A taxa de desemprego medida pelo IBGE nas seis principais regiões metropolitanas do País caiu um pouco em maio, para 8,8%, contra 8,9% em abril. É a segunda menor já registrada em um mês de maio desde o início da série histórica, em 2002.

O que parece ser um bom resultado para um ano de crise esconde um quadro ainda desfavorável. A renda real dos trabalhadores - já descontada a inflação - recuou em relação ao mês anterior, enquanto o número de desocupados registrou a maior alta anual em quase três anos. A informalidade aumentou.

O número de ocupados nas seis regiões metropolitanas subiu apenas 0,3% em maio em relação a abril e 0,2% em comparação a maio do ano passado. Houve pequena queda (-0,5%) no número de desocupados em relação a abril. Essa queda não evitou a alta de 13,0% no número de desocupados em relação a maio de 2008, o maior anual desde agosto de 2006.

O total de desocupados aumentou em 234 mil de maio do ano passado até igual mês deste ano, totalizando 2,04 milhões de pessoas. No mesmo período, foram geradas apenas 45 mil vagas. O forte aumento dos desocupados está associado ao enfraquecimento da atividade econômica no período.

O ritmo de geração de vagas formais preocupa. Na média de janeiro a maio de 2008, o número de vagas com carteira assinada aumentou 8,6% e, em igual período de 2009, aumentou bem menos (2,9%). Na comparação com abril, o emprego sem carteira aumentou 1,4%. Das 71 mil vagas geradas, mais da metade, 37 mil, são informais.

Indústria
Entre as atividades pesquisadas pelo IBGE, a indústria, que lidera os empregos formais e paga os melhores salários, foi a que mais demitiu em maio. Ante abril, foram perdidas 24 mil vagas, na sexta queda consecutiva. Na comparação com maio do ano passado, o número de vagas caiu em 6%, com corte de 217 mil postos.

Renda
A renda real média do trabalhador nas seis principais regiões metropolitanas do país caiu pela quarta vez consecutiva -1,1% em maio em relação a abril.

A renda dos trabalhadores, apesar de, na comparação anual, ainda estar 3% acima da verificada em maio de 2008, registrou a quarta queda consecutiva em relação ao mês anterior, desta vez de -1,1%. A perda ocorreu principalmente entre as pessoas de rendimento maior que trabalham no setor de serviços prestados a empresas (-6,2%), educação, saúde e administração pública (-4,2%) e outros serviços (-1,7%).

Para especialistas, o dado é fator de preocupação, ao lado da baixa abertura de novos postos e da desaceleração do emprego com carteira assinada.

O chamado rendimento mediano (que contabiliza a camada do meio da renda total, situada entre os rendimentos 50% mais altos e os 50% mais baixos) foi de R$ 782 em maio, com alta de 3,7% ante abril. "Isso mostra que a perda se deu na faixa dos que ganham mais, o que tem a ver com a queda no emprego em segmentos que pagam melhores salários", disse Azeredo. Em maio, para o total dos ocupados, o rendimento médio real foi de R$ 1.311,70. Na comparação com maio de 2008, a renda ainda está 3% mais alta.

Bibliografia
Jornal Folha de S. Paulo de 26 de junho de 2009
Jornal O Estado de S. Paulo de 26 de junho de 2009 Jornal O Globo de 26 de junho de 2009