Victor Henrique da Silva Menezes

“É este o título de uma revista literária, recreativa, noticiosa e política que se publica quinzenalmente na Capital Federal, como órgão do sexo feminino. (…) No número 20 do ano 2º que temos as mãos depara-se com bons artigos, lindo folhetim, contos elegantes, poesias chic.” (Nota publicada no periódico “Inspiração”, do Rio Grande do Norte, acerca do periódico “O quinze de Novembro do Sexo Feminino”).[1]

Introdução

Com a vinda da Família Real Portuguesa em 1808 e a transformação da cidade do Rio de Janeiro em corte, o Brasil assistiu aos poucos o nascimento de uma imprensa nacional e um extraordinário crescimento do público leitor, que, com o aparecimento de jornais e periódicos nos principais centros urbanos, permitiu o surgimento de novos leitores, como as mulheres, os operários e as crianças (BESSONE, 2005:82). Tendo como objetivo primeiro conceder informações e noticiar os principais eventos do período, os jornais do século XIX, estimulado a partir da prática corrente de publicação diária de folhetins, aos poucos passaram a ser veiculados também como um meio de entretenimento (SALES, 2007:45) e troca de ideias entre as classes letradas.

Inicialmente um meio de divulgação de ideias políticas, notícias e entretenimento escritos apenas por homens, com a segunda metade do século XIX, os jornais também se tornaram um local de divulgação de ideias e reivindicações por parte de algumas mulheres letradas, que passaram a tecer consideráveis críticas quanto à situação da mulher brasileira daquele período. Insatisfeitas com os papeis tradicionais atribuídos pelos homens ao sexo feminino, jovens escritoras, a partir da fundação de periódicos voltados ao público masculino e feminino, procuraram despertar outras mulheres na luta pelos seus direitos, assim como convencer aos homens da tirania com que tratavam as suas mulheres. Nesses periódicos, que em sua maioria contavam com a participação anônima de diversas colaboradoras, discutiam-se diversos temas referentes aos direitos das mulheres que ainda não estavam definidos no período, como a sua emancipação, educação, instrução política e o sufrágio – que passou a ser defendido em maior parte a partir da Proclamação da República.

Mulheres na imprensa.

O Jornal das Senhoras, primeiro jornal feminino[2], foi criado no ano de 1852 pela argentina Joana Paula Manso de Noronha, que separada de seu marido, um compositor violinista português, viveu no Rio de Janeiro, onde lecionou, colaborou para jornais e publicou vários trabalhos literários (HAHNER, 1981:34). O periódico que visava o público masculino, uma vez que Joana de Noronha entendia que era preciso convencer o homem, e não a mulher acerca da injustiça ao qual eram tratadas, tinha como intenção trabalhar para “o melhoramento social e para a emancipação da mulher, assim como melhorar a sua educação” [3], uma vez que o ensino para as mulheres era praticamente inexistente no período. Com o surgimento desse primeiro periódico, outros com objetivos parecidos passaram ser publicados, como a título de exemplo, O Bello Sexo, editado a partir de 1862 por Júlia de Albuquerque Sandy Aguiar no Rio de Janeiro.

A partir de então, considerando a imprensa um meio importante de difusão do saber e insistindo que as mulheres lessem jornais para conhecer seus direitos e obrigações (HAHNER, 1981:51), o número de escritoras aumentou parcialmente ao longo das décadas de 1870 e 1880, surgindo periódicos femininos mesmo em cidades que estavam distante dos principais centro urbanos, como foi o caso do periódico O Sexo Feminino, publicado pela primeira vez em Campanha da Princesa, Minas Gerais, em 7 de setembro de 1873. É com esse periódico, que alcançou um considerável número de leitores – com uma tiragem inicial de 800 exemplares –, que nos preocuparemos a parir de então.

“O Sexo Feminino”.

Foi com o intuito de ressaltar a importância da educação para as mulheres, e dedicado a tratar de assuntos relacionados à instrução e emancipação feminina, que Francisca Senhorinha da Motta Diniz fundou em 1873 o periódico O Sexo Feminino na cidade mineira de Campanha da Princesa, onde era professora no período. Diferentemente d’ O Jornal das Senhoras, esse periódico não se dirigia primeiramente aos homens, rogando-lhes que mudassem suas atitudes e seu comportamento com relação às mulheres, mas sim ao público feminino, com o esforço de alertá-lo quanto às suas condições, necessidades e potencial (HAHNER, 1981:54). Além de ser voltado aos interesses das mulheres, o periódico extrapolava as questões consideradas temáticas femininas clássicas pela sociedade do século XIX, principalmente ao conscientizar suas leitoras sobre a educação intelectual como instrumento capaz de emancipar a mulher. Pois, com a educação, poderiam recuperar os direitos perdidos, criar seus filhos adequadamente, ter compreensão das finanças e dos negócios de suas famílias e serem a companheira, não a escrava do marido (HAHNER, 1981:54).

O aumento do número de mulheres alfabetizadas, apesar dessa situação ser em sua maioria restrita as mulheres de classe média alta, ocasionou na ampliação de leitoras tanto do periódico de Francisca Senhoria, quanto nos outros jornais femininos que surgiam. O Sexo Feminino atingiu, por exemplo, tamanho sucesso que em certo momento chegou a ser assinado por figuras importantes da corte, como o imperador D. Pedro II e a princesa Isabel, o que nos dá a entender que tais periódicos, assim como os já consagrados escritos por homens, atraiam certo número de leitores interessados em discutir os assuntos que estavam em pauta no período, e mostra ainda que, apesar de serem conhecidas poucas mulheres escritoras do século XIX, que elas existiram, e foram ouvidas por um número considerável de pessoas.

Visando estender o seu trabalho para um público mais amplo, no ano de 1875, Francisca S. da M. Diniz transferiu a sede de seu periódico para o Rio de Janeiro, porém, devido a problemas financeiros, o jornal foi fechado no ano seguinte. Em 1880 a professora mineira fundou o periódico A Primavera, seguido de Voz da Verdade em 1885, mas ambos também foram fechados. Em 1889, agora com o auxílio de suas filhas Elisa Diniz Machado Coelho, Amélia Diniz e Eulália Diniz, Francisca Senhorinha fez ressurgir O Sexo Feminino que, neste momento, encontrou mais sucesso do que antes, alcançando uma circulação de 2.400 exemplares (HAHNER, 1981:61). Com a proclamação da República naquele mesmo ano, o periódico teve o seu nome alterado para O Quinze de Novembro do Sexo Feminino, o que simbolizou a defesa e a esperança, a partir de então por parte de sua editora e colaboradoras, da futura obtenção das mulheres ao direito do voto. Reservando uma coluna à questão do sufrágio feminino acima de todas as outras questões, o periódico iniciou uma nova fase que perdurou até dezembro de 1890, quando a partir de então, suas publicações tornaram-se esparsas.

A partir de alguns números dessa nova fase do periódico recolhidos no acervo do Arquivo Edgard Leuenroth – AEL/IFCH/Unicamp[4], procuraremos nesse momento tratar de como este jornal, ao passo que tecia críticas consideráveis a sociedade patriarcal de sua época, também servia e se utilizava, assim como outros grandes jornais, de entretenimento. Com seções que fugiam ao tema central do periódico e que entendemos como seções de entretenimento que por certo aumentavam a sua venda, como no caso dos folhetins – estilo literário que fazia grande sucesso no século XIX –, procuraremos descrever como se constituiu o último periódico editado por Francisca Senhorinha.

“O Quinze de Novembro do Sexo Feminino”.

Adquirindo esse novo título devido a não extensão dos direitos políticos às mulheres, O Quinze de Novembro do Sexo Feminino teve o seu primeiro número publicado no dia 15 de dezembro de 1889, exatamente um mês após a instauração do novo regime político no país, a República. Levando o subtítulo “Periódico quinzenal, literário, recreativo e noticioso especialmente dedicado aos interesses da mulher” [5], como seu primeiro artigo contou com um texto informativo e crítico a respeito da nova situação política ao qual o país se encontrava, em que ao transcrever o primeiro decreto assinado pelo Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil, saudava a República brasileira com o mais vivo e jubiloso entusiasmo, e anunciava que como a mulher quer igualdade, está será alcançada.[6]

Como o seu subtítulo indicava, sendo publicado a cada quinze dias no Rio de Janeiro, a nova fase do periódico de Francisca Senhoria está inserida no contexto de instauração e estabilização da Primeira República e na promulgação da primeira constituição do novo regime político que, em um de seus artigos, estabeleceria o direito do voto apenas aos homens maiores de 21 anos e deixaria de fora os analfabetos e mais uma vez – isso já era uma realidade no período do Império – as mulheres do processo eleitoral, e por sua vez, da política nacional. Um período concomitante ao movimento das sufragistas na Inglaterra que passará a ter também as suas expoentes em nosso país, refletidos marcadoramente na posição de escritoras e editoras de periódicos, como foi o caso das mulheres responsáveis pela manutenção e circulação de O Quinze de Novembro do Sexo Feminino.

Como escreveu a historiadora americana June Hahner (1981:80), sob o título de O Sexo Feminino, o periódico de Francisca Senhorinha não exigia o voto feminino, porém, a partir de sua transformação em O Quinze de Novembro do Sexo Feminino, passou a demonstrar simpatia por essa proposta e expressou esperança por sua futura obtenção no Brasil, que veio a ocorrer somente no ano de 1932. Além dos artigos escritos em defesa do direito ao voto feminino, geralmente publicados na seção “A racional emancipação da mulher” [7], eram publicados também textos que defendiam a educação intelectual da mulher[8] – característica marcante do periódico quando ainda era O Sexo Feminino –; artigos que tratavam de assuntos acerca do casamento[9], de descobertas científicas dentro e fora do Brasil, de literatura, anúncios, e transcrição de textos internacionais que tratavam de temas diversos de interesse ao público feminino.

Na seção “Imprensa” [10], eram transcritas algumas opiniões de editores de jornais publicados em diferentes regiões do país, que recebiam exemplares por certo enviados por Francisca S. da M. Diniz ou suas filhas. Essas opiniões demonstram o quão bem recebido eram os artigos publicados no periódico, como se pode observar na crítica realizada pelo editor do jornal Estado do Rio em 15 de julho de 1890:

 “(…) Interessante publicação, que muito se recomenda pelos sensatos artigos de propaganda, elaborados e de acordo com os progressos do século quanto à educação e autonomia da mulher nos diversos ramos de sua atividade.” [11] 

Pode-se inferir a partir de tal excerto que apesar do periódico ser voltado para as mulheres, era também um instrumento de leitura do público masculino, que por motivos diversos adquiriam o exemplar de quatro páginas da revista literária, recreativa, noticiosa e política[12] que se publicava na Capital Federal. Além dos artigos que reforçavam temáticas importantes como o sufrágio feminino e a igualdade política entre homens e mulheres, eram publicados um número diverso de seções de entretenimento como “Noticiário”, “Variedades”, “Anúncio”, “Colaboração”, “Aviso”, “Poesia”, “Teatro”, “Recreio” e “Folhetim”. Neste último, que ocupava um lugar de destaque no periódico, eram publicados romances escritos por autoras brasileiras, que tinham aquela parte do jornal para divulgação de seus trabalhos literários. [13]

Folhetins n’ O Quinze de Novembro do Sexo Feminino.

Como especificado no início do presente trabalho, o jornal no século XIX também passou a ser veiculado como meio de entretenimento. E o elemento que estimulou esta prática foi a publicação diária de folhetins, estilo literário exportado da França e introduzido no Brasil em 1838 no Jornal do Comércio com a tradução do romance “O Capitão Paulo” de Alexandre Dumas. Romances como este, publicados dia-a-dia nos rodapés dos jornais, passaram a ser designados por Folhetim porque não ocupavam a folha toda do jornal, e, além disso, não estavam ligados ao resto da matéria jornalística (ESTEVES, 2003:136). Aproximando-se do modelo francês de folhetim, os romances publicados nos jornais e periódicos brasileiros mantinham a estrutura convencional e manutenção do suspense, e a estrutura da continuação em capítulos proporcionava a curiosidade para a leitura diária do jornal (SALES, 2007:53), o que por sua vez, aumentava o número de vendas. Algumas das obras consideradas clássicas hoje foram inicialmente publicadas em folhetins, como a título de exemplo, A Moreninha de Joaquim Manuel de Macedo, O Guarani de José de Alencar e Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis.

Todos os números de O Quinze de Novembro do Sexo Feminino recolhidos no AEL possuem em seus rodapés os tão adorados folhetins que faziam grande sucesso entre os leitores do século XIX. Como não foram encontrados todos os números do periódico, tem-se disponível apenas alguns capítulos do romance A Diva Isabela[14], de autoria de Eliza Diniz Machado Coelho, e do capítulo “A humildade” de um provável conto intitulado As cinco virtudes, escrito por Eulália Diniz.[15] Não é possível saber o começo nem o fim da história escrita por Eliza Diniz, mas percebe-se a partir da leitura dos capítulos disponíveis que o enredo se passa na Rússia czarista e que gira em torno da vida de Isabela Visconti, uma moça de origem humilde que sonha em ser cantora no Theatro do Circo. Já o conto escrito por Eulália Diniz se passa em um dos principais centros urbanos do período e conta a história de duas meninas de cerca de onze anos de idade: Clara Joroslar, uma menina mimada e de família rica, e Sophia, que sendo órfã, vive de favor na casa de Clara. Em “A humildade” passa-se um episódio em que Clara humilha a agregada e suposta amiga sua, por ser pobre. De certa forma, é um conto que retrata a diferenciação de classe que existia tão abertamente no Rio de Janeiro do final do século XIX. Sophia além de sofrer na sua sociedade por ser mulher, ainda sofre por ser de origem humilde, permanecendo, diante de sua posição de menina e pobre, calada diante da forma que é tratada; um reflexo claro do problema vivido por inúmeras contemporâneas da personagem.

É interessante de destacar que os dois folhetins encontrados nas páginas dessa terceira fase do periódico de Francisca S. da M. Diniz foram escritos por suas filhas e que, enquanto o primeiro é um simples romance para agradar o público geral, o segundo deixa implícita uma crítica à sociedade em que vivia a sua autora. Geralmente os folhetins eram utilizados como um mecanismo de aumentar a venda dos jornais, tendo os seus enredos às vezes modificados de acordo com o gosto do público; e, neste periódico que podemos considerar como extremamente político, também pode ser encontrado essa estratégia no aumento de número de leitores. Fosse pensando em apenas aumentar a sua venda, fosse pensando em angariar o maior número de pessoas na causa de defesa da igualdade dos direitos das mulheres, O Quinze de Novembro do Sexo Feminino se utiliza das mesmas estruturas e mecanismo de publicação de periódicos contemporâneos a ele, o que demonstra que é uma produção totalmente arraigada ao seu tempo. É válido ressaltar, contudo, a grande importância do periódico de Francisca S. da M. Diniz no que diz respeito à forma política de conscientização do papel da mulher na sociedade do século XIX.

Bibliografia

BESSONE, Tania. As leitoras no Rio de Janeiro do século XIX: a difusão da literatura. Niterói, v. 5, n. 2, p. 81-93, 1. sem. 2005; pp. 81-93.

ESTEVES, Lenita Rimoli. A tradução do romance-folhetim no século XIX brasileiro. Trab. Ling. Aplic., Campinas, (42): 135-143, Jul./Dez. 2003

HAHNER, June Edith. A mulher brasileira e suas lutas sociais e políticas: 1850-1937. São Paulo, SP: Brasiliense, 1981.

___________________ Emancipação do sexo feminino: a luta pelos direitos da mulher no Brasil, 1850-1940. Florianópolis, SC; Santa Cruz do Sul: Mulheres: EDUNISC, 2003. 

SALES, Germana M. A. Folhetins: uma prática de leitura no século XIX. Entrelaces. Agosto de 2007, pp. 44-56.

Fonte

DINIZ, Francisca S. M. O Quinze de Novembro do Sexo Feminino (periódico). Capital Federal, 15 de dezembro de 1889, nº. 12 à 06 de dezembro de 1890, nº 23. Disponível in Arquivo Edgard Leuenroth – AEL/IFCH/Unicamp.



[1] Transcrita em O Quinze de Novembro do Sexo Feminino. Edição de 06 de dezembro de 1890, Ano II, nº. 23.

[2] Algumas historiadoras que escreveram a respeito nas décadas de 1970 e 1980, como June E. Hahner atribuíram o título de escritoras feministas a essas jornalistas da segunda metade do século XIX que publicaram periódicos onde reivindicavam os direitos das mulheres. Por entender que feministas são apenas as mulheres que lutaram pelos seus direitos a partir da década de 1960, quando surgiu tal nomenclatura, o autor deste trabalho opta por chamar essas escritoras de apenas escritoras femininas, e os seus periódicos, de jornais ou periódicos femininos.

[3] O Jornal das Senhoras, 1 de janeiro de 1852, p. 06. Apud Hahner, June E. A mulher brasileira e suas lutas sociais e políticas: 1850-1937; pp. 35.

[4] Para o presente trabalho foram recolhidos e analisados os números 12, 13, 14, 18, 19, 20, 21 e 23, publicados entre 15 de dezembro de 1889 e 6 de dezembro de 1990.

[5] Informação disponível no cabeçário de todos os números do periódico.

[6] “O Quinze de Novembro do Sexo Feminino”. 15 de dezembro de 1889, p. 01.

[7] Esta seção aparece nos números 12 (“Teremos nosso 15 de novembro de 1889? Talvez…”); 13 (Igualdade de direitos); 14 (Igualdade de direitos); 18 (Igualdade de direitos); 19 (Exemplo de coragem cívica de uma mulher); 20 (igualdade de direitos); 21 (Igualdade de direitos); e 23 (Igualdade de direitos).

[8] Nos números 12 e 13.

[9] Número 12.

[10] Aparece nos números 13 e 19.

[11] Estado do Rio, número 935 – 15 de junho de 1890. Transcrito em O Quinze de Novembro do Sexo Feminino em 3 de agosto de 1890. Ano II, nº. 19.

[12] Ver nota 01.

[13] O século XIX brasileiro, ao contrário do que muitos pensam, também produziu obras literárias escritas por mulheres, que, sendo influenciadas pelos movimentos literários do período e pela situação do papel da mulher naquela sociedade, tratavam de temáticas de seus interesses. As principais expoentes são Nísia Floresta, Maria Benedita Câmara Bormann e Maria Firmina dos Reis.

[14] Foi possível realizar a leitura apenas dos capítulos VIII, IX, XII, XIII, XIV, XV, XVI e XVIII.

[15] Publicado na edição de número 14 do periódico, em 06 de abril de 1890.