Cuba e o silêncio de muitos

Neste momento em que assistimos presos cubanos morrendo, solicitando ajuda ao governo brasileiro, cabem algumas reflexões de nossa parte.

Por que o governo brasileiro se nega a dar uma palavra sobre o fato? Se em outras questões como a do Irã  e Honduras houve manifestação, por quê neste caso não? Que contradições são estas?

Porque os dinossauros da anacrônica esquerda não querem dar o braço a torcer? A impregnação ideológica na cúpula do Itamaraty. Só pode ser esta a explicação.

O caso do bandido italiano Cesare Batisti, criminoso condenado na Itália e elevado a preso político no Brasil, ou o caso dos pugilistas cubanos, pediram asilo aqui, foram levados de volta a Cuba, em operação digna de cinema americano com apoio do governo.

Como explicar a posição do Brasil no caso de Honduras e  do Irã, e o silêncio nas atrocidades contra a imprensa na Venezuela? Parece chavão contra os Estados Unidos, e só.

Os ditos "heróis" que simbolizam a esquerda viram armas de combate de alguns, parece revanchismo ou situação para marcar posição, manutenção da quimera que não existe mais nas cabeças das pessoas sensatas. Não é senso comum, é realidade. o sonho comunista está morto, enterrado. Alguém duvida?

Me intriga o silêncio de sempre, de próceres intelectuais, músicos e políticos nacionais quando o caso envolve Cuba ou Fidel, é tudo enigmático. O que acontece com estas cabeças que sempre saem em defesa de direitos humanos e injustiças? Quando o caso é Cuba eles se calam, somem como fumaça, e não se manifestam, nem contra, nem a favor como sempre fizeram. Parece que Fidel é intocável.

Não é só incoerência, na verdade é saudosismo e encabulamento em assumir a fraude cubana que sempre existiu e de Fidel, sempre enganando idealistas anacrônicos no mundo de hoje.

O fascínio de muitos por Cuba poderia ser entendido se a grande maioria conhecesse de fato Cuba, mas não conhece. Fidel Castro é cantado em prosa e verso por muitos intelectuais e saudosistas de uma época do devaneio socialista, mas poucos se preocuparam em saber as mazelas de Cuba. A legitima igualdade social destruiu diversos países e elevou ditadores sanguinários do poder, as marcas foram além da opressão de opositores e da liberdade, mortes de dissidentes e corrupção.

Todos, de Mao e Stalin, para citar os mais importantes, se foram deixando o rastro de sangue e destruição. Dos últimos remanescentes, o Fidel Castro em Cuba e Kim Yong II na Coréia do Norte, assistimos verdadeiras dinastias com sucessão entre irmão e filhos.

A justiça social e igualdade que deram nome a eles e elevaram estes loucos na chefia de seus países, na verdade são miséria e flagelo do povo, sem liberdade e sem as mínimas condições de vida.

Como eram chamados nos países comunistas da Cortina de Ferro que se esfacelou na queda do muro de Berlim em 1989, a tal “Nomeclatura”, na verdade a cúpula e os áulicos do poder, viviam de forma nababesca com a corrupção praticada e a expropriação do povo no qual diziam estar protegendo. Olhem nos regimes que ainda remanescem como vive a elite conectada ao poder central. Eles podem, em nome de todos, mas todos não podem, porque não existem condições para tal.

 Isso é fato, a história mostrou a realidade "ex-ante" e "ex-post" nestes países que seguiram a trilha do comunismo, restam praticamente estes dois, Cuba e Coréia do Norte. A Coréia do Norte, pouco se sabe, não desperta este encantamento que Fidel Castro ainda tem. Este Hugo Chávez, que se acha sucessor da esquerda festiva,  é mais caso para a psiquiatria do que para história, pelo menos é o que tudo indica e a história se encarregará mais uma vez de mostrar.

Restam  Fidel e Cuba, ou eles se confundem? O mito de muitos, ele é mais citado do que pesquisado e lido, por isso não é interpretado e entendido como deve ser.

Ele não passa de um ditador, imperador de uma bela ilha que sofre com sua tirania desde a década de 50;. É só isso e nada mais. Cego é quem não quer enxergar nem combater isso.

Fidel é “cavalo de batalha” do antiamericanismo, insensato e anacrônico. Vivemos em outra época, em uma nova ordem mundial, econômica e social. Os Estados Unidos é parte dela, só isso. Os que difamam os Estados Unidos deveriam também conhecê-lo, mas poucos conhecem,  vejo que o radicalismo e a ideologia não permitem que grande maioria destes críticos veja o que existe por lá. Uma pena, a filosofia do: Não vi e não gostei.

Para quem não sabe, Cuba na década de 50 era um paraíso no Caribe, a 80 quilômetros de “Key West” na Flórida, por mar.

Um Sargentão chamado Fulgêncio Batista deu um golpe militar em 10 março de 1952 e começou a destruir o país até que em 08 de janeiro de 1959 Fidel toma Havana e consolida a revolução castrista, até hoje no poder. Verdadeira dinastia que destruiu a bela ilha caribenha e destroça o alegre e oprimido povo cubano.

Fidel, católico na época, ficou em dúvida por qual lado penderia. Estados Unidos ou a comunista União Soviética.  Eles travavam a Guerra Fria, no seu auge praticamente.

Fidel optou pelo lado de Moscou. Provavelmente levou vantagens dada a proximidade com os Estados Unidos e o ponto estratégico para Moscou. Durante anos viveu sob o patrocínio da União Soviética, vendendo açúcar e charuto, praticamente a indústria da ilha. Isso mascarou o regime, enganou o povo cubano. A repressão e mão de ferro fizeram o resto.

Em 1989 com a Perestróica de Gorbachev e a derrocada do regime soviético, esfacelado pelos erros de seu regime, Cuba perde sua fonte. Passaram maus bocados, triste de dar pena a quem já foi lá e conhece um pouco da história cubana.

Hoje vive as custas do alucinado Hugo Chávez, ele tem em Fidel seu mentor e ídolo, quer sucedê-lo como ícone da esquerda, mas não passa de um coronel de quinta categoria, sem o carisma de Fidel. Carisma? Tenho minhas dúvidas, mas como marqueteiro Fidel é o melhor da história. Consegue manter Cuba, na mídia, na preferência de artistas e intelectuais, mesmo praticando sua tirania.

A Venezuela está indo pelo mesmo caminho de destruição cubano, já existe falta de energia e alimentos por lá,sem contar a liberdade do povo e da imprensa.

Cuba é uma fraude, Fidel e seu séquito são doentes mentais, não pode existir outra explicação plausível para os 50 anos de terror do povo cubano. Mais de 80 mil pessoas já morreram tentando fugir da ilha, linda e maldita com o regime de terror. Em Cuba não existem barcos. Há 80 quilômetros da Florida, a fuga em massa acabaria com a ilha e criaria problemas para os americanos. Eles perdem uma chance de colocar uma indústria rica em proteína e geradora de emprego e renda. Como uma ilha não tem barcos, e não explora a indústria da pesca?
Mas eles existem sim, vejam quem são os felizes proprietários, os sicofantas do poder, amigos de Fidel e da cúpula cubana.

 Eu conheço Cuba, estive lá, sou testemunha e posso contar, ao contrário de muitos que só idolatram o tirano. Precisamos derrubar os mitos plantados pelos fãs do regime que sofismam e tentam sustentar um dos últimos, e não menos governante sanguinário e opressor do planeta.

Os políticos e o "imperador" destruíram Cuba, mas ainda existe saída. Cuba pode explorar o turismo, não com o estado explorando como é hoje. Serviço de péssima qualidade, amadorismo e privilégios para incompetentes que comandam os belos hotéis que ainda estão de pé.

Cuba tem coisas boas. Lá existem excelentes profissionais na área da saúde. Existem áreas da medicina sobreviventes ao regime, a oncologia, a parte de dermatologia com o tratamento a queimados, ortopedia e vacina. Estes avanços conseguidos vão desaparecer na ditadura moribunda de Fidel. È questão e tempo. A repressão e a pobreza sustentam o regime, mas Fidel está quase na hora de ir.

Não adianta culpar o embargo americano. Se Cuba não seguir os passos da China que enxergou os erros, manteve o regime, mas mudou a postura econômica, Cuba continuará sangrando até a morte de Fidel. Seu irmão Raul não terá forças para impedir uma revolução, que fará muito bem aos cubanos quando vier. Este Hugo Chávez quer encarnar Fidel, mas afundará seu país e a ele próprio na mesma toada do fracasso Cubano. Eles podem e devem cair juntos, fica aqui a profecia.

 Como formadores de opinião, intectuais, artistas de gente famosa de diversos países se calam nestes momentos, porque a omissão nestas horas que manifestações poderiam alentar o sofrido povo cubano?

Na hora em que o Brasil é chamado, pelo carisma de Lula, a opinar sobre o caso, sai pela tangente, comparando os presos políticos cubanos aos bandidos de São Paulo. Presidente Lula, faça o “mea culpa”, assuma que escorregou nesta. Limpe esta mancha de sua biografia.

A postura de muitos e o silêncio outros tantos políticos e intelectuais é o que me intriga. Ou não conhecem Cuba e talvez não queiram conhecer.

 Ficam vivendo o onírico lema da década de 60, meio século passado, em pleno século XXI.

Ver Fidel aparecendo nas fotos desses políticos como uma múmia, mas parecendo o papa junto a cristãos beatos, se fizermos uma analogia, é patético e deprimente. Alguém precisa dizer: O rei está nu, como na fábula do rei que era temido e foi denunciado por um inocente menino.

Chega de respeitar um ditador, que não merece o respeito, que matou milhares, que oprime seu povo e destrói um país. É preciso coragem dos governantes de bem. Tentar dar um basta nisso, principalmente quando são demandados.

Enquanto ouve seus assessores, perde a chance de se firmar com bom senso, mostrar idéias descompromissadas com a ideologia do passado. Quem hoje apóia a tirania de Fidel? Porque estas vozes de famosos e governantes ficam mudas nas críticas aos excessos de Fidel?

Ouça sua intuição, presidente. Como dizia o Barão de Itararé, o ruim, não é mudar de idéias, mas não buscar idéias para mudar.

O mundo é outro. A ordem social é econômica é outra. Insistir no sonho que não existiu da década de 60 é logro.

As últimas trapalhadas de autoridades brasileiras com relação a Cuba merecem mais do que reflexão, merecem uma ação enérgica, da mídia, da sociedade. Um panelaço, quem sabe?
Chega da enganação de Cuba e Fidel tentando mostrar ao mundo um paraíso que nunca existiu e que só irá piorar até o sangue correr das veias do sofrido povo cubano para as ruas em uma revolução que é inexorável, questão de tempo, anotem ai.