanto os dados coletados existentes serviram de subsídios para responder os objetivos propostos.

Como resultado deste estudo destacou-se:

- A herança deixada pelo mestre Raimundo Cardoso  considerado um marco na história da cerâmica amazônica no Estado do Pará, foi homenageado com a escola que recebe seu nome: Liceu-Escola de Artes e Ofícios Mestre “ Raimundo Cardoso”;

- A ênfase no fazer popular como fundamento da Proposta curricular do Liceu- Escola, enquanto elemento de sua ação pedagógica. É dentro desta perspectiva de cultura que o projeto pedagógico do Liceu trabalha a concepção de cultura popular.

- A proposta pedagógica o Liceu alicerçada numa educação embasada no saber, na cultura,  na ecologia humana e na consciência ambiental, visando a sustentabilidade local.  Seu currículo foi estruturado de modo a oferecer o ensino formal da pré-escola a 8ª série do Ensino Fundamental, aliando a este o desenvolvimento vocacional e a formação profissional.

- As oficinas ofertadas pela instituição possibilitam  ao educando o desenvolvimento de sua percepção e potencial intuitivo, criador, sua capacidade para ofícios diversos que são base de seu trabalho nas oficinas vocacionais.  O Liceu-Escola  prepara o caminho para um processo de crescimento, por meio da interação do homem com o meio e a cultura, preservando a biodiversidade e a pluralidade cultural.

Esta experiência pedagógica  é pioneira, pois teve início no ano de 1996 quando foi implantado o Projeto de Desenvoimento Sustentável para a Rede de Ensino do Município de Belém.O Liceu no decorrer desses 11 anos de efetivo trabalho vem mantendo abertas suas portas permitindo o acesso da comunidade.

- Os registros iconográficos evidenciam as contribuições significativas do Liceu do Paracuri na melhoria da produção da cerâmica. Antes de sua criação, muitos ceramistas conheciam apenas os processos rústicos da fabricação da cerâmica, quase nada sabiam a respeito de sua história, isso era privilégio de poucos que se dedicavam a pesquisa.

Com os cursos oferecidos no Liceu aos alunos e ceramistas se apropriaram  do conhecimento de novas técnicas e tecnologias utilizadas no trato da argila, na queima e esmaltação das peças que até então eram desconhecidas.

Nesse sentido conclui-se que o Liceu representa para a comunidade  um espaço de qualificação e formação do futuro ceramista  agregando novos saberes e a perspectiva de geração de emprego e renda.

CONCLUSÃO

O Liceu Escola de Artes e Ofícios Mestre “Raimundo Cardoso” desenvolve um projeto educacional, fundamentado numa perspectiva de ensino formal com viés profissional, no qual valoriza a identidade cultural e a formação da consciência ambiental. É uma instituição que na sua trajetória histórica tem procurado acompanhar as mudanças no contexto social e educacional, comprometido com a formação integral do cidadão. 

As oficinas promovidas pelo Liceu Escola objetivam a criação de um ambiente no qual os futuros ceramistas tenham oportunidade de adquirir conhecimentos e acesso as novas tecnologias, que fortaleçam produção da cerâmica local.

Este estudo embora seja da maior relevância não esgota a temática ora pesquisada, as lacunas aqui existentes servirão de motivação para novas pesquisas que irão responder a novas indagações.

 

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