1. INTRODUÇÃO 

1.1 REVISÃO DA LITERATURA 

Durante muito tempo a depressão em crianças e adolescentes não era reconhecida pelos profissionais da saúde e por conseguinte, também não era um sintoma existente frente aos pais e educadores em geral. A depressão simplesmente não exista. No entanto, a partir da década de 1960 alguns estudos foram realizados, o tema tornou-se alvo de investigações mais detalhadas e atualmente não há qualquer dúvida quanto à ocorrência de depressão nesta faixa etária (Cruvinel, Miriam; Boruchovitch, Evely). 

Segundo Calderaro, R.S.S.; Carvalho, C.V., a depressão na infância é um tema que tem chamado muito a atenção de profissionais que atuam na clínica infantil, porém o reconhecimento desta patologia é difícil devido a vários fatores. Primeiramente porque os sintomas diferem dos apresentados pelos adultos, segundo porque manifestam-se de forma mascarada e terceiro porque as crianças e adolescentes não conseguem identificar ou nomear os sintomas de forma que aparecem de maneira multifacetada.  Os sintomas mais comuns da depressão são: transtorno de déficit de atenção, hiperatividade, baixa auto-estima, tristeza, medo, desânimo, distúrbios do sono, alteração e perturbação do humor ou do afeto, baixo rendimento escolar e sintomas somáticos. Além de envolver fatores afetivos, apresenta também componentes cognitivos, comportamentais, motivacionais e fisiológicos. 

Para Cruvinel, Miriam; Boruchovitch, Evely, a depressão na criança normalmente vem associada a outras dificuldades, principalmente em relação a problemas de comportamento e problemas escolares. Além da depressão interferir no rendimento escolar, alguns estudos mostram que também afeta os hábitos de estudo dos alunos. Ocasiona também um prejuízo no funcionamento psicossocial. Segundo estes, o papel da escola e dos educadores é de extrema importância perante o reconhecimento dos sintomas da depressão nas crianças e adolescentes e não, naturalmente do diagnóstico em si. A importância se dá tanto pelo fato da depressão interferir no rendimento escolar, como para a diversificação de estratégias de aprendizagem. E esses sintomas podem ser utilizados como um sinal para os pais e professores de que algo não vai bem com aquela criança.