INTRODUÇÃO

A  depressão trata-se de uma experiência habitual ligada a sensações de  sofrimento psíquico e físico. Ela atualmente é considerada uma das  principais doenças da sociedade moderna e como tal tem sido alvo de  muitos estudos.  

Esta disfunção se diferencia do sentimento de  tristeza pela duração de seus sinais e também pelo contexto em que  ocorre. Conforme dados fornecidos pela OMS (Organização Mundial da  Saúde) (BRASIL, 2008), “pelo menos 350 milhões de pessoas sofrem desse  mal no mundo”.

A doença infelizmente atinge de 10% a 20% das  mulheres grávidas, trazendo não muito raro, graves consequências, tanto  físicas como emocionais, além de influenciar na vida fetal. Razões como  as mudanças e o estresse da gestação, paralelo a outras atividades  cotidianas e profissionais, e também a ausência do comprometimento do  parceiro, podem tornar as mulheres especialmente vulneráveis à  depressão, sendo que seus efeitos podem se estender no pós-parto.

A  depressão é o transtorno mental de maior prevalência durante a gravidez  e o período puerperal e está associada a fatores de risco, como  antecedentes psiquiátricos, dificuldades financeiras, baixa  escolaridade, gestação na adolescência, falta de suporte social, eventos  estressores e historia de violência doméstica. Evidencias demonstram  que, além de a depressão pré-natal ser mais frequente, ela é o principal  fator de risco para depressão pós-natal, sendo esta, muitas vezes, uma  continuação da depressão iniciada na gestação (CORLETA. 2006, p.29).

Muitas  vezes a depressão é confundida com uma angústia e tristeza insistente e  por isso se tarda a ser diagnosticada. Outra razão que leva a  dificultar a cura é a não aceitação da patologia uma vez que existe  muita rigidez e preconceito em torno do problema. A origem deste mau é  desconhecida embora possa estar associada com vários motivos e poder ser  ocasionada por fatores hormonais ou psicossociais, dentre outros  podendo levar a depressão na gestação.

Os principais sintomas da  depressão na gravidez podem se apresentar da seguinte forma: Crises de  choro longas e contínuas sem motivo, Desânimo excessivo, Cansaço  frequente, Falta de apetite ou compulsão alimentar, Insônia ou vontade  de dormir o tempo todo, entre outros. De acordo com a Classificação  Internacional de Doenças, “nos episódios típicos de cada um dos três  graus de depressão (leve, moderado ou grave), o paciente apresenta  rebaixamento do humor, redução da energia e diminuição da atividade”  (SILVA, 2008, p.107).

“Embora a gestação seja considerada um  período de bem-estar emocional e de se esperar que a chegada da  maternidade seja um momento jubiloso na vida da mulher, o período  perinatal não a protege dos transtornos do humor” (CAMACHO;et al. 2006,  p.102.). Isso pode acontecer porque durante a gestação ocorre várias  mudanças no corpo da mulher que podem ser físicas, emocionais e  hormonais.

Segundo Lima & Tsunechiro  (2008, p.532)

A  gravidez está relacionada a um período em que a mulher se encontra em um  estado de felicidade plena e com isso passou a acreditar que a saúde  mental da mesma estava protegida pelo fenômeno gravidez, mas estudos  comprovaram que esse pensamento estava precipitado pois esse período não  se constitui como fator protetivo da saúde mental da mulher.

Camacho;et  al. (2006, p 103) diz que: “A gravidez está relacionada a um período em  que a mulher se encontra em um estado de felicidade plena e com isso  passou-se a acreditar que a saúde mental da mesma estava protegida por  este fenômeno”.  Entretanto o argumento de referido autor não condiz com  a realidade, pois esse período não se constitui como fator de garantia  da saúde mental da mulher uma vez que é uma época de grande influência  em relação ao psicológico feminino, pois neste estágio ela atravessa  grandes mudanças fisiológicas e psicológicas que pode torná-la mais  vulnerável e propicia ao desenvolvimento do Transtorno Depressivo.

O  suporte social recebido antes e durante a gestação, principalmente o  oferecido pelo cônjuge, parece ser determinante para o bem-estar mental  da gestante, visto que sua ausência tem sido associada à manifestação de  sintomas depressivos na gravidez (AMORIM, 2010, p. 106

A  relevância desta pesquisa está na comprovação de que “o período  gravídico puerperal é a fase de maior prevalência de transtornos mentais  na mulher, principalmente no primeiro e no terceiro trimestre de  gestação e nos primeiros 30 dias de puerpério”. (BOTEGA. 2006, p.341).  Em razão dessa afirmação é que este estudo tem por objetivo geral,  analisar na literatura científica nacional, sobre a depressão na  gravidez e no pós-parto. Os objetivos específicos serão: Conceituar  depressão; avaliar quais as principais causas e efeitos da depressão em  mulheres durante o período gestacional e pós-parto; destacar os  principais sintomas e tratamento da depressão no período pré e  pós-parto.

Teixeira (2001, p.62) afirma que,

A gravidez além  de representar o período gestacional do desenvolvimento do  embrião/feto, corresponde igualmente ao período de desenvolvimento do  papel materno, no qual a mulher experimenta uma nova realidade,  preparando-se para tornar-se mãe.

Vê-se, portanto, que mesmo sendo  mais divulgado a depressão pós-parto este infortúnio em proporções  equivalentes pode surgir no período em que todos consideram sagrados na  vida da mulher que é o período em que ela se prepara física e  emocionalmente para exercer um dos mais adoráveis papéis experimentados  pela mulher que é a maternidade. Deste modo a situação problema que  permeia a presente revisão sistemática de literatura está pautada no  questionamento de como acontece e se pode evitar a depressão na gravidez  e pós-parto fase tão delicada da vida da mulher?

Rocha (2003, p.50) em suas considerações coloca que:

A  depressão materna pode ocorrer no período de até 12 meses após o parto  (período pós-parto), possui as mesmas características da depressão na  população em geral, como humor deprimido, perda de interesse ou prazer  pelas coisas, sentimentos de baixa autoestima e diminuição da  concentração. Além disso, frequentemente esse período é marcado por  alterações hormonais e mudanças no caráter social, na organização  familiar e na identidade feminina.

Vale a pena salientar que neste  processo não só a mulher sofre as consequências oriundas da depressão.  Ela por si só pode alterar o desenvolvimento do bebê, pois ele tem mais  chances de nascer prematuro e com baixo peso. Além disso, gestantes com  portadora deste problema tem a probabilidade de ter bebês que terão  distúrbios de sono por exemplo em seus primeiros meses de vida.

Menezes (2011, p.11) defende a ideia de que as consequências da depressão para o feto perpassam por:

A  depressão na gestação está ligada a ocorrência de parto prematuro e ao  baixo peso ao nascer, sendo que estudos mostram que a média do peso ao  nascer de recém-nascido de mães deprimidas é de 2.910 Kg em comparação  com os de mães não deprimidas que é em média de 3.022 Kg, lembrando que o  risco relativo de peso ao nascer é menor de que 2.500 Kg considerados  pela Organização Mundial Saúde. O baixo peso ao nascer, estabelecido  pela OMS com crianças com peso menor de 2.500 Kg é considerado como  importante fator para determinação de causas ligadas a morbimortalidade

O  transtorno depressivo na gravidez e no pós-parto é algo muito comum  entre as mulheres, podendo assim, comprometer o relacionamento entre mãe  e filho, trazendo repercussões sobre práticas relacionadas à  alimentação e cuidados, desenvolvimento físico e mental das crianças.  Para tanto por ser desencadeado por diversos motivos, os casos de  depressão gestacional deveriam receber mais atenção por parte dos  médicos especializados.

MÉTODO

Um trabalho  de pesquisa é constituído por um conjunto de documento com informações  científicas organizadas de acordo com padrões específicos, com o  objetivo de facilitar a compreensão do pesquisador.

Pesquisa  cientifica é uma empreitada que acompanha algumas metodologias para sua  formação estrutural e que é oportuna de ser cumprida de várias formas,  sempre tendo por intenção alcançar construção do conhecimento.  A  pesquisa é "um procedimento reflexivo, sistemático, controlado e  crítico, que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis,  em qualquer campo de informação". (LAKATOS e MARCONI, 2008, p.44).

Para  Demo (2011, p.58) “pesquisa é a atividade científica pela qual  descobrimos a realidade”. Todavia para conseguir atingir o intento, ou  seja, para se alcançar os objetivos propostos, “é preciso determinar  antes o que pesquisar e depois como fazer” (HORN; DIEZ, 2003, p.72).

Para  construção de um trabalho cientifico é forçoso à determinação de qual o  recurso metodológico será usado haja vista que a técnica constitui os  múltiplos artifícios que são empregados na produção do conhecimento.  Compreende-se, por conseguinte que os processos metodológicos  representam a fase decisiva de apresentação do mesmo.

Para Minayo  (1994, p. 16) Metodologia é o caminho do pensamento e a prática exercida  na abordagem da realidade”. O seu objetivo tem como característica  analisar, captar, diagnosticar, verificar as limitações,  características, entre outros e dá aplicabilidade dos métodos.

Este  artigo será uma revisão sistemática de literatura que é “uma forma de  pesquisa que utiliza como fonte de dados a literatura sobre determinado  tema”. (SAMPAIO RF & MANCINI MC, 2007, p.19). Para sua elaboração  será aproveitado o estudo qualitativo, de cunho exploratório, utilizando  como procedimento de coleta a pesquisa bibliográfica.

A pesquisa  exploratória compreende a etapa de escolha do tópico de investigação, e  de delimitação do problema, de definição do objeto e dos objetivos, de  construção do marco teórico conceitual, dos instrumentos de coleta de  dados e da exploração do campo uma pesquisa exploratória: visa  proporcionar maior familiaridade com o assunto, com o problema, para  maior conhecimento. (MINAYO, 1993, p. 89).

Os recursos mencionados  servirão para enriquecer e fundamentar o estudo sobre o tema em  questão. A pesquisa qualitativa é alicerçada em hipóteses claramente  indicadas e variáveis que são objeto de definição operacional, são  exploratórias, ou seja, incitam o pesquisador a ter uma visão crítica  sobre o assunto. A pesquisa exploratória tem o objetivo de se  familiarizar com um assunto ainda pouco conhecido e pouco explorado.

No  que concerne a pesquisa bibliográfica esta abrange a leitura, análise e  interpretação de livros, periódicos, documentos entre outros. Deste  modo este estudo será feito através de técnicas de instrumento de coleta  de dados através da internet, de livros e artigos literários, onde  serão colhidas informações quanto Depressão na gravidez e pós-parto.

Conforme  Thiollent (2004, p.108), “a pesquisa bibliográfica está sempre presente  nas pesquisas para sua fundamentação”. Para Cervo, Bervian e da Silva  (2007, p.61), a pesquisa bibliográfica “constitui o procedimento básico  para os estudos monográficos, pelos quais se busca o domínio do estado  da arte sobre determinado tema. ”

Na concepção de Gil (2002, p. 10):

A  pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já  elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. A  opção por essa metodologia deve-se basicamente à natureza do objeto a  ser investigado e aos recursos que temos à disposição para realização da  pesquisa.

Os métodos adotados para o desenvolvimento do trabalho  foi o emprego de pesquisas que admitiram uma investigação sistematizada a  partir de materiais criteriosamente selecionados. Foram incluídos  artigos com texto, publicados, entre o ano de 2000 até os dias atuais,  que tratavam dos seguintes tópicos: perfil dos indivíduos depressivos,  causas, características e tratamento. Entretanto atenção maior ficou  voltada para o público feminino no período de gestação e no pós-parto.

Foram  encontrados mais de 60 resultados, entretanto foram selecionados apenas  22 que apresentavam texto condizente com o objeto de pesquisa. Destes,  foram selecionados apenas 12 artigos relevantes para este estudo. Foram  excluídos 10 artigos, pois alguns tinham o mesmo título e autores,  apenas publicados em revistas diferentes e em datas diferentes, e outros  traziam conteúdos repetidos.

A associação dos métodos mencionados  esquadrinhou angariar subsídios sobre o assunto proposto pautado nas  ideias de alguns autores otimizando os conhecimentos coletados.  Portanto, todos os métodos empregados motivaram a arrecadação de  informações.

CRONOGRAMA 

De acordo com textos lidos da internet etimologicamente, o termo cronograma tem origem no grego, onde khronos significa "tempo" e gramma significa  "alguma coisa escrita ou desenha". Partindo desta definição pode se  dizer que cronograma é uma reprodução gráfica do tempo designado a uma  determinada tarefa ou projeto. É, portanto, uma ferramenta que ajuda a  controlar e visualizar o progresso do trabalho. A utilização de  cronogramas é bastante comum em projetos de pesquisa.

O cronograma  é uma respeitável fase de um projeto de pesquisa, pois se trata do  plano de classificação das várias fases de seu cumprimento, em momentos  reais. Segundo Roesch (1999, p.176) o cronograma "é uma estrutura que  representa a distribuição planejada das atividades que compõem o projeto  e o tempo necessário para sua execução".

Ele serve a diferentes  intentos uma vez que consente examinar se o pesquisador tem conhecimento  necessário acerca dos diferentes caminhos que necessitará percorrer,  para concretizar o trabalho de pesquisa que esquematizou, e do tempo que  necessitará gastar, ao fazê-lo.

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