A crise de formação de pensadores tem atingido frontalmente as universidades, por culpa, não dos professores e dos pesquisadores, mas de um processo educacional engessado, unifocal, que pouco estimula o debate das idéias, o desenvolvimento das artes mais nobres da inteligência, a consciência critica sociopolítica. O sistema acadêmico assistiu passivamente ao surgimento da globalização da informação pelos meios de comunicação a partir da segunda metade do século XX. A globalização da informação, apesar dos seus benefícios, trouxe duas das maiores “drogas” da inteligência humana: a massificação da cultura e do pensamento.

A massificação da cultura e do pensamento engessa a liberdade, a plasticidade, a criatividade da construção de pensamento, encerrando a inteligência humana num cárcere.

O fenômeno da psicoadaptação, que deveria romper o conformismo e animar a criatividade, os tem conduzido a se adaptarem as misérias sociais. Devido à crise de interiorização, este importantíssimo fenômeno da inteligência tem embotado os seus sentimentos e reduzido seus idéias, gerando uma vida, que não tem por que lutar.

 

O campo de energia psíquica nunca se “equilibra”, mas vive continuamente um “desequilíbrio psicodinâmico, que alavanca o processo de organização do micro campos de energia psíquica, expandindo, assim, continuamente suas possibilidades de construção.

O conceito do “desequilíbrio psicodinâmico” é extremamente importante e está ligado ao fluxo vital da energia psíquica. O fluxo vital da energia psíquica possui intrinsecamente uma ansiedade vital ou desequilíbrio psicodinâmico contínuo em toda a trajetória da existência humana.

A ansiedade vital está intimamente ligada aos níveis de desorganização e reorganização pelos quais as experiências psíquicas passam no campo da energia psíquica. A ansiedade vital é o estado de desequilíbrio psicodinâmico contínuo e irrefreável que anima o fluxo vital da energia psíquica, é o “princípio dos princípios” do processo de transformação da própria energia psíquica, do processo da formação da personalidade.

 

 

No ambiente clandestino e inconsciente dos bastidores da mente, o "eu" aprende um dos mais refinados, complexos e sofisticados paradoxos da inteligência, que é aprender silenciosamente os caminhos psicodinâmicos "inconscientes" da leitura da história intrapsíquica e do gerenciamento dos processos de construção dos pensamentos. O eu só pode se organizar e gerenciar o processo de construção dos pensamentos, e os demais processos de construção da inteligência, se ele paradoxalmente aprender a ler "inconscientemente" a história intrapsíquica e produzir também, "inconscientemente", as cadeias psicodinâmicas das matrizes de pensamentos.

O eu, ao se conscientizar das cadeias de pensamentos produzidas inconscientemente pelo fenômeno da autochecagem da memória e pelo fenômeno do autofluxo, interrompe ou continua essas cadeias. A continuação da construção dessas cadeias é também uma forma silenciosa e importante de aprender a se organizar e desenvolver o gerenciamento dos processos de construção dos pensamentos.

 

A qualidade do gerenciamento do eu sobre o mundo dos pensamentos e das emoções é que determinará a capacidade do homem como agente modificador da sua história intrapsíquica e social. A tendência natural do homem é ser vítima de suas misérias psíquicas.

Se o fluxo vital da energia psíquica não for conduzido para a produção de pensamentos e experiências emocionais saudáveis e enriquecedores, ele será conduzido inevitavelmente para a produção de experiências angustiantes, tensas, agressivas, autopunitivas. Desta forma surgem os transtornos emocionais.

 

A prevenção esta em usar a arte da duvida e da critica. Devemos criticar as idéias fixas e pensamentos perturbadores e angustiantes. Criticar cada idéia pertubadora em cada momento que ela se encerra para que seja possível re-editar o filme do inconsciente. Criticar a ansiedade pelo excesso de informações, e a necessidade excessiva de estar em evidencia social e profissional.