1 INTRODUÇÃO

A Dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus da família Flaviridae é transmitida, no Brasil, através do mosquito Aedes aegypti, também infectado pelo vírus. Atualmente, a dengue é considerada um dos principais problemas de saúde pública de todo o mundo.

Segundo Teixeira e Barreto (2008), os países das Américas que erradicaram o Aedes aegypti, principal transmissor do vírus da dengue, nas décadas de cinquenta e sessenta, em virtude da necessidade de eliminar a febre amarela urbana, não utilizaram o rigor necessário, os conhecimentos técnicos e científicos adquiridos durante aquela campanha por questões econômicas, sociais e políticas, sendo posteriormente detectados nos anos setenta algumas áreas de reinfestação, por este vetor. Como o ambiente dos centros urbanos favorece a dispersão e a elevação da densidade das populações desse mosquito, e existem falhas nas estratégias de combate, a circulação dos vírus da dengue se estabeleceu e se expandiu, passando a constituir um grave problema de saúde pública neste final de século.

Segundo Neves (2005) a dengue é conhecida no Brasil desde os tempos de colônia. O mosquito Aedes aegypti tem origem africana e chegou ao Brasil junto com os navios negreiros, depois de uma longa viagem de seus ovos dentro dos depósitos de água das embarcações. Foi bastante combatida nas décadas 40 e 50, sendo considerada sob controle por volta de 1955 em todos os países americanos, com exceção do sul dos Estados Unidos e algumas regiões da América do Sul. Devido ao descuido foi reintroduzida em 1967 em Belém e São Luís e posteriormente por todo território brasileiro.

Dados do Ministério da Saúde relatam que o primeiro caso da doença foi registrado em 1685, em Recife (PE). Em 1692, a dengue provocou 2 mil mortes em Salvador (BA), reaparecendo em novo surto em 1792.

Em 1846, o mosquito Aedes aegypti tornou-se conhecido quando uma epidemia de dengue atingiu o Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Entre 1851 e 1853 e em 1916, São Paulo foi atingida por epidemias da doença. Em 1903, Oswaldo Cruz, então Diretor Geral da Saúde Pública, implantou um programa de combate ao mosquito que alcançou seu auge em 1909. Em 1957, anunciou-se que a doença estava erradicada do Brasil, embora continuar ocorrendo casos até 1982, quando houve uma epidemia em Roraima (Ministério da Saúde, 2007).

De acordo com Mondini o Brasil foi responsável por 56% dos casos de dengue notificados nas Américas entre 2001 e 2005, sendo registrados 241.796 casos de dengue clássica e 43 óbitos pela forma hemorrágica da doença.

O número de casos de dengue volta a crescer no país em 2006. Segundo dados do Ministério da Saúde, entre janeiro e setembro foram registrados 279.241 casos de dengue o equivalente a 1 caso (não fatal) para cada 30 km² do território desse país. Um crescimento de 26,3% em relação ao mesmo período em 2005. A região com maior incidência foi a Sudeste.

Em 2008, a doença volta com força total, principalmente no Rio de Janeiro, onde foram registrados quase 250 mil casos da doença e 174 mortes em todo o Estado (e outras 150 em investigação), sendo 100 mortes e 125 mil casos somente na cidade do Rio de Janeiro. A epidemia de 2008 superou, em número de vítimas fatais, a epidemia de 2002, onde 91 pessoas morreram. Outros estados do Brasil também registraram epidemia de dengue nos últimos anos. Segundo o Jornal do CFM – Ministério da Saúde, Brasil no ano de 2008 para combater a dengue foram gastos cerca de R$ 1,08 bilhões de reais.

De acordo com marta (2009) vem ocorrendo sucessivas epidemias de dengue desde 1986 com mais de três milhões de casos de dengue e cerca de seis mil casos de dengue hemorrágico. Os gastos diretos e indiretos com a dengue incluem; assistência médica, custos do controle do vetor, capacitação RH, monitoramento de rotina, educação em Saúde, absenteísmo.

No Mato Grosso do Sul no ano de 2013 houve crescente aumento do numero de casos de dengue em relação aos anos de 2011 e 2012. Portanto o presente estudo tem como objetivo utilizar a metodologia da pesquisa descritiva e descrever possibilidades que possam a evitar a proliferação do mosquito causador da dengue e contribuir para que a população tenha maior conhecimento sobre a doença e assim possam ajudar no combate.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

 

2.1 Características do Mosquito

 

O mosquito da dengue (Aedes aegypti)  é menor que os mosquitos comuns, tem, em média, 0,5 cm de comprimento. Ele é preto com pequenos riscos brancos no dorso, na cabeça e nas pernas. Suas asas são translúcidas e o ruído que produzem é praticamente inaudível ao ser humano (Neves, 2005).

O macho alimenta-se de frutas ou outros vegetais adocicados. Já as fêmeas se alimentam de sangue animal, principalmente humano. É no momento que está retirando o sangue que a fêmea contaminada transmite o vírus da dengue para o ser humano. Na picada, ela aplica uma substância anestésica, fazendo com que não haja dor na picada (Neves, 2005).

As fêmeas costumam picar o ser humano no começo da manhã ou no final da tarde. Picam nas regiões dos pés, tornozelos e pernas. Isto ocorre, pois costumam voar a uma altura máxima de meio metro do solo.

De difícil controle, já que seus ovos são muito resistentes e sobrevivem vários meses até que a chegada de água propicia a incubação, o mosquito da dengue deposita seus ovos em diversos locais e rapidamente se transformam em larvas, que dão origem às pupas, das quais surge o adulto. Assim como na maioria dos demais mosquitos, somente as fêmeas se alimentam de sangue para a maturação de seus ovos; os machos se alimentam apenas substâncias vegetais e açucaradas (Ministério da Saúde, 2011).

Os ovos dos mosquitos são depositados normalmente em áreas urbanas, em locais com pequenas quantidades de água limpa, sem a presença de matéria orgânica em decomposição e sais. Em função disso, a água é ácida. Normalmente, eles escolhem locais que estejam sombreados e em zonas residenciais. Por isso, é importante não deixar objetos com água parada dentro de casa ou no quintal. Sem este ambiente favorável, o Aedes aegypti não consegue se reproduzir (Ministério da Saúde, 2011).


Emílio Goeldi

Ilustração:

Fonte: www.combateadengue.com.br

2.2 Tipos de Dengue

Em todo o mundo, existem quatro tipos de dengue, já que o vírus causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. N. No Brasil, já foram encontrados os quatro tipos de dengue (Ministério da Saúde, 2011).

Segundo Ministério da Saúde o vírus tipo 4 não era registrado no País há 28 anos, mas em 2010 foi notificado em alguns estados, como o Amazonas e Roraima apresenta risco a pessoas já contaminadas com os vírus 1, 2 ou 3, que são vulneráveis à manifestação alternativa da doença. Essas complicações podem levar pessoas infectadas ao desenvolvimento de dengue hemorrágica.

 

2.3 Formas de Apresentação

Segundo o Ministério da saúde a dengue pode se apresentar clinicamente de quatro formas diferentes: Infecção Inaparente, Dengue Clássica, Febre Hemorrágica da Dengue e Síndrome de Choque da Dengue. Dentre eles, destacam-se a Dengue Clássica e a Febre Hemorrágica da Dengue.

  • Infecção Inaparente- a pessoa está infectada pelo vírus, mas não apresenta nenhum sintoma da dengue. Acredita-se que de cada dez pessoas infectadas apenas uma ou duas ficam doentes.
  • Dengue Clássica - é uma forma mais leve da doença e semelhante à gripe. Geralmente, inicia de uma hora para outra e dura entre 5 a 7 dias. A pessoa infectada tem febre alta (39° a 40°C), dores de cabeça, cansaço, dor muscular e nas articulações, indisposição, enjoos, vômitos, manchas vermelhas na pele, dor abdominal (principalmente em crianças), entre outros sintomas.
  • Dengue Hemorrágica é a doença grave e se caracteriza por alterações da coagulação sanguínea da pessoa infectada. Inicialmente se assemelha a Dengue Clássica, mas, após o terceiro ou quarto dia de evolução da doença, surgem hemorragias em virtude do sangramento de pequenos vasos na pele e nos órgãos internos. A Dengue Hemorrágica pode provocar hemorragias nasais, gengivais, urinárias, gastrointestinais ou uterinas se não tratada com rapidez, pode levar à morte.
  • Síndrome de Choque da Dengue - é a mais séria apresentação da dengue e se caracteriza por uma grande queda ou ausência de pressão arterial. A pessoa acometida pela doença apresenta um pulso quase imperceptível, inquietação, palidez e perda de consciência. Neste tipo de apresentação da doença, há registros de várias complicações, como problemas cardiorrespiratórios, insuficiência hepática, hemorragia digestiva, derrame pleural e alterações neurológicas como delírio, sonolência, depressão, coma, irritabilidade extrema, psicose, demência, amnésia, paralisias e sinais de meningite. Se não tratada também pode levar à morte.

2.4 Transmissão

A transmissão se dá pela picada do mosquito Aedes aegypti (aēdēs do grego “odioso” e ægypti do latim “do Egipto”) pode ser encontrado por quase todo o mundo, com mais ocorrências nas regiões tropicais e subtropicais, sendo dependente da concentração humana no local para se estabelecer. Após um repasto de sangue infectado, o mosquito está apto a transmitir o vírus depois de 8 a 12 dias de incubação extrínseca. A transmissão mecânica também é possível quando o repasto é interrompido e o mosquito, imediatamente se alimenta de um hospedeiro suscetível próximo. Não há transmissão direta de um doente ou de secreções com uma pessoa sadia, nem através de fontes de aguas e alimentos. (Caderno de Vigilância Epidemiológica, 2009).

 

2.5 Prevenção

A ação mais simples para prevenção da dengue é evitar o nascimento do mosquito, já que não existem vacinas ou medicamentos que combatam a contaminação. Para isso, é preciso eliminar os lugares que eles escolhem para a reprodução (Ministério da Saúde, 2011).

A regra básica é não deixar a água, principalmente limpa, parada em qualquer tipo de recipiente como caixas d’água, barris, tambores tanques e cisternas, vidros, potes, pratos e vasos de plantas ou flores, garrafas, latas, pneus, panelas, calhas de telhados, bandejas, bacias, drenos de escoamento, canaletas, blocos de cimento, urnas de cemitério, folhas de plantas, tocos e bambus, buracos de árvores, além de outros locais em que a água da chuva é coletada ou armazenada, pois a proliferação do mosquito é rápida. Portanto além das iniciativas governamentais, é de extrema importância que a população também colabore para interromper o ciclo de transmissão e contaminação. Para se ter uma ideia, em 45 dias de vida, um único mosquito pode contaminar até 300 pessoas (Ministério da Saúde, 2011).

Além disso, o ovo do mosquito pode sobreviver até 450 dias, mesmo se o local onde foi depositado estiver seco. Caso a área receba água novamente, o ovo ficará ativo e pode atingir a fase adulta em um espaço de tempo entre 2 e 3 dias. Por isso é importante eliminar água e lavar os recipientes com água e sabão (Ministério da Saúde, 2011).

Pesquisadoras da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de São José do Rio Preto (SP) descobriram que a cafeína é fatal para o desenvolvimento da larva do Aedes aegypti resultados semelhantes foram obtidos com a borra de café.

Segundo Costa pode ser realizado o combate natural, através de inseticida biológico um importante inimigo do mosquito do dengue. O Bacilo Thurisgienss destrói as larvas do Aedes, com os agentes sanitários depositando um concentrado que contém o bacilo, nas casas visitadas. É produzido pelo Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, não sendo comercializado. Atualmente, é o agente mais adequado para o combate à doença, porque extermina a larva.  Existem ainda os repelentes cuja ação essencial é afastar o mosquito de sua vítima, através da exalação de produtos voláteis incompatíveis com o ambiente. Os repelentes podem ser externos e internos. Os externos consistem na queima de velas de parafina providas de pavio atóxico veiculadoras de produtos naturais. Os principais produtos naturais usados e altamente repelentes são óleos essenciais de citronela e de andiroba, vendidos em lojas de artigos naturais, cujos cheiros, difundidos no ar, afastam o mosquito do ambiente. Outra alternativa é o uso de emulsões manipuladas e comercializadas, que são veiculadoras de princípios repelentes contra o mosquito para uso e aplicação direta sobre a pele. Os internos consistem na administração do cloridrato de tiamina (conhecido por vitamina B1), em ingestão diária de um comprimido de 100mg. A tiamina atua na pele de quem faz uso da vitamina B1, que exala um cheiro característico, repelente ao mosquito. O medicamento complexo B também é recomendado por conter em sua formulação o cloridrato de tiamina, embora o contenha com um teor de vitamina bem inferior a 100mg por comprimido ou drágea (Disponível em http://ww.cff.org.br).

Em situações de epidemia de dengue, o método de combate mais usado contra a reprodução do mosquito é a aplicação de inseticidas, mas a maioria desses produtos é tóxica. Além disso, com o tempo, os mosquitos podem adquirir resistência a essas substâncias. A borra de café funciona como um inseticida natural e não faz mal para seres humanos, animais e plantas.

Outros produtos como o sal de cozinha e a água sanitária, têm sido recomendados contra o Aedes aegypti. Mas há limitações: eles não podem ser aplicados em plantas, por exemplo.

 

2.6 Questões Socioeconômicas

 

Segundo a Agência Brasil o Ministério da Saúde repassou no inicio do corrente ano R$ 173,2 milhões para todos os municípios brasileiros investirem no combate à dengue. Sendo R$ 143,6 milhões repassados para as secretarias municipais e R$ 29,7 milhões para as secretarias de saúde estaduais para ser investido em qualificação das ações de combate ao mosquito Aedes aegypti.

De acordo com o médico José Augusto de Britto, coordenador da Rede Dengue Fiocruz e assessor da Vice-Presidência de Atenção, Ambiente e Promoção da Saúde da Fiocruz em entrevista ao canal de saúde relata que os determinantes sociais, não controlados, podem ser agentes facilitadores de doenças, inclusive da dengue. Educação, saneamento básico, habitação, acessibilidade à água, a retirada de lixo são os principais problemas que perpetuam a dengue no Brasil. Conforme observado o ministério da saúde investi milhões de reais em ações para combater o mosquito e deixa a desejar nos determinantes sociais, uma vez que a dengue é uma doença socioambiental.

No Brasil entre os anos de 2005 a 2008 foram registados mais de 7000 mil casos de dengue e mais de 45 mil internações por dengue (Gomes e Pastrana, 2010) em Mato Grosso do Sul em estudo realizado em hospitais de municípios de médio porte de 36 internações, 26 (69,45%) era dengue clássica e 10 (25%) dengue com complicações. Os custos diretos totalizaram US$ 16.564,41. Desse total, UU$ 3.718,59 (22,5%) foram gastos com honorários médicos e US$ 3.705,86 (22,44%) com exames (hemograma, bioquímicos e imagem) (Machado, 2010).

 

3 MATERIAL E MÉTODOS

 

O presente estudo relata a Dengue no Brasil, através de uma revisão bibliográfica, sendo utilizados materiais que abordam diretamente ou indiretamente a mesma temática, para isso foram utilizadas as bases de dados da Scielo, consulta a livros didáticos e manuais do Ministério da Saúde, evidenciando os pontos mais importantes do tema abordado. A pesquisa bibliográfica é aquela que se desenvolve a partir do levantamento do conhecimento disponível na área, com o objetivo de conhecer e analisar as principais contribuições teóricas existentes sobre o tema abordado e ampliar o grau de conhecimento sobre a doença, meios de transmissão e prevenção. Esse tipo de pesquisa exige do pesquisador uma atitude crítica diante dos documentos, artigos científicos, livros e outros materiais pesquisados (Baruffi, 2004).

 

4 DISCUSSÃO

 

Dentre os fatores que promoveram aumento do numero de casos o período chuvoso é um deles. O volume de chuvas que ocorreram em todos os estados brasileiros torna propicia a proliferação das larvas do mosquito, uma vez que os ovos podem permanecer viáveis por até 450 dias mesmo em local seco; outro fator importante e essencial é a prevenção que fica a desejar, o descuido da população em não ajudar o poder público no combate ao mosquito deixando os quintais com recipientes que acumulam água, materiais em desuso e sucatas.

De acordo com o professor da Faculdade de Medicina da UFMG Unaí Tupinambás as medidas preventivas não foram tão eficazes como nos últimos anos, quando houve menos casos. Além dos fatores acima citados um dos motivos para o aumento de casos é a circulação do vírus dengue tipo 4 que não se encontrava em circulação no país.

Segundo Teixeira, 2008 as ações de combate ao A. aegypti, estão centradas em duas estratégias, controle ou erradicação. Entretanto, ambas incluem três componentes básicos: saneamento do meio ambiente que visa reduzir os criadouros potenciais do mosquito; ações de educação, comunicação e informação (IEC) buscando a participação das comunidades no processo de prevenção; e combate direto ao vetor (químico, físico e biológico) por meio de aplicação de larvicidas e uso de organismos vivos capazes de competir, eliminar ou parasitar as larvas ou formas aladas do vetor.

Em vitória tem se utilizado como ferramenta no combate a dengue o sistema de sensoriamento remoto. (BARRETO, 2007).

No entanto tem se orientado o uso integrado das várias técnicas de combate ao Ae. aegypti disponíveis, visando o controle e até mesmo a erradicação desta doença que vem assolando o Brasil, pois o uso de técnicas isoladas não tem ação eficaz uma vez que seus ovos são muito resistentes e sobrevivem vários meses até que a chegada de água propicie a incubação.

Segundo Coelho (2008) deve se elaborar programas permanentes; campanhas de informação e mobilização das pessoas, para estimular a maior responsabilização de cada família na manutenção de seu ambiente doméstico livre de potenciais criadouros do vetor; fortalecer a vigilância epidemiológica e entomológica, para ampliar a capacidade de predição e detecção precoce de surtos da doença; melhorar a cobertura, qualidade e regularidade do trabalho de campo; integrar ações de controle da dengue na atenção básica; utilizar instrumentos legais que facilitem o trabalho do poder público na eliminação de criadouros em imóveis comerciais, casas abandonadas, etc; e desenvolver instrumentos mais eficazes de acompanhamento e supervisão das ações desenvolvidas pelo Ministério da Saúde, Estados e Municípios.

Em pesquisa realizada por Pereira realizada no ano de 2011, conhecer o impacto epidemiológico da dengue na sociedade é de suma importância para reconhecer as dificuldades no controle e diminuição da disseminação da epidemia. Com certeza uma das principais dificuldades é a sensibilização da sociedade, por requer mudança de atitude relacionada com uma educação que interfere no modo de agir das pessoas e consequentemente a prevenção da dengue. É necessário que se trabalhe com ações de educação em saúde que sensibilize o agir das pessoas no combate a esta epidemia e que haja capacitação dos profissionais para reconhecer os sinais e sintomas da dengue e tomar as precauções devidas em momento oportuno.

Já em estudo realizado na cidade de São José do Rio Preto verificou se que ações realizadas no combate a dengue pelos agentes de combate a endemias e agentes comunitários de saúde obtiveram efetividade semelhante, portanto é viável a integração entre o Programa Saúde da Família e os agentes de endemias no combate a dengue (CHIARAVALLOTI, 2006).

A avaliação do Plano Nacional de Contingencia da Dengue (PNCD), quanto ao cumprimento das metas, revelou que, no período de 2003-2006, as mesmas não foram alcançadas em grande parte dos municípios prioritários das regiões Sudeste e Centro-Oeste. Sendo que para 22,6% dos municípios (66/292), a taxa de letalidade, após início do PNCD, ficou acima do limite preconizado de 1% e em relação à pesquisa larvária, utilizando o Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti - LIRAa, nos meses de outubro de 2005 e outubro de 2006, 54,9% (45/82) em 2005 e 64,6 % (53/82) em 2006 não atingiram a meta de reduzir a menos de 1% a infestação predial larvária. Portanto nos períodos de seca e frio deve haver monitoramento mais rigoroso da presença do vetor utilizando o sistema de ovitrampas (armadilhas) para captura do mesmo em locais que ofereçam condições favoráveis para a proliferação do mosquito (PESSANHA,2009).

Johansen, 2012 diz que devem ser realizadas ações coordenadas entre as esferas municipal, estadual e federal; educação, informação e mobilização social e pesquisa científica que compreenda a dinâmica da doença, controle, diagnóstico e tratamento, além do desenvolvimento de uma vacina que seja eficaz aos quatro sorotipos existentes.

De acordo com Costa 2011 mesmo diante das dificuldades para o desenvolvimento da vacina contra a dengue, por não haver conhecimento profundo do vírus, acredita se que há possibilidade de ser desenvolvida a vacina antes de se ter superado o problema do saneamento básico no país.

5 CONCLUSÃO

A dengue é um grave problema de saúde publica que depende de vários setores para ser combatida incluindo saneamento básico, habitação, acessibilidade à água, retirada de lixo e educação, no entanto observou se que independente do tipo de vírus que esteja circulado o principal responsável pelo aumento dos casos de dengue é a população, pois os meios de prevenção existem e são fáceis de serem executados, mas a população na sua maioria ainda não se conscientizou do seu papel no combate à dengue, assim sendo o presente artigo conclui que devem ser realizadas ações educativas de forma mais intensa para que todos se conscientizem deste grave problema de saúde publica e que o governo faça maiores investimentos sobre os determinantes sociais para que assim a dengue possa ser combatida de forma mais eficaz.

 

 

 

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