Estou diante da minha própria derrota!

Pareço ter o dom de levantar as pessoas e fazê-las seguir em frente,

Mas à minha subjetividade, percebo não poder fazer nada.

Há apenas a certeza cruel de que estou sucumbindo.

A cada dia que desaparece se evidencia com mais força meu fim:

É como se a clareira, do meu vigor vital, estivesse se fechando.

Restando, dos meus objetivos, apenas um ato de conformação.

Um estranho momento oculto, disfarçado de real.

Estou lançado aos leões sem que nenhuma luz possa me salvar!

Já posso até sentir as presas dessa feroz besta instintiva me estraçalhando,

Perfurando meus ossos frágeis e mórbidos.

As lágrimas correm levemente na minha face: – Já não sou mais!

Isso que me destrói sem alguma piedade, se chama mentira!

Ela nos torna, tolos e estranhos no mundo.

Faz da realidade uma condição surreal.

Fere, magoa e, por fim, mata! Mata a alma!

                                                      Enderson Pereira.