RESENHA

CULTURAS, POLÍTICAS E PRÁTICAS DE INCLUSÃO EM EDUCAÇÃO

 

Itamar D.Santos

Resumo: Este trabalho é um resenha da disciplina “Cultura, políticas e práticas de inclusão em educação” o texto trata da inclusão de alunos com necessidades especiais nas escolas brasileiras, destacando, os desafios enfrentados para que esta conquista não fique apenas em teoria, mas seja respeitada na prática.

Palavras-chave: Inclusão, educação, política.

 

INTRODUÇÃO

 

   Em uma sociedade desigual, onde a cidadania é frágil, as políticas públicas (dentre as quais situamos a educação) baseiam-se em pressupostos defendidos ou aceitos por aqueles que detêm o poder político. A Educação Inclusiva é, sem dúvida, um dos maiores desafios da sociedade. Desenvolvida na década de 70, ela envolve muito mais que a pessoa com deficiência, envolve também a família, a escola e a sociedade.

Historicamente falando, a inclusão já era um problema difícil para ser resolvido, o tempo passara, mas a situação persiste. São teorias e mais teorias, porém o avanço ainda é insignificativo. A educação inclusiva é um tema utópico, uso esse termo, pois a inclusão transcende a sala de aula, ao ambiente escolar. O que se nota é um verdadeiro descaso, um jogo de empurra, empurra.

Penso que esse tema deveria ser mais discutido nas comunidades, por que, o que se percebe no geral é que as pessoas ainda olham para o deficiente com o sentimento de coitado, como se a natureza foi injusta, pois o deficiente não irá se adaptar aos desafios que lhe espera. Ainda tem aqueles que olham com olhar de superioridade. Essa é a realidade.

É bem verdade que o Estado tem uma dívida enorme para os “portadores de necessidades especiais” e também é sabido que tem feito algumas correções para quitá-la. Mas como incluir se a própria sociedade os excluem? A começar com as vagas reservadas para os cadeirantes onde as pessoas ditas normais acabam estacionando e quando questionados argumentam dizendo: a vaga estava vazia. Já dentro da sala de aula, embora, gradativamente vem ocorrendo uma lenta mudança, os alunos que apresentam necessidades especiais são convidados para fazer trabalho em grupo, mas não por que ele tem esse direito, mas, por que os colegas sentem constrangidos, pena, em fim.

Uma utopia, vale lembrar que as avaliações periódicas, os relatórios que deveriam acontecer com o objetivo de medir o aprendizado desses discentes, muitas vezes são ignoradas, isso por que o professor não sabe elaborar, pois, ele não foi preparado para atender esse público. É bom destacar que há excelentes educadores que vem fazendo um ótimo trabalho, e ainda um grupo que está se preparando, porém quem deseja se qualificar para essa tarefa tão árdua, tem que tirar do próprio bolso.

   É bem verdade que o Estado as vezes oferece o curso, porém incompatível com o horário do profissional. Alguns que classifico como heróis pagam substituto na intenção de se preparar no objetivo de fazer a diferença no diz respeito a educação inclusiva.

 A situação ainda é mais agravante quando estes discentes concluem o ensino médio e tem que enfrentar o bicho papão do primeiro emprego. Sua inserção deveria acontecer normalmente. Porém, as empresa privadas e até estatais são obrigadas a deixarem uma cota. Reafirmando a utopia, pois uma vez a sociedade consciente da inclusão, não necessitaria de uma lei pré-estabelecida para assegurar um direito do cidadão. Sua inserção deveria acontecer automaticamente. Pois todos são iguais perante a lei.

Em suma, concordo com SAWAIA,1999, que afirmou que exclusão é processo complexo e multifacetado [...] é processo que envolve o homem por inteiro e suas relações com os outros. A filosofia no que tange a inclusão ainda está muito aquém de ser posta em prática da forma como realmente se espera, pois para que se tenha uma escola que atenda para todos, é preciso que corpo docente, pedagógico porteiro e demais alunos estejam dispostos a olhar o aluno que tem necessidade especiais com um sentimento de alteridade. A mudança se faz necessária, mas não se pode negar que a maioria dos professores não estão despreparados para receber tais alunos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:

SANTOS, Mônica P. A Formação de Professores no Contexto da Inclusão. In: II Congresso Internacional do INES, VIII Seminário Nacional do INES - Surdez e Escolaridade: Desafios e Reflexões, 2003, Rio de Janeiro. Surdez e Escolaridade: Desafios e Reflexões. Rio de Janeiro: INES, Divisão de Estudos e Pesquisas, 2003.

SAWAIA, Bader (org.) As Artimanhas da Exclusão – análise psicossocial e ética da desigualdade social. Petrópolis, Vozes, 1999.