DEFINIÇÃO

O termo Paralisia Cerebral é considerado por muitos autores inadequado, pois da um significado de total ausência de atividades físicas e mentais, o que na verdade não ocorre; nas literaturas especializadas encontra-se uma gama enorme de definições que conceituam a Paralisia Cerebral, como:

A Paralisia Cerebral consiste em um grupo heterogêneo de condições patológicas não progressivas do movimento e da postura, que se manifestam no início da vida, atribuídas ás várias etiologias, conhecidas e desconhecidas envolvendo o cérebro imaturo. Site: http://www.cruzverde.org.br/ParalisiaCerebral/paralisiacerebral.htm 11/09/2007.

A Paralisia Cerebral significa o resultado de um dano cerebral, que leva á inabilidade, dificuldade ou o descontrole de músculos e de certos movimentos do corpo. Site http://www.niee.ufrgs.br/hpmoise/body_pc.html 11/092007.

ETIOLOGIA

Para muitos autores a Paralisia Cerebral se acha relacionada com a anormalidade pré, peri e pós-natal.

Vários fatores podem causar as lesões no encéfalo durante o período pré-natal, entre eles pode-se destacar:

Agente Metabólico: Ex: Diabete Materna.

Agente Infeccioso: Ex: Rubéola Materna.

Agente Mecânico: Ex: Irradiação.

Quanto ás causas peri-natais vários problemas podem ocorrer durante o nascimento que podem ser Agente de Lesões encefálicas, sendo este o problema mais comum na etiologia da Paralisia Cerebral, segundo os autores pesquisados.

Dentre os fatores Pós-natais estão as doenças infecciosas tais como meningites e encefalites, distúrbios vasculares, traumas e tumores cerebrais.

CARACTERÍSTICAS

São definidas de acordo com as classificações que definem os tipos de Paralisia Cerebral.

Para essa classificação leva-se em conta o tipo de envolvimento neuro-muscular, os membros atingidos por este comprometimento e o grau de comprometimento motor.

De acordo com estes tipos de envolvimento neuro-muscular os autores citam categorias como: espasticidade, atetose, atáxia, tremor, rigidez, hipotonia entre outros.

Destes os três primeiros são os mais encontrados na prática.

Característica de criança espástica: Apresenta um tônus que é predominantemente alto. A movimentação é restrita em amplitude e é feita com grande esforço.

Característica criança atetóide: Apresenta sempre um tônus muscular instável eflutuante. Aparecem movimentos involuntários e incoordenados que dificulta a atividade voluntária. São características as trocas bruscas de tônus muscular, passando de um tônus diminuído ou normal á hipertonia ou vice-versa.

Característica criança atáxica: Caracteriza-se por transtornos de equilíbrio, hipotonia muscular e falta de coordenação em atividades musculares voluntárias.

De acordo com os membros atingidos pelo comprometimento neuro-muscular podemos ter:

Grupo das displegias: Onde as crianças apresentam um comprometimento maior das extremidades inferiores.

Grupo das quadriplegias: Apresentam um comprometimento do corpo todo.

Grupo das hemiplegias: Apresentam um dimídio (lado) do corpo comprometido.

Já de acordo com o grau de incapacidade podemos ter: leve, moderado e severo.

TRATAMENTO

O diagnóstico de Paralisia Cerebral pressupõe um amplo e cuidadoso diagnóstico diferencial. Esse diagnóstico deve ser realizado, sempre, por uma equipe multidisciplinar (TO, Psicólogo, Fisioterapeuta, Neurologista, Ortopedista entre outros) e o mais precoce possível. E a comunicação entre os membros dessa equipe é crucial para uma boa evolução do caso.

A dinâmica do trabalho da Terapia Ocupacional se dá através de anamnese junto à família.

A avaliação da criança com Paralisia Cerebral em Terapia Ocupacional envolve os aspectos: cognitivo, emocional, comunicação, coordenação motora global e fina, habilidades manuais (preensão, atividades bimanuais, dominância manual, força muscular, uso funcional dos membros superiores), integração perceptivo-sensorial (percepção tátil, controle visual, percepção auditiva), habilidades sociais, grau de independência nas Atividades de Vida Diária (alimentação, higiene, vestuário). O ponto de partida da avaliação é a atividade da criança em relação ao ambiente.

Na Paralisia Cerebral, a ênfase é dada às reações posturais, habilidades motoras e organização da criança diante das atividades e situações.

O plano de tratamento é baseado na avaliação inicial, nas necessidades individuais. Na Paralisia Cerebral, existem particularidades de tratamento (princípios norteadores) de acordo com os tipos de paralisia cerebral: espástica (quadriplegia, diplegia, hemiplegia), atetóide, atáxica. Mas, em geral, a Terapia Ocupacional atua no sentido de aumentar o grau de funcionalidade global, conduzindo a criança para novas aprendizagens, dentro dos objetivos traçados na avaliação.

De acordo com o método Bobath, o brincar é o trabalho da criança, e é onde a criança pratica habilidades e ensaia papéis. Conforme o brincar se desenvolve, torna-se organizador das habilidades. O sucesso da criança reforça a repetição e providencia as bases para a aprendizagem e o desenvolvimento. O brincar leva ao domínio de muitas habilidades necessárias para o crescimento e a vida adulta.

Desta forma, as brincadeiras são integradas aos objetivos do tratamento em Terapia Ocupacional, e serão propostas atividades para encorajar a criança a desenvolver novas habilidades.

Alguns princípios gerais de tratamento na Paralisia Cerebral podem ser delineados, como:

- Preparação para a função: alongamento da musculatura encurtada, motivado sempre por uma tarefa, mobilidade a partir dos pontos chaves facilitando posturas adequadas, alinhamento corporal, regulação do tônus, controle motor e facilitação do desenvolvimento normal.

- Estruturação do ambiente, permitindo sua exploração pela criança.

- Desenvolvimento de hábitos independentes para brincar ou trabalhar, preparando a criança para a escola, vida social. As AVDs representam um papel fundamental no trabalho da Terapia Ocupacional.

Neste trabalho é importante levar em consideração os recursos disponíveis da casa e as necessidades da criança e da família, para a confecção de adaptações. São observados pontos como: o tipo de habitação, como a criança pode se locomover no seu espaço, como dorme, onde brinca, como é o banheiro, onde estão suas roupas, onde toma suas refeições, quem brinca com a criança em casa e onde brinca, se vai ao quintal, aos vizinhos, ao supermercado, etc.

Finalmente, o trabalho da Terapia Ocupacional estende-se também à orientação escolar, pois a criança com paralisia cerebral necessitará de adaptações, assim como a escola poderá ter que fazer algumas modificações na sala de aula, banheiros, pátio.

Atualmente, com a inclusão de crianças com deficiência nas escolas regulares, torna-se importante capacitar a escola para receber estas crianças. O terapeuta ocupacional pode orientar a equipe escolar em relação às adaptações necessárias a cada caso, por exemplo: cadeira com braços, apoio para os pés, barras na lousa e nos banheiros, engrossadores de lápis, tapetes antiderrapantes na cadeira, fixação do papel ou caderno na mesa ou carteira.

Além das possibilidades de adaptação do mobiliário e do ambiente, é fundamental também a orientação quanto ao posicionamento correto ao sentar, ao ser colocada em pé, apoio dos membros superiores, a facilitação de posturas que inibam reações associadas que podem prejudicar a realização das atividades propostas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

Site acessado em 11/09/2007: http://www.niee,ufrgs.br/hpmoise/body_pc.html.

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http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/bobath2.htm

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