Estudante: Claudio José Bezerra de Aguiar
Tarefa: Resenha crítica
Obra: HÄGGLUND, Bengt. História da Teologia. Porto Alegre: Concórdia, 1981. p. 291 a
336.

De profetas e de cantores

O autor vai apresentar uma realidade do rural e o urbano, implicado esses valores desde
os tempos bíblicos até a época contemporânea. Onde em um poeta nordestino, ele vai
encontrar uma replica do profeta Amós. Mostrando os males da sociedade urbana, frente a
sua bela aparência e a nostalgia do rural. Concluindo com a dura realidade dos dois lados e
suas vantagens.
O autor começa falando do nordeste, como agir para evangelizar. Não basta apenas a
Bíblia e um jornal, é preciso aprimorar dançando e cantando, e assim num modo pós
moderno agir conforme o profeta Amos de acordo com a movimentação da época.
A migração do homem do campo para a cidade normalmente ocorre em busca de uma
melhor condição de vida, visto que as oportunidades são maiores. E Amós realiza esta
migração, mas seu propósito é denunciar as injustiças realizadas por esses povos.
Em nome de Deus um homem sai do meio dos bois para ir a metrópole profetizar contra
eles. Numa época de prosperidade do povo, enriquecimento da cidade, onde o culto com
hinos de louvor estavam sendo realizados. Amós entra em sena para denunciar que Deus
estava rejeitando os seus hinos, danças e sacrifícios, por causa da injustiça praticada.
A cidade urbanizada crescia nas custas dos impostos altos cobrados dos pobres
camponeses. Deus não podia aceitar um louvor praticado no meio da injustiça social. A
mensagem de Amós vai não apenas de encontro os povos pagãos vizinhos de Israel, mas
atinge ao mesmo tempo Samaria e Jerusalém.
A mesmas opressões que os povos vizinhos praticavam a nação de Israel também fazia,
ao ponto de não haver distinção entre eles quanto a sua rebeldia. O abuso a mulher
tornando-a apenas objeto sexual e a exploração da criança, as balanças enganosas, e o
suborno que tirava toda a voz do pobre em beneficio dos ricos eram alguns dos hábitos
comuns aos habitantes de Israel, cujo profeta levanta sua voz em defesa do pobre, jurando
vingança por parte de Deus mediante tamanha injustiça praticada pela nação. Dois alvos importantes são atingidos pela profecia de Amós. O rei Jeroboão e o sacerdote
Amazias, pois eles eram os causadores principais da situação atual de Israel. Sendo um a
voz política e outro a voz religiosa, que deviam primar em fazer a diferença. Mas eram os
que estavam induzindo o povo para perversos caminhos. O anuncio de Amós chega ao
encontro deles, no que o profeta comunica que o rei irá morrer à espada e o povo será
levado cativo. O sacerdote que era a favor do reio se revolta, visto que a nação estava em
grande prosperidade e não poderia ser leva como prisioneira. Então o Amazias conspira
contra o profeta, e a mensagem vai para ele. Deus não era religioso e estava fora do circulo
religioso da nação de Israel, Amazias e seus filhos morreriam a espada e sua mulher seria
dada a prostituição com os habitantes daquele lugar. Esta foi a mensagem entregue ao
sacerdote.
Um cantador nordestino Petruco Amorim, é um homem como Amós, no entanto ele apenas
fala do vê. Em suas viagens do campo para cidade urbanizada observa as diferenças
sociais, e compõe em forma de poesias, palavras duras contra a realidade. Numa ele
discorre a cidade grande como uma mulher debruçada na janela que observa tudo de longe.
Seduz as pessoas com sua beleza, mas o que tem a oferecer é apenas solidão e ilusão. As
pessoas do campo se encantam pela cidade grande e quando estão nela é isso que
descobrem.
A cidade tem todo um projeto feminino, foi planejada para ser e funcionar de maneira
equilibrada e correta, com igualdade. Mas com o crescimento, houve a necessidade de força
para ganhar mais terreno, construir. Onde o homem coloca sua contribuição. Contudo, ele
ganha o maior espaço e assume a liderança e passa a destruir tudo que a mulher construiu.
O homem pensa apenas na sua ganância, onde oprimi, pisa e destrói tudo que esta pela
frente. A mulher e a criança perdem seu valor, sendo humilhadas, discriminadas, e é assim
que a cidade grande mostra seu poder. E é isso que o cantador, assim como Amós
denuncia em seus versos, porque mesmo que ela tenha conquistado e se mostrado mais
eficiente que o homem, ainda sofre muito com o machismo.
O poeta ainda denuncia que por trás da aparente beleza que a cidade grande apresente
está uma verdadeira podridão, basta olhar para os rios que agora estão pretos pela sujeira,
e para o verde que quase não se encontra mais, poluição e tudo que nocivo a natureza
estão ali. Por certo, que as próprias catástrofes da natureza são uma espécie de revolta da
natureza junto com um pedido de socorro. Assim o poeta expõe todo seu sentimento,
misturando o encantamento da cidade com sua real situação de dor tristeza e solidão, com a
esperança de um dia a cidade ser um lugar bom, como realmente apresenta. Na cidade uma das vítimas de crueldade e que estão subjugadas ao extermínio são as
crianças. Elas nascem e crescem num ambiente onde tudo aponta para uma morte
prematura. Os pais não têm tempo para dar atenção aos filhos, mas os malandros das
sociedades têm. Onde se utilizam desses inocentes para o tráfico e para serem os futuros
profissionais do crime. Na poesia o autor compara os massacres que as crianças estão
recebendo com a bomba de Hiroshima. Pois as crianças estão indefesas, e sofrem o
extermínio pela população, morrem cedo e são vítimas de violência em vários lugares.
A nostalgia decorrente do meio rural ocorre em vista de imagem idealizado do campo,
como um lugar onde tudo é as mil maravilhas, ar puro, lugares verdes para os animais,
alimentos naturais, etc. Essa imagem é passada por pessoas que uma dia viveram no
campo e se encontram com o grande processo de urbanização que normalmente não
conseguem alcançar, e trazem recordações do campo onde tudo era mais simples. No
entanto se esquecem da dura realidade que é viver no campo, onde crianças de cinco anos
têm que acordar de madrugada para trabalhar, onde tudo era mais suado, e as dificuldades
eram maiores. A urbanização trás consigo seus prejuízos, mas não se deve esquecer que
também apresenta seus benefícios que não podem ser deixados de lado.
A cidade grande trás coisas que nunca serão experimentadas no campo. Ela pode ser
comprara da a uma festa, cheia de luzes, agito movimentação. Mas, num olhar
espiritualizado, ela representando o reino de Deus, algo iluminado e desejado. Contudo,
pode estar representando representa o homem e sua ganância, luxúria, e desejo e cobiça. E
as favelas figuram a tentativa de repressão e solidariedade humana. Onde embaixo de uma
lona, num litro de refrigerante cortado ao meio está plantada uma semente de árvore.
Mostrando que mesmo em meio a pobreza e opressão, o ser humano tem amor dentro de
si. No mais, a cidade pode ser um convite a liberdade, colocado que no campo mesmo em
meio aos seus benefícios, ele trás consigo uma prisão. Onde não há diversidade de idéias,
nem liberdade de expressão. Ao contrário da cidade, que é um desafio a mudança de vida e
atitudes. Pois ela é o lugar onde acontece a história. No campo devido aos poucos desafios
pouca história se tem. Mas, a cidade é levada ao aperfeiçoamento. Seu ritmo de
desenvolvimento cria novas expectativas a cada dia. A cidade cresce rapidamente e criar
história a uma velocidade desenfreada.
A cidade tem mostrado um homem em busca de conquistas, e de seus próprios interesses.
O que tira Deus da história, pois o homem consegue autonomia. Mas essa autonomia tira a
visão do homem. Onde ele, em busca de conseguir suas realizações mata, oprime, e
destrói. Não sendo capaz de se aperceber do mal que está causando. Esta é a realidade
narrada por Agostinho, na sua obra “Cidade de Deus e cidade dos homens”. Onde mostra as duas faces da cidade, quando é a de Deus que está atuando reina a paz, harmonia.
Contudo quando a do homem começa aparecer proliferam as guerras e destruições. O
homem está convidado a escolher em qual cidade ele que morar. Na dos homens, onde o
homem domina e dita as regras, ou na de Deus, onde Deus reina e a paz se manifesta.
O autor apresenta uma realidade interessante do profeta. Que não é aquele apenas que
recebe revelação de Deus para as coisas futuras. Mas o profeta é também aquele, que
enxerga a realidade e tem coragem de falar contra as realidades presenciadas. Não porque
estão ocultas, mas porque não são levadas a sério, e por faltarem pessoas com disposição
para clamar pelos oprimidos, ao estilo de Amós, e como fez o poeta nordestino.