Palavras – Chave: Depressão, bem-estar e auto-estima.

Abstract: This project aims to examine the concept of depression, loss and grief, specifically aims to identify the physical and psychological symptoms affecting most of the population. Considering that in a highly globalized world people are constantly looking for professional growth forming an overloaded routine, forgetting the concept of emotional well-being and understanding of how the emotional state of a person contributes to health and disease. For both the hypothesis and that drove this project is the fact that depression can cause enormous damage the health of the population that can not be subject to proper performance of simple activities of daily life. We performed a qualitative research, both descriptive bibliographic School St. Francis of FASB Barriers, Barriers in the city in May 2010. It was found that depression has done or is part of everyday life for all and that the great difficulty accepting the diagnosis is interfering in the treatment process.

Key - words: Depression, welfare and self-esteem.

INTRODUÇÃO

Quando as pessoas vivenciam ameaças à saúde procuram profissionais da área médica com a finalidade de manter ou restaurar a saúde, estes reconhecem a integração da mente, corpo, e espírito na sustentação do bem-estar e na superação para enfrentar a doença. A depressão é uma resposta comum aos problemas de saúde e constitui um problema freqüentemente não diagnosticado na população.

O modelo de comportamento atual recai sobre as conseqüências da depressão no cotidiano que se torna parte do conhecimento público e que tem exercido forte influência sobre a estrutura de trabalho da grande maioria da população. Citra, Ramos e Ribeiro (2003) expõem que o estado depressivo constitui, pela sua prevalência, graves problemas de saúde publica, daí a preocupação da OMS em considerar a depressão como um problema que deve interessar os médicos em geral não só os psiquiatras.

Para Brunner & Suddarth, (2005) a depressão clínica distingue dos sentimentos do nosso cotidiano de tristeza pela sua duração e intensidade, ou seja, esse sentimento tem curta duração e não resultam em desempenho prejudicado.

A depressão deve ser considerada com uma doença pelas perdas e seriam conseqüências que ela pode acarretar como: suicídio, abandono de emprego, isolamento social, uso de drogas dentre outros.

Conforme Davidoff, 2001, p.553:

Todos se sentem infelizes às vezes. A depressão é um estado mais intenso e persistente. Durante a depressão profunda, as pessoas sentem-se desesperançosas e desanimadas e o tempo custa a passar. Entes querido, comida, sexo, hobbies, trabalho e recreação, tudo parece desinteressante.

Sabe-se que a população acometida pela depressão, esta sujeita a não realização adequada de atividades simples do cotidiano, diante disso surge à problemática: Identificar as variáveis que influenciam a capacidade de lidar com a depressão que é precursora dos distúrbios emocionais.

A hipótese levantada e que impulsionou esse projeto é o fato de que a depressão pode causar enormes danos à saúde do individuo interferindo na realização adequada de atividades simples do cotidiano e no interelacionamento familiar.

Portanto foi relevante conhecer como a sociedade lida com a aceitação da patologia e como isso interfere no seu cotidiano ou em seu trabalho e ter a convicção de que cabem as instituições ambulatoriais, analisar os requisitos do presente projeto para assim possibilitar debates a cerca do conceito para que haja uma melhor aceitação do diagnóstico e uma diminuição de agravamento e possíveis conseqüências.

Sendo assim foi realizado um levantamento de acervo bibliográfica sendo a base para elaboração desse projeto.

REVISÃO DE LITERATURA

Sabemos que a depressão é um fator que atinge de maneira freqüente, os indivíduos onde esta patologia é de difícil diagnóstico, os portadores procuram tratamento para as queixas somáticas, sendo estas: cefaléia, dor nas costas, dor abdominal, fadiga, indisposição, ansiedade e desejo sexual diminuído ou problemas com o desempenho sexual (STUART & LARAIA, 2000 CITADO POR BRUNNER & SUDDARTH, 2005, p. 110).

Segundo Lyra e Viana, (2008, p. 225) ''A depressão é o estado de prostração emocional e tristeza com diminuição da atividade, de iniciativa e paralisação da decisão."

A depressão caracterizada por uma diminuição do humor, desânimo moral e físico, causando uma desordem mental, na qual o indivíduo vem convivendo com sentimentos dolorosos de frustrações, mágoa, tristeza, perda, abandono. A soma desses sentimentos supera a sua capacidade de tolerá-los e de absorvê-los, levando ao portador um grande sofrimento, capaz de ocasionar sérias conseqüências como a tentativa de suicídio, separação conjugal, o consumo de drogas e álcool, perda ou o abandono de emprego (LOMBA 2006).

Um dos distúrbios afetivos incapacitantes que encontram com freqüência na população é a depressão que ocorre com maior incidência em mulheres de caráter familiar e acomete pessoas de todas as idades, desde infância a terceira idade (WANNMACHER 2004).

Aproximadamente 10 milhões de brasileiros sofrem de depressão. Embora a doença possa afetar as pessoas em qualquer fase da vida, alguns estudos indicam que os sintomas são altamente prevalentes nas fases tardias da vida, no Brasil e no mundo, sendo considerada um problema de saúde pública devido ao crescimento de casos (LOBO 2010).

A depressão é dividida em bipolar e unipolar. Bipolar se caracteriza pelo transtorno afetivo, ou seja, a alternância de fases deprimidas com maníacas, de exaltação, alegria ou irritação do humor enquanto a depressão unipolar só tem fases depressivas (CANALE 2006).

As causas da depressão são múltiplos fatores estão relacionados a distúrbio nos neurotransmissores, a fatores de risco como sexo, idade, status socioeconômico, história Familiar, conseqüências de perdas e traumas, doenças associadas, tabagismo, transtorno de ansiedade, insônia e distúrbios do sono (LOMBA 2006).

A depressão pode ser classificada de acordo com a causa, com a presença ou não de um componente genético (história familiar), com os sintomas e com a gravidade do quadro, em: Leve, Moderado ou Grave. A o ocorrência de um momento depressivo é uma única na vida da pessoa ou, ao contrário, se ele se repete, dependerá da freqüência com que se apresentam esses Episódios Depressivos (BALLONE 2005).

Os tipos de depressão são Depressão reativa, Depressão distimia, Depressão maior. A depressão reativa aparece em resposta a um estresse identificável como a morte de um ente querido, doença como tumores, AVE, hipertireodismo, etc, e uso de drogas como reserpina clonidina, metildopa, propranolol, promazina, clorpormazina, acetazolamida, atropina, hioscina, haloperidol, corticosteróides, etc. Corresponde a mais de 60% de todas as depressões (BALLONE 2005).

A Depressão distimia é uma desordem depressiva crônica durando pelo menos 2 anos em adultos e que se manifesta pela presença da síndrome depressiva, onde o paciente consegue funcionar socialmente mas sem experimentar prazer. Entretanto a depressão maior é aquela que não tem relação causal com situações estressantes, patologias orgânicas ou psiquiátricas, caracterizando-se por episódios puramente depressivos em períodos variáveis da vida do paciente geneticamente predisposto à doença. Corresponde a cerca de 25% de todas as depressões(BALLONE 2005).

Além dos tipos há os subtipos de depressão que pode variar muito em relação a sintomas, história familiar, resposta ao tratamento e evolução, os subtipos são Depressão melancólica ou endógena, é aquela que possui gênese biológico não existindo fator psicogênico, depressão atípica humor e reativo a estímulos e inversões de sintomas, depressão sazonal caracterizada por episódios depressivos recorrentes no outono e inverno, depressão psicóticas trata-se depressão graves com presença delírios Depressão recorrentes breve portadores que apresentam sintomas por menos de duas semanas um a dois episódios ao mês, pelo período de um ano (NETO 1995 citado por CANALE 2006).

Os sintomas específicos da depressão clínica incluem sentimento de tristeza, inutilidade, fadiga e culpa e dificuldade em se concentrar e tomar decisões. As alterações no apetite, ganha ou perda de peso, distúrbios do sono e retardo psicomotor ou agitação também são comuns. É feito um diagnostico de depressão clinica quando uma pessoa se apresenta com pelo menos, 5 dos 9 critérios de diagnósticos para depressão. [...] Apenas 1 dentre 3 pessoas deprimidas é adequadamente diagnosticada e tratada de forma apropriada (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION 2000 CITADO POR BRUNNER & SUDDARTH, 2005, p. 110).

Para Hang, Hale e Ritter (2000) os sintomas da depressão incluem componentes emocionais e biológicos, sendo os componentes emocionais a aflição, apatia e pessimismo; baixa auto-estima: sentimentos de culpa, inadequação e feiúra; indecisão, perda da motivação, já os sintomas biológicos envolve o retardo do pensamento e da ação; perda da libido; distúrbio do sono e da perda do apetite.

Como critérios diagnósticos para depressão baseados no DSM-IV TR (Diagnostic and statistical manual of mental disorders) temos o Humor deprimido, perda do prazer ou interesse, ganho ou perda de peso, dificuldades para dormir, retardo ou agitação psicomotora, fadiga, sensação de inutilidade, incapacidade de se concentrar, pensamentos de suicídio ou morte (CITRA, RAMOS e RIBEIRO 2003).

Os fatores de risco para a depressão incluem a história familiar, situações estressantes, sexo feminino, episódios prévios de depressão, início antes de 40 anos de idade, Co-mobirdade clínica, tentativas pregressas de suicídios, falta de sistemas de apoio, história de abuso físico ou sexual, abuso de substância atual (CITRA, RAMOS e RIBEIRO 2003).

Citra, Ramos e Ribeiro (2003 p. 1534):

Os fatores de risco para o suicídio incluem os seguintes: idade inferior a 20 anos ou superior a 45 anos, principalmente superior a 65 anos; sexo – as mulheres empreendem mais tentativas, os homens são mais bem sucedidos; família disfuncional – os membros experimentaram múltiplas perdas cumulativas e possuem competências de adaptação limitada; história familiar de suicídio; depressão grave; dor intratável intensa; problemas clínicos crônicos debilitantes; abuso de substância; ansiedade intensa; problemas avassaladores; alteração grave na auto-estima ou na imagem corporal; plano suicida letal.

Segundo Citra, Ramos e Ribeiro (2003 p.1534) a avaliação inicial dos pacientes devem inclui cuidadosa anamnese, exame físico exames laboratoriais, uma vez que:

·Inúmeras doenças podem se apresentar inicialmente como depressão, ou ter sintomas depressivos, como manifestações associadas (distúrbios endócrinos, quadros demenciais, neoplasias, doenças infecciosas, deficiências nutricionais, etc);

Citra, Ramos e Ribeiro (2003 p.1535) relatam que são freqüentes as depressões causadas por medicamentos e uso de drogas. Entre as medicações que podem causar ou desencadear depressões, encontram-se:

·Anti-hipertensivos (propranolol, metilopa, clonidina, guanetidina, etc);

·Psicotrópicos (benzodiazepínicos, neurolépticos, etc);

·Hormônios (corticosteróides, contraceptivos orais, etc);

·Drogas de abuso (maconha, cocaína, álcool, etc).

Conforme Citra, Ramos e Ribeiro (2003 pg.1535) os tratamento dos episódios depressivos inclui:

·Aliança terapêutica com o paciente, visando romper a barreira que a apatia e a desesperança, próprias dos estados depressivos, colocam ao tratamento;

·Explicações claras sobre a doença depressiva e seu curso;

·Abordagem da família, para cooperação no tratamento;

·Utilização de recursos farmacológicos ou eletroconvulsoterapia;

·Psicoterapia.

O diagnóstico de enfermagem na depressão é de grande importância na identificação da doença e no tratamento dos portadores, sendo os principais diagnósticos de enfermagem do Nanda: Ansiedade; Angústia espiritual; Auto-estima baixa circunstancial e crônica; Disfunção sexual; Comunicação verbal prejudicada, Déficit de lazer; Déficit no autocuidado para banho/higiene; Déficit no autocuidado para vestir-se/arrumar-se; Comportamento de saúde propenso a risco; Isolamento social; Risco de solidão; Risco de suicídio; Distúrbio da auto-estima, Distúrbio do padrão de sono, Fadiga (NICOLAU 2007).

O tratamento é a nível ambulatorial e requer um diagnostico qualificado e uma avaliação médica antes de ser iniciado o tratamento farmacológico e feito com antidepressivos, tricíclicos, inibidores monoaminoxidase, inibidores de recaptura de serotonina, psicoterapia e eletroconvulsoterapia (FIGUEIREDO, VIANA e MACHADO 2009).

A psicoterapia consiste em acompanhamento com psicólogo com objetivo de trabalhar os sintomas como os pensamentos negativos, pensamentos de suicidas, a elevação da auto- estima, a dificuldade de relacionamento com a família, além de auxiliam o portador a ter um conceito melhor sobre a doença e proporcionar uma melhor adaptação promovendo um melhor conforto ao usuário e auxiliando nas dificuldades que enfrentam (LOMBA 2006).

Para Hang, Hale e Ritter (2000) os agentes antidepressivos são classificados em várias categorias entre elas os Antidepressivos tricíclicos (TCA), por exemplo, imipramina, amitipritilina. Trata-se de inibidores não seletivos (ou em alguns casos, seletivos para a noradrenalina) da captação de monoaminas, inibidores seletivos da captação de 5-HT, por exemplo, fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina, sertralina, inibidores da monoamina oxidase (MAO), por exemplo, fenelsina, tranilcipromina, que não são seletivos para os subtipos de MAO-A e B, clorgilina e moclobemida que são MAO-A – seletivos.

Hang, Hale e Ritter (2000) os antidepressivos "atípicos" é um grupo que incluem compostos que atuam de modo semelhante aos TECA que possuem uma estrutura química diferente (p. ex., nomifensina e maprotilina), e composta com diferentes ações farmacológicas (p. ex, mianserina, bupropiona, trazodona).

Segundo Hang, Hale e Ritter (2000 p 475) mecanismo de ação:

O principal efeito dos antidepresivos tricíclicos consiste em bloquear a captação de aminas pelas terminações nervosas através de sua competição pelo sítio de ligação da proteína transportadora, aumentam indiretamente a liberação de transmissores ao bloquear os receptores &2-adrenergico pré-sinápticos. A maioria dosTCA inibe, em nível semelhante, a captação de noradrenalina e de 5-HT(serotonina) pelos sinaptossomos cerebrais.

Cuidados de enfermagem

A enfermagem psiquiátrica estar baseada no relacionamento interpessoal enfermeira-paciente, que ao acompanhar o portador promove a autoconfiança e diminuir a ansiedade do mesmo.O cuidado integral abrange questões psicossociais que devem ser trabalhadas, para que o indivíduo tenha condições de lidar com o problema de saúde, tanto clínico como mental, que o permeia. Desta maneira proporcionamos uma melhora da auto-estima além de amenizar problemas clínicos (RAMM, SOUZA, NICOLA 2009).

CONCLUSÃO

Neste novo milênio o que se espera da enfermagem é que ela seja competente e desenvolva sua equipe para ser melhor, reduzindo cada vez mais os riscos para o cliente. Utilizando-se como ferramenta o estabelecimento de plano de ação para que portadores de doenças como a depressão, possam ser acolhidos e recebam o tratamento adequado, evitando desgastes do paciente, família e sociedade. Que os leitores desse trabalho possam conhecer e meditar sobre o transtorno depressivo atentando para os sinais, sintomas e terapias abordados.

O que esperamos é que o paciente/cliente ao queixar-se de sintomas compatíveis com transtorno depressivo, seja investigado e dado devida atenção a sua angustia, onde tem – se percebido descrédito por parte da equipe de saúde da atualidade, aumentando os índices de suicídio de portadoras desta patologia, que utilizando de terapias, podemter uma vida satisfatóriae produtiva na sociedade.

Que os leitores desse trabalho conheçam e meditem sobre alguns dos conhecimentos básicos dos sinais e sintomas e terapias

REFERÊNCIAS

Brunner & Suddarth, Tratado de Enfermagem Medico-Cirugica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 2005.

BALLONE, GJ - Tipos de Depressão. Disponível em http://www.psiqweb.med.br/, revisto em 2005. Acesso em 05/06/2010.

CANALE Alaíse/ Depressão. Disponível no site http://www.pec.uem.br. Acesso em 05/06/2010.

CITRA do F. P.; RAMOS J. RIBEIRO do J. V, Atualizações Terapêuticas. 21. ed. São Paulo: Artes Medicas LTDA, 2003.

DAVIDOFF L. Linda, Introdução à Psicologia. 3. ed. São Paulo: Person Makron Books, 2001.

LOBO Irene/ Depressão é parceira indesejável de 10% dos idosos. Disponível no site http://portal.saude.gov.br/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=19108 Acesso em 06/06/2010.

LOMBA, Marcos e LOMBA, André/ Saúde total: Clínica médica: Diagnostico, Tratamento e prevenção 2006, Grupo Universo.

LYRA. C. R e VIANA. D. L, Dicionário ilustrado de saúde. 3. ed. São Paulo: Yendis, 2008.

M.M.Hale, H.P. Hang e J.M. Ritter, Farmacologia. Quarta edição, Guanabara . koogan 2000, Rio de Janeiro.

Nébia Maria Almeida de Figueiredo, Dirce Laplaca Viana, Wiliam César Alves Machado Tratado prático de enfermagem, volume 2 / 2ª. Ed. – São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2008.

NICOLAU M Fernando Paulo/ Psiquiatria geral. Disponível em http://www.psiquiatriageral.com.br/enfermagem/modelo_pratica. Acesso em 05/06/2010.

RAMM, Cíntia Ramson, SOUZA, Helder Ferreira de; NICOLA, Tainá/ Assistência de enfermagem a uma paciente portadora de depressão e ansiedade: promovendo o cuidado Integral. Disponível em http://www.ufpel.tche.br. 05/06/2010.

WANNMACHER Lenita/ Depressão maior: da descoberta à solução? Disponível no site http://164.41.105.144/fs/farmacologiaclinica/depressao_opas.pdf Acesso em 05/06/2010.



[1] Acadêmicas do curso de Enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras-FASB.

[2] Enfermeiro docente do curso de Enfermagem pela Faculdade São Francisco de Barreiras-FASB;