Universidade Federal de Alagoas – UFAL

Instituto de Ciências Humanas Comunicação e Artes – ICHCA

Carla Patrícia da Silva

Fernando Guilherme Silva Ayres

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Da opressão do Ensino-Teológico Colonial a uma Educação de Espíritos Livres.

Quando os jesuítas chegaram ao Brasil em meados do século XVI e fundaram as primeiras instituiçõesde ensino, trouxeram também à baila a problemática do ensino de Filosofia ao Brasil. Historicamente, seu ensino é criado em momentos de crise pela qual a Igreja passava diante das críticas de Martinho Lutero e outros reformadores, não privilegiando um ensino crítico e reflexivo, próprio da revolução científico-filosófica que surgia na Europa da época. Assim, a igreja manda "educadores" teológicos para catequizar os índios e colonos e, sobretudo, continuar dominando corpos e espíritos. Neste sentido, Nietzsche aponta que entre os venenos mais nocivos que o Europeu trouxe ao novo mundo, está o cristianismo. Confrontada com o estilo de vida dos nativos, a Igreja rouba ou adultera seu modo de viver e sua cultura. Os índios encontraram na educação teológica sua domesticação e submissão. Ao invés de formar para a liberdade intelectual o ensino de Filosofia (enquanto serva da Teologia) formava, na verdade, para uma promessa de vida eterna. Portanto, a educação filosófica que deveria, ao menos em tese, acentuar nos indivíduos uma forma crítica de ver o mundo torna-se um conhecimento complementar ou ornamental. Não havia, apoiado nas regras religiosas, uma prática de ensino que tivesse como finalidade uma reflexão crítica sobre a realidade. O que havia era uma superficialidade acrítica sobre o que seria filosofia mostrando, através de manuais, apenas alguns pensadores clássicos medievais e os trabalhos de ensino religioso. Tal visão, infelizmente, permeia muito da opinião do senso comum sobre a Filosofia ainda hoje. Por que estudar a concepção de Niestzsche em educação? Por que ele propõe inverter e superar os valores morais restritivos nos quais a educação foi baseada, ao longo dos séculos, pela Religião e pelo Estado. Estes jamais tiveram quaisquer interesses em formar indivíduos críticos (ou como diria Nietzsche, Gênios), e sim indivíduos de rebanho, submissos e oprimidos. Nietzsche propõe uma filosofia livre, intensa, valorizadora da própria vida, jamais massificadora em espírito de rebanho. Um ser humano que pode ser capaz de mudar a realidade em que vive ou aceitar com intensidade o que não pode ser modificado. Por isso, a educação precisa ser desvelada de seus mitos, religiosos ou políticos, configurando, um ensino sem amarras, sem valores de submissão e rebanho, para que o indivíduo possa pensar livremente e construir o mundo em que vive.

Palavras Chave: Educação; Filosofia; Religião; Nietzsche; Colonização do Brasil.

Referencias Bibliográficas:

AYRE, Fernando Guilherme S. Cidadania e educação ambiental na interpretação do docente de educação fundamental do município de Maceió, Alagoas. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente: Desenvolvimento Sustentável) – Universidade Federal de Alagoas. Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Maceió, 2007.

DIAS, Maria Rosa. Nietzsche Educador. São Paulo: Scipione, 1991

FLORES, Alberto Vivar. Antropologia da Libertação Latino Americana. São Paulo: Edições Paulinas. 1991.

NEUKAMP, Elenilton.As Críticas do Professor Nietzsche à Educação do seu Tempo. Em: http://www.consciencia.org/nietzsche_educacaoneukamp.shtml - Acesso em: 19 de Novembro de 2009 às 17:00 hs

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NIETZSCHE, F. W. A Gaia Ciência. São Paulo: Hemus, 1981.

OBIOLS, Guilhermo. Uma Introdução ao Ensino de Filosofia – Coleção e Ensino, 2002.