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Curso 1º História da Filosofia: Uma Análise da Razão Cartesiana.

Ora, que há em nós alguma ideia de um ente soberanamente poderoso e perfeito, e também que a realidade objetiva desta ideia não se encontra em nós, nem formal, nem eminentemente, isto tornar-se-á manifesto aos que pensarem seriamente no assunto, e quiserem dar-se ao trabalho de meditá-lo comigo; mas não poderia enfiá-lo à força no espírito dos que lerem as minhas meditações apenas como um romance, para se desenfadar, e sem lhes prestar grande atenção”.

A busca pelo significado da natureza acompanha o homem desde os primórdios da humanidade. Essa questão possui um caráter eminentemente filosófico, pois remete o homem ao que ele pôde pensar de mais originário, a partir de sua própria existência no mundo. De fato, a investigação acerca da ideia de natureza confunde-se e incorpora-se ao surgimento e desenvolvimento das mais remotas civilizações.

Esta passagem nos remete a filosofia cartesiana do qual Descartes desenrola todo o processo físico e psicológico sobre a existência das coisas e porque não de nós mesmos.

De modo mais a fundo, depois de descobrir as três primeiras verdades e estabelecer o critério de verdade, a saber, ideias claras e distintas, Descartes se põe a refletir sobre aquilo de que ele duvidava, e percebe que conhecer é a perfeição e o duvidar é o imperfeito. Dessa forma, refletindo que deveria existir algo mais perfeito que ele é que estabelece a prova da existência de Deus, pois Deus desempenha um papel central na filosofia cartesiana, é na prova da existência de Deus que se encontra toda a validade cartesiana do conhecimento. Essa prova da existência de Deus só pode vir das ideias da mente, segundo Descartes, e isso foi motivo de muita polêmica entre os seus contemporâneos acusando entre umas e outras que o método cartesiano não passava de um romance.

Na terceira Meditação, Descartes faz o propósito de se desviar de todos sentidos, apagar as imagens das coisas corpóreas e procurar entreter-se consigo mesmo, com seu interior buscando se conhecer melhor. Assim, a primeira coisa que encontra é que é uma “coisa que pensa, isto é, que duvida que afirme, que nega, que conhece poucas coisas, que ignora muitas, que ama, que odeia, que quer e não quer, que também imagina e sente”.

Depois descobre que é uma coisa pensante, chega à regra geral: tudo que percebe claro e distintamente é verdadeiro. A partir disso passa a duvidar das coisas exteriores, a saber, o céu, terra, os astros, etc., pois não percebia nada claro e distinto neles. Descartes passa a duvidar da matemática julgando que pudesse existir um Deus enganador. Na tentativa de afastar essa ideia e buscar uma clareza, Descartes passa a examinar se há um Deus e se esse Deus é enganador ou não. Uma vez que não havendo a superação dessa possibilidade, nunca se terá certeza de mais nada além das três primeiras verdades. O fato concreto é que Descartes, prévio que se o método estivesse trancado as garras do Deus enganador ele estaria preso e inútil ao processo científico.

Nesta perspectiva tem-se como caminho para a prova da existência de Deus, primeiro via indutiva e depois, outra dedutiva. Descartes encontra no próprio Cogito, como verdade primeira que não se pode de modo algum duvidar, encontramos a idéia de perfeição. Porém, essa ideia não é causada pelo próprio ser pensante, mas do ser perfeito que é Deus, que é causa da ideia de perfeição no pensamento.

A perfeição é a causa do ser imperfeito que pensa. Esse segundo argumento diz respeito à existência do ser imperfeito, que existe enquanto pensa. A presença no ser pensante finita de uma realidade infinita remete necessariamente a uma realidade formal infinita que é a causa dessa ideia de infinito no ser pensante. Assim, se efeito é infinito a causa deve ser também infinita. E essa ideia infinita que no ser pensante representa a infinito é a ideia de Deus. O grande atributo de Deus é a infinitude, através da qual estamos todos miticamente subordinados.

1- Questão- O que Descartes propõe no texto?

2- Como Descartes enaltece as vias do Método?

Monitorado pelo professor Bruno Henrique Marinelli os interessandos poderão entrar em contato via e-mail [email protected].