Flor bela e perfumada
que somente uma noite aparece;
com seu visual que encanta
na manhã seguinte desaparece.

        Tú és a Dama da Noite,
        tens teu brilho por algum instante;
        é como um doloroso açoite
        que insiste em ser constante.

Que destino ingrato é o teu,
de nascer e horas depois morrer;
é como o destino de tantos
que não têm o direito de viver.

        O NORDESTE, DAMA DA NOITE,
        tem vivido uma noite cruél,
        desamparado por BRASÍLIA,
        bebendo seu intragável fél.

Os meninos de rua
que durante a noite se drogam,
são na realidade infelizes,
que carentes por socorro imploram.

        Eu sinto o teu choro, DAMA DA NOITE,
        vejo tuas lágrimas cairem ao chão;
        o teu desejo é de continuar vivendo
        e não na manhã seguinte ter nascido em vão.

A vida é mesmo assim,
o destino nem sempre é bom;
tudo tem que ter um fim,
nenhuma música tem o mesmo tom.