De posse da certeza que o cérebro humano é plástico, é capaz de aprender; fica mais concreto a intenção e resultados dos educadores: o caráter, a consciência, a emoção, a inteligência, o amor, a confiança, a solidariedade, e etc. Se acreditava antes ser de natureza e origem biológica, mas hoje sabemos que se adequam a um processo estimulador, ainda que com resquícios de uma carga genética que os trouxe. Antes, entendia-se que o campo cognitivo, como: ensinar atenção, desenvolver memória, aprimorar a linguagem, aumentar a motivação, estruturar a ação, eram atributos de qualidade de um aluno, mas nunca fruto de um ensino, jamais seria algo aprendido.

Hoje, porém, sabemos que o educador pode e deve estimular o campo cognitivo sim, ensinar valores e virtudes, mas com o cuidado de abominar o velho ditado: "faça o que eu digo e não faça o que eu faço", o exemplo é o melhor argumento que alguém pode ter, especialmente o professor, onde torna-se verdadeiros espelhos para os alunos.

Elogiar é uma ferramenta muito eficaz para a educação. Não elogiar com hipocrisia, não falar demais, mas na dosagem certa, nas pequenas coisas positivas que a criança faz, um encanto verdadeiro. Isso valoriza e estimula a auto-estima de cada um, especialmente a criança, onde vive em constante formação e transformação. Escutar é outro fator importante também, não o ouvir, mas o escutar, que é a capacidade de captar não pela mensagem que se diz propriamente dita. A criança não precisa ser simplesmente ouvida, ela requer mais, precisa ser escutada.

Importantíssimo ensinar regras as crianças, vivemos em um mundo ditado por normas que somos obrigados a cumprir. É na verdade, compartilhar relações. Nada de inculcar as regras nas crianças, com os velhos cartazes com o que pode e o que não pode. Nem sequer responde a pergunta: "por que não pode"? Ensinemos então, através dos jogos, já que estes fazem parte do universo infantil. Como seria jogar futebol sem os cartões, as expulsões, o pênalti, a falta, o gol, etc. Como seria essa e todas as outras modalidades? Ou mesmo o jogo de damas, de dominó, de xadrez, o jogo da velha e todos os outros. Mostremos as crianças, que cada regra é importante para vivermos em uma sociedade, citemos exemplos reais e que fazem toda diferença na vida de cada um.

Acho importante antes de entrar em uma sala de aula, perguntarmos para nós mesmos enquanto educadores: o que queremos para o nosso mundo? O que precisa ser mudado? Sabendo as respostas, entremos então, com o ideal focalizado em construir com as crianças, os valores e as virtudes necessárias para conseguirmos o mundo que responda nossas perguntas. A possibilidade de mudanças positivas em nossa sociedade, só é viável, dentro do parâmetro educacional e através de valores e virtudes, pois com essas e apenas com essas, conseguimos todo o resto. Através do amor, da compaixão, da honestidade, da gentileza, da alegria, da sinceridade, da auto-estima, da autoconfiança e de tantos outros, conseguiremos ultrapassar as barreiras e alcançar nosso ideal: um mundo bem diferente do que temos hoje.













CONSIDERAÇÕES FINAIS



Não posso ensinar uma criança a dizer, mas posso ensiná-la a falar. Não posso ensinar uma criança a olhar, mas posso ensiná-la a ver. Não posso ensinar uma criança a ouvir, mas posso ensiná-la a escutar. Como se não bastasse, posso ensinar uma criança a formar seu caráter: otimismo, coragem, autoconfiança, conhecimento de si mesmo, integridade, probidade, aceitabilidade do outro; posso assim, ensinar a construir junto com ela vários valores, muitas virtudes. Tenho consciência da minha função social acima de qualquer outra função, enfim: Sou educadora e não professora! Isso faz toda a diferença. Tenho acima de tudo o compromisso de mudar a realidade que temos hoje, através da construção e formação de valores e virtudes na formação do caráter de cada indivíduo isso é possível.