De herói esportivo a celebridade midiática: um estudo sobre o filme Pelé Eterno

Isabela Cunha Balbo
Resumo
A pesquisa está voltada para o estudo da passagem - "celebrificação" do jogador de futebol Pelé, tomando como base a recepção do público e o apelo sociocultural que o filme Pelé Eterno (dirigido por Aníbal Massaini Neto) obteve no mercado cinematográfico brasileiro. Esta pesquisa procura levantar como nesta película se dá a passagem de herói esportivo à celebridade midiática. Bem como levantar se esse foi um dos motivos que fizeram o filme obter uma baixa média de público.
Palavras-Chave
Pelé Eterno; Futebol; Cinema brasileiro; Celebridade; Análise.
Abstract:
The research is focused on the study of the passage - "celebrificacion" of the soccer player Pelé, based on receipt of public and the social-cultural appeal that the film Pelé Forever (directed by Anibal Massaini Neto) obtained in the Brazilian film market. This research seeks to raise as this film takes the passage of sporting hero to celebrity media. Well if that was how to raise one of the reasons that made the film to get a low average attendance.

Keywords:
Pelé Forever; Soccer; Brazilian Cinema; Celebrity; Analysis.





Introdução

Um filme que trata do maior jogador de futebol de todos os tempos, Pelé Eterno tem uma temática extraordinária, porém um público medíocre. Uma contradição difícil de entender. Muitos tentaram explicar, porém cremos que sempre faltou um estudo da imagem de Pelé como celebridade. Verificaremos se o chamado "processo de celebrificação" ajudou ou atrapalhou na construção do filme e posteriormente em sua vendagem.
"Três anos de pesquisa, quase 200 horas de gravação e R$ 5 MI de custo." (MARTINS, 2004); "Chegamos a coletar 25 horas de material." (MASSAINI, 2004, folheto do filme); "Foram mais de 400 cópias da prévia do filme (trailers) distribuídas nos cinemas internacionais" (MARTINS, 2004); Lançado em 150 salas de cinema (LOSCHPE, 2009, web page);
"Serão 14 salas apenas no Rio de Janeiro. As principais capitais brasileiras também passam a exibir o filme (São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Curitiba, Porto Alegre e Manaus são algumas delas.)" (LANCE! 2004, pg.17)
"Depois do lançamento no cinema, a estimativa é vender o recorde de 500 mil cópias em DVD, que chega às lojas já em setembro (de 2004 )", "Massaini e Pelé não fazem previsões sobre a arrecadação do filme, que tem orçamento de R$ 6 milhões", "Segundo Massaini, há a expectativa de, no mercado de DVD e vídeo, a produção dobrar a vendagem de 250 mil unidades do fenômeno Maria, a mãe do filho de Deus, do Padre Marcelo Rossi." (Cineclick, 2004, web page)
"Anibal Massaini se mostrou cauteloso ao falar do imenso potencial mercadológico que tem um filme sobre o maior jogador de futebol de todos os tempos. "Acreditamos que o filme pode fazer muito sucesso, em muitas salas, inclusive atraindo um perfil de público diferente, que não costuma frequentar cinema. Mas quando o filme pode arrecadar em bilheteria é uma incógnita." Esquivou-se, admitindo, porém, que as pretensões para o lançamento em outros formatos não são nada modestas." (DIÁRIO DO NORDESTE, 2004, caderno 3)
"Sem dúvida a nova legião de descobridores vai ser imensa." (MASSAINI, 2004, folheto do filme).
"Vai ser o marco de uma nova onda Pelé, que vai tomar conta do mundo." (KFOURI, Juca. 2004, Making off do DVD)
"Acho que vai fazer muito sucesso" (BARRETO, Lucy. 2004, Making off do DVD)
"Escolhemos Pelé Eterno para marcar esta linha de atuação por acreditarmos que o filme tem um enorme potencial de público dentro e fora do Brasil, e que poderá ter uma expressiva repercussão na área do sell thru, dvd e, posteriormente, ser desenvolvido em série para TV. Estamos muito orgulhosos de nos associarmos a um projeto com um potencial tão forte" (PEREGRINO,Jorge. 2004, folheto do filme)

Análise Mercadológica

Primeiramente abordaremos questões de mercado/indústria e as outras hipóteses sobre esse acontecimento, encontradas em diversas fontes.
Os dados e as expectativas do documentário mais caro já produzido no Brasil fazem jus à majestade de Pelé, que de acordo com o diretor Massaini (2004, folheto) completava na época:
"60 anos de vida, 1375 partidas, 1281 gols, inúmeros títulos nacionais e internacionais em 59 campeonatos, 10 anos consecutivos como artilheiro do campeonato paulista e 21 anos de carreira do maior jogador do século XX, e além disso, a personalidade mais homenageada do planeta".
Toda essa grandiosidade acabou em uma média fraca de público com apenas 250 mil espectadores e portanto uma arrecadação bem abaixo da esperada (ainda mais se comparada ao dinheiro gasto para produzir ? aproximadamente 6 milhões de reais):
"Julguei que o nome Pelé, nosso maior jogador, o maior de todos os tempos no mundo inteiro, fosse suficiente chamariz." "Mesmo sabendo da indiferença de grande parte do povo brasileiro pelas coisas de seu país, sua história, sua cultura, sua arte, suas obras, suas grandezas, eu mesmo fiquei surpreso. Esperava interesse maior do público." (CALAZANS, 2004, pg 35)
"Mesmo sendo o jogador de futebol mais popular do mundo, nosso rei colecionou um estrondoso fracasso com o documentário Pelé Eterno, de Aníbal Massaiani Neto. (...) Um primor em termos de pesquisa histórica. Entretanto, isso não foi o suficiente para levar ao cinema mais que 260 mil espectadores, número bem abaixo do um milhão esperado pelos produtores. Ainda assim, o filme é sucesso de vendas em DVD, desde que foi lançado no início do ano passado." (PIRES, web page)
"Apesar do clima favorável que cercou o lançamento, Pelé Eterno ficou aquém do que dele se esperava, em termos de bilheteria (...) teve média de público relativamente baixa e o fato deixou muitos analistas sem saber como explicar o fato. Ouvido por mim, para uma reportagem de O Estado de S. Paulo, o próprio diretor do filme se disse perplexo. Afinal, o sucesso de mídia e mesmo de público nas pré-estreias fora consagrador. No entanto, quando estreou para valer, Pelé Eterno decepcionou." (ORICCHIO, 2006, p. 229).
"Em qualquer país, as filas de espectadores ansiosos pelas imagens de Pelé Eterno se teriam estendido por centenas de quilômetros, provocariam assombrosos engarrafamentos humanos ? e ai de quem traísse algum indício de contrariedade, porque o mais dissimulado sinal de insatisfação haveria de configurar uma afronta intolerável aos milhões de súditos mobilizados para a reverência coletiva ao monarca do Reino do Futebol. Mas o Brasil não é um país qualquer." (NUNES, 2010, web page).
Essa afirmação de que o Brasil não é como um país qualquer deve ser estudada em partes: Primeiramente temos o Brasil, país emergente e que se diz país do futebol não porque o inventou:
"O futebol praticado hoje é regulamentado em 1862, no Reino Unido. As regras proíbem o uso das mãos para diferenciar o jogo do Rúgbi, esporte muito praticado pelos jovens britânicos na época. Em 1872, é realizada a primeira edição da Copa da Inglaterra, o mais antigo torneio ainda em disputa. (...) No Brasil, o futebol aparece esporadicamente no fim do séc. XIX, em partidas jogadas principalmente por marinheiros europeus. O estudante paulistano Charles Miller, chega ao Brasil em 1894 com duas bolas na bagagem após alguns anos de estudo na Inglaterra, É considerado o introdutor oficial do futebol no país." (ALMANAQUE, 2008, p. 254)
Mas porque é o único país pentacampeão mundial estando sempre à frente no número de campeonatos mundiais; Esses títulos foram conquistados graças a tradição de bons jogadores nascidos aqui, sendo o maior exemplo o Rei Pelé; Intitulado Rei porque é o maior jogador de futebol do mundo (recebeu em 1981 pela revista L?equipe o título de atleta do século). Então sendo o Brasil um país do futebol o mais natural seria que o filme do Rei do futebol fosse sucesso absoluto. Porém filmes sobre futebol nunca tiveram grande apelo de público no Brasil:
"O futebol, apesar de ser a paixão dos brasileiros, nunca rendeu um filme nacional marcante. Mas os cineastas não desistem. No mês que vêm (Abril de 2004) estreia um documentário sobre Pelé." (VEJA,2004, web page)
" ?Eu deveria ter ouvido meu pai (o produtor Oswaldo Massaini) quando ele me dizia que filme de futebol é veneno de bilheteria? disse Aníbal Massaini (...) o produtor Luiz Carlos Barreto conta que quando tentou vender Garrincha, Alegria do povo para a Inglaterra, foi desestimulado por um colega daquele país" (ORICCHIO, 2006, p. 230)
Temos assim uma das muitas contradições ? mesmo sendo um esporte popular e que carrega as massas para os estádios ou para a frente da TV, o futebol do Rei Pelé não conseguiu atrair público. Porém como nos sugere Sérgio (apud ORICCHIO, 2006 , p.231): "Não se pode confundir o público de futebol com o público de cinema", diz. "O público de futebol vai aos estádios ou vê o seu time pela televisão. Tem seus desejos amplamente atendidos pela TV aberta ou por assinatura. Não se desloca para ir a um cinema".
Em sua coluna Toledo (2004, p. 5) afirma que:
"Não vou perder tempo e dinheiro indo ao cinema. Prefiro muito mais ver o tricolor na televisão (...) Imagine se algum diretor iluminado resolvesse produzir o documentário "Rai Eterno" ? garanto que a torcida tricolor daria uma bilheteria dez vezes maior que a santista. E o motivo é simples: nossa torcida é dez vezes maior que a deles, sem dúvida."
Mesmo sendo uma coluna de conteúdo cômico e irônico, temos uma provocação / crítica ao público (torcedores de outros times e principalmente os do Santos F.C.) que não foram ao cinema ? por torcer para outro time ou por qualquer motivo.
Uma hipótese discutida inicialmente colocou a "culpa" no público feminino, já que "(...) segundo se sabe, quando um casal vai ao cinema, em geral é a mulher quem escolhe o programa." (ORICCHIO, 2006, p. 236). Isso porque comumente o homem que chama a mulher para ir ao cinema, por cavalheirismo, acaba cedendo à escolha feita por ela.
Porém com relação a um possível preconceito ou desgosto geral do público feminino, quanto ao futebol, já é sabido que esse quadro vem mudando, haja visto o número crescente de mulheres que participam e torcem em jogos nos estádios (prova disso são as lojas oficiais, dos mais diversos times, ocupando espaço nos shoppings centers e incluindo produtos exclusivos para esse público). "O especialista em mercado cinematográfico, o também diretor Paulo Sérgio Almeida, desculpabiliza o público feminino e diz que o fenômeno é de outra ordem". (ORICCHIO, 2006, p. 231)
Se o filme fosse realmente atrativo para os homens eles iriam vê-lo sozinhos ou com amigos ? o filme sobre a torcida corinthiana "Fiel" por exemplo estreou em apenas 23 salas em todo o Brasil:
"Mesmo com exibição restrita o documentário já conseguiu quase o dobro de espectadores por sala em comparação ao documentário Pelé Eterno. Uma média de 681 espectadores em relação a 355 espectadores". (CORINTIMAO, 2009, web page).
Tentou-se também, curiosamente, culpabilizar os jogadores de futebol:
"Eles ajudaram a puxar para baixo a bilheteria que já estava abaixo da expectativa nas três primeiras semanas de exibição. De todos os jogadores ouvidos pela reportagem, nenhum havia ido ao cinema ver o filme, muito embora alguns admitam o interesse. Entre os treinadores, a constatação foi exatamente a mesma. O mundo do futebol, até agora, ignorou seu maior Rei." (VIANA, 2004, p.c8).
Logicamente que se os jogadores fossem ver o filme, a imagem do mesmo seria muito mais atraente ao público. Porém a campanha de marketing é que deveria ter esse trabalho, de tornar o filme mais interessante a todos os públicos e até convidar os jogadores para assistir o filme como estratégia de divulgação:
"Alguns erros na estratégia de divulgação, a concorrência com outras produções e até o fato de a campanha publicitária não ter sido dirigida para o público jovem também explicariam o fenômeno. Outros filmes que estrearam na mesma época tiveram sucesso muito maior, como "Cazuza ? o tempo não para", visto por nada menos do que 1,5 milhões de pessoas." (VIANA, 2004, p.c8).
Outra hipótese discutida é de que filmes do gênero documental não facilitam a vendagem. O Brasil tem tradição em novelas e por isso dramas ficcionais tendem a ter maior apelo de público ? "Dois filhos de Francisco" por exemplo, é uma biografia como "Pelé Eterno" porém rendeu muito mais: "Pelé Eterno" foi lançado em 150 salas, sendo visto por 53.286 pessoas no primeiro final de semana, dando uma média de 355,2 espectadores por local (LOSCHPE, 2009, web page). "Dois filhos de Francisco" obteve no total 5.319.677 espectadores ? sendo portanto o terceiro filme mais assistido do cinema brasileiro. O fato é que outras biografias foram lançadas ficcionalmente porque conseguem dramatizar e romantizar os sofrimentos e as conquistas de seus personagens ? num país onde novelas e ajuda os pobres é certeza de ibope, a idealização que foi feita sobre a figura de Pelé, realmente não teve vez.
Apesar de tudo "O público de documentário no Brasil é mais ou menos este que Pelé Eterno atingiu ? um teto de 200 mil ou 250 mil espectadores." (ORICCHIO, 2006, p. 231). Pesquisas recentes sobre o número de filmes documentais e o público, mostram que:
"número de filmes crescia numa ponta, a taxa de ocupação das salas se estagnava na outra. Mesmo com uma oferta maior, o público dos documentários nacionais foi de 2,5% em relação à produção brasileira. (...) Os documentários sempre serão mercadologicamente um cinema marginal. Estão dentro do circuito do cinema de arte em qualquer lugar do mundo e nunca foram um grande negócio. Não dá para você imaginar que eles serão campeões de bilheteria - afirma Amir Labaki" (MIRANDA, 2010, web page)
Rosenfeld (2002, p.43) cita em seu livro que: "o melhor freguês do cinema é o adolescente de 19 anos. (...) a grande massa não estuda os filmes e nem lhes dedica pensamentos. Apenas olha" Essa afirmação é fruto de um estudo sobre o cinema como indústria de arte, mas podemos traçar um paralelo com o nosso estudo de mercado, no sentido de que o público principal é ainda o mesmo ? adolescentes. Estes que por sua vez não viram Pelé jogar, tendo como única e exclusiva informação o fato de que ele jogava muito bem: "Para as novas gerações, ninguém terá dúvidas de que Pelé é tudo que se disse sobre ele e mais alguma coisa." (MASSAINI, folheto do DVD). Então temos uma reafirmação, uma repetição de assuntos, não há nenhuma novidade nem algo inédito a ser visto ? e novidade é o principal atrativo para o público jovem.

Análise da Celebrificação

Conhecendo todos os dados mercadológicos bem como a análise dos mesmos, não conseguimos chegar a uma resposta mais concreta a nossa questão. Portanto nos voltamos para uma leitura do filme em si, bem como da figura midiática "Pelé". Edson Arantes do Nascimento é "Pelé", porém os dois são mesmo míticos? Os dois ainda possuem apelo? Fez bem à sua imagem o fenômeno de celebrificação? Ajudou na divulgação e absorção do filme?
Entendemos por "Celebrificação" o processo que faz uma pessoa anônima se tornar uma celebridade, que por sua vez significa "Fama, notoriedade" (Bueno,1996, p.131).
"Uma celebridade é uma pessoa amplamente reconhecida pela sociedade. A palavra deriva-se do latim celebritas, sendo também um adjetivo para célebre, que quer dizer "famoso, celebrado". (WIKIPEDIA, sem data, web page).
Para Rojek (2008, pg 12) "celebridades são fabricações culturais" onde "o status de celebridade sempre implica numa divisão entre um eu privado e um eu público." Temos portanto uma definição para a cissão entre a imagem do Rei Pelé (eu público) e Edson Arantes do Nascimento (eu privado), a união dessas duas imagens se dá atravéz do público e das mídias culturais, pela celebrificação do mesmo.
Laura Mulvey (apud XAVIER, 1983, p. 422) explica a dicotomia existente no "sistema do estrelismo":
"O cinema se destacou pela produção de egos ideais conforme manifestado, de forma particular, no sistema do estrelismo, onde os astros e as estrelas centralizam ao mesmo tempo presença na tela e na história, na medida em que representam um processo complexo de semelhança e de diferença (o glamurozo personifica o comum)."
Em entrevista, Edson (apud Estadão, 2004, web page) demostra que essa separação Pelé - Edson Arantes é real:
"É um compacto de duas horas e pouco. (sobre o filme ) Faz um bom resumo não só da minha carreira como da minha vida. O filme resgata o que o Pelé representou para o País, e sem ele talvez as gerações mais jovens não teriam idéia. Acho que isso é o mais importante. Mas a minha vida ainda é cheia de mistérios."
Ele prova também que o filme não trata sobre sua pessoa (Edson Arantes), defeitos e qualidades humanas, o filme trata apenas do que a geração jovem não viu ou viveu ? o futebol de Pelé. Dando a entender que de sua vida, ninguém nunca vai saber.
Na vida de Edson Arantes do Nascimento o processo de celebrificação se deu primeiramente nos jornais (que consideramos a mídia que mais explorou a imagem de Pelé, bem como ajudou a construí-la): "A ubiguidade da cultura impressa aumentou a representação de idéias, reputações e imagens de figuras públicas." (ROJEK, 2008, p. 114). Depois deste tivemos o rádio, a televisão, o cinema e por último, a transformação de Pelé em marca:
"Três décadas depois de Pelé ter pendurado as chuteiras, agora seu nome pode ser imortalizado como uma das marcas de consumo mais importantes do mundo" "A marca Pelé foi vendida pelo craque em 2005 à brasileira Prime por um valor até hoje mantido em sigilo absoluto." (BARROS, sem data, p. 79)
Essa celebrificação se deu conforme ele demostrava imensa destreza e habilidade no futebol. Desde pequeno gerava aplauso e elogios dos jornalistas, por exemplo esse trecho onde o menino Pelé com mais ou menos 10 anos de idade já é muito elogiado:
"Autêntico colocava em pé, ovacionando com a conquista de cinco belíssimos tentos, que satisfizeram ainda mais pela forma magnífica como foram confeccionados. (...) Observando o prélio de anteontem na rua Javari, vimos Pelé fazer mil e uma com a esfera, fazendo o mesmo, em certas ocasiões, extasiar o numeroso público presente ao estádio juvenino. Pelé marcou cinco tentos e culminou com uma esplêndida atuação. Fintas notáveis, distribuição perfeita e tiros bem calibrados com endereço certo. Dondinho, genitor de Pelé, não cabia em si, após a partida. Estava empolgado. Seu fiho cumprira ótima atuação, contribuindo imensamente para o espetacular triunfo.Não era para menos a satisfação de Dondinho.
No reservado da imprensa, um nosso companheiro de São Paulo frisou que Vicente Feola gostaria de conhecer Pelé, entretanto achamos muito cedo. Vamos deixá-lo com Dondinho e Valdemar de Brito mais algum tempo." (CORDEIRO, 1997, p.125)
Mas especialmente em 1958 devido ao contexto histórico em que o povo brasileiro precisava de "boas notícias" ? a permante troca de presidentes e constantes fiascos políticos deixava o povo cada vez mais desacreditado e revoltado ? a mídia em geral alavancou o sucesso (agora de) Pelé: o melhor jogador, da melhor seleção do mundo.
A onipresença nos meios de comunicação e a importância dada aos fatos (a Copa de 58 principalmente, no caso de Pelé), torna a celebridade uma figura representativa da moral da nação ? principalmente nesse caso onde estavamos diantes de um acontecimento mundial: "A base é uma robusta noção das responsabilidades mais elevadas e do nacionalismo. Por meio de inúmeros atos de auto-aperfeiçoamento individual, o progresso é alcançado" (ROJEK, 2008, p. 128).
A imagem de um único indivíduo: Pelé é explorada e usada como exemplo de boa conduta para toda a nação brasileira, bem como exemplo de cidadão brasileiro para os outros países.
"O despontar da celebridade como uma preocupção pública é resultado de três grandes processos históricos inter-relacionados. Primeiro, a democratização da sociedade; segundo, o declínio da religião organizada; terceiro, a transformação do cotidiano em mercadoria." (ROJEK, 2008, p.15)
Partindo do argumento sobre o declínio da religião organizada temos uma sociedade cada vez menos crente em religiões (o numero de igrejas e fiéis cresce, porém isso não significa que estes tenham uma fé ou um norte para seguir), firmados e confiantes em suas razões, valores e propósitos pessoais. Esses descrentes, carentes de guias e exemplos de força maior, buscam em celebridades ? no nosso caso Pelé ? um exemplo, e até uma rocha forte, um salvador - que vêm resgatá-los da própria miséria: "Conforme a crença em Deus minguou, as celebridades tornaram-se imortais." "O poder da celebridade como uma projeção das necessidades do público." (ROJEK, 2008, p. 16 e 39)
Basta lembrarmos o nome do filme para termos um bom exemplo: "Pelé eterno". Durante todo o filme temos declarações do tipo: "Ele e a glória nasceram um para o outro"; "Louvado seja Pelé". Elevações que dão poderes sobrenaturais e divinos a imagem de Pelé, que em seu âmago é o homem Edson Arantes do Nascimento.
Sobre a transformação do cotidiano, fazemos um salto para a situação atual da figura de Pelé. Apartir de sua exposição na mídia atualmente, podemos dizer que agora não é apenas o cotidiano que se tornou mercadoria, a imagem de uma celebridade também o é:
"A estratégia para transformar o nome e a imagem do maior jogador de futebol de todos os tempos em uma das marcas mais valiosas do planeta. (...) Queremos colocar a marca Pelé no dia-a-dia do consumidor e criar uma ligação emocional com ele" (BARROS, sem data, pg 84)
A importância dessa ligação emocional com o espectador será tratada mais afrente.
Pelé deixa de ter o apelo popular de herói e exemplo para se tornar uma marca, um símbolo:
"No solo das expectativas empobrecidas, não mais fertilizado por promessas e esperanças, não é próvavel que floresça o patriotismo heróico; mas como tem acontecido na era dos pequenos profissionais, o Estado não precisa mais de heróis. Os consumidores satisfeitos, ocupados em cuidar de seus interesses particulares, estão indo bem obrigado" (BAUMAN, 2007, p. 63)
Todos os processos que vimos (para o despontar da celebridade) culminam nessa época atual, em que a preocupação maior é com a individualidade, sustentada pela posse, pelos bem materiais. Quem tem mais pode mais, conquistou mais, é mais. Deixando de lado as conquistas vindas de um "talento natural" (ou um dom) seja ele a imaginação, a habilidade esportiva, a capacidade de emocionar etc.
Retomando a participação e evolução de Pelé atravéz dos meios midiáticos: no começo jornal, depois revistas, rádio, televisão e cinema temos que:
"A celebridade na sociedade contemporânea é acessivel atravéz de sites na internet, biografias, entrevistas em jornais, perfis na televisão, documentários transmitidos por rádio e biografias filmadas. O eu verídico é um sítio de perpétua escavação pública." (ROJEK, 2006, p. 22)
O eu verídico de Pelé é Edson Arantes do Nascimento, porém a imagem de Pelé é muito mais explorada. Na cine-biografia de Pelé, era possível essa escavação da vida pessoal de Edson Arantes, porém o diretor optou pela visão de Pelé "O campeão, o herói, o ídolo, o mito. O predestinado. O atleta do século." (trecho do filme).
O filme dá a Pelé um dom oriundo de uma predestinação, que é caracterizada como um talento próprio e natural de Pelé:
"Descrições subjetivas de celebridade agarram-se à suposta singularidade de características pessoais. Nessas descrições, a celebridade é explicada como o reflexo de talento inato." (ROJEK, 2008, p. 33)
Isso nos faz pensar que ele não se esforçou para conseguir tudo o que conquistou. É dado a Pelé uma habilidade tão grande a ponto de se tornar divina (imortal), porém ele declara que treinava muito após os treinos oficiais do Santos F.C. Vários outros depoimentos confirmam esse dado, reforçando que ele era obcecado pela bola:
"É que muitos se referem a ele como se já nascesse pronto, dotado para fazer o que quisesse nos campos do mundo. Não foi bem assim. Claro que a aptidão física de Pelé para o esporte era admirável. Sua velocidade e impulsão notáveis. Segundo estudos de Júlio Mazzei, era o mais rápido jogador brasileiro e mesmo com apenas 1,74m, saltava mais alto do que zagueiros com 20 centímetros a mais de altura. (...) Mesmo a contragosto, Pelé passava horas chutando bola na parede e isso acabou lhe dando tal precisão e potência nos chutes de esquerda, que para muitos ele se transformou em ambidestro. (...) Dondinho e Valdemar de Brito ensinaram a Pelé que se deve cabecear de olhos abertos, pois é preciso saber onde os zagueiros e o goleiro adversários estão. O menino logo aprendeu que isso evitava o perigoso choque com a cabeça do adversário, além de permitir controlar a direção da bola, ao invés de apenas jogá-la para o gol. (...) Dondinho ensinou que se deve encher o pulmão de ar antes da bola bater nele e esvaziá-lo em seguida, para que ela não escape. Graças a essa técnica, Pelé criou jogadas geniais." (CUNHA, 2010, web page)
Toda essa predestinação e divindade acaba afastando os espectadores. Nos tempos atuais, ser famoso e especial é um desejo de todos, e a internet (fenomênos como Youtube, a derrama de blogs e vlogs) e os reality shows (Big Brother), por exemplo, são tentativas de sair do anonimato. Ao tornar celebridades em Deuses inalcaçáveis você retira do público essa possibilidade de ser celebridade também, e sendo esse um anseio do mesmo, ele vai provavelmente o regeitar.
Voltando a pensar no filme, temos o fato de que o apelo público de Pelé saiu de sua figura heróica para sua imagem de consumo:
"A sociedade de consumo liquido-moderna estabelecida na parte rica do planeta não tem espaço para mártires ou heróis, já que mina, despreza e milita contra os dois valores que desencadearam sua oferta e demanda." (BAUMAN, 2007, p. 63)
Todos querem ter seus 15 minutos de fama, todos querem ter as coisas que a atriz usa na novela, todos querem ter milhões de acessos no youtube, todos querem estar na mídia de uma forma ou de outra. O estar na mídia e na boca do povo é mais importante do que a forma em que você chegou lá. O héroi e o mártir (configurados basicamente como pessoas que se sacrificam por outras) não são mais interessantes porque ninguém quer mais se sacrificar por nada e/ou seguir um modelo ? já que a forma mais comum usada hoje em dia quando se quer alcançar o sucesso é ser diferente e ousado.
No filme sobre o argentino Diego Maradona "Maradona by Kusturica" (de Emir Kusturica, 2008) o diretor expõe seu ponto de vista sem medo de admiti-lo: "Emir Kusturica faz um documentário pessoal-filosófico que aceita o jogador como mito" (título de crítica escrita por Marcelo Hessel); "Kusturica não tenta explicar porque, dentro de campo, Maradona era Deus. Ele já parte com essa premissa" (AUGUSTO, sem data, web page).
Ele aceita a imagem de Maradona, não tenta nem criá-la, nem escondê-la. E não tenta mascarar esse seu ponto de vista ? o filme leva seu nome talvez para realçar isso, que essa é a visão dele sobre o ídolo: "Não se esconde sobre o falso signo da imparcialidade e não tem um olhar romântico para Maradona. É irônico e crítico, porém um apaixonado." (AUGUSTO, sem data, web page).
Essa clareza que temos sobre o ponto de vista de Kusturica, nos deixa preparados para ver o filme do "modo correto" ? sabendo que será "um retrato pessoal e interpretativo, que torna as contradições e erros de Dieguito mais apaixonantes" (AUGUSTO, sem data, web page).
Um ponto em comum entre o filme de Maradona e de Pelé é o caminho percorrido pelos respectivos diretores:
"Quando o caminho normal de um documentarista seria driblar esses misticismos para tentar encontrar o Maradona "verdadeiro", um utópico caminho de dentro para fora do objeto de estudo, Kusturica faz o oposto: aceita o mito como sendo o Maradona real, de fora para dentro." (HESSEL, 2009 ,web page)
Porém no filme de Pelé não temos um aprofundamento da imagem, mesmo que seja a do mito quase Deus ? temos só a casca, Pelé Rei do futebol (todos já sabiam que ele era o melhor, não acrescentou nada novo):
"Apesar das declarações do diretor, é nítido no filme o caráter de exaltação da figura de Pelé. Os times adversários foram, invariavelmente, suas vítimas; os jogadores que estavam vestindo a mesma camisa, apenas coadjuvantes." (CINECLICK, 2004, wev page).
Mesmo sem a profundidade "adequada" no filme de Maradona, temos uma passagem sobre seu envolvimento na política e sobre sua igreja, por exemplo ? situações que poderiam manchar a visão do ídolo, mas que Kusturica assume como parte do mito.
Um erro em comum entre os dois filmes é o fato de que eles não mostram contradições e ficam sempre apoiados na opinião dos dois, Maradona e Pelé, ninguém contradiz os mitos, quem contradiz está enganado:
"Mas é de se espantar que Kusturica assuma todas as visões de Diego, sem nunca tentar apresentar contradições tão obvias, e fazendo um típico filme para fãs." (NAGIME, 2009, web page)
Todos na Argentina louvam tanto Maradona pois a imagem passada é a de uma pessoa comum que ascendeu na vida e no futebol graças a sua habilidade nata, mais também treinos e apoio de diversas pessoas e equipes. Todos conhecem os defeitos de Maradona, bem como suas tentativas de corrigir seus erros (que muitas vezes acabaram não dando em nada), por exemplo. Caso pelé tivesse defeitos ("carne e osso") assim como Maradona - citado acima ? sua aceitação possivelmente seria maior: "Simpatizamos com quem sofre e isto significa que a dor que vemos se torna nossa própria." (PUDOVKIM apud XAVIER, 1983, p.51)
Tratando sobre essa visão que os filmes nos passam, temos o ponto de vista do diretor sobre o mito. Massaini procurou abrager um grande público, já que Pelé e suas conquistas são realmente de importância histórica nacional:
"Pensando em que o filme pudesse ter a leitura de um público o mais amplo possível, optei por uma linguagem clássica. Deixei de lado meus impulsos de cineasta, meus desejos de estilo mais arrojados, para que o filme pudesse ser, acima de tudo, um grande painel sobre a vida de Pelé, acessível a todos, de todas as idades, no mundo inteiro" (DIÁRIO DO NORDESTE, 2004, caderno 3)
Porém é sabido que as referências do público, geralmente, diferem das do diretor, e portanto o que vale atenção pra um, não vale para o outro. E mesmo que as referências sejam as mesmas, o ponto de vista nunca será igual:
"A recuperação de qualquer significado "original" não é, pelo menos na prática, possível, e que a maneira pela qual podemos compreender, ou "ler", textos, filmes, quadros, é uma função da nossa própria posição e, portanto, se modifica de um período para outro e de um ponto de vista para outro." (WOLF apud XAVIER, 1983, p.116.)
Por mais que a intenção tenha sido abranger o grande público, isso acabou não acontecendo ? o que se reflete no desempenho fraco das telas.
De acordo com a hipótese de que o público não se interessou pelo filme por causa da abordagem (visão), temos que:

"a maneira pela qual "traduzimos" ou interpretamos determinadas obras é sempre derteminada pela nossa própria perspectiva e por nossa própria posição na ideologia." (WOLF apud XAVIER, 1983, p. 112).
A perspectiva e a posição ideológica do público claramente não é a passada no filme. Isso porque a visão rasa e já explorada do Rei do futebol não é a visão da massa que frequenta os cinemas, isso é, o público jovem.
Esse público de fato não viu a habilidade de Pelé, porém sabe de sua condição extraordinária no esporte, reforçar isso sem causar nenhum tipo de mistério, istigamento da curiosidade ou reflexão miníma, não atrai sua visão:
"Aos filmes falta, em geral, o mistério, elemento essencial a toda obra de arte. Autores, diretores e produtores evitam cuidadosamente perturbar nossa tranquilidade abrindo a janela maravilhosa da tela ao mundo libertador da poesia; preferem fazê-la refletir temas que poderiam ser o prolongamento de nossas vidas comuns, repetir mil vezes o mesmo dilema, fazer-nos esquecer as horas penosas do trablaho cotidiano. E tudo isso, como é natural, sancionado pela moral vigente, pela censura governamental e internacional, pela religião, regido pelo bom gosto e temperado de humor branco e de outros prosaicos imperativos da realidade" (BUÑUEL apud XAVIER, 1983, p. 335)
A visão rasa do filme (Inácio Araujo por exemplo, deu ao filme de "Pelé Eterno" uma estrela com o comentário "chapa branca", em 2004) não tocando em assuntos delicados da vida de Edson ? relacionamentos com diversas mulheres e não reconhecimento de uma filha por exemplo, demostra as sanções feitas ao filme, que nada mais são do que tentativas de não macular a imagem do ídolo:
"O tom é de documentário oficial, que passa rápido por questões polêmicas ? como a paternidade e os negócios ? e carrega na imagem do moço de família e ídolo caridoso." (PIZA, 2004, p. E3)
O público jovem, que é facinado por jogos e filmes fantásticos, precisa e busca mistério e envolvimento, precisa de heróis que os façam ter algo de especial também: por exemplo na saga bilionária dos filme de Harry Potter, o personagem principal é um garoto "perdedor" e fraco que se torna um grande líder e salvador:
"A estória particular e o drama individual não podem, a meu ver, interessar a ninguém que seja digno de viver sua época: se o espetacular compartilha das alegrias, das tristezas, das angústias de determinado personagem da tela, será por ver nele refletidas as alegrias tristezas e angústias de toda a sociedade, e por conseguinte as suas próprias." (BUÑUEL apud XAVIER, 1983, p. 335)
Laura Mulvey afirma (apud XAVIER, 1983, p. 441) que: "O cinema satisfaz uma necessidade primordial de prazer visual, mas também vai um pouco além, desenvolvendo a escopofilia em seu aspecto narcisista." Ora, se gostamos de nos ver refletidos na tela e nos atores, nos causa estranhamento e até afastamento ver o outro documentado, exposto e elevado. Porque ao invéz de nos aproximarmos da idéia do maravilhoso, ficamos separados do mesmo por ele ser único. Não nos sobra espaço nem para sermos semi-deuses, porque elevar o outro a Deus da bola, nos reduz (mesmo que sem-querer) a pobres mortais.
Considerações Finais

Pelé não teria portanto, em nossa sociedade atual, apelo de público, já que sua glória foi obtida em outra época, outra geração o chamou de herói e Rei. Geração essa que não assistiu foi assistir o filme:
"São as desculpas mais fúteis, desde a confissão de que nunca vai ao cinema, como Rogério, do Corinthians, e o técnico Cuca, do São Paulo, até a revelação de Léo, do Santos, de que prefere ficar com a namorada." (CALAZANS, 2004, pg 35)
Tudo o que a nova geração sabe sobre Pelé, é reforçado no filme. Nada novo lhes é apresentado. Nada aproxima o antigo mito (uma lenda distante para esses jovens admiradores da tecnologia e de celebridades instantêneas) de seu mundo. Tudo o que é falado sobre Pelé no filme, é falado nos jornais e nos outros meios de comunicação. Novos gols originais (mesmo sendo peças raras, belissimamente restauradas) não fazem muita diferença para pessoas que estão acostumadas a ver seres de outros planetas e balas sendo desviadas em realidades alternativas criadas pela computação gráfica.
Admito como esse se não o mais importante, mas o mais significativo motivo pelo qual o filme não se tornou campeão de bilheteria: a falta de aprofundamento na vida do homem por tráz da imagem já muito explorada de Pelé e a falta de entrosamento (em termos de linguagem) com o público.

Referências

Livros
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WOLFF, Janet. A produção social da arte. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.

Jornais
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FOLHA DE SÃO PAULO. São Paulo, SP, 24 jun. 2004.
JORNAL DA TARDE. São Paulo, SP, 24 jun. 2004.
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MARTINS, Cezar. Para sempre Pelé. Agora. São Paulo, SP, 29 set. 2004. Coluna Vencer, p. B6.
PIZA, Daniel. "?Pelé Eterno? é o fim de todas as discussões". O Estado de S.Paulo, São Paulo, 22 jul. 2004. Esportes ? Cinema, p.E3.
TOLEDO, Pedro Henrique Bueno de. " ?Pelé Eterno? é ficção científica" Lance! São Paulo, 24 jun. 2004. Coluna "Fala doente!" p. 5.
VIANA, Marcelo. "Até os boleiros deixam de ver o filme ?Pelé Eterno?". Diário de S. Paulo, São Paulo, 19 jul. 2004. Esportes, p. C8.

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Folhetos
Pelé Eterno. 2004. Folheto de divulgação.

DVD
Pelé Eterno. Dir. Aníbal Massaini. Universal Pictures. 2004.