Crítica a Razão Pura

São três as ciências (matemática, física e metafísica) que Kant analisa os resultados. Iniciemos, pois bem, com a física.
A física desenvolveu-se de forma lenta e somente constituiu-se como ciência a partir do século XVII, com Bacon, Galileu e outros. Ela trilhou seu caminho seguro através da Revolução científica, sendo o seu marco a revolução copernicana.
A matemática, desde a antiguidade, trilhou seguramente o seu caminho como ciência. A matemática é uma ciência que trabalha muito mais com a forma. Pode-se dizer que a lógica e a matemática trilharam seus caminhos iguais.
Antes de analisar a Metafísica, vale ressaltar, que a física depende do senso comum, e quando, ás vezes, é investigado cientificamente pode ser equivocada a ideia. E a ciência não pode ser baseada nos senso comum. Por exemplo, um Camponês observa o sol e vê que ele gira em torno da terra. Cientificamente sabemos que é ao contrario. Assim, a matemática, indiscutivelmente tem sua importância na física, em especial a moderna, com os cálculos.
A metafísica para Kant, não trilhou bem o seu caminho. Sendo que, ele propõe ajudá-la. A metafísica é a mais antiga das ciências e Kant, não acaba com a metafísica, como muitos tecem esse comentário. Por segundo ele, o homem sempre indagará sobre o desconhecido. È próprio do homem especular pelo além ? o transcendental. O grande, porém que envolve todo esse enredo, é que, a razão não pode explicar o transcendente. Deus existe? E o Mundo enquanto totalidade tem fim? Onde é o seu inicio? O que é a Alma? È livre? É imortal?
A metafísica é diferente da ciência moderna, pois ela indaga a natureza e quer um resposta lógica. Aqui nesse sentido, é necessário usar método, porque senão nunca se chegará a nada. A metafísica estuda a própria razão especulativa. Sendo que, filosofia é conceitos que não pode ser explicado no empírico e é pura teoria.
As outras ciências vão até o problema inúmeras vezes, ate certificar a sua veracidade, aqui também há uma diferença, pois a metafísica não trabalha sob simples conceitos.
Aqui há a constatação de que há elementos que são a priori (RACIOCÍNIO) e a posteriori (EXPERIENCIA) do conhecimento.
O sujeito, ao Observar ele exerce sobre o objeto um poder do qual faz uma coleta de dados sensíveis; através da sensação e da percepção. Assim, a matemática e a física para Kant cresceram enquanto ciência, quando os cientistas perceberam, mesmo implicitamente, que a razão é quem ordena os objetos e não o contrario (Revolução Copernicana).
O entendimento possui de forma a priori ou racional as regras de conhecer. A metafísica é a priori e racional, ela não é dada na sensação ou percepção. Podemos ter ideia de totalidade de mundo, Deus e Alma e não conhecê-lo.
Kant propôs inversão semelhante em filosofia. Até então, as teorias consistiam em adequar a razão humana aos objetos, que eram, por assim dizer, o "centro de gravidade" do conhecimento. Kant propôs o contrário: os objetos, a partir daí, teriam que se regular pelo sujeito, que seria o depositário das formas do conhecimento. As leis não estariam nas coisas do mundo, mas no próprio homem; seriam faculdades espontâneas de sua natureza transcendental. Como Kant afirma no prefácio da segunda edição da Crítica da Razão Pura:


"Até agora se supôs que todo nosso conhecimento tinha que se regular pelos objetos; porém todas as tentativas de mediante conceitos estabelecer algo a priori sobre os mesmos, através do que ampliaria o nosso conhecimento, fracassaram sob esta pressuposição. Por isso tente-se ver uma vez se não progredimos melhor nas tarefas da Metafísica admitindo que os objetos têm que se regular pelo nosso conhecimento, o que concorda melhor com a requerida possibilidade de um conhecimento a priori dos objetos que deve estabelecer algo sobre os mesmos antes de nos serem dados."

O homem pode conhecer qualquer coisa. Existe regras que o faz conhecer. Não adianta ele procurar no exterior, pois ele cairia no problema de Hume, que dizia que o mundo não tem sentido a não ser que o homem o dê. Kant então chamou de revolução copernicana sua resposta do problema do conhecimento.
Como já disse anteriormente, é próprio do homem perguntar ou especular pelo além, o transcendental. Por que o homem sempre perguntará pelo desconhecido? No campo transcendental está o problema, pois a razão não pode conhecer o transcendente. Assim, a metafísica com Kant não acaba, pois sempre o homem perguntará pelo desconhecido.
Retomo algumas perguntas: Deus existe? O mundo enquanto totalidade tem fim? Onde está o inicio? E a alma o que é?
Só podemos conhecer o fenômeno e não a coisa em si, ou seja, há uma distinção entre pensar e conhecer. O que é a coisa em si? Entende-se como a coisa em si o que pode ser pensado, ou o noumeno.
No campo do conhecer toda experiência é possível. Tudo o que é empírico pode se conhecer. No campo do pensar que é o transcendente, não é possível conhecer, não é empírico.
O conhecimento humano é uma capacidade de conhecer, que possui limites. Essa forma humana é diferente da dos animais e da Divina. Sendo que, Alma, Deus e Mundo na totalidade é algo transcendente.
Assim, o homem é do mundo fenomático (Empírico) e do transcendental (pensar). Sendo que, o transcendental ele não conhece, somente possui ideia.
O conhecimento é o puro e o empírico. Sendo que, aqueles que estão na razão e os que estão na experiência. Pois, conhecimento é síntese entre o puro e o empírico. "Todo o nosso conhecimento começa com a experiência..."
O nosso intelecto vai ate o objeto e ali absorve através da experiência o necessário para conhecê-lo. O empírico, ou tudo o que é palpável está na experiência. Assim, é possível intuir o que seja o objeto.
"...Mas nem todo ele se origina da experiência". Existe algumas coisas que não são possíveis ser conhecidas com a experiência. Por exemplo: Como conhecer a Deus, se não fazemos experiência no sensível?
É possível então intuir o que seja ou ter ideia. Somente temos ideia do que é Deus, alma e mundo em sua totalidade. " A razão é a faculdade que fornece os princípios do conhecimento a priori" (CRP, p.32 B24-25). O que é a priori não se origina da experiência, somente temos ideia do que seja.
Aqui há uma diferença entre empirismo e o racionalismo. Kant afirmou que, apesar da origem do conhecimento ser a experiência se alinhando aí com o empirismo existem certas condições a priori para que as impressões sensíveis se transformem em conhecimento fazendo assim um favor ao racionalismo. Este ato de ceder ao racionalismo não devia ser levado ao extremo, pois "todo o conhecimento das coisas proveniente só do puro entendimento ou da razão pura não passa de ilusão; só na experiência há verdade" (Kant apud Pascal,1999,p.45).
O que seria a priori o a posteriori? O conhecimento a priori, é um conhecimento puro, como já dito anteriormente, ele se origina da razão pura, que é diferente do empírico. Ele possibilita e constrói toda uma condição de se conhecer e já vimos que não depende da experiência.
Os elementos a priori, não estão misturados com o empírico ou o sensível. Não é possível ver. Por isso, que dizemos que o priori é puro. O a priori é condição de possibilidade doa posteriori, e aqui ele tem uma função transcendental.
O a posteriori é o empírico. Ele é dado através das sensações ou percepções. Sendo que, ele origina da experiência.
São três os tipos de juízos: O analítico, o Sintético e o sintético a priori. O Analítico ? Não cria! Demonstra uma verdade que está implícita. Não acrescenta nada ao conhecimento, ele por si não é valido. Sintético ? è o senso comum. Mais ainda é muito superficial. Ele não explica teoria. É praticamente o que se faz no cotidiano. Ele não pode ser e nãos ser.
O sintético a priori - No inicio da CRP Kant afirma que "somos possuidores de certos conhecimentos a priori e mesmo o entendimento comum jamais está desprovido deles"(KANT,1987,p. 3). Por "conhecimentos a priori entenderemos não os que ocorrem de modo independente desta ou daquela experiência, mas absolutamente independente de toda a experiência" (idem, p.3. Grifo no original).
Podem existir elementos o a priori e a posteriori do conhecimento. Os princípios estão contidos nos juízos sintéticos a priori. A experiência mostra como as coisas são em si e pronto. E nos juízos sintéticos a priori, indaga o porquê elas são daquela forma ou porque elas devem ser daquele jeito.
São sintéticos porque ampliam nosso conhecimento e a priori, porque são necessários e universais. Assim, este é o problema geral da razão pura, os juízos sintéticos a priori. Como é possível a metafísica?
Transcendental para Kant é o que não pode ser intuído. Nós não podemos fazer experiência ? não sensível. E o puro "eu penso" que procede com a toda experiência como unidade transcendental da auto-consciência
Para conhecer o supra-sensível, usa a razão (Vernunft) que são ideias transcendentais, aventurando a se pensar a lama, o mundo e Deus, pois não é possível conhecê-lo no sensível.
O mundo enquanto totalidade, pois a física até hoje tenta provar essa totalidade. Sendo que, nem a metafísica tem respostas. Pois, tem inicio e fim o mundo? O homem não contenta só com o sensível, ele indaga o supra-sensível.
O problema da alma é com a liberdade e a imortalidade. Será que ela é livre e imortal? Ou somente um ou nenhum? E Deus, existe ou não? Essa [é a indagação que gira em torno do campo metafísico.
Transcendental é "Denomino transcendental todo o conhecimento que em geral se ocupa não tanto com os objetos, mas com nosso modo de conhecimento de objetos na medida em que este deve ser possível a priori." Um sistema de tais conceitos denominar-se-ia filosofia transcendental (idem, p.26. Grifo no original).
No campo do pensar é o transcendente e no campo do conhecer, que é toda experiência possível ? empírico. Entre um e outro há o transcendental, que é a condição de conhecer um e o outro. Aqui, o conhecimento a priori e o a posteriori que entre eles há uma condição de conhecimento.
A sensibilidade é o que age primeiro, quando o objeto vai de encontro com a razão (Gemut) e vice-versa. A sensibilidade é constituída de elementos a priori ou puro ? que se dividem em duas formas ? o espaço e o tempo. São propriedades que não existem fora da mente.
Há algo que desenvolve a mente, que é uma capacidade para ? o inato. O inato não é de espontâneo. Pois, assim, a criança ao nascer já saberia falar e bem trabalhar sua capacidade racional.
Aqui há uma intuição sensível, onde eu apreendo os dados. É ima pura receptividade, pois somente recebi os dados sensíveis. Os dados sensíveis são sensações que recebi do objeto, e a impressão é a matéria, ou seja, o conteúdo.
A forma é intelectiva, é racional, é a priori. E a matéria é a posteriori. A forma engloba espaço e tempo. A forma é condição de possibilidade do conhecimento. Sem o a priori e sem a forma, não haveria intuição.
Quando tenho o a posteriori, ele não é sozinho, pois já esta misturado com o a priori. Ao obter a sensação, ela já esta enformada pela forma pura. O conteúdo vai se enformando pela forma, que está na capacidade cognitiva. O nosso modo de conhecer o mundo é um só modo, o de Deus, por exemplo, é outro e assim por diante.