Crítica Urbana

 Moro na Liberdade
No bairro da Liberdade
 Aqui tem uma miscigenação de várias etnias
 Tem Japonês, Chinês, Coreano, Angolano,
 Haitiano, Nigeriano e tem até... Brasileiros
 Aqui, na Liberdade, tem de tudo
 Todos tem liberdade, liberdade para fazer de tudo
 Trabalhar, estudar, comercializar, mendigar, traficar...
 Aqui tem trabalhadores, estudantes, comerciantes, pedintes, nóias e tubarões
 Os trabalhadores, com seus salários, sustentam suas casas e pagam seus impostos
 Os estudantes, estudam, almejando um futuro digno, vivem sonhando
 Os comerciantes, desenvolvem a região pagando altos impostos
 Os pedintes, só pedem, por causa de seu passado e de seu presente
 Os nóias, traficam para sustentar seus vícios 
 Vários já foram até estudantes, trabalhadores, comerciantes...
 Os tubarões, vivem as custas de todos esses

 Aqui todo mundo se conhece
 Sabemos quem trabalha e quem não
 Quem sustenta os seus, e quem se sustenta dos seus e dos outros
 Só as autoridades nada sabem, 
 Sabem nada, inocentes
 Quando o poder público resolveu reavivar o "Centro"
 Expulsou seus dependentes químicos para a periferia
 E vários deles se instalaram aqui, na Liberdade
 Eles são muitos e a cada dia chegam mais
 Tenho dó dessa gente, que não vive, vegeta e se prolifera
 Tudo que fazem é consumir e procurar mais para consumo
 Se desfazem de tudo o que têm, dos seus bens e até dos filhos

 A rua aqui é suja, muito suja e fedida!
 Pense numa rua suja, a Mituto é muito mais
 A Liberdade com sua iluminação característica,
 De lâmpadas ao estilo oriental...
 É só ali, no Centro Comercial, 
 Porque o resto é pura penumbra ou escuridão total
 Enfim, essa é a Liberdade, o bairro onde moro
 Do Alto da Liberdade à Baixada do Glicério
 Aqui tem de tudo... 
 Só não tem a atenção requerida e merecida
 Dáqueles que ganham, e muito, para administrar, não só a Liberdade,
 Mas, essa Megalópole chamada São Paulo!