Desenvolvimento dos Seres Vivos

 Tatiane  Fontana de Carvalho

        Todos os seres vivos crescem e modificam-se, e em determinado momento reproduzem-se. A reprodução na maioria dos casos depende da formação de gametas e da fecundação. Depois que os gametas fundem produzindo um zigoto  tem inicio a divisão celular. O processo que leva a formação de um novo ser é denominado embriogênese e difere bastante nos animais.

         Em consequência, no final da gametogênese, os óvulos formados mostram-se bem maiores que os espermatozoides. Afinal além de sua contribuição genética para a formação de célula-ovo ou zigoto, os óvulos acumulam vitelo, um material nutritivo destinado a garantir o desenvolvimento embrionário pelo menos em seu estágio inicial. Conforme o teor e a distribuição de vitelo que apresentem os óvulos podem ser classificados em 4 tipos básicos que são:

  • Oligolécitos, isolécitos ou alécitos: Se  caracterizam por um acumulo pouco vitelo, que se distribui de forma homogênea em seu interior. Esses óvulos são observados em poríferos, celenterados, equinodermos e mamíferos.
  • Heterolécitos, telolécitos incompletos ou mediolécitos: Possuem mais vitelo do que os ovos oligolécitos, o vitelo acha-se concentrado no polo vegetativo do óvulo; o outro polo, denominado polo animal, abriga o núcleo celular. Esses óvulos ocorrem em animais como platelmintos, anelídeos, moluscos, peixes e anfíbios.
  • Telolécitos ou megalécitos: Dotados de alto teor de vitelo, eles são relativamente muito grandes e observados em animais como certos peixes, cefalópodes, répteis e aves.
  • Centrolécitos: Apresentam vitelo distribuído em sua região central, ao redor do núcleo; São observados na maioria dos artrópodes.

          O processo de segmentação, ocorre a partir da célula-ovo,ocorrem várias mitoses até a formação de células chamadas de blastômeros. Na espécie humana, por volta do quarto dia após a fecundação surge a mórula, que é um maciço celular contendo de doze a dezesseis blastômeros.

        Sabe-se que o vitelo constitui um material que retarda o mecanismo de divisão celular. Quando mais vitelo, tanto menor a velocidade de divisão das células. Assim, conforme o teor e a distribuição de vitelo presente no ovo reconhecem-se dois tipos básicos de segmentação ou clivagem que são:

  • Segmentação total ou desigual: Os blastômeros formados têm tamanhos diferentes: Os menores, os micrômeros apresentam pouco vitelo; Os macrômeros possuem mais vitelo. Ocorre na maioria dos ovos oligolécitos e em todos os ovos heterolécitos .
  • Segmentação igual:  Segmentação rara, que pode ser observada em ovos oligolécitos de equinodermos, resulta em blastômeros todos do mesmo tamanho.

           A gastrulação compreende o processo de transformação da blástula em gástrula, etapa do desenvolvimento embrionário que se caracteriza  pela formação dos folhetos germinativos ou embrionários. No anfioxo, a gastrulação inicia-se pela invaginação do polo vegetativo para o interior do blastocele, que progressivamente desaparece. No final do processo podem-se reconhecer nitidamente dois folhetos: Ectoderma (externo) e mesentoderme (interno). A cavidade delimitada pela mesentoderme é denominada arquêntero ou intestino primitivo e o orifício de abertura do arquêntero é chamado de blastóporo que é a abertura da gástrula que pode evoluir para a boca ou anus. Quanto a essa evolução, os animais são classificados em protostômios e deuterostômios . Nos protostômios o blastóporo evolui para a boca e nos deuterostomios, pra o ânus.

        Organogênese é denominada como processo de formação dos órgãos que constituem o animal, a partir dos três folhetos germinativos ou embrionários. Ao final da gastrulação, as células embrionárias diferenciam-se e iniciam a organização de tecidos e de órgãos especializados em uma determinada função, a evolução de cada um dos três folhetos germinativos é:

  • Ectoderme: Origina a epiderme e seus anexos, como pelos, unhas e glândulas; Organiza também o encéfalo, a medula espinhal, gânglios nervosos e receptores sensoriais, além de revestimento da boca, nariz e ânus.
  • Mesoderme: Origina a derme, as serosas, as cartilagens, os ossos, os músculos estriados e não estriados.
  • Endoderme: Origina o fígado, o pâncreas e o revestimento da bexiga urinária e da  uretra, boca e ânus.

    Podemos observar que os órgãos do nosso corpo podem ser formados por tecidos originados a partir de mais de um folheto germinativo.

     Os anexos embrionários são estruturas derivadas dos folhetos germinativos e que, com o desenvolvimento do embrião, atrofiam ou são expelidas por ocasião do nascimento. São fundamentais para a manutenção da integridade do embrião, garantindo seu desenvolvimento. Entre os vertebrados, os anfíbios são únicos animais destituídos de anexos embrionários. Os peixes possuem apenas um tipo de anexo embrionário, a vesícula vitelínica. Os répteis, aves e mamíferos possuem, além da vesícula vitelínica, o âmmio, o cório e o alantoide, Os mamíferos em geral possuem ainda um anexo embrionário denominado placenta.

       A vesícula vitelínica é um saco que armazena substâncias nutritivas para o embrião, é bem desenvolvida nos peixes, nos répteis e nas aves. O Âmmio é uma membrana que envolve o embrião de répteis, aves e mamíferos, protege o embrião contra choques mecânicos e contra desidratação. O Córion é a membrana que recobre o embrião e outros anexos, ocorre nos répteis, nas aves e nos mamíferos. O Alantóide é o anexo que ocorre nos répteis, nas aves e nos mamíferos.