CRITICA SOBRE A ABORDAGEM DAS PERSPECTIVAS PEDAGÓGICAS NA LEITURA DE MUNDO DOS ALUNOS.

Cássio Fonseca Alves é acadêmico do curso de Geografia da UFT ? Campus de Araguaína. [email protected]


RESUMO: O texto pretende construir uma proposta, que prepare o aluno para se localizar compreender e atuar no mundo complexo, reconhecendo as problematizações pertinentes à diversidade socio-cultural e socio-espacial existente dentro e fora do ambiente escolar. O profissional da educação deve formular idéias, reconhecer as diversas dinâmicas que envolvam o espaço social, pensar e atuar criticamente a respeito da realidade do aluno tendo em vista propostas de transformação e de sustentabilidade dos recursos naturais. Penso que o professor de qualquer area de ensino deve estimular os alunos na habilidade de perceber o espaço a partir de referências concretas e ligadas ao seu dia-a-dia. Neste sentido acredito ser interessante agir com os educandos no sentido de formar uma consciência espacial que vá além do apenas conhecer, é se localizar é sentir é poder compreender as praticas sociais existentes e comparalas com as suas atividades cotidianas e sociais.

Palavras-chave:. socio-cultural, socio-espacial, temática.

1. INTRODUÇÃO

Para atuar de forma coerente em sala é preciso propor uma forma de organizar o conhecimento e dar ênfase aos conceitos no ensino das disciplinas, trabalhando e analisando os alunos de forma individua buscanso uma compreensão da sua realidade cultural e poder relaciona-los com os conteudos abordados.
Desta forma acredito que as disciplinas de forma geral devem assumir papel de leitura de mundo mediante uma discussão de conceitos chaves, para contribuir com esclarecimento de problemáticas e utilização de conteúdos que se relacionem com acontecimentos locais e mundiais.
O tema surgiu da análise feita na Instituição de Ensino Colégio Estadual Guilherme Dourado em Araguaína (TO), onde foi diagnosticado que muitos alunos foram culturalmente instruídos pela sociedade e por professores a se preocuparem mais com determinadas áreas tidas como "importantes? exemplo: matemática e português.
Posicionamento do ilustre Jean Piaget que segundo um dos seus discípulo, Gadotti,M (1988, p. 64) considerava que:

Quando a maioria dos institutos de ciências, hoje, ainda se mantêm fechados em pequenas capelas, fechados num linguajar hermético, Piaget sempre concebeu o estudo científico como uma interseção de disciplinas. Não se pode fazer Psicologia sem a física, sem a Matemática, sem as Ciências Sociais.
Aliás, o suceso das teorías de Piaget sobre desenvolvimento da inteligência nas crianças deve-se, em grande parte, à rigorosa fundamentação físico-matemática e bioquímica. Ele sempre soube escolher, nesse sentido, os melhores pesquisadores das áreas.

Desta forma os professores não somente da Geografia como as demais áreas do conhecimento devem contribuir de forma acentuada para desmistificar os mitos acerca da realidade impostas culturalmente propondo atividades que envolva várias temáticas através de práticas educacionais relacionadas a atividades cotidianas.
Conforme Callai (2001, p. 134), temos que compreender que "o mundo tem mudado rapidamente e com ele devem mudar também a escola e o ensino que nela se faz".
A interação aluno e professor são fundamentais na construção do saber e na melhoria e construção das didáticas escolares, pois com a evolução de ambas as partes os desafios dos conteúdos vão sendo minimizados. Muitas das necessidades surgidas são impostas e influênciadas pela dinamica de um sistema capitalista que segrega e aflora as diferenças, dando valores distintos às pessoas e os objetos.
Diante das implicações no ensino, proponho para o professor que adotem novas alternativas metodologicas de ensino, para desmestificar os mito de que disciplinas são melhores ou piores.


2. ASPECTOS METODOLÓGICOS APLICADOS À PESQUISA

Existem necessidades de fazer novas interpretações diante das varias formas tradicionais de transmissão de conteúdo, buscando ênfase nas especificidades de cada disciplina, aplicando perspectiva nova de ensino e desmistificando ideologias impostas no âmbito social e educacional para reforçar a real necessidade dentro da leitura de mundo.
A educação segundo Callai:

"uma educação que desenvolva o raciocínio lógico, a criticidade, a instrumentalização para usar coerentemente o conhecimento, a capacidade de pensar e especialmente de poder construir o pensamento com autoria própria" (p.135).

Somente a educação, sendo compreendida como processo de conscientização é que traduz realmente a natureza humana. Isto é, pode desvendar as máscaras sociais, políticas, econômicas e culturais possibilitando aos alunos aquisição do saber para pensar o espaço em que vivem.
È preciso também atuar na reafirmação do poder da Geografia na interpretação das questões que tangem problemas mundiais e modificações a realidade atual do Brasil dentro de um contexto histórico. A ampliação do saber geográfico nas escolas tem o poder de contribuição com o ensino da Geografia Critica que não é baseada apenas em conceitos teóricos mais na vivência da pratica cotidiana
Segundo o ICCP (1988) se entende por educação o conjunto de influências que exerce a sociedade sobre o indivíduo. Isso implica que o ser humano se educa durante toda a vida.
"A educação consiste, ante todo, em um fenômeno social historicamente condicionado e com um marcado caráter classista. Através da educação se garantirá a transmissão de experiências de uma geração à outra." (ICCP, 1988, p.31)
Segundo Lênin, V (apud. ICCP, 1988), a educação é uma categoria geral e eterna, pois é parte inerente da sociedade desde seu surgimento. Também, a educação constitui um elo essencial no sucessivo desenvolvimento dessa sociedade, a ponto de não conceber progresso histórico-social sem sua presença.
Para Martins,J (1990) a educação é um processo de ação da sociedade sobre o educando, visando entregá-lo segundo seus padrões sociais, econômicos, políticos, e seus interesses.
Reconhece-se aqui a necessária preparação para a vida, já referida em outras definições e que só se logra a através de convicções fortes e bem definidas de acordo com esses padrões. Por isso é tão importante, mas que uma definição o mais precisa possível, a caracterização deste objeto de estudo e pesquisa da Pedagogia.
Será proposto contribuir com o ensino no sentido de auxiliar na compreensão da dinâmica das paisagens culturais, da forma de representação do espaço geográfico, dos problemas ambientais e da utilização de novas tecnologias informacionais como recursos metodológicos.


3. METODOLOGIA

O Projeto será intencionado aos alunos do 6º D da Escola Estadual Guilherme Dourado, os eixos temáticos sugeridos serão abordados em sala didaticamente despertando a curiosidade e a inquietude criando assim nova relação dos alunos com os temas, pretendemos obter nova relação de sociabilidade e apreensão de conhecimento, enfocando sempre a relevância de se pensar a realidade social na ajuda da compreensão dos conteúdos.
A elaboração do tema foi baseada em necessidades reais da Instituição de ensino e visitas feitas a campo com diagnósticos acerca da realidade local, objetivamos buscar o interesse natural do alunado de Geografia fazendo um elo entre aluno e professor que contribuiam para a difusão de uma cultura de paz e busque sanar os problemas no ensino.
Segundo Baranov, S.P. et al (1989, p. 75) o ensino é "um processo bilateral de ensino e aprendizagem". Daí, que seja axiomático explicitar que não existe ensino sem "aprendizagem". Seu posicionamento sempre foi muito claro, quando estabeleciam entre ensino e aprendizagem, uma unidade dialética.
Durante a construção das perspectivas do projeto sendo auxiliados pela professora Maria das Neves da referida unidade de ensino, que com sua experiência profissional ajudou-nos na elaboração tendo ênfase na realidade dos alunos e partindo da visão critica para construção de propostas viáveis de aplicação dos conteúdos em sala.
O trabalho a campo será dirigido na busca de aulas envolventes e didáticas com alunos iniciadas a partir de agosto até novembro.

Os métodos abordados seguiram as seguintes etapas de elaboração:

1. Apresentação do tema;
2. Utilização de materiais áudios-visuais;
3. Dinâmicas temáticas em sala, uso do laboratório de informática e etc;
4. Demonstrar diferentes didáticas de interação;
5. Propor durante as aulas visão ampla das necessidades impostas pelo mundo globalizado;
6. Mostrar a necessidade de leitura de mundo para compreensão dos acontecimentos atuais.


Considero pertinente entender o papel do ensino através da necessidade de leitura do mundo, onde os próprios alunos estejam inseridos e contribuir para se pensar o espaço com mais interesse, observando as atividades humanas ao redor e tendo capacidade critica de analisalas.


5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A vida urbana é uma experiência mundial, é um modo de vida social e espacial generalizado em nossas cidades e que tem grande impacto na vida das pessoas, em geral é através desta experiência com a vida urbana, que se busca despertar nos alunos o interesse pelos conteúdos, visto que precisam entender-se como parte atuante da realidade exposta diariamente em sala de aula, compreender que as disciplinas como a Geografia não é apenas uma categoria teórica mais que serve para pensar, analisar cientificamente a realidade.
O ensino, como objeto de estudo e pesquisa da Didática, é uma atividade direcionada por docentes à formação qualificada dos discentes. Por isso, na implementação do ensino se dão a instrução e o treinamento, como formas de manifestar-se, concretamente, este processo na realidade objetiva dos alunos.
Portanto diante de um grande desafio, deve-se motivar mais e mais os alunos na busca do saber, mostrando a importância do conhecimento no que tange as questões mundiais e as divergências socio-economicas . Espero através deste contribuir na formação de um aluno mais interessado e motivado pelo saber, que veja no conhecimento a oportunidade de mudança de atitude e pensamento.

7. REFERÊNCIAS

MORAES, Antônio Carlos Robert. Geografia: pequena história crítica. 15. ed. São Paulo: Hucitec, 1997.

LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo : Cortez, 1995.

MARTINS, J .Didática Geral. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1990

VASCOCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação: Concepção Dialética-Libertadora do Processo de Avaliação Escolar. São Paulo : Libertad, 1994.

SOBRINO, E. Ideologia e educação: reflexões teóricas e propostas metodológicas. São Paulo: Cortez, 1986.

RODRIGUES, N. Da mistificação da escola à escola necessária. São Paulo: Cortez, 1988.

PRETTO, N. L. Uma escola sem/com futuro. Campinas: Papirus, 1996.

FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.

CAVALCANTI, L. de S. Geografia, escola e construção do conhecimento. Campinas: Papirus, 1998.

CALLAI, H. C. A geografia e a escola: muda a geografia? muda o ensino? Terra Livre, São Paulo, n.16, 2001.

ANDRADE, M. C. Caminhos e descaminhos da geografia. Campinas: Papirus, 1989.
ICCP. Pedagogía. La Habana: Pueblo y Educación, 1988.
GADOTTI,M. Educação e Compromisso. 3.ed. Campnas: Papirus, 1988
BARANOV, S.P. et al. Pedagogía. La Habana: Pueblo y Educación, 1989.